Escrita e reescrita textual: a importância da refacção no ensino médio

May 22, 2017 | Autor: Marcus Garcia | Categoria: Lingüística, Produção Textual
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Descrição do Produto

Coruja Folhetim Acadêmico de Letras ANO III - Nº 02 - 1º SEMESTRE 2017

EXPEDIENTE

IDENTIDADE VISUAL Fernanda Lacombe Jhonatan Andreas Thamires Malheiros

PROJETO GRÁFICO Janaina Holovatuk

FOTO DE CAPA

Fernanda Lacombe

DIAGRAMAÇÃO

Janaina Holovatuk

EDITORAS-CHEFE Islaine Lemos Fernanda Lacombe

CORPO EDITORIAL Ariane Mello Camille Labanca Letícia Capuano Mariana Teixeira Marianna Esteves Paloma Araújo

CONSULTOR ACADÊMICO Professor Dr. Davi Pinho

REVISÃO

Isabela Lisboa Iuri Pavan Maíra Moura Mariana Oliveira Mônica da Silva Rayanne Cholbi Sara Martins Thamires Ramos

CONSELHO EDITORIAL Adriana Jordão (FL/UFRJ), Ana Cristina Chiara (ILE/UERJ), Andrea Wérkema (ILE/UERJ), Ebal Bolacio (ILE/UERJ), Fernanda Cavalcanti (ILE/UERJ), Fernanda Medeiros (ILE/UERJ), Gustavo Bernardo Krause (ILE/UERJ), Gustavo Fujarra Carmona (Universidade de Nice, França), Ieda Magri (ILE/UERJ), Leonardo Davino (ILE/UERJ), Magali Moura (ILE/UERJ), Maria Alice Antunes (ILE/UERJ), Maria Aparecida Salgueiro (ILE/UERJ), Maria Conceição Monteiro (ILE/ UERJ), Nabil Araújo (ILE/UERJ), Phellipe Marcel (ILE/UERJ), Roberto Acízelo (ILE/UERJ) e Rodrigo Campos (ILE/UERJ). Publicação semestral dos graduandos de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rua São Francisco Xavier, 524, 11° andar, Maracanã, Rio de Janeiro / RJ CORUJA ON-LINE facebook.com/corujafale • issuu.com/corujafale • [email protected] IMPRESSÃO Gráfica UERJ DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA NO BRASIL (UNIVERSIDADES) Corpo editorial TIRAGEM 100 exemplares Os textos publicados neste periódico são de inteira responsabilidade de seus autores.

Coruja: FALe. Estudantes do curso de Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Nova edição, Ano 3, n. 02. Rio de Janeiro, 2017. Semestral ISSN: 2525-6947 1. Letras - Periódico

CORUJA | ESCRITA E REESCRITA TEXTUAL: A IMPORTÂNCIA DA REFACÇÃO NO ENSINO MÉDIO

ESCRITA E REESCRITA TEXTUAL: A IMPORTÂNCIA DA REFACÇÃO NO ENSINO MÉDIO MARCUS GARCIA DE SENE 1

RESUMO Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o processo de produção textual dos alunos do ensino médio da Escola Estadual Professor Chaves (Uberaba/MG). Objetivou-se, a partir de uma oficina realizada no contra turno com alunos do ensino médio, aprimorar as competências linguísticas dos alunos no que diz respeito à produção textual. Para isso, apresentamos a importância da reescrita como intervenção pedagógica, pois a partir dela os alunos podem refletir sobre sua própria escrita, tornando-se críticos e interlocutores de suas próprias produções. Com isso, constatou-se que os discentes aprimoraram sua linguagem mediante a superação das dificuldades, além de quebrar paradigmas de que o texto é algo acabado em si.

PALAVRAS-CHAVE | Produção textual, reescrita, ensino médio.

1  Graduando em Letras (Português/Inglês) – UFTM

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INTRODUÇÃO Sabe-se, por experiência, que o trabalho com a escrita e reescrita, enquanto processo contínuo e processual, nem sempre tem valor reconhecido nas escolas de todo o Brasil. A partir disso, ressalta-se que a importância do seu ensino, sobretudo nos últimos anos, tem aumentado significativamente, justificando-se, como apontam as pesquisas, nos baixos níveis de desempenho linguístico dos alunos no que diz respeito às competências que são, diariamente, exigidas pela sociedade letrada. Nota-se que a exigência de leitores e escritores proficientes na sua língua materna é imensa e, como já tratado por vários autores, isso vem da imposição feita diariamente pelos mais variados tipos de concursos, nos quais a produção escrita é de caráter classificatório e eliminatório. Percebe-se que as aulas de língua portuguesa ainda continuam presas ao seu enfoque de ensinar regras gramaticais próprias da norma culta e às atividades de identificação e classificação dos elementos e estruturas da língua, centradas no conhecimento do “certo-errado”. Com isso, Geraldi (1993, p.135) destaca a importância do ensino do texto, pois “como ponto de partida de todo processo de ensino-aprendizado da língua é no texto que a língua se revela em sua totalidade”. Entre as atividades que valorizam o papel do sujeito na sociedade, temos a produção textual, visto que é a partir de enunciados escritos que o sujeito interage na sociedade, expondo seu posicionamento e agindo sobre o mundo (FUZA e MENEGASSI, 2007). O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), no ano de 2003, já apontou que grande parte dos estudantes brasileiros está adentrando no Ensino Fundamental sem ter desenvolvido corretamente competências e habilidades básicas de leitura, fazendo com que, consequentemente, o trabalho com a escrita seja afetado. Este trabalho é complexo e merece atenção, a leitura é ferramenta importantíssima para desenvolvimento de uma escrita elaborada. A partir disso, autores como Sousa (2008), Guedes (2009) e Koch e Elias (2011) apontam a importância do retorno ao texto, conhecido

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como reescrita textual, para formação do aluno que busca se tornar um escritor competente independentemente do gênero. Assim, o aluno consegue refletir, com ajuda do professor, sobre seus próprios desvios e, a partir deles, superá -los. Esta prática, como já apontado em inúmeros trabalhos, garante um melhor desempenho nas suas próximas produções. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997, p. 48) reconhecem que: Um escritor competente é, também, capaz de olhar para o próprio texto como um objeto e verificar se está confuso, ambíguo, redundante, obscuro ou incompleto. Ou seja: é capaz de revisá-lo e reescrevê-lo até considerá-lo satisfatório para o momento. É, ainda, um leitor competente, capaz de recorrer, com sucesso, a outros textos quando precisa utilizar fontes escritas para a sua própria produção.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCN) já destacam que, com advento das pesquisas na área de aprendizagem da escrita, o processo de produção textual é contínuo que envolve processos paralelos diferentes. Destaca-se, também, que a escrita se adquire através de muita leitura, desmistificando, desta forma, que escrever muito é sinal de escrever bem. Embora venham crescendo os trabalhos que apontam a reescrita textual como intervenção pedagógica, podemos assegurar que grande parte dos professores não veem o texto como um processo contínuo, isto é, solicita-se que o aluno produza um texto e, após sua correção, os professores abrem mão do processo de reescrita, fazendo com que os alunos acreditem que é dever do professor verificar seus desvios e que o texto não tem objetivo. Considerando a importância de uma intervenção transformadora e analisando dificuldades reveladas nas suas produções escritas que denunciam as grandes falhas na formação de alunos críticos e redigem com proficiência, pelo menos, minimamente aceitável, é que desenvolvemos com os alunos do ensino médio da Escola Estadual Professor Chaves a partir do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência

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uma oficina sobre produção textual que tinha como objetivo, promover inicialmente a leitura de textos que serviram de base para futuras produções e, em seguida, oportunizar um ambiente em que o aluno produza seu texto em qualquer gênero textual, respeitando o emprego da norma culta e das convenções da escrita, como a construção de textos com coesão e coerência, boa articulação das ideias, dentre outros. Para tal, proporemos aos alunos atividades em que o aluno irá ler, escrever, refletir, analisar e reescrever seu texto, a fim de que ele se aproprie das operações da refacção, o que lhe permitirá, como aluno prestes a concluir a educação básica, produzir bons textos, em que revele sua opinião de forma crítica e seja capaz de defendê-la de forma consistente.

A IMPORTÂNCIA DA REESCRITA/REFACÇÃO COMO INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA O trabalho com a leitura e produção de texto está prevista nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCNs) e tornouse ferramenta indispensável para ensino de língua materna nas aulas de Língua Portuguesa. Tal documento postula ainda que o trabalho com a produção textual deve ter como finalidade formar escritores competentes e também produtores de textos coesos e eficazes (BRASIL, 1997, p. 47). Entende-se por escritores competentes aqueles que são capazes de selecionar o gênero a ser utilizado tendo em vista sua necessidade discursiva. A produção textual aliada à leitura, como apontado acima, é uma das atividades principais para desenvolver a expressão escrita dos alunos nas aulas de língua materna. O ensino da escrita, mesmo que visto de forma equivocada por grande parte dos professores, percorre ou deveria percorrer todo o período escolar do estudante, a começar pelas séries iniciais. Após os alunos entenderem e reconhecerem a grafia, o alfabeto e associar símbolos a sons e significados temos, desta forma, o ensino da escrita visto a partir da produção textual. Considerar o texto, como propõe Beaugrande e Dressler (1997), um evento comunicativo no qual convergem ações de natureza linguística, cognitiva e social, e fundamentarmos um trabalho de escrita e reescrita na teoria da Linguística

Textual (ADAM, 2008), significa propor aos alunos a oportunidade da construção de textos bem redigidos, no que se refere a contemplar todos os fatores de textualidade, especialmente a coesão e coerência, além da apropriação dos recursos e convenções da escrita, em um processo de construção desses conhecimentos, por meio da vivência da produção, revisão e refacção de textos. Esse trabalho possibilitará aos alunos desenvolverem progressivamente a habilidade de produzir e revisar seus próprios trabalhos em todos os aspectos necessários, até que sua produção escrita esteja, pelo menos, minimamente satisfatória. Paralelo a isso, percebe-se a dificuldade dos professores de Português de concentrar sua interferência pedagógica e seu trabalho docente nas aulas de leitura e produção de textos, em especial nos textos argumentativos. Isso é compreensível, uma vez que a realização de um trabalho dessa natureza exige do próprio professor competência e habilidade de um leitor/escritor em constante exercício, que saiba empregar adequadamente os recursos da língua, mas também seja capaz de assumir posições e defender consistentemente seus pontos de vista sobre os temas. Entretanto, sabe-se que o Brasil não é um país de leitores, nem de produtores de texto. Assim, o trabalho com a reescrita tem sido proposto no país, desde a década de 1990, devido a algumas discussões que têm crescido no contexto escolar de todo Brasil, no que se refere ao fato de o estudante/produtor de textos de ensino médio ter extrema dificuldade para escrever. Na maioria das vezes, esse aluno (re)produz em sua escrita diversas frases de senso comum, clichês ou copia trechos de textos lidos anteriormente — o que leva também ao aumento da prática de plágio no ensino médio. Segundo os PCN: A refacção faz parte do processo de escrita [ela] é a profunda reestruturação do texto (...) os procedimentos de refacção começam de maneira externa, pela mediação do professor que elabora os instrumentos e organiza as atividades que permitem aos alunos sair do complexo (o texto), ir ao simples (questões a serem estudadas) e retornar ao complexo (...). Por meio dessas práticas mediadas, os alunos se apropriam das habilidades necessárias à autocorreção (BRASIL, 1988, p. 77-78).

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A partir da reescrita textual, o professor pode atuar como um mediador entre texto e o aluno. Através desta intervenção, o professor pode fazer apontamento através de um bilhete no final de seu texto em que o aluno poderá refletir sobre seu próprio texto e seus próprios desvios. Este trabalho permite o amadurecimento do produtor do texto, fazendo com que este reconheça que a reescrita é uma intervenção pedagógica que poderá auxiliá-lo na construção de textos coerentes e coesos. O estudante que reescreve o texto consegue ver sua própria escrita como um trabalho que exige esforço.

algumas turmas da Escola Estadual Professor Chaves, onde desenvolvemos nossas atividades do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Nessas primeiras oficinas, tínhamos como ideia inicial trabalhar apenas alguma forma de desenvolver com os alunos suas competências e habilidades para produções textuais, aliado às necessidades da professora em ensinar os gêneros textuais e as inúmeras dificuldades dos alunos em produção textual, revelada na avaliação diagnóstica que realizamos. Essa diagnose foi realizada a partir de uma proposta de redação que fizemos aos alunos.

Cabe, ainda, explicitar sobre qual conceito de reescrita que iremos nos atentar para intervir pedagogicamente no texto do aluno. Considerase, aqui, a reescrita como uma atividade contínua realizada pelo professor e o aluno. Para isso, parte-se da leitura da primeira versão do texto escrito para realizar um trabalho de reflexão interativa sobre o texto do discente. Atentar-se-á a aspectos interno e externo, bem como, a variedade padrão da língua que produzirá, consequentemente, a escrita de uma nova versão do texto.

Depois que eles escreveram, nós recolhemos os textos deles e os analisamos. Como as lacunas em relação à escrita e à tessitura de textos eram muitas, selecionamos alguns dos principais problemas e dificuldades para, em seguida, propor atividades em que os alunos teriam que escrever e, depois rever seus textos, para reescrevê-los. Além disso, elaboramos e propusemos atividades que visavam fazer com que os alunos prestassem atenção aos desvios em relação à norma culta e às convenções da escrita e, ainda, que os corrigissem.

Por mais eficazes e criativas que sejam as metodologias e as abordagens que estão sendo utilizadas nas aulas de Redação, sabe-se, por experiência, que tais práticas não têm sido produtivas, em grande maioria, no sentido de fazer com que o estudante/produtor de textos alcance essa proficiência almejada na escrita. Portanto, reitera-se a importância da reescrita, que tem se revelado uma boa alternativa no ensino aprendizagem da produção de textos, afinal esse processo assume, na escola, um espaço privilegiado, visto que permite ao professor ofertar possibilidades diferenciadas para o estudante refletir sobre a sua própria produção, por meio do exercício da escrita e refacção de seus próprios textos. Assim, a ausência de atividades que oportunizem, ao aluno, esse trabalho com a reescrita, os altos índices de trechos copiados de outros textos e os problemas graves em relação ao emprego das convenções da escrita, justificam o objetivo deste trabalho.

Desta vez, procedeu-se da mesma forma, mas acrescentou-se uma atividade sugerida por Ruiz (2003), segundo a qual as correções são feitas de forma textual- interativa, por meio de bilhetes escritos na própria folha em que o aluno produziu seu texto, os quais, além de apontar problemas e sugerir a sua resolução, incentivam e encorajam os alunos para o processo de reescrita o qual Ruiz propôs em seu livro Como corrigir redação na escola (2003). Esses bilhetes, assim, podem constituir um espaço para o elogio, para cobrar do aluno algum aspecto mais global do seu texto, dentre outros. Segundo Ruiz (2010), utilizando-se dessa estratégia:

METODOLOGIA A ideia do trabalho com a reescrita surgiu devido a uma oficina que já realizávamos em

O professor toma como objeto de discurso de sua correção não mais o modo de dizer do aluno [...], mas também o dizer desse aluno, ou a atitude comportamental (não verbal) desse aluno refletida pelo seu dizer (ou seu não dizer), a propósito da correção do professor; ou, ainda, a própria tarefa interventiva que ele mesmo, professor, está realizando no momento (RUIZ, 2010, p. 56-57).

Realizou-se, também, encontro com os alunos, além do horário das oficinas, para dar-

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lhes atendimento individual ou em pequenos grupos, para esclarecer todas as dúvidas que forem surgindo, especialmente em relação às orientações que lhes dermos e dos questionamentos que lhes fizermos em termos do emprego inadequado de alguma forma linguística, da indicação de trechos incoerentes em seus trechos, por meio dos bilhetes que lhes escrevermos, ao analisar as suas redações.

RESULTADOS Como resultado, constatou-se, integralmente, a necessidade do professor desempenhar a função mediadora desencadeando, desta forma, ações pedagógicas interativas com produtividade. Na oficina, podemos constar grandes lacunas no texto dos alunos que participaram. Após as primeiras produções, separaram-se alguns minutos de cada aula para comentarmos, de forma geral, sobre os desvios mais recorrentes dos alunos. Com o andamento da oficina, tivemos resultados satisfatórios, uma vez que a maioria dos discentes envolveu-se nos processos de rescrita e reescrita passando a refletir sobre a construção de seu próprio texto. Ainda, conscientizou-se que o trabalho com a produção textual é contínuo e exige mais prática do que inspiração. Destacamos, ainda, que o fato de trabalharmos com orientações individuais e com bilhetes interativos no fim do texto dos alunos como propõe Ruiz (2010), contribuiu para que os alunos nos procurassem com finalidade de encontrar, desta forma, direcionamentos para melhorias necessárias para suas futuras produções. Embora tivessem resultados positivos, sabe-se, por experiência, que ainda existem muitos desafios a serem superados, visto que grande parte dos alunos possuem grandes desvios no processo de reescrita. A partir desses desvios, notamos, no contexto escolar, textos imaturos e improvisados. Discute-se, ainda, a necessidade do trabalho com leitura para, junto com o processo de reescrita, enriquece o conhecimento prévio dos alunos.

tal forma que ele passe a ver, no seu trabalho, o que antes não via. Esse processo de construção e reconstrução respeita o caráter processual da produção textual, deslocando o foco do ensino de língua materna de um trabalho com a nomenclatura, com as formas da norma culta, para um trabalho que pretende desenvolver a competência discursiva do aluno, apontando-lhe as inadequações de seu texto, para que ele se aproprie das formas e convenções da escrita. Mas o processo de reescrita leva o aluno para muito além disso, pois, a reescrita não pode se limitar ao trabalho de retirada de impurezas do texto. Trata-se, assim, de um recurso que possibilita o desenvolvimento das habilidades de construção de textos, levando-se em conta todos os fatores de textualidade. Apesar de ter sido um trabalho de curta duração, já sentimos o entusiasmo dos alunos, por estarem experimentando um processo diferente daqueles aos quais estavam acostumados e que faz com que reflitam acerca do que escreveram, façam uma avaliação e procedam à reestruturação de seu texto, em todos os aspectos que se fizerem necessários, sempre sob a orientação do professor. Por fim, a nossa experiência foi boa e proveitosa, desta forma temos certeza de que estamos no caminho certo e que nosso trabalho poderá contribuir muito com o desenvolvimento da competência em produção de textos dos alunos da escola em que desenvolvemos nossas atividades do PIBID/UFTM, além de nos possibilitar a vivência de estratégias metodológicas inovadoras que de fato promovam os alunos.

REFERÊNCIAS BIBLIORÁFICAS ADAM, J. M. A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos. São Paulo: Cortez, 2008. BEAUGRANDE, R. de; DRESSLER, W. U. Introducción a la linguística del texto. Barcelona: Ariel, 1997.

CONCLUSÃO

RUIZ, E. M. S. D. Como se corrige redação na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2001.

A reescritura textual na escola faz com que o aluno dialogue com o seu próprio texto, de

GERALDI, J.W. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

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CITELLI, B. (org.) Aprender e ensinar com textos de alunos. São Paulo: Cortez, 1997, p. 17-24. BRASIL, SEF. Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa - 1º e 2º ciclos. Brasília: SEF, 1997. BRASIL, SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa - 5ª a 8ª série. Brasília: SEF, 1998.

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