ESTACIONAMENTOS & ALGORITMO Os Fundamentos de uma política de estacionamento fundada em algoritmo

July 5, 2017 | Autor: I. Guedes Alcoforado | Categoria: Transport Planning, Transportation and Land Use, Internet of Things (IoT)
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ESTACIONAMENTOS & ALGORITMOS
O Embrião de uma Política de Estacionamento Baseada em Algoritmo


No programa de investigação das novas formas de organização no setor de transporte, tendo como referência emblemática a UBER nos legou um entendimento do papel das organizações algorítmicas, Neste tipo de organização é o algoritmo que estabelece o preço do serviço e remuneração do parceiro com variações em tempo real, a partir da instrumentalização do conceito de "surge pricing", que estabelece um preço variável ao longo do dia e com ele um equilíbrio dinâmico.
Nesta nota, consideramos a possibilidade em latência, em tal tipo de algoritmos, na esfera dos estacionamento, o primo pobre entre os instrumentos de gestão de demanda no âmbito das políticas de mobilidade.

Nosso ponto de partida é duplo. De um lado, os entendimentos que se gerou com o avanço do nosso programa de investigação da Economia (Pós)Neoliberal focado na evidenciação das implicações dos algoritmos nas organizações e instituições, tornando-as irredutíveis aos moldes tradicionais tratados pela Teoria da Firma. Do outro lado, estão os entendimentos que começa a se formar no âmbito do Programa de investigação na esfera de Transporte e Uso do Solo, cujas evidências nos permite considerar as vias como um fator limitante do numero de estacionamentos em determinada área.

A proposta tem dois eixos: um é focado no desincentivo a construção dos estacionamento, sem inibir as novas edificações e, o outro, é tornar os operadores de estacionamentos em organizações que determinem o preço por meio de um algoritmo que processa informações em tempo real.

No primeiro eixo, o novo controle do transporte e do uso do solo deixa de ser focado no gabarito das construções, quando o fator restritivo for associado a mobilidade (evidentemente não se aplica quando a restrição for associada ao sombreamento de uma praia), e, passa ter o foco no controle dos estacionamentos. Ou seja, libera-se o gabarito submetido a restrição em função das limitações do acesso, e, passa-se a controlar as vagas de estacionamento, de forma a desestimular os estacionamentos e, o consequente fluxo induzido pelo mesmo, mas sem a contrapartida do desestimular a indústria da construção civil.

No segundo eixo, sugerimos a criação de empresas fundada em algoritmos para fornecer o serviço de estacionamento, criando as condições para o desenho de uma política de estacionamento mais flexível no que se refere ao preço pago pelo usuário e a remuneração do fornecedor do serviço. . É esta possibilidade de precificação e remuneração dos estacionamentos em tempo real que chamo de POLITICA ALGORITMICA (PA) e, que deve ser concebida e implementada enquanto uma política pública, mas não necessariamente estatal.

Neste sentido, uma possibilidade de configuração da PA dos Estacionamentos é fundada no estabelecimento do valor dos estacionamentos, não em função da maior ou menor demanda pelos mesmos, tal como acontece com o serviço da UBER, mas do maior ou menor nível de congestionamento na área. Em outras palavras, o valor do estacionamento passa a ser uma variável da política de mobilidade estruturada, a partir da gestão da demanda, tendo em conta o uso das vias monitoradas em tempo real com os recursos da IoT (InterentOfThings) e processados por meio dos algoritmos que estruturam as organizações que operam o sistema. Assim, os ditos "surge princing" gerados pelos algoritmos são determinados de forma a elevar o valor do estacionamento quando o espaço das vias de acesso estiver congestionado, e, reduzindo quando o estiver com capacidade ociosa.

O desenho e implantação de uma POLITICA ALGORITMICA DE ESTACIONAMENTO, uma politica de estacionamento baseada numa organização algoritmo depende, não só da sua competência, mas também de uma rede sensores e de programadores que alimentarão e farão a manutenção dos algoritmos que processarão as informações e gerenciarão o sistema. O artefato deve ser agasalhado institucionalmente num regime de propriedade do tipo Open Source, de forma a assegurar os ajustes as diferentes situações e aos diversos operadores e suas estratégias, independente da sua condição de agentes privado ou público.


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