Esquizofrenia: a análise do comportamento tem o que dizer?

June 9, 2017 | Autor: Denis Zamignani | Categoria: Análise Do Comportamento, Esquizofrenia, Terapia Analítico-Comportamental
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Contribuições para d Construção dd Tcorid do Comportdmento

Volume 10

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Hélio José Guilhardi «Almir Del Prette • Amauri Gouveia Jr • Ana Lúcia Cortegoso • Ana Maria Ló SónechalMachado • Angélica Capelari • Armando R. das Neves Neto • Donald M. Baer • Cacilda Amorim • Cilene Rejane Ramos Alves • Denis Roberto Zamignani • Denise Cerqueira Leite Heller • Edwiges Ferreira de Mattos Silvares • Eliane de Oliveira Falcone • Érica Maria Machado Santarém • Gimol Benzaquen Perosa • José Antônio Damásio Abib • Joselma Tavares Frutuoso • Laércia Abreu Vasconcelos • Letlcia Furlanetto • Lúcia Cavalcanti de A. Williams • Makilim Nunes Baptista • João Vicente de Sousa Marçal • Marcelo Beckert • Maria Amalief Andery • Maria da Graça Saldanha Padilha • Maria Tereza Araújo Silva • Marilza Mestre • Neury José Botega • Neuza Corassa • Nilza Micheletto • Patrícia Piazzon Queiroz • Paulo Sergio T. do Prado • Rachel Rodrigues Kerbauy • Renata F. Bazzo • Renério Fráguas Júnior • Ricardo Corrôa Martone • Rosana Righetto Dias • Sandra Leal Calais • Solange L. Machado • Suely Sales Guimarães • Tereza Maria de Azevedo Pires Sério • Vanise Dalla Vecchia • Vera Regina L. Otero • Yara K. Ingberman • Zilda A. Pereira Del Prette_____________________________________________________________

ESETec

Editores Associados 2002

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F.S

desta edição:

Guilhardl, Hélio José, et al. Sobre Comportamento e Cogniçflo: Contribuições para a Construção da Teoria do Comportamento. - Org. Hélio José Guiihardi. 1* ed. Santo André, SP: ESETec Editores Associados, 2002. v.10 410 p. 24cm 1. Psicologia do Comportamento e Cognição 2. Behaviorismo 3. Análise do Comportamento CDD 155.2 CDU 159.9.019.4

ISUN -

ESETec Editores Associados Coordenação editorial: Teresa Cristina Cume Grassi-Leonardi Assistente editorial: Jussara Vince Gomes Capa original: Solange Torres Tsuchiya Projeto gráfico original: Maria Claudia Brigagão Equipe de preparação: Maria Eloisa Bonavita Soares Piazzon, Noreen Campbell de Aguirre

RJtSntBO Orat^gramaçào: Erika Horigoshi

Revisão ortográfica e gramatical: Maria Rita J. Martini Del Guerra

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Esquizofrenia: a A nálise do Comportamento tem o que dizer? Ricardo Corrêa M artone' Penis Roberto Zamignanit

Ente capitulo tem como objetivo apresentar um breve histórico das explicações analltlco-comportamentais sobre a esquizofrenia e comportamentos classificados como psicóticos e analisar as propoBtas do tratamento decorrentes dessas explicações. Artigos recentes que apresentam análises tendo como referencial os operantes verbais skinnerianos sAo discutidos e. a partli dolos, novas possibilidades de interpretação e de maneio dos padrões comporlamenUils relacionados ao diagnõstlco de esquizofrenia são sugeridas Palavras Chava: Comportamento psicótico; esquizofrenia, terapia analltico-comportamental, anAliso do comportamento.

This chapter aims to present a brief historie of the behavior analysts' explanations about schizophrenia and bohaviors classified as psychotic Also It alms to discuss the treatments decurrent of them Recent papers that present analysis based on Skinner's verbal operants are discussed. From this point, new possibilities of Interpretation and management of the behavioral patterns related to the schizophrenia diagnosis are suggested Key words

psychotic Behavior; schizophrenia, analytical-behavioral therapy, analysis of the behavior

Os padrões comportamentais denominados psicóticos, em especial aqueles associados ao diagnóstico de esquizofrenia, são fonte de intenso sofrimento para o indivíduo que o apresenta e para a familia que com ele convive. O ônus de tal problema para a sociedade, tanto no que se refere ao tratamento, quanto à indisponibilidade do paciente para a vida produtiva, é bastante elevado. Segundo Mari (1989), a incidência de pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia no Brasil está entre 1 e 7 novos casos a cada 10.000 habitantes por ano, semelhantemente à encontrada em outros palses.

Embora o problema venha sendo estudado há muito tempo por diferentes abordagens teóricas na psicologia, ele continua sendo fonte de especulação, mais que de achados significativos, seja no que se refere a seus determinantes, seja a procedimentos de tratamento. A análise do comportamento, embora tenha se destacado por apresentar modelos e achados experimentais consistentes sobre comportamentos psicóticos, principalmente até o final da década de 70 (Kazdin, 1978), parece ter priorizado a partir de ' Paicólogo clinico -An«l»l«doComport*m*nto MMtrmxto P»i00l0Qm Fxp*rim*nim Anál** do Comport«m«nlo P»l» PUC SP Email: rtc*rdonu»rtone©holmflilcom 1Ptloólogo clinico - Annlltt* do Comport*m#nto t mail d/*migQi*rr« com br

Sobrr C omportamento e Co#mçrnis Robcrlo Zami^nuni

As palavras de Skinner (1974/2000) sintetizam aquela que deveria ser a postura de uma ciôncia do comportamento frente a fenômenos de difícil acesso e manejo: "Numa análise behaviorista, conhecer outra pessoa 6 simplesmente conhecer o que ela faz, fez ou fará, bem como a dotação genética e os ambientes passados e presentes que explicam porque ela o faz. Nâo se trata de uma tarefa fácil porque muitos fatores relevantes estão fora de alcance e cada pessoa 6 indubitavelmente única. Mas nosso conhecimento de outrem è limitado pela acessibilidade, não pela natureza dos fatos. Não podemos conhecer tudo o quanto existe para ser conhecido, assim como não podemos saber tudo aquito que gostaríamos de saber acerca do mundo da física e da biologia; isso nâo significa, poróm, que aquilo que permanece desconhecido seja de natureza diferente. Como ocorre em outras ciências, freqüentemente carecemos das informações necessárias para previsão e controle e devemos satisfazer-nos com a interpretação, mas nossa interpretação terá o apoio da previsão e do controle que foram possíveis em outras condições" (pág. 152).

O desenvolvimento das pesquisas sobre comportamento verbal e sobre comportamento humano complexo nutre a abordagem com informações cada vez mais aprofundadas sobre relações comportamentais e sociais. Estas áreas de pesquisas têm subsidiado a construção de estratégias terapêuticas clínicas de grande complexidade e efetividade para uma enorme variedade de problemas comportamentais. Paralelamente a isso, os avanços na psiquiatria biológica permitem o auxílio na busca de uma melhor qualidade de vida para aquele paciente que se nos apresenta em busca de um alívio de seu sofrimento, proporcionando uma parceria sem precedentes na história da psicologia.

Ba naco (1999b), ao retomara pergunta de Skinner (1978) "Podemos nos beneficiar das descobertas da Ciência do Comportamento?", afirmou que temos uma história de achados experimentais confiáveis e gritantes, mas que, em certa medida, vai contra as contingências e metacontingências mais tradicionais de nossa cultura. Tal divergência, entretanto, passa a ser menos importante quando apresentamos práticas efetivas, sustentadas por dados confiáveis, meta que necessita ser retomada, de modo a sermos coerentes com a origem da análise do comportamento enquanto ciência aplicada. Referências

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