ESPAÇO RURAL, ORGANIZAÇÃO PRODUTIVA E INOVAÇÃO: O CASO DO CULTIVO DO CUITLACOCHE (Ustilago maydis) EM TLAXCALA, MÉXICO

June 29, 2017 | Autor: R. Meiners Mandujano | Categoria: Geography, Agrarian geography
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ESPAÇO RURAL, ORGANIZAÇÃO PRODUTIVA E INOVAÇÃO: O CASO DO CULTIVO DO CUITLACOCHE (Ustilago maydis) EM TLAXCALA, MÉXICO ESPACIO RURAL, ORGANIZACIÓN PRODUCTIVA E INNOVACIÓN: EL CASO DEL CULTIVO DE CUITLACOCHE (Ustilago maydis) EN TLAXCALA, MÉXICO Meiners, R Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) [email protected] Alves, V. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) [email protected] Torres, G Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) [email protected]

RESUMO: Os consórcios agrícolas multinacionais se mantêm como os grupos com maiores apoios políticos e econômicos, sendo os principais causadores de danos ambientais e sociais nos territórios locais camponeses. Os campesinos e organizações locais geralmente possuem manifestações do chamado saber fazer, utilizado para reproduzir seu sistema produtivo tradicional, através de mecanismos organizativos de cooperação e solidariedade entre os membros. Neste caso estuda-se as organizações Ecoagricultores-tecnoagricultores del Sur na cidade de San Miguel Xochitecatitla, Estado de Tlaxcala, México. Os resultados mostram presencia de cooperação e inovação, alem de se vincular com universidades. Mas não mantém nexos com os movimentos sociais. Eles procuram aceder num futuro na grande produção agrícola (aquirida nos EUA e Canadá) de cuitlacoche, baseados na modernização e crescimento econômico no campo, achando a pequena produção como uma limitante para sua organização. Palavras chave: Organizações locais, território, cuitlacoche, milho, sustentabilidade, inovação.

RESUMEN: Los consorcios agrícolas multinacionales se mantienen como los grupos con mayores apoyos económicos y políticos, siendo los principales causantes de daños ambientales e sociales en los territorios locales campesinos. Los campesinos e organizaciones locales generalmente poseen el llamado saber hacer, utilizado para reproducir su sistema productivo tradicional, por medio de mecanismos organizativos de cooperación y solidaridad entre sus miembros. En este caso se estudia a las organizaciones Ecoagricultores-tecnoagricultores del Sur en la ciudad de San Miguel Xochitecatitla, Estado de Tlaxcala, México. Los resultados muestran presencia de cooperación e innovación, además de vincularse con universidades. Pero no mantienen nexos con movimientos sociales. Ellos procuran acceder en un futuro en la grande producción agrícola (vivida en los EUA y Canadá) de cuitlacoche, basados en la modernización e crecimiento económico, pensando que la pequeña producción es una limitante para su organización local. Palabras clave: Organizaciones locales, territorio, producción cuitlacoche, maíz, sustentabilidad, innovación.

OBJETO DE ANÁLISE Produção de cuitlacoche (cogumelo parasita do milho) em estufa, alimento identitário produzido pelas organizações locais Ecoagricultores e Tecnoagricultores del Sur, de San Miguel Xochitecatitla, Estado de Tlaxcala, México. OBJETIVO Estudar a dinâmica organizacional da produção do cogumelo cuitlacoche cultivado em estufa pelas organizações locais: Ecoagricultores e Tecnoagricultores del Sur, de San Miguel Xochitecatitla, Estado de Tlaxcala, México.

REFERENCIAL TEÓRICO As bases teóricas da pesquisa estão fundamentadas na Geografia em relação à territorialidade, espaço rural local, migração e sua interlocução com os conceitos de produto identitário, defesa do território, cultura e alimentação, vinculados à importância cultural do cogumelo de cuitlacoche e do milho (planta onde se desenvolve o cogumelo como parasita) nas pequenas organizações locais do México. Neste caso, da organização de produtores locais de cuitlacoche no Estado de Tlaxcala, México. Nos países chamados em desenvolvimento, como o caso do México, a liberação do mercado agrícola no contexto da globalização econômica se converteu no eixo das políticas aplicadas à agricultura mediante a chamada “modernização do campo”, caracterizada pela busca no aumento da produtividade no mercado dos alimentos agrícolas, sobretudo depois da segunda metade do século XX, com o objetivo de “terminar com a fome”, mas conservando as estruturas capitalistas estabelecidas e enraizando nas profundas desigualdades e os privilégios das grandes corporações alimentares do mundo e o fomento dos monocultivos. Esta tendência materializou-se ao adotar pacotes tecnológicos de grande produção agrícola (maquinários, agroquímicos, insumos hídricos e capacitação técnica e em agronegócios) de forma acelerada e gradualmente nos territórios no modelo de produção a nível mundial denominada revolução verde, trazendo evidentes mudanças sócio-ambientais e culturais de forma importante e em muitos dos casos devastadores. No caso dos Organismos Geneticamente Modificados - OGM´s e os transgênicos pode-se falar em termos de uma segunda revolução verde ou também chamada de revolução dos genes, que pode trazer graves estragos ambientais devido à perda acelerada de cultivos de variedades nativas que podem conservar os pacotes genéticos naturais das espécies e variedades de espécies em seus

territórios locais em termos agro-ecossistêmicos e culturais. Diferenciando-se claramente dois grandes grupos agrícolas, por um lado, os consórcios agroindustriais tanto nacionais como estrangeiros e, por outro, os campesinos, agricultores familiares, comunidades agro-extrativistas (CHAPELL, 2009; ALTIERI, 1998; HERNANDEZ, 1998; TOLEDO, 1990). A economia camponesa é muito afetada nesse processo “modernizador” da agricultura, enquanto os consórcios agrícolas se mantêm como os grupos com maiores ganâncias, apoios políticos e econômicos, ainda que sejam os principais causadores de danos ambientais e sociais nos territórios locais. O papel da agricultura familiar e camponesa, em geral, segundo a Organização Mundial das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação – FAO representa uma estratégia muito importante para fazer frente às problemáticas derivadas da acumulação do capital e a pobreza (FAO 2010; CHAPELL, 2009; MALAFAIA, 2009; SALAS, 2006; REQUIERDESJARDINS, 2004; REYES, 2005; ORTEGA, 2000; ALTIERI, 2000; DÍAZ-BAUTISTA, 2000; HERNANDEZ, 1998; TOLEDO, 1990). Entretanto, os produtores locais familiares podem se converter em empresas agrícolas com perspectivas de acumulação de capital, onde as grandes multinacionais podem determinar as condições em que se desenvolverão empresas locais, que incidem sobre o equilíbrio, evolução, construção e configuração desses espaços locais. As praticas dos agentes de ordem global têm uma decisiva incidência nas produções do espaço, com suas deliberações sobre inversões, técnicas, ações jurídicas, manifestações culturais e inovações científicas. Procurando a busca de laços diretos aos lugares para poder desenvolver suas atividades econômicas em diferentes escalas do território. Neto (2008, pag. 79) menciona um exemplo pontual, o mercado de produção orgânica nas cidades como “um conjunto de técnicas „alternativas‟ as técnicas convencionais originárias da revolução verde, sendo que pouco se diferenciam da produção convencional, em termos de disputa por mercados consumidores para seus produtos, estejam estes mercados, ou nichos, onde estiverem desde que remunerem da melhor forma possível seus fornecedores” (MANZANAL, 2006; SANTOS, 2002; ORTEGA, 2000). A característica do meio local em alguns territórios como no centro de México podem-se olhar diferentes manifestações do chamado saber fazer produtivo local e regional, assim como, as características variáveis das vantagens de localização, herança cultural e peculiaridades que se expressam uma grande diversidade de alimentos. Os mecanismos organizativos e o saber fazer podem ser utilizados para defender um sistema produtivo tradicional, os seus recursos, território e a cultura. Estruturam-se mecanismos organizativos de cooperação e solidariedade entre os membros e participantes, as técnicas necessárias para planificar os seus sistemas produtivos, incluindo as

relacionadas ao meio ambiente. Estas são ações que se potencializam com organizações produtivas sólidas participativas e abertas às inovações. Atividades que buscam melhorar e diversificar seus ingressos econômicos e ao mesmo tempo defender seu território e cultura. Uma dessas estratégias fundamenta-se em manter e fomentar os traços identitários que os produtos nativos têm com o seu território e os elementos de influência na construção do espaço rural, sendo possível planejar sistemas agrícolas sustentáveis ou agroecológicos de acordo as características próprias dos sistemas locais de produção. Não considerar a força produtiva do campo gerada pelo pequeno agricultor pode trazer grandes repercussões ainda maiores que as observadas na relação da perda de soberania alimentar e o aumento dos preços dos alimentos, tomando em consideração as eventuais e cada vez mais intensas crises econômicas globais, como a ocorrida nos anos 2008 e 2009. Pelo que é urgente que os agentes organizados em escala local atuem de forma decisiva para defender o território e seus recursos. O meio acadêmico e institucional pode ajudar na formação de vínculos com os produtores locais, realizando estudos com informações e análises sobre o funcionamento dos atores do meio rural. Nesse sentido, os programas de produção local com características de preservação da diversidade genética, cultural e o cuidado do meio ambiente são prioritários no contexto de desigualdade social, pobreza e marginação. Tlaxcala, que em idioma náhuatl (dos astecas e populações periféricas ao grande império asteca) significa “local de tortillas” “Tlaxcal-lan” de tlaxcalli, tortillas e, -lan por –tlan, terra. Sendo a tortilla o principal produto derivado do milho no México (Montemayor, 2007, pag.69) é um dos Estados do México com maior superfície de erosão de solo da república mexicana. Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Informática do México - INEGI, o 90.7% do território de Tlaxcala está em grau de deterioro ambiental entre meio e forte. Somente conserva 17% de sua vegetação natural. A falta de precipitação pluvial (com médias de 500 a 600 mm no norte e 900 mm no sul) (ESPEJEL, 2004). O problema ambiental não impede que exista a oportunidade de comercialização de cuitlacoche a partir da demanda de um mercado que se encontra em busca do produto, além de um consumo de magnitudes consideráveis a nível regional, nacional e internacional. Podendo contribuir para o cuidado e preservação do ambiente. O milho (Zea mais) é a planta através da qual o cogumelo “parasita” cuitlacoche se desenvolve. É considerado como a “praga” mais importante e recorrente nos plantios de milho no mundo e considerado como um problema a combater por carecer a cultura de seu consumo como alimento.

A identidade de todos os povos antigos ameríndios o milho está presente através da cultura identitária, religiosa, simbólica e alimentar. Alguns trabalhos científicos destacados dos territórios rurais de México (além do conhecimento da população rural nativa mexicana), como por exemplo, o trabalho de Efraim Hernandez Xolocotzin (natural de Tlaxcala) foi possível conservar os conhecimentos das espécies mexicanas de milho e em outras regiões da América Latina, recopilando informações no saber histórico, assim como, as diferenças e características das variedades de milho, onde o cuitlacoche é estudado também na possível presença ou não nas diferentes variedades de milho (HERNANDEZ, 1998). Recentes estudos realizados por Valdez et al (2009, p. 9) demonstram as diferenças nos cultivos e “infecções do cogumelo” encontrando que a espécie nativa chamada de San Juan Xidoo, Criollo de la Cuadrilla e Corina na região do chamado Bajío (Estados de Guanajuato e Jalisco) que apresentaram maior índice de infecção que os outros milhos híbridos. O milho em Tlaxcala apresenta grande diversidade de variedades como: o milho vermelho, azul, branco, cacahuatzintle, campeón, chalqueño, arrocillo, ocho carreras ou inclusive o milho palomero (pipoca) e em menor proporção o Zucuyul, de cor roxa e amarela e, também, distintas variedades de milhos híbridos. Em Tlaxcala o milho cacahuazintle oferece o melhor índice de infecção de cuitlacoche. No que diz respeito à colheita ancestral do cogumelo para seu consumo é parte de uma conformação e uma dinâmica social particular, que acompanha de forma interdependente na tendência de consumo de milhos nativos e cuitlacoche em Tlaxcala. O território está dirigido pelas relações sociais concreta e abstratamente, relações de poder e dominação, o que implica a cristalização de uma territorialidade o de territorialidades no espaço a partir das atividades cotidianas. Acentua-se que na construção de malhas, nodos e redes, delimitando campos de ações, de poder, nas práticas espaciais que constroem o território. Tlaxcala é um caso muito interessante e especial, inclusive levando á proteção de seu cultivo nas leis estatais, conseguido pelos movimentos sociais e organizações agroecológicas. Considerado um triunfo que tem que se cuidar ser cumprido e aplicado nas partes aplicativas de fomentar o consumo de milhos nativos (Lei Agrícola de Fomento e Proteção ao Milho como Patrimônio Originário, em Diversificação Constante e Alimentar, para o Estado de Tlaxcala), agora lutando pela proibição total dos cultivos transgênicos. Triunfo dos movimentos sócias do Tlaxcala, principalmente do Grupo Chamado Vicente Guerrero (PERIÓDICO OFICIAL DEL ESTADO DE TLAXCALA, 2011; SAQUET e SPOSITO, 2008). Por outra parte no estado de Tlaxcala tem alguns interessantes vestígios arqueológicos que tem um valor cultural, simbólico e alimentar do milho na região. Por exemplo, as

pirâmides da zona arqueológica de Cacaxtla e Xochitecatl (a localidade de San Miguel Xochitecatitla se localiza ao pé da ladeira desta zona) apresentam-se simbolismos relacionados aos temporais de chuvas, de secas e guerras que estes povos de origem Olmecas-Xicalancas davam ao milho em sua relação astrológica com o planeta Venus, a constelação de escorpião, as temporadas de chuvas a lua representada nos esplêndidos murais conservados (INAH, 2007; SPRAJC, 1993). No caso do cuitlacoche também chamado de “trufa mexicana” o “caviar asteca” os astecas tinham apreço no consumo e davam significado da palavra em nahuatl de cuitlacoche como "excremento ou suciedade que dorme dos dioses" (Cruz-Ramirez, et al, 2006, pág. 41) Ou Cuitlacochi. De cuítlatl, excremento, suciedad ou excrecencia, e cochi, dormir, que adormeceu (Montemayor, 2007, pag. 69). Essas características culturais são positivas para programar o Turismo Agroecológico e Arqueológico que não são explorados para o desenvolvimento de programas que possam divulgar sua importância nutricional e gastronômica da região tlaxcalteca. Ainda que se mantenham manifestações locais que resistem com valores muito arraigados ao território e a manutenção da cultura alimentar e as costumas de organização produtiva local e regional, o que se pode mencionar como uma territorialidade já expressa. A qualidade dada no espaço local ao cuitlacoche como alimento para consumo humano está baseada em parâmetros locais que identificam e privilegiam certas características como a apresentação do produto, cor, forma, sabor e tamanho; já que nacional e regionalmente se vincula a qualidade e o sabor a processos tradicionais. Incluso em algumas das vezes a apresentação do produto se prefere com a presença da mazorca (sabugo), pois quando o produto está empacotado causa certa desconfiança e não é comercializado com tanta facilidade pelos consumidores e intermediários a escala local. O que no exclui que o produto empacotado é bem-vindo e recebido para um consumo urbano no México e para exportação. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Efetuou-se uma pesquisa de campo em Tlaxcala, México, analisando-se também os dados obtidos graças ao Programa Pilo de Produção de cuitlacoche- PPPC, mas como foco especial a cidade de San Miguel Xochitecatitla utilizando como estudo de caso as organizações Ecoagricultores del Sur - Tecnoagricultores del Sur. Como instrumentos de análises foram entrevistados os principais membros das organizações por meio das entrevistas semi-estruturadas e anotações de campo, além das observações durante três meses de acompanhamento nos processos técnicos de produção do cuitlacoche.

Utilizam-se também dados secundários obtidos dos órgãos responsáveis por divulgar conteúdos de produção agrícola e índices sociais que foram caracterizados em alguns mapas temáticos da delimitação da zona de estudo, o Grau de Marginação assim como a proximidade com as Zonas Metropolitanas da Cidade do México e Puebla como um referente de produção a dois grandes centros urbanos como a cidade de Puebla e a Cidade do México. Realizou-se uma análise dos resultados obtidos e se propõem algumas possíveis ações e articulações que os produtores e propostas generais como contribuição as ciências relacionadas com o meio rural especialmente em América latina e o chamado “terceiro mundo”, assim como uma descrição das oportunidades, qualidades e o que podem considerar como alguns tópicos para futuros trabalhos. RESULTADOS Graças à dependência estatal chamada Sistema Estatal de Promocao do Emprego e Desenvolvimento Local do estado de Tlaxcala- SEPUEDE, e ao trabalho de seu pessoal enfocado a comunidades locais dedicadas a agricultura, se levou a cavo a implantação e assessoria técnica a pequenos produtores em localidades do Plano Piloto de Produção de Cuitlacoche- PPPC, obtiveram-se os seguintes dados que se apontam a continuação (quadro 1), tomando em consideradas em situação de pobreza e marginação no estado de Tlaxcala, por meio de uma opção produtiva pelos baixos custos dos insumos

QUADRO 1. PRODUÇÃO DE CUITLACOCHE EM TLAXCALA (2009)

MUNÍCIPIO

Ranchería de Torres

Huamantla

Claudia Arely Leal García

257.25

5,145.00

Ranchería de Torres

Huamantla

Eulogio Ortega

168

3,360.00

Mesa Redonda

Altzayanca

Isidro Alanis

255

5,100.00

Tecopilco

Altzayanca

Hilda Cerón

96.75

1,935.00

Tecopilco

Altzayanca

Dolores Romero

90

1,800.00

San José Buena Vista

Altzayanca

María Julia Rodriguez

27.75

555.00

Xaltitla

Altzayanca

Águeda Gómez

159

3,180.00

Concepción Hidalgo

Altzayanca

Nelly Hernandez

36

720.00

San José de la Laguna

Lázaro Cárdenas

Baltasr Vasques

366

7,320.00

Produção (em kg)

DEL SUR

120

2,400.00

TOTAL

1575.75

31,515.00

mexicanos)

ECOAGRICULTRES

San Miguel* Xochitecatitla

NOME DO PRODUTOR

Ganância (pesos

LOCALIDADE

Nativitas

* Os dados de Ecoagricultores del Sur foram colhidos em campo.

O número de produtores e as dificuldades encontradas nas localidades onde se programou o projeto, tem tido boas experiências, mas não se pode falar de uma grande concentração produtiva de cuitlacoche, entre outras coisas pelos caminhos e acessos ruins e pouca

infra-estrutura na região, relacionados também a falta de apoios e a marginação econômica das localidades em onde localizam a maioria das comunidades. Tlaxcala é um Estado rodeado geograficamente em seus limites políticoadministrativos ao sul pelo Estado de Puebla e ao ocidente com o Estado de México, muito próximo á Cidade do México num continuo urbano metropolitano entre o Estado de México e a Cidade do México; Os municípios são apoiados na assessoria técnica e na compra do inoculo, assim como os microcréditos outorgados para as estufas instaladas. Tem-se uma concentração de produtores no Município de Altazayanca com seis produtores (mapa 1), devido a que são os produtores com maior prioridade pelo SEPUEDE por seu alto grau de marginalidade. No caso da localidade de San Miguel Xochitecatitla, se produz de maneira mais independente, não mostrando tanta dependência para seus projetos planejados, só recebendo o inoculo e um crédito para uma de suas estufas (tendo agora três no total), apoiados com um crédito pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação- SAGARPA. As organizações encontram-se legalmente constituídas como micro-empresas chamadas Ecoagricultores del Sur e Tecnoagricultores del Sur, tipo de organização local ausente nas demais produções de cuitlacoche. As demais localidades não são comunidades organizadas em grupos sociais e tampouco existem movimentos sociais nessas zonas, alem de não ter os vantagens de infra-estrutura, por exemplo, criadas e já existentes em San Miguel Xochitecatitla.

Mapa1. Modificado de Consejo Nacional de Población-CONAPO, México, 2005.

PRODUÇÃO DE CUITLACOCHE EM SAN MIGUEL XOCHITECATITLA Os resultados da produção obtida pelos distintos proprietários das estufas variam de acordo aos cuidados dos cultivos (temperatura, umidade, etc.) e técnicas das inoculações, principalmente, já que as estufas são do mesmo tamanho. Mas no caso de Ecoagricultores del SurTecnoagricultores del Sur (originários e residentes da cidade San Miguel Xochitecatitla), os resultados desse ano foram muito menores aos esperados por diversas causas explicadas mais diante. Tais quantidades também poderão servir de referência para futuros trabalhos com esse sistema produtivo, ampliar os dados disponíveis e contribuir a sua difusão.

Quadro 1. Principais produtores entrevistados da organização seu rol e sua relação.

Membro P1

Rol

Relação

Membro histórico da organização. Principal incentivador para a capacitação

Pai

de

P2,

sua

acadêmica de P2 e funcionário atual da empresa Tecnoagricultores.

esposa colabora em suas atividades e nas finanças.

P2

Filho de P1, fundador junto com P1 da organização. Possui duas graduações

Filho de P1 e amigo

universitárias

da infância de P3 e

(Engenheira

civil

e

Matemáticas).

Líder

da

empresa

Tecnoagricultores, e principal motor em propostas e inovações na empresa.

P4.

Também é membro ativo em Ecoagricultores. Realizou muita das provas e idéias com respeito ao cuitlacoche. P3

Camponês e funcionário, membro ativo de Ecoagricultores e líder da mesma. Ele

Amigo

desde

não participa em Tecnoagricultores, mas é beneficiado com preços preferenciais e

infância de P2 y P4.

a

tecnologia. P4

Engenheiro em Metalurgia. Funcionário ativo em Tecnoagricultores e supervisor

Amigo

desde

de Ecoagricultores, encarregado das questões de materiais e insumos.

infância de P2 y P3.

a

As empresas estão localizadas na cidade de San Miguel Xochitecatitla que tem vias de comunicação de fácil acesso e infra-estrutura adequada, com abastecimento de energia elétrica, sistema de água encanada e saneamento básico. Sua população residente é de 1978 habitantes, localizada a 103 km ao oriente da capital do México. Para acessar na cidade de San Miguel Xochitecatitla toma-se ao oriente da Cidade do México a estrada sobre concessão México-Puebla, a qual pelo comum esta em boas condições mais com algumas enchentes no Valle de Chalco (Estado de México) e o intenso tráfico automobilístico que dificultam o acesso nas entradas na Zona Metropolitana da Cidade do México, com uma proximidade ainda maior com a Cidade de Puebla a 30 km de distancia de San Miguel Xoxhitecatitla pela mesma rodovia (Mapa 2).

LOCALIZAÇÃO DO ESTUDO

³# #

San Miguel Xochitecatitla Localidades do Municipio de Altzayanca Cidade do México

## # ## #

Cidade de Puebla Cidade de San Martín Texmelucan Rodovias

³ #

Rodovia México-Puebla Poligonos Urbanos Bosques

40

0

40

80 Kilometros

Mapa 2. Elaborado a partir de capas de informação disponíveis pelo Instituto Nacional de Estadística Geografia e Informática-INEGI.

A relação geográfica tanto por proximidade como pelos benefícios de acordo aos possíveis volumeis de venta e as relações comerciais são maiores com os grandes e meios centros urbanos, mostrando relação comercial com San Martín Texmelucan, Puebla; Cidade de Puebla e a Cidade do México, que em comparação as cidades maiores de Tlaxcala, como Apizaco o a Cidade de Tlaxcala (capital do estado), por exemplo, onde os preços alcançados de venda não são tão atrativos para os produtores, optando comercializar-lhos em outros pontos de venda importantes, como a Central de Abastos da Cidade de Puebla- CEDAP e a Central de Abastos da Cidade do MéxicoCEDACM, principalmente. Nesta última os produtores são comerciantes de hortaliças produzidas em San Miguel Xochitecatitla e vendidas nesse grande centro de distribuição da Cidade do México. Sobre tudo graças a participação de P1 onde estão organizados na comercializadora de “Xochitecatitla” com dois locais: "Produtores de San Miguel Xoxhitecaitla" e "Sociedad de

Solidaridad Social de Xoxhitecatila"1. P1 é o encarregado das relaciones econômico-comerciais de esses espaços dentro das comercializadoras e com os outros proprietários de locais dessas duas bodegas. Nessas bodegas os produtores vão a CEDA da Cidade do México a vender seus produtos agrícolas, e também trabalhar temporalmente. Alguns dos proprietários de outros espaços dentro das bodegas migraram a esse grande centro urbano para radicar definitivamente, mas sim perder os vínculos com San Miguel Xochitecatitla. P2 e P4 começaram trabalhando nesses locais faz 15 anos, deixando essas tarefas unicamente na manutenção dos espaços e como fonte extra de ganância além de poder comercializar seus próprios produtos nesses espaços.

LOCALIZAÇÃO DO ESTUDO

LEGENDA

Cidade do México Tlaxcala Poligonos Ejidales Município de Nativitas San Miguel Xochitecatitla Zona Arqueológica

6 0 6 1218 Km

Mapa 3. Elaborado a partir de dados de Instituto Nacional de Estadística Geografia e Informática-INEGI.

As empresas chamadas Ecoagriculotores del Sur e Tecnoagricultores del Sur, são denominadas como “empresas irmãs” por serem interdependentes, mas mantêm características produtivas próprias. Ecoagricultores produzem cuitlacoche e outros produtos agrícolas e P1 possui dois espaços um em cada bodega, sendo originários todos os donos dos espaços de San Miguel Xochitecatitla, a produção de cuitlacoche, também pode convertesse num produto importante para poder comercializar nas bodegas, procurando-se produzir em maior quantidade. 1

Tecnoagricultores são responsáveis pela construção de estufas e inovação tecnológica, sendo que alguns dos funcionários têm participação nas duas empresas. Na organização EcoagricultoresTecnoagricultores mantém uma organização jerarquia, no que respeita aos títulos de propriedade e responsabilidade das empresas e as funções específicas dos membros, sócios principais e funcionários assim como a divisão do trabalho, principalmente. Mas a estrutura de organização e planejamento dos produtores das duas empresas no que se refere às resoluções e decisões sobre seus empreendimentos produtivos garante a participação de todos os seus membros, além de atribuir cada ação de acordo com os interesses individuais e coletivos dos membros. São feitas reuniões mensais e buscam resolver em grupo as problemáticas resultantes de seus empreendimentos produtivos. Os produtores em suas estratégias de organização procuraram aumentar a extensão de suas superfícies de cultivo, utilizado as distintas parcelas propriedade de cada produtor para poder acrescentar a superfície destinada às atividades produtivas, sobre tudo as estufas próprias, acrescentando a uma superfície total de um hectare aproximadamente. Os principais sócios da organização têm conseguido realizar estudos técnicos e profissionais e experiências como trabalhadores migrantes em busca de melhores salários nas atividades agrícolas nos Estados Unidos da América- EUA e Canadá, onde conheceram de perto a agricultura extensiva e a organização do mercado agroindustrial. Dentro das organizações incentiva-se o crescimento pessoal e acadêmico dos funcionários, em aulas com diversos enfoques, tais como: término de estudos básicos, computação e atividades culturais já que sabem de sua importância para o desenvolvimento dos funcionários e da empresa. A iniciativa de criar a organização foi de P1 e P2, pela necessidade de empreender os conhecimentos adquiridos na vida diária, nos estudos realizados no nível técnico e de licenciatura. Para o produtor P3, a necessidade de criar Tecnoagricultores surgiu pelo objetivo de não depender de empresas alheio aos produtores que venderiam a tecnologia de construção de estufas e tecnologias de rego, por exemplo, aproveitando sua inquietude por experimentar, a experiência adquirida no estrangeiro e nas instituições onde estudaram no México. Esta opinião é generalizada por todos os membros da organização, somando a necessidade de acessar aos créditos e apoios das instancias de governo que procuraram começar a realizar suas idéias. A primeira delas que se realizou faz dez anos foi uma pequena estufa onde P1 e P2 queriam ver o resultado do empreendimento de cultivar milho fora de temporada de chuvas encontrando bons resultados. Nesse caso não se buscou a participação de mais pessoas.

É muito positivo que a organização local incorporou em sua cotidianidade conceitos de cooperação, solidariedade e apoio entre os diversos integrantes, já que podem solidificar sua organização, não limitando o desenvolvimento pessoal e profissional dos integrantes que o desejam, alem de se vincular com outros atores que podem aportar alguns bens, serviços os conhecimentos para a organização. P2 consciente das dificuldades que tem passado para conseguir sua metas menciona que devem trabalhar para lograr seu objetivo, principalmente a experimentação, inovação, práticas, idéia e empreendimentos sejam ou não apoiados financeiramente. Pode-se mencionar também os nexos e redes de colaboração criadas com a Universidade Autônoma De Chapingo- UACh que por meio do convenio de participação com a Universidade Estatal de Ohio- UEO de Estados Unidos de América, cada ano leva estudantes de origem estadunidense (alguns filhos de mexicanos) de diversas disciplinas de suas respectivas graduações na localidade a conhecer as experiências de trabalho e produção local, para estudar como esses sistemas poderiam evitar a migração de população de origem mexicano; ou também o Projeto denominado: Sistemas Agroalimentares locais em México, capital social e instituições da Universidade Nacional Autônoma de México-UNAM, graças a qual foi possível este trabalho. No que diz respeito à rede de relações que as empresas estudadas estabelecem com o seu entorno local esta se mostrou estritamente comercial com outros produtores da região, não havendo parcerias com os serviços públicos e comunitários da cidade, ou com as organizações sociais e ambientais que atuem, por exemplo, em defesa dos interesses dos pequenos produtores e na conservação dos recursos naturais. Pelo que a possibilidade de criar redes locais de produção é menor já que mencionam que o produto é comprado localmente a preço menor, ainda que fossem compradores seguros. As técnicas de cultivo empregadas para a produção de cuitlacoche não são livres de químicos em sua totalidade, no entanto, os produtores estão tentando implantar os insumos orgânicos nos cultivos. Realizam esforços na limpeza dos corpos d‟águas superficiais (com tecnologia desenvolvida pela organização), já que na cidade passam corpos de águas superficiais poluídas que surgem do corredor industrial do Norte do Estado de Puebla. A contaminação da água é uma das maiores problemáticas ambientais existentes na localidade, o que levou a realizar inovações tecnológicas para a limpa dela. Atualmente seis indústrias comercializam cuitlacoche seja enlatado o liofilizado (desidratado a baixa temperatura), Herdez e Monte Blanco são as duas principais, mas grande parte se abastece da colheita espontânea do cogumelo em campos de cultivo do milho chamados de cuitlacocheros. É interessante também que o cuitlacoche a diferencia de outros cogumelos como o

champignhom (que solo é produzido com técnicas industriais), cresce de forma espontânea nos cultivos de milho a céu aberto, não podendo fixar um preço quando menos a nível local nas temporadas de colheita do cogumelo. Os produtores não tem podido pelas características incipientes de seu sistema de produção criar uma marca para o cuitlacoche produzido. Ante a possibilidade de um crescimento maior das marcas que atualmente comercializam em grande escala o cuitlacoche como Herdez e Monte Blanco, os produtores por um lado poderiam vender seu produto a estas marcas "como clientes seguros", mas estão conscientes das dinâmicas negativas que pode gerar como a geração e manutenção de monopólios e dependência comercial. O cuitlacoche como sistema de produção é olhado pelos produtores como um sistema em franco início, um produto com altas potencialidades, e no qual é necessário seguir trabalhando para lograr a produção desejada pelos produtores e promovendo o alimento livre de pesticidas (MARTINEZ et al, 2000). É importante mencionar que não tem dentro de seus objetivos organizacionais o incentivo e fomento da agricultura do tipo tradicional ou agroecológica na pequena propriedade, ou ainda, a vinculação aos mercados de comércio justo existentes no México e Latino-América. Os produtores buscam a inserção no grande mercado agroindustrial com o interesse de uma imagem de produtores com tecnologia limpa e livres de agroquímicos. Sua visão de crescimento está relacionada ao aumento da produção e a mecanização do campo adquirida principalmente nos Estados Unidos e Canadá. Dessa forma, os produtores familiares se organizam para conseguir incluírem-se nas dinâmicas dos mercados agroindustriais, mas utilizando propostas de manutenção da agricultura familiar e da identidade territorial. Nesse sentido a universidade e outros atores sociais poderiam funcionar como articuladores entre as organizações dos produtores familiares com a capacitação técnica, mas também no intercâmbio de idéias e propostas como um mecanismo potencializador de troca de conhecimento entre estas organizações e seus objetivos comuns, re-pensando o seu papel enquanto agricultores familiares no contexto dos objetivos das grandes corporações e o grande mercado alimentício. É importante ter em conta a visão dos produtores de cuitlacoche respeito ao lugar que ocupam e o lugar que gostariam de ocupar no mercado agrícola, a maioria deles formados academicamente já seja em nível técnico e profissional e com experiências de trabalho em EUA e Canadá, pelo que são abertos a inovação agrícola e organizativa na busca da mecanização e industrialização do campo mexicano, têm visto e comparado também as grandes diferencias, sobre

todo econômicas entre um país e outro e acreditam nas potencialidades do campo mexicano, uma das razoes pelas que regressaram ao país. Mas é evidente também que por outro lado não tem dentro de seus objetivos a opção de construção de um sistema local ou regional relacionado à agricultura de tipo tradicional e agroecológico. Eles aspiram crescer acedendo ao grande mercado agroindustrial e na grande competência, pelo que é importante analisar esses processos e comparar-lhos. Os produtores buscam cultivar com técnicas livres de agroquímicos, e mostram uma preocupação importante respeito ao cuidado do ambiente e os recursos naturais que possuem no território, assim como organizar ao pequeno produtor nas parcelas, mas a visão principal de crescimento está intimamente relacionada ao aumento da produção, a mecanização do campo e a organização coletiva, inclusive no que se referem à agricultura familiar comunal, os produtores olham como um obstáculo para o desenvolvimento da comunidade, privilegiando a visão empresarial. Os produtores estão muito mais interessados em distribuir o produto numa amplitude muito maior que uma local ou regional. Esse tema é de transcendental importância para discutir no que relaciona aos objetivos de sua organização, para poder transmitir de uma forma ou de outra, o que se acredita como os importantes aspectos positivos de este tipo de produção (agricultura camponesa) e valorizálos ou revaloriza-los.

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