Esporte e Arte como fonte de desenvolvimento e envolvimento social

May 18, 2017 | Autor: Plinio Garcia | Categoria: Urban Sociology, Arquitectura, Sports, Liberal arts, Arquitetura e Urbanismo, Esportes
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FACULDADE DE CIÊNCIAS GERENCIAIS DE MANHUAÇU

ESPORTE E ARTE COMO FONTE DE DESENVOLVIMENTO E ENVOLVIMENTO SOCIAL

Plinio André de Oliveira Garcia

Manhuaçu 2016

PLINIO ANDRÉ DE OLIVEIRA GARCIA

ESPORTE E ARTE COMO FONTE DE DESENVOLVIMENTO E ENVOLVIMENTO SOCIAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Superior de (Arquitetura e urbanismo) da Faculdade de Ciências Gerenciais de Manhuaçu, como requisito parcial à obtenção do título de (Bacharel) em (Arquitetura e Urbanismo).

Área de Concentração: Urbanismo Orientador(a): Tatiana Freitas

Manhuaçu 2016

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5 2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 6 2.1 Metodologia ....................................................................................................... 6 2.1.1 Caracterização da Investigação ................................................................... 6 2.1.2 Tipo de Pesquisa e Coleta de Dados........................................................... 6 2.2 Referencial Teórico ............................................................................................ 6 2.2.1 Sociologia da arte na opera ......................................................................... 6 2.2.2 Arte pela Arte ............................................................................................... 8 2.2.3 Sociologia do Esporte no Futebol ................................................................ 9 2.3 Estudo de caso ................................................................................................ 11 3. DISCUSSÃO DE RESULTADOS .......................................................................... 15 4. CONCLUSÃO........................................................................................................ 17 5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 18

Esporte e Arte como fonte de desenvolvimento e envolvimento social

RESUMO As artes e os esportes influenciaram o desenvolvimento das cidades desde os primórdios da historia humana; levando em conta os aspectos econômico, politico, social e urbanísticos, essas atividades podem ser utilizadas para regenerar e desenvolver áreas ou comunidades urbanas, esquecidas ou negligenciadas pelas politicas publicas. As artes sendo a maior ferramenta de expressão social; revela aspectos e criticas de fatos do cotidiano urbano e os esportes com seu papel integrador urbano, é capaz de unir pessoas de varias classes sociais, levantando uma única bandeira. Estas duas atividades humanas são responsáveis por gerar uma economia altamente sustentável e viável; em um mundo globalizado onde a televisão e a internet conecta o mundo inteiro, mais e mais pessoas são atraídas à frequentar e a participar de eventos esportivos e artísticos; as cidades do futuro devem ser capaz de prover e sustentar toda a infraestrutura urbana necessária para uma boa qualidade desses eventos.

Palavras-chave: Artes; Esportes; Sociologia Urbana; Arquitetura; Urbanismo.

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1. INTRODUÇÃO

Este artigo é uma investigação sobre como os Esportes e as Artes tem um papel importante no desenvolvimento e no envolvimento social da população nas cidades contemporâneas. As cidades brasileiras que são negligenciados pelas políticas públicas , sofrem com auto índice de criminalidade juvenil, como um Centro esportivo e um centro comunitário poderia regenerar essa parte da cidade, como essas atividades coletivas poderiam influenciar os jovens; Qual o impacto na cidade que um empreendimento assim poderia proporcionar. De acordo com (Barrow; Brown 1998) desde a antiguidade os esportes fazem parte do cotidiano das pessoas; os esportes olímpicos possui uma tradição milenar, que está vinculada aos próprios deuses do olimpo, um presente de Hercules, para a raça humana para criar paz entre os povos. Os esportes evoluíram junto com a sociedade, e seu papel se mostra importantíssimo nos dias atuais; onde atletas são louvados como heróis do mundo. Mesmo mostrando as experiências positivas do esporte como inclusão social, existe uma vertente que critica este ensino. As críticas se dão nas aprendizagens de técnicas ou aprofundamento de habilidades e conhecimentos dos fundamentos na educação física. Justificam-se em função que as técnicas do esporte teriam contribuído para desvalorização da aprendizagem dos fundamentos e técnicas corporais, assim, passando a utilizar o esporte com uma ferramenta de alienação social, como instrumento de controle social (Castelani Filho, 1983;apud Bracht, 1986; apud Ghiraldelli Junior, 1988) As artes como o esporte tem seu papel moldador de virtudes sociais. Na Grécia antiga o teatro era usado para educar a população, ensinando conceitos e filosofias através do drama e da comedia, escultores trabalhavam suas obras decorativas para uso na arquitetura da época ao ar livre, pintores e músicos sempre tiveram lugar de destaque na sociedade antiga. A vida na cidade é movimento, tanto físico quanto intelectual. Nos dias atuais cidades inteiras se paralisam para promover jogos de futebol ou shows musicais; uma boa parte da economia mundial está ligada ao entretenimento.( Argan, 2005) Embora ainda os esportes possam ser relativamente recentemente descritos como um tópico negligenciado nas análises sociais, a significância do esporte nas sociedades contemporâneas são inegáveis, em termos econômicos é estimado que os esportes representam 3% do GDP dos países ocidentais da união europeia, em termos culturais mais de dois terços da população mundial assistiu alguma parte dos jogos olímpicos de Atlanta em 1996 pela televisão. Em termos políticos esportes tem sido empregado como ferramenta politica pelas Nações Unidas. (GRATTON,2001) O objetivo dessa pesquisa é analisar como os esportes e as artes influenciam o desenvolvimento e o envolvimento social, no caso das cidades Brasileiras, verificando ainda estudos de casos de implementações dessas políticas. Analisar lugares ao redor do mundo onde foi implementado essas políticas públicas comparar os resultados obtidos para determinar qual a melhor aplicação ou método utilizado, para selecionar qual seria a solução adequada para as cidades.

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2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Metodologia 2.1.1 Caracterização da Investigação Este capitulo tem por objetivo a apresentação dos instrumentos e procedimentos da coleta de dados utilizados na formulação teórica desse artigo. Tem como meta fazer uma avaliação critica na literatura existente relacionado as artes e o esporte e o seu papel urbanizador das cidades e importância social; buscando um maior conhecimento sobre o tema. O método de pesquisa utilizado é de caráter exploratório que utiliza pesquisa bibliográfica e estudos de caso; fazendo analise qualitativa. 2.1.2 Tipo de Pesquisa e Coleta de Dados Na pesquisa bibliográfica foram utilizados livros, artigos, revistas e sites como fonte de dados. No estudos de casos foram pesquisados instituições, escolas, Ongs e projetos do governo que utilizam os esportes e as artes como ferramenta de desenvolvimento social. A analise qualitativa visa compreender a totalidade dos fenômenos em sua natureza, não utilizando idéias pré-concebidas focando na interpretação dos eventos em suas características de forma intuitiva. 2.2 Referencial Teórico 2.2.1 Sociologia da Arte na Opera De acordo com Souriau (1969) Arte do latim ars significa técnica e é qualquer atividade humana ligada a manifestação estética ou comunicativa, com uma variada gama de linguagens como arquitetura, desenho, escultura, pintura, escrita, música, dança e cinema, em suas variadas combinações. Arte é um termo em constante mutação. Seus significados, papéis e formas de entendimento dependem dos contextos, épocas e locais. A arte pode ser, uma atividade que consiste em produzir relações com o mundo com a ajuda de signos, de formas, de gestos ou de objetos. Pode ser também uma forma de conectar as pessoas a um mundo sensível, da criatividade, da ludicidade, do belo, do político e do crítico; ou uma maneira de se criar processos de subjetivação libertários em um mundo marcado pelo controle, pela lógica do mercado e pela violência em todas suas formas. Como aponta Deleuze, “toda a arte é um ato de resistência. Todo ato de resistência é revolucionário”(CAMPBEL,2012) O traço comum a todas as abordagens é a constatação, já vislumbrada por Platão, de que arte e sociedade são conceitos indissociáveis, uma vez que ambos se originam da relação do homem com seu ambiente natural. Igualmente é consenso entre autores que a arte representa um fator fundador, unificador, e agente nas sociedades, desde as mais simples às mais complexas; fato que pode ser constatado ao longo da história, quando fica evidente que, não só não houve sociedade sem arte, mas também que em cada contexto específico a arte sempre teve um significado social preponderante (DUTRA, 2006,p.4).

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De acordo com Digaetani (1995) se refere a opera como a mais artificial das artes, pois, nada tem de real em um homem que é esfaqueado nas costas, como em O Crepúsculo dos Deuses, e mesmo assim consegue tempo para que consiga cantar seu adeus à vida, ou em uma mulher que está prestes a ser estuprada e o criminoso a espera rezar longamente para seus espectadores, como em Tosca. ”Que pode haver de mais artificial do que essas cenas”? Entretanto, elas funcionam há anos como grandes atrações, porque elas atingem a alma. “Entre as artes, somente a ópera combina as melhores possibilidades musicais de uma orquestra e de vozes magníficas com a excitação visual, dramática e intelectual do teatro”(DIGAETANI,1995, p.11). Sobre ópera e sociedade, Lindenberger (2001) afirma que essa relação tem uma afinidade mais estabelecida do que entre outras artes na sociedade, já que estas, como a pintura, possuem uma variedade de formas papéis sociais muito mais diversificados ao longo da história. Continuamente surgimento da ópera dá-se dentro de uma instituição já existente, a Casa de Ópera, e apesar das diferenças substanciais nas tradições nacionais dessa arte, os envolvidos tanto em sua criação como sustento – empresários, cantores, libretistas, compositor - mantiveram um grau de consistência em seu papéis singularmente estável. O homem não tem nenhum valor se não consegue exprimir algo que transcenda sua vida biológica, e a arte é uma forma desse transcender Mas também a arte não tem nenhum valor se não reflete o ultrapassar do homem, a sua superação da condição animal. (GALIMBERTI, 2003, pág. 186). .a dificuldade não está na idéia de que a arte e a epopéia gregas estejam ligadas a certas formas de desenvolvimento social. A dificuldade está em compreender por que ainda hoje nos proporcionam um prazer artístico e valem, em certos aspectos, como norma e modelo insuperáveis.(MARX,1879,pág.35)

O mais importante a se lembrar sobre a história da ópera, bem como da arte e da música, éque ela é um reflexo dos acontecimentos mundiais. A ópera inicial combinava uma perspectiva humanista com misturas de mitologia e um realismo corriqueiro. Ela se tornou a mais importante de todas as formas de arte durante o período barroco, quando era espetacular, mas não intelectualmente ou espiritualmente desafiadora. A era clássica da ópera foi ligada ao iluminismo e afilósofos como Rousseau e Voltaire. A revolução romântica conduziu a ópera para outra direção, longe da história antiga para Shakespeare, Goethe, Schiller e Victor Hugo, e era constantemente envolvida com história nacional, revolucionária e política. Durante o século XX, ópera tornou-se parte da era de Picasso, James Joyce, Freud e de surpreendentes novas descobertas científicas. (HOYING, 2010). Lindenberger ( 2010,p.57) faz outro enfoque desmistificador com sua constatação de que, com exceção de algumas obras consideradas ‘high art’, ópera é essencialmente uma forma de arte popular. Seus espectadores podem ser comparados aos de esportes ou cinema, e essa afinidade surge da experiência social e sublime que é um espetáculo operístico. A ópera exerce um efeito peculiarna emoção de seus espectadores, e esse papel está relacionado ao fato de que ela oferece uma experiência comum para diversas pessoas, que mesmo não se comunicando entre si, estabelecem um laço com quem elas acreditem estar vivenciando reações similares. Esse laço não é diferente daqueles formados em outras formas de arte representativas como no teatro falado, nos filmes, em eventos esportivos e shows de rock. O que diferencia a ópera do teatro falado ou filmes é a sua intensidade, por

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meio da qual o público muitas vezes passa a sentir-se participando de emoções e paixões distintas daquelas que se envolve em seu mundo cotidiano. (…). Mas um show de rock pode muito bem ser a analogia mais próxima a experiência comum da ópera. Em ambos os casos os espectadores sentem uma separação forte entre o mundo da rotina cotidiana e os seres maiores que a vida (criados em grande parte pela amplificação e iluminação de palco) que se apresentam em frente a eles. Ambos convidam o discurso tradicional do sublime quando os espectadores procuram relacionar e explicar suas experiências. Ambos conseguem manter algo da experiência comum, mesmo quando sua música é simulada por meio eletrônico pelo ouvinte sozinho (LINDBERGER, 2010, p. 60) A ópera não mais atinge o público e faz parte de seu cotidiano como fez em momentos passados, nem mais possui um papel representativo no repertório cultural da sociedade atual. Segundo Sampaio em seu ensaio “À Procura da Ópera brasileira” (2009, p.13-21). .vivemos num contexto no qual a música clássica perdeu sua autoridade, e disso participou também a ópera. No senso comum ela encontrasse afastada das demais manifestações artísticas e isso acontece por ter se tornado símbolo de um ‘anacronismo de uma elite empertigada’, para quem comparecer aos principais espetáculos e depois ir a jantares concorridos é sinal de status. “O preconceito levou a ópera a ser tida como arte para poucos – e a postura de alguns empreendedores só reforçou o estigma” (SAMPAIO (2009, p.19). Sampaio (2009, p.169-199) entrevista seis dos principais nomes envolvidos com ópera no contexto brasileiro, dentre eles maestros, produtores, diretores artísticos e compositores. Ao serem questionados sobre os maiores obstáculos enfrentados, os temas mais recorrentes foram as mudanças de política constantes, a relação com o estado, investimentos precários, e assuntos ligados à [falta] de infraestrutura dos teatros existentes. A produção de uma ópera é cara e complexa. Seu funcionamento depende de uma equipe grande e multidisciplinar, e portanto, necessita de espaços técnicos que possibilitem uma facilidade/qualidade no trabalho e um abatimento dos custos. Além dessa carência de espaços e de funcionalidade de maneira geral, é enfatizado que é difícil conseguir tempo na agenda dos teatros que seriam adequados para a ópera. Essas instituições atendem à demanda de teatros [prosa], shows de música popular e espetáculos locais, além de formaturas e eventos. Por serem muito requisitados, não investem em produções operísticas que necessitam de um mês antes da estreia para ensaios de sala, ensaios cênicos e montagens. “Ópera é realmente um reflexo da condição humana, e seja a estória Shakespeare, Aesop ou Hugo, ela continuará encantando plateias de todas as idades e culturas, porque no nível mais básico, a ópera está contando a história de nossas vidas.” (HOYING,2010). A arte se manifesta primordialmente, através das emoções humanas. 2.2.2 Arte pela Arte A arte deve conquistar a plateia não através da auto identificação, mas através de um apelo à razão que requeira ação e decisão (Fischer 1987). conforme afirma Fischer (1987), A Arte torna o homem capaz de compreender a realidade e o ajuda não só a suportá-la, como a transformá-la, aumentando-lhe a determinação de torná-la mais humana e mais hospitaleira para a humanidade. A arte, ela própria, é uma realidade social.

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A magia da arte é aquela que permite ao homem se equilibrar com o meio em que está inserido, ou seja, a ideia da arte enquanto um substituto da vida. o homem almeja ser um indivíduo total, “anseia uma ‘plenitude’ que sente e tenta alcançar, uma plenitude de vida que lhe é fraudada pela individualidade e todas as suas limitações; o sujeito busca significação em suas orientações, estendendo seu “eu” para as ciências, a arte, a tecnologia; tornando “social a sua individualidade” (FISCHER, 1987). Ao se considerar a arte enquanto expressão e manifestação artística conferese a ela uma dimensão humana, a arte é sempre condicionada pelo seu tempo e representa a humanidade em consonância com as ideias e aspirações, as necessidades e as esperanças de uma situação histórica particular (FISCHER,1987). As transformações sociais causadas pelo processo artístico mostram que a arte também é produto determinado pelas exigências mercantis do modo de produção capitalista, que estabeleceu seu desenvolvimento como espetáculo de entretenimento, e não de informação ou conscientização social ( CANCLINI,1984). De acordo com Fischer (1987) no mundo atual, a arte também se tornou uma mercadoria e o artista foi transformado em um produtor de mercadorias. A produção artística foi sendo cada vez mais subordinada às leis de competição; durante muito tempo a arte foi encarada como frívola e desprovida de lucro pelo capitalismo. Esse sistema não foi, em sua constituição, propício para promoção da arte. O capitalista necessita da arte na medida em que precisa dela para fins próprios ou como investimento. Por outro lado, também é verídico que o capitalismo proporcionou aos artistas novas maneiras de expressar sua arte. Sendo assim, o capitalismo se mostra hostil à arte ao mesmo tempo em que favorece seu desenvolvimento, demandando a produção de novos trabalhos. A França revolucionária controlava, habilmente, os serviços da arte como aliada na sua luta; só no século XIX se concebe, pela primeira vez, a ideia de ‘arte pela arte’ que se opõe a tal prática. O princípio de arte ‘pura’, absolutamente ‘inútil’, resulta, inicialmente, da oposição do movimento romântico ao período revolucionário em geral, e exigir-se que os artistas se devam manter passivos é filho do temor, que assalta a classe governante, de perder a sua influência sobre a arte. Só com a Revolução a arte passa a ser uma profissão de fé política, e só agora se proclama, com ênfase, que ela tem que constituir, não ‘mero ornamento da estrutura social’, mas sim ‘parte de seus alicerces’. Agora, estabelece-se que a arte não deve ser um passatempo futil,ou um privilégio dos ricos e dos ociosos, mas que é sua função ensinar e aperfeiçoar(HAUSER, 1982).. Atraves da arte a historia humana pode ser contada e recontada por varias expressões. 2.2.3 Sociologia do Esporte no Futebol Desde o final do século XIX, com a organização dos primeiros campeonatos internacionais, os esportes, de modo geral, têm constituído um meio de identificação nacional e de criação de uma comunidade artificial (HOBSBAWM, 1997). os espetáculos esportivos têm se revelado lugares propícios à constituição de identidades coletivas sejam elas de grupos ou nacionais, uma vez que permitem a conformação de diferentes arranjos e experiências de integração social. Essa popularidade do esporte também deu margem ao surgimento de novas expressões de nacionalismo, combinadas à escolha ou invenção de modalidades tipicamente nacionais, como o soccer inglês e o basquete americano. (ANTUNES, 2004).

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Um indicativo da importância do esporte – e especialmente o futebol no Brasil – é pura e simplesmente a quantidade de tempo e afeto que as pessoas a ele dedicam a Ele é tema preferido de conversa, seja entre amigos seja entre estranhos em situações fortuitas – sendo uma espécie de língua franca: são pequenas as possibilidades de se encontrar um interlocutor que não saiba falar minimamente sobre ele ou sobre as questões do dia, revelando-se também, por seu intermédio, afinidades e discordâncias (ANTUNES, 2004). Trazido ao Brasil por trabalhadores e funcionários de empresas inglesas, o futebol difundiu-se por dois caminhos: o primeiro foi o dos trabalhadores das estradas de ferro, que deram origem aos times das várzeas; o segundo foi através dos clubes ingleses que introduziram o esporte dentre os grupos de elite .Um dos aspectos mais prodigiosos da história do futebol, desde as suas origens, tem sido a rapidez extraordinária da expansão de sua popularidade dentre as massas populares, especialmente no contexto das cidades industriais (SEVCENKO, 1994). A expansão das cidades e a multiplicação acelerada da classe trabalhadora fazem surgir metrópoles onde as pessoas não possuíam raízes ou tradições, todas vem de diferentes partes do território nacional ou do mundo. Na busca de novos traços de identidade e de solidariedade coletiva, de novas bases emocionais de coesão que substituíssem as comunidades e laços de parentesco que cada um deixou ao emigrar, essas pessoas se vêem atraídas, dragadas para a paixão futebolística que irmana estranhos, os faz comungarem ideais, objetivos e sonhos, consolida gigantescas famílias vestindo as mesmas cores Sevcenko (1994), De acordo com Giulianotti (2003), a rivalidade do futebol escocês, destaca as diferenças político-culturais dos dois principais times de Glasgow, Celtic e Rangers – conhecidos conjuntamente como Old Firm. Segundo o autor, o Celtic foi fundado em 1888 para dar assistência aos católicos pobres, refletindo um forte foco do orgulho Irlandês-Católico e de algumas formas de nacionalismo irlandês. Já o Rangers – fundado em 1873 – desenvolveu uma forte cultura protestante, sindicalista e anticatólica – apenas em 1989 que o clube acabou com a sua tradicional proibição de recrutar jogadores católicos. A intensa rivalidade entre os dois clubes causou a mais antiga competição do mundo, onde desde 1900 as torcidas de subculturas oponentes se enfrentam em violentos conflitos. o cenário do futebol está armado para realizar o seu papel de dividir e integrar; o torcedor do Celtic pode sentir o seu catolicismo mais intensamente quando está se defrontando com os torcedores protestantes adversários do Rangers, mas estes estão literalmente no mesmo campo. Para serem rivais, os participantes devem reconhecer sua adesão ao mesmo sistema; para sua união, basta que seus atletas-ídolos se reúnam numa seleção nacional para representar a Escócia Lever (1984). No Rio de Janeiro, o processo de urbanização e de desenvolvimento industrial ajudou o futebol a se popularizar através da fábrica de tecidos Companhia Progresso Industrial do Brasil .Bangu Athletic Club foi fundado em 1904 pelos seus funcionários ingleses – técnicos e mestres especialmente contratados na Inglaterra – para se divertirem nas horas de folga, com a devida autorização dos diretores da tecelagem. Contudo, os ingleses do Bangu não conseguiram formar duas equipes completas para jogarem entre si. A solução foi recorrer aos operários da tecelagem, que certamente estavam com muita vontade de arriscar alguns chutes. Assim, os trabalhadores tiveram acesso a um jogo até então exclusivo da colônia inglesa e das camadas sociais mais favorecidas(ANTUNES, 1994).

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O futebol é uma arte que comove a torcida, que leva à euforia, onde fúria paixão e extase se misturam e cai sobre os ombros do time derrotado. A partir do surgimento do Bangu, o número de clubes de fábrica que foram sendo criados não parou de crescer, sendo difícil apontar a indústria que não tivesse ao menos um pequeno núcleo constituído – formando-se uma tradição de futebol amador praticado em clubes de fábrica criados por intermédio dos próprios trabalhadores, mas com o apoio das empresas, cuja colaboração material e financeira foi fundamental para a continuidade desta iniciativa (ANTUNES, 1994). 2.3 Estudo de Caso Nanshan Cultural, Sport Centre and Art Museum (Centro Cultural, Esportivo e Museu de Arte de Nanshan) O edifício abriga uma sala de concertos multi-funcional (figura 1) contendo 1400 lugares, teatro infantil com 350 lugares, amplos espaços públicos, todos incorporados em um grande complexo de instalações culturais e esportivas no coração do distrito Nanshan O projeto é o resultado de um processo de elaboração de vários anos, durante os quais os arquitetos tiveram atenção especial às necessidades locais definidas pelo cliente, o prefeito do Distrito que desejava assegurar que o edifício fosse planejado e construído a partir da perspectiva da comunidade local. Figura 1

Fonte: foto de Tiani Wei

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O complexo projetado pelo ZDA foi colocado na praça principal no distrito de Nanshan, e além da instalação do palco de artes e teatro infantil, ZDA projetou o interior e fachada do museu(figura 3), bem como participou da criação da piscina e arena de esportes . Um teatro ao ar livre e uma biblioteca completam o conjunto de edifícios na praça (figura 2). Figura 2

Fonte: Zoboki Design & Architecture

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Apesar da prática geral em grandes metrópoles asiáticas, o hall de concertos (Figura 1) funciona sem amplificação, prometendo oferecer acústica de classe mundial dentro do seu salão de madeira-folheados. Adjacente à hall de concertos grande um teatro menor foi criado(figura 4), concebido como um local para produções menores, mais notavelmente oferecendo uma facilidade para as crianças, um dos membros mais importantes da crescente comunidades culturais emergentes na China. O complexo está ligado a um complexo esportivo maior (figura 6), hospedando uma variedade de instalações desportivas e desportivas para os residentes e estudantes de Nanshan. Figura 3

Fonte: foto por Tiani Wei

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Figura 4

Fonte: Zoboki Design & Architecture

Gabor Zoboki resumiu a mensagem principal do seu trabalho em Shenzhen como segue: "Para muitos arquitetos construção na China é uma oportunidade de criar as maiores criações de uma vida. Estes edifícios tem um olhar surpreendente, mas para nós arquitetura é sobre a compreensão dos moradores e usando nossas experiências no seu melhor interesse. "

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Figura 5

Fonte: Zoboki Design & Architecture

Figura 6

Fonte: foto por Tiani Wei

3. DISCUSSÃO DE RESULTADOS Este artigo teve por principio a investigação da influencia das artes e os esportes no desenvolvimento e envolvimento social nas cidades. Nota-se que existe pouca valorização dessas duas atividades humanas pelas instituições

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governamentais; a sociedade também age de forma errônea ao usar essas atividades como ferramenta de exclusão social. Ao longo da historia da humanidade essas atividades tiveram papel crucial na sociedade, sempre refletindo os aspectos mais significativos do cotidiano das pessoas. As artes e os esportes moldaram a vida nas cidades durante centenas de anos, criando um novo significado para palavra lazer. Economicamente se percebe a influencia dessas atividades no crescimento do mercado ligado as artes e os esportes; na (figura 7) o gráfico apresentado demonstra o crescimento de numero de apresentações ao longo de 13 anos na Broadway; notou-se uma duplicação na demanda de apresentações nos anos registrados. Os esportes também demonstraram um crescimento ao longo dos anos como demonstrado na (figura 8) ,o gráfico demonstra a receita dos maiores clubes de futebol ao redor do mundo ao longo de 3 anos; com a analise desses dados se nota a alta rentabilidade dos clubes esportivos. Na (figura 9) é demonstrado em um gráfico de como os preços dos ingressos para os eventos esportivos aumentaram ao longo de 10 anos; um aumento de 240%. Analisando esses dados se nota a crescente demanda e oferta de eventos sociais urbanos por todo o mundo, esse crescimento reflete como essas atividades são importantes para os habitantes das cidades; que investem uma grande parte de suas rendas para o lazer e o entretenimento. Muitos países do mundo já perceberam esse ramo crescente da economia; como esportes ou artes o entretenimento urbano tende a crescer mais a necessidade por locais, empresários e comerciantes alavancam a economia local e as comunidades adjacentes também crescem com isso.

figura 7 numero de apresentações da Broadway

Fonte: time for fun disponível em http://ri.t4f.com.br/timeforfun/web/images/t4f_graf_season_PT_20150608.jpg

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Figura 8

Fonte: globo esporte disponível em http://globoesporte.globo.com/platb/files/747/2013/08/Captura-de-tela-inteira-020820131039481-e1375455658868.jpg

Figura 9

Fonte: globo esporte disponível em http%3A%2F%2Fgloboesporte.globo.com%2Fplatb%2Folharcronicoesportivo%2Fcategory% 2Festudos-economicosgerais%2F&psig=AFQjCNHzZFYmj2fBJxYgelRyFgcHl1OU0Q&ust=1464047953821605

4. CONCLUSÃO

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As artes e os esportes nos dias atuais ainda estão sob controle das classes mais abastadas da sociedade, mas essas atividades conseguem mesmo assim influenciar todos ao seu redor; cidades inteiras se paralisam para assistir eventos esportivos ou eventos culturais. Feriados são proclamados em muitos países para que a população possa participar e assistir a eventos esportivos; . No mundo atual onde o consumismo é a prioridade numero 1 na sociedade, as artes e os esportes se transformaram em bens de consumo onde bandeiras, bonés e camisas transmitem uma ideologia ou um partido que reforça uma identidade pessoal no habitante da cidade; sem essa identificação o individuo acaba sofrendo com a exclusão social. As artes e os esportes são capazes de regenerar comunidades urbanas; atraindo a atenção para essas áreas; através das expressões e dos talentos pessoais desses indivíduos; desenvolvendo uma economia local e um envolvimento social resultante dessas atividades em grupo. A construção de centros culturais e esportivos ajudam a reforçar as ideias nacionalistas fazendo a população perceber que essas construções são para o bem comum. 5. REFERÊNCIAS CHRIS, GRATTON -Sport in the city The role of sport in economic and social regeneration ISBN 0-203-47140-7 Master e-book I imprint of the Taylor & Francis Group disponivel em https://0c76bb82f9d33cd380f90a619284f43d6ba461d1.googledrive.com/host/0B1Gr KsykU8CSMG96MlhhYXZWY2s/Sport-City-Economic-Social-Regeneration-ebook41cTjjOpMYL.pdf ANTUNES, FÁTIMA MARTIN R. F. “O futebol nas fábricas”. In: USP, n.22, 1994 BRACHT, V. A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo. RevistaBrasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.2, 1986. CAMPBEL, BRÍGIDA. Arte issuu.com/invisiveisproducoes

para

uma

cidade

sensível

publicações

em

CANCLINI, Néstor Garcia. A socialização da arte: teoria e prática na América Latina. São Paulo: Editora Cultrix Ltda., 1984. DIGAETANI, J.L. Um Convite à Ópera. 1a ed. reimp. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Dutra Bay, Dora Maria. Arte & sociedade:pinceladas num tema insólito, ISSN 16787730 Nº 78 – Florianoplis, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/download/1296/4459 E. H. GOMBRICH. A História da Arte - 16ª Edição editora LTC. 2000 Editor Ltda, 1995. FISCHER, Ernst. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: LTC, 1987. GIULIANOTTI, R. Globalização Cultural nas Fronteiras: o caso do futebol escocês. In: História: Questões e Debates, Curitiba, n. 39, pg. 41-64, 2003. Editora UFPR.

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GIULIO CARLO ARGAN. História da arte como história da cidade . Published 2005 by Martins Editora HAUSER, Arnold. História social da literatura e da arte. São Paulo: Mestre Jou, 1982. HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos. O breve século XX. 1914-1991. 2ª Edição,São Paulo: Companhia das Letras, 1996. HOYING, D.R. A Brief History Of Opera.2010. em

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