Escola e diversidade cultural

May 23, 2017 | Autor: Gilvandro Silva | Categoria: Educação, Diversidade Cultural
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Autor: Gilvandro O. Silva
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Escola e diversidade cultural

INTRODUÇÃO

É certo que a escola, assim como a família, é uma instituição de caráter essencial na formação dos indivíduos de uma sociedade; é um lugar para estudar, conhecer, descobrir, adquirir e conviver. Cabe a escola a transmissão de conhecimentos diversos para pessoas diversas, portanto é primordial que esta esteja apta a desenvolver uma educação que leve a reflexão e ao surgimento do pensamento criativo e consciente e assim proporcionar o desenvolvimento afetivo entre indivíduos, pois a formação do pensamento está vinculada ás bases afetivas. A escola é também um local de socialização, inclusão, de mudanças, de quebra de paradigmas, de formação, informação, comunicação, de opinião, compreensão, aceitação, sugestão, indagação, orientação, de explicar, transmitir, aprender e ensinar. A escola é um lugar também de transformação para alunos e professores.

DESENVOLVIMENTO
A escola não é feita só de conceitos, ideias ou de ambiente físico: de salas, pátio, refeitório, quadra, quadros, mesa, cadeiras, cadernos, computadores e livros. A escola é feita de gente e é feita para gente, e mais, feita para todas as gentes, de todos os jeitos, a escola é o local onde os diferentes se encontram, onde todas as sociedades estão representadas, o professor é gente, o diretor, supervisor, a secretária é gente, agora a escola esta completa, pois tem gente ajudando todo tipo de gente a descobrir novos mundos, novas fronteiras, novos sonhos e superar barreiras.
Uma escola de gente é diversa e inclusiva pois cabem todos nela; negros, índios, ciganos, judeus, pobres, ricos e pessoas com necessidades educacionais especiais, agora a escola não esqueceu ninguém estamos todos representados nela e ela representa a todos é heterogênea e pluralista. Ela precisa representar a diversidade social e cultural presente na sociedade. É certo que a diversidade cultural chegou à escola, e junto trouxe muitos desafios que vem sendo superados. Muito foi feito e ainda tem muito por fazer, na adaptação e capacitação dos professores e equipe de apoio, nas mudanças físicas nos prédios e edifícios, na adequação de móveis e materiais. A diversidade de pessoas, de professores e de situações, geram uma pluralidade na aplicação dos conceitos de diversidade cultural nas escolas. É preciso considerar que não existem pessoas neutras em seus conceitos e crenças, por mais que buscamos ensinar e passar a informação sem opiniões ou conceitos pessoais, isso ainda acontece, porque de forma subjetiva a nossa linguagem corporal e verbal sempre expressam de forma implícita e tácita os nossos valores e crenças. Trabalhar a diversidade na escola é também, trabalhar a diversidade cultural na sociedade, pois a escola é a instituição mais representativa da sociedade e do estado na formação dos valores históricos, políticos, sociais e culturais. A educação é a melhor forma de mudar uma sociedade mesmo que isso leve mais tempo do que a mudança forçada pela lei, pela norma, porém é mais duradora e revolucionária, pois muda a forma de pensar das pessoas e quem pensa diferente sente diferente e age diferente. Toda a sociedade está representada na escola; ricos, pobres, negros, brancos, amarelos, pardos, indígenas, pessoas com necessidades especiais, membros das mais diversas crenças religiosas e/ou filosóficas e correntes politicas e culturais. A escola deve trabalhar e praticar a diversidade cultural em seus meios, atendendo a sociedade em sua plenitude, com suas diferenças. Cabe à escola ensinar todos os seus membros, a respeitar, compreender e valorizar as diferenças pela sua história, complexidade, pela sua diferença.
Analisemos a questão, de trabalharmos a diversidade cultural na escola nas diferentes disciplinas de forma multidisciplinar, estudando as manifestações artísticas presentes e todos os grupos socioculturais; as populações, seus territórios, seus países, estados, cidades e até bairros nos mapas; os animais e plantas que representam uma cultura ou a diversidade, a história dos seus povos, a origem de suas crenças e culturas, os fatos históricos importantes, pessoas, filmes, livros e eventos que representaram ou representam as mais diversas culturas e povos, experimentos, invenções, avanços científicos, físicos, químicos, astronômicos, na agricultura, antropológicos, comerciais, políticos, ambientais, matemáticos e sociais.
O audiovisual ajuda a quebrar barreiras, filmes e documentários trabalham muito bem o imaginário coletivo, os sentidos e sentimentos, ajuda a desmistificar crenças, a reforçar valores e trabalhar as diferentes visões do tema, de forma envolvente, dinâmica e prazerosa. Revistas, livros e jornais podem servir de produtos de aproximação social e de manifestação da beleza e importância da diversidade cultural, sempre adaptando os conteúdos também para as pessoas com necessidades educacionais especiais. Pode ser trabalhado na escola projetos e eventos como: festival de comidas típicas das regiões do Brasil, do estado, do continente...; desfile das roupas típicas; concurso de palavras originais de cada cultura, como palavras de origem africana, indígenas, francesa...; palavras regionais e palavras usuais em cada região do Brasil; apresentação de músicas e danças típicas, peças de teatro mostrando a riqueza cultural do nosso país; exposição de pinturas e utensílios das diversas culturas entre outros projetos e eventos.
O professor como parte da sociedade, tem sua realidade social e sua cultura, costumes e tradições, sendo então um membro que deve ser contemplado também na inclusão da diversidade cultural na escola e em sala de aula, pode o professor contar, falar da sua cultura, como participar de projetos e eventos de diversidade cultural também como membro dessa diversidade, como seus alunos, incentivando e aproximando dos seus alunos mostrando que está ciente da realidade social, visto que também já foi aluno e teve outras experiências antes de lecionar e dessa forma como sujeito cultural contribui a cada dia para formação da cultura e educação dos alunos e para a história da educação do país.
É necessário frisar também que a valorização da diversidade cultural é algo que deve ser feito também pelo estado com apoio, incentivo e ações para quebrar preconceitos e paradigmas, reforçar e valorizar as diversas culturas presentes no seu território, incentivar a cultura regional, valorizar a cultura popular e compensar erros históricos, cometidos pelo estado com as mulheres, negros, indígenas, pobres economicamente, nordestinos, e outras minorias. Erros históricos cometidos por exemplo com os negros com a escravidão e segregação, com os índios com invasão e exploração, na exclusão social das pessoas com necessidades especiais e na distribuição de renda perversa e concentrada. Cabe ao estado brasileiro esse reparo e conscientização não somente como política de um governo, mas como política e ações afirmativas do estado brasileiro em prol de resgatar, corrigir, minimizar seus erros históricos, garantindo à diversidade de povos brasileiros os mesmos direitos, oportunidades e tratamento. Pode também a sociedade civil organizada ajudar, acompanhar e cobrar a efetiva execução dos projetos de diversidade e a impressa Brasileira levar para todos os brasileiros, todo o Brasil de todos os brasileiros. Nesse sentido a valorização das culturas regionais, do modo de viver de cada sociedade e região do Brasil é fundamental para efetiva integração e valorização do povo brasileiro, um povo mestiço em sua origem, diverso em suas culturas e único em suas riquezas e tradições.

CONCLUSÃO.
Portanto a diversidade cultural chegou à sociedade e vem sendo
Consolidada, chegou à escola e vem sendo trabalhada, chegou ao professor que
vem sendo preparado para a uma nova escola, mais completa, mais brasileira, mais representativa socialmente, mais democrática culturalmente e mais inclusiva. Para haver o estudo e trabalho de diversidade cultural na escola, é preciso primeiro haver inclusão, é preciso educação de qualidade para todos. Uma escola que quebra paradigmas, rompe barreiras, acaba com preconceitos, respeita e trata a todos iguais, considerando suas diferenças.

REFERÊNCIA.
Locatelli, Adriana Cristine Dias. Fundamentos da educação especial: história/Adriana Cristine Dias Locatelli, Edilaine Vagula. – São Paulo: Person Education do Brasil, 2009.


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