ESTADOS COMPORTAMENTAIS DO FETO E PSIQUISMO PRÉ E PERINATAL

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ESTADOS COMPORTAMENTAIS DO FETO E PSIQUISMO PRÉ E PERINATAL Julieta Quayle Victor Bunduki

ASPECTOS HISTÓRICOS E MÍTICOS

“O feto é uma criatura viva que se nutre e se move nas cavidades do corpo materno”. Platão (429-347 AC)

Durante muito tempo se acreditou que o útero humano era para o feto o equivalente do paraíso, do Éden perdido: ali ele estaria totalmente protegido, na vivência humana mais próxima possível do nirvana, enquanto preparava-se para nascer - e ser. Aparentemente, tudo que acontecia neste período associava-se a experiências agradáveis , de calor e aconchego, penumbra, silêncio, proteção e prazer. O embrião e o feto são considerados símbolos da potencialidade: um estado de não manifestação mas, ao mesmo tempo, a soma de todas as possibilidades do ser . Na mitologia hindu, Hiranyagarbha é o embrião de ouro do Veda, o próprio princípio da vida levado sobre as águas primordiais: é o fogo, o germe da luz que brilha no seio de sua mãe a semente e origem do mundo.

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2 Desta maneira , o feto representa uma promessa de realização e de vida, a possibilidade de sobrevivência da espécie, brilhantemente intuída e codificada em mitos ancestrais. Objetivamente, não se pode ter certeza de qual pensamento é anterior e originário; todavia, existem registros antigos de que o feto “real” vive dentro do corpo materno, e nele se movimenta : Platão já lhe outorgava oficialmente esta capacidade, mencionada também nos Vedas e na Bíblia. Mais do que isto, ocasionalmente, e de maneira antropomórfica, se atribuíam intenções aos movimentos percebidos : “E orou Isaac por sua mulher, porque ela era estéril, ao Senhor, o qual ouviu e permitiu que Rebeca concebesse. Porém as crianças lutavam no ventre dela que disse: Se assim me havia de acontecer, que necessidade havia de que eu concebesse? E caminhou a consultar o Senhor., o qual respondendo disse: Duas gentes estão em teu ventre, e do teu ventre se dividirão dois povos, e um povo vencerá o outro povo, e o mais velho servirá ao mais novo.”(Gênesis, cap. 25, vers .21-23 2)

Percebia-se, também - ou acreditava-se - que em certa medida, determinados acontecimentos externos pareciam influir sobre o feto, levando-o a reagir: na saudação de Maria a Isabel, mãe de João (Lucas, cap.1 vers. 41-44

2

), em Judá, Isabel relata que o

menino “deu saltos no seu ventre”, o que a leva a exclamar: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. (...) Porque assim que chegou a voz da tua saudação aos meus ouvidos, logo o menino deu saltos de prazer no meu ventre”. As influências externas sobre o feto em gestação... ou o útero como lugar protegido e privilegiado? O feto como um ser em descanso, ou alguém que recebe influências, comporta-se, desenvolve-se e, em certa, medida interage com seu meio? Ao longo dos séculos, as duas vertentes interpretativas da natureza do feto alternaram-se ou conviveram, nem sempre harmoniosamente, dando origem a diferentes

2

3 abordagens da grávida e seu concepto, passando, inclusive, pela discussão de questões morais e religiosas concernentes à sua existência:.

Os antigos egípcios também sabiam que o feto se movia antes de nascer e acreditavam em influências mágicas. No século VI AC, Susruta, um médico hindu, sugeriu que o feto com 12 semanas era capaz de perceber seu meio, e que, aos seis meses, tinha m “intelecto”

19

.Entre os gregos havia interesse pelo estudo das questões ligadas à

embriologia e à gestação23,

29

: Empédocles perguntava-se se a vida do embrião seria

semelhante a de um indivíduo independente; Hipócrates (480-380 AC) propôs que os movimentos fetais iniciavam-se entre 70 e 90 dias após a concepção e fazia referência à possibilidade de influências pré natais sobre o concepto; Platão (429-347 AC) reconhecia o feto como um ser vivo a se movimentar e alimentar dentro do corpo materno; Aristóteles ( 384-322 AC) escreveu um tratado sobre embriologia. Uma questão a despertar especial atenção em relação ao feto referia-se à presença ou ausência de alma no embrião e no feto

29

. No século II , um clérigo latino de nome

Tertuliano defendia que a alma estava presente durante toda a vida intra-uterina . Já para Santo Agostinho, a alma estaria presente a partir do 2o mês de gestação. No século XIII São Tomás de Aquino supunha a existência de 3 almas no feto: vegetativa, sensitiva e racional, a se suceder durante a gestação, conceito contestado por Scotus, que acreditava somente na existência da alma racional. Da Vinci preocupou-se com as influências maternas sobre o feto, referindo que “a mesma alma governa os dois corpos” e que as emoções maternas podem chegar à criança: “As coisas que a mãe deseja imprimem-se às vezes sobre a criança desde o momento em

3

4 que ela a deseja. Todo querer, desejo supremo o medo da mãe, ou toda dor de seu espírito pode atingir poderosamente a criança, às vezes até matando-a” 10. O Renascimento trouxe um maior desenvolvimento da obstetrícia, favorecendo a descoberta de importantes aspectos

relativos ao feto, inclusive que seu período de

repouso não coincide necessariamente com o de sua mãe, e que eventualmente pode manter-se vivo por algum tempo após a morte de sua mãe, permitindo sua retirada com vida do útero materno, tal como , de acordo com a tradição, teria acontecido com César, imperador de Roma

27

. Raynalde, em 1545, afirmou que a ausência de movimentos

fetais era um sinal de morte intra-uterina 23 . Todavia, muito do que se pensava a respeito do feto

até o início deste século, baseava-se em especulações

e na intuição dos

profissionais a partir de observações esparsas, ou constituía-se de inferências a partir do estudo de embriões não humanos e muitos dos trabalhos pioneiros baseavam-se em estudos de fetos exteriorizados ( abortados ), dada à dificuldade de acesso ao feto in utero.

DESENVOLVIMENTO TÉCNICO: A PERSPECTIVA CIENTÍFICA

Os movimentos fetais sempre foram o aspecto mais facilmente observado e comentado do comportamento e desenvolvimento do feto. Em 1869, Ahlfeld reconheceu que tais movimentos, percebidos pela gestante na segunda metade da gravidez, eram indicadores do bem estar do concepto; Preyer (1865) descreveu que a atividade motora era algo precoce no feto, anterior à 12a semana de gestação, sendo gerada

4

5 espontaneamente e não somente em resposta à estimulação externa,

afirmando a

anormalidade e o excesso de movimentos de fetos deformados. Acreditava que os movimentos fetais eram semelhantes ao do recém-nascido, e descreveu a ingestão de líquido amniótico pelo feto

24-

o que representou notável avanço, considerando-se o

instrumental disponível na época. A partir da observação de fetos abortados, Minkowski descreveu a movimentação espontânea de fetos agonizantes; Hooker (1952) relatou que a temperatura corporal se mantinha inicialmente após a interrupção da gestação e pôde concluir que os reflexos que primeiro se estabelecem no desenvolvimento fetal eram os últimos a desaparecerem com a asfixia progressiva. Entretanto, as condições especiais de tais observações não permitiam a generalização dos dados descritos. O advento do ultra-som possibilitou o estudo direto do feto e seu comportamento, facilitando a compreensão das condições de vida intra-uterina. A partir das primeiras imagens em laboratório, em 1954,

foi possível a utilização clínica da técnica em

Glasgow, em 1958 e a investigação da ontogenia, morfologia, desenvolvimento e integração de diversos aspectos do comportamento fetal. As primeiras descrições de Reinold , em 1971, a partir de suas observações ultrasonográficas de movimentos fetais entre a 8a e a 16a semanas de idade gestacional, propõem a classificação desses movimentos em dois grupos: a) movimentos fortes, com todo o corpo; b) movimentos lentos e limitados a partes do corpo. Classificações semelhantes forma propostas por Jupila (1976), enquanto o refinamento da técnica trazia imagens cada vez mais claras e nítidas e seu acesso a diferentes profissionais. De maneira

5

6 similar, a ecocardiografia fetal e a cardiotocografia, possibilitaram o estudo científico das condições fetais. O estudo do comportamento na maioria das espécies se inicia com a observação e registro do tipo e da quantidade de uma dada atividade em vários indivíduos, com o objetivo de se estabelecer “padrões” que sirvam como referência de normalidade. Uma vez que este é descrito, é possível procurar-se desvios deste padrão, e seu significado. O mesmo procedimento foi aplicado em relação ao feto. Vários aspectos do comportamento fetal foram observados e analisados, estabelecendo-se referenciais de movimentos, ciclos de repouso e de atividade, cardiotocografia e respiração, de modo a servirem como medidas de normalidade ou bem estar do feto nos diferentes estágios da gestação. A ultra-sonografia permitiu que se modificassem as antigas concepções a respeito do feto domo ser passivo e protegido em seu habitat , desmistificando antigas crenças e superstições. Sabemos hoje que o feto apresenta atividades que não são desprovidas de objetivos e que o preparam, em certa medida, para a vida extra-uterina. Os padrões de comportamento e as habilidades exibidas pelos recém nascidos não surgem repentinamente ao nascimento; decorrem de um longo e complexo processo a que somente agora os pesquisadores tem acesso.

6

7 ESTADOS COMPORTAMENTAIS E DESENVOLVIMENTO DO FETO

O ambiente intra-uterino é fonte constante de estimulação fetal, sendo passível de sofrer as influências maternas . Alterações na composição do líquido amniótico, decorrente do uso de agentes químicos, por exemplo, influenciam o comportamento fetal e seu desenvolvimento. No útero o feto encontra inúmeras formas de estimulação física e química, necessárias para seu desenvolvimento e, simultaneamente, decorrentes de sua atividade. O líquido amniótico amortece os deslocamentos maternos bruscos e “filtra” parcialmente as estimulações que o feto recebe. Mesmo assim, existem inúmeras possibilidades de contato do feto com as paredes uterinas, que variam no decorrer da gravidez, e que lhe dão, paulatinamente, noção de limite corporal. O meio líquido é também uma constante estimulação para a pele fetal e associa-se ao desenvolvimento táctil. É o desenvolvimento das estruturas do sistema nervoso central e dos demais aparelhos do feto que determina sua capacidade de interagir com seu meio. Seu comportamento será, assim, determinado por sua maturação e pelas condições de seu meio ambiente. O estudo das condições fetais

e de seus estados comportamentais

vincula-se a seu desenvolvimento (1). A busca de “padrões de comportamento fetal” é um dos anseios dos estudiosos , pois o estabelecimento de referenciais de atividade fetal em condições de sono e de vigília possibilita a melhor compreensão das condições fetais e o estabelecimento de prognóstico em situações individuais.

7

8 De acordo com Prechtl (1985) 24, estados comportamentais são “condições temporárias estáveis de funções neuronais e autônomas conhecidas como sono e estado de vigília. Caracterizam-se por um comportamento distinto de certas variáveis combinadas. A observação ou registro de tais variáveis fornecem um método para monitorar estados de comportamento por longos períodos” Estudar o ciclo sono-vigília do feto é tarefa complexa, considerando-se a as dificuldades envolvidas no registro constante, seriado e sistemático do feto e sua atividade ao ultra-som. Os sinais comumente associados ao sono são de difícil observação e a aplicação do EEG só é possível após o rompimento das membranas. Sabe-se hoje que os estados comportamentais do feto influenciam suas reações a diferentes estimulações, e se repetem ciclicamente, mas não foi observada a existência de ritmos circadianos no feto (2)

. Segundo de Vries, o sono materno não parece ter nenhuma influência sobre o feto 24. A partir do estudo de traçados eletroencefalográficos em bebês prematuros e a

termo observou-se uma evolução maturacional

24

, levando os pesquisadores a propor a

emergência gradual de “estados de sono” fetal a partir de um estágio inicial mal definido e desorganizado. Desta maneira, existiria um “sono ativo típico” a partir da 35a semana, e um “sono tranqüilo típico” a partir da 37a semana. Mais recentemente, Martin e Nijhuis

23

concluíram, com a ajuda do ultra-som,

que os estados comportamentais do feto correspondem aos quatro estados de sono-vigília que se evidenciam no recém nascido, e que estes são bem definidos e identificáveis entre a 35a e a 37a semana, repetindo-se ciclicamente. A capacidade de manter-se inativo parece associar-se ao avanço da idade gestacional, e ao desenvolvimento neurológico fetal.

1

Ver capítulo sobre embriogênese.

8

9 Atividades Físicas O movimento fetal surge muito precocemente e supõe-se que a movimentação no período pré natal é necessária para seu desenvolvimento físico e comportamental . Prechtl (1984), citado por Piontelli

23

, refere que “a impressionante continuidade de

funções neurais da vida pré natal à pós natal” deve-se à “ampla gama de funções previamente adaptadas que emergem no decorrer da vida pré-natal, sobretudo durante a primeira metade da gestação”. Os primeiros movimentos discerníveis do feto ocorrem entre a 7a e a 8a semanas: são os chamados movimentos vermiculares

16

, que correspondem a pequenas alterações

do contorno fetal, de curta duração , que desaparecem ao redor da 10a semana. Prechtl

23

descreve como sendo os primeiros movimentos visíveis os que surgem ao redor da 7a ou 8a semana: flexão e extensão da coluna vertebral com deslocamento de braços e pernas. Para Verny 32, este é o início da motilidade espontânea, com a utilização de movimentos como linguagem gestual primitiva para expressão de gostos e aversões . A partir da 9a ou 10a semana, o espectro de movimentos se amplia: surgem movimentos de piscar e franzir a testa, com rotação da face ou extensão do pescoço em direção oposta aos estímulos; mãos e rosto se tocam, existem “bocejos”, abertura do maxilar, movimentos da língua e os primeiros movimentos respiratórios. Ao redor da 12a semana, mãos e boca se tocam, com movimentos finos dos dedos, enquanto observam-se movimentos de sugar e engolir. A partir da 18a semana, dentro de suas capacidades, o feto revela “evidente iniciativa individual e escolha de movimentos, existindo diferenças individuais dentro dos padrões possíveis de comportamento 24.” 2

Ritmos circadianos: com freqüência de 1 em cada 24 horas; ultradianos: freqüência superior a 1/24 horas.

9

10 Alguns comportamentos aparecem somente em determinada fase da gravidez: os movimentos espasmódicos, por exemplo, podem ser observados somente entre a 9a e a 20a semana; a movimentação das pernas em “tesoura”, entre a 13a e a 25a semana. Além disso, existem mudanças quantitativas: os movimentos de partes isoladas do corpo aumentam durante a primeira metade da gestação, bem como os movimentos respiratórios; a freqüência dos “soluços” é maior até a 13a semana, diminuindo em seguida. Tais aspectos associam-se ao desenvolvimento do sistema nervoso, e a movimentação do feto é utilizada como parâmetro de seu bem estar. Sabe-se que fetos anencéfalos

apresentam maior movimentação do que fetos normais

18

, num padrão

repetitivo e espasmódico; por outro lado, fetos de mães diabéticas apresentam discreto retardo no estabelecimento de diferentes tipos de movimento 23. A presença de uma movimentação normal não é garantia de normalidade ou de ausência de sofrimento fetal (em situações de patologia materna, por exemplo), pois as funções motoras costumam ser poupadas mesmo após danos ao sistema nervoso fetal. Assim, mudanças na qualidade do movimento ou extrema exacerbação da motilidade, podem ser sinais de problemas. A ausência prolongada de movimentos geralmente associa-se a disfunções neuronais

_

o que não deve ser confundido com a esperada

diminuição relativa da mobilidade fetal ao final da gestação em virtude do menor esaço proporcionalmente disponível dentro do útero.. A partir da 32a semana, a movimentação está associada a alterações da freqüência cardíaca, o que também fornece medida indireta de seu bem estar.

Sensibilidade e Reatividade Fetal

10

11 A sensibilidade táctil progride no sentido céfalo-caudal, e os diferentes tipos de receptores não se desenvolvem ao mesmo tempo20; ao redor da 20a semana, eles estão presentes em toda a superfície da pele e das mucosas, e a totalidade das estruturas receptivas se desenvolve antes do nascimento. Do ponto de vista morfológico, a parte receptora do sistema vestibular está bem desenvolvida ao redor da 14a semana, sendo funcional perto da 21a; a mielinização das vias vestibulares começa na 20a semana, e se desenvolve mais rapidamente neste sistema do que nos demais. No segundo trimestre da gestação, todos os sentidos estão operantes. O feto responde a estímulos táteis, de pressão, térmicos, dolorosos, etc.20,24. A reatividade táctil

se manifesta sobretudo como sensibilidade à pressão. De

acordo com Hooker , existe sensibilidade à pressão no lábio superior desde a 7a semana. A reatividade fetal nesta área é vital, o que indica o grande valor adaptativo do desenvolvimento pré-natal da sensibilidade peribucal, sem a qual o recém nascido não seria capaz de alimentar-se. A reatividade na palma das mãos se faz presente desde a 10,5a semana, e, no corpo como um todo, desde a 13a ou 14a semana.. Além disso, observa-se uma reação fetal ( alteração dos batimentos cardíacos ) quando se exerce pressão sobre o abdome materno. A

sensibilidade térmica do feto é pouco conhecida: uma única observação

registrada refere que o contato do rosto do feto com água fria (4o C) provocou uma forte reação cardíaca. sistema vestibular

Também não se dispõem de provas diretas do funcionamento do no útero. Lecanuet e cols.

20

referem que Prechtl

propunha a

existência de um bloqueio da reatividade vestibular fetal por um mecanismo central com o intuito de impedir que o feto reaja a cada movimento materno, mas, de acordo com

11

12 Eliott & Eliott, o feto se orientaria para a posição cefálica a partir da 20a semana de gestação. No que concerne à sensibilidade intermediada pelos agentes químicos, ( olfação, gustação) há que se considerar que a via de estimulação dos receptores fetais é o líquido amniótico e seus produtos, banhando constantemente as cavidades oral e nasal. Sua composição muda durante o dia, a partir dos ciclos de diurese fetal e da ingestão materna de alimentos e substâncias, estimulando de maneiras diferentes o feto. Os receptores responsáveis pelo paladar no ser humano permitem distinguir entre quatro sabores fundamentais : doce, salgado, amargo e ácido. Já na 8a ou 9a semana de gestação surgem as papilas gustativas e seu número aumenta até o nascimento. A maturidade deste receptores é obtida ao redor da 12a ou 13a semana. Entre 24 e 28 semanas o feto prefere determinados sabores

a outros, predominantemente os

adocicados. A olfação se dá pela estimulação do sistema olfativo principal,

do sistema

trigemelar e o vômero-nasal, sendo difícil delimitar a participação de cada um nas sensações olfativas. Esses três sistemas amadurecem em ritmos diferentes, e precocemente, no curso da embriogênese

20

, mas, embora não existam provas de seu

funcionamento pré-natal , a capacidade olfativa dos recém nascidos sugere que ela já está presente na vida intra-uterina. A

sensibilidade auditiva , por sua vez, está bem estabelecia. O feto é

constantemente estimulado do ponto de vista acústico; inicialmente, pelos ruídos do corpo materno e, também, por segmentos de ruídos externos. Aliás, a capacidade auditiva

12

13 do feto propicia a execução de testes e perfis de reatividade e atividade que indicam seu bem estar e condições de saúde, sem que se invada o meio intra-uterino.

8,15,17,35

Do ponto de vista estrutural, o ouvido médio começa sua maturação na 8a semana de gestação; a cóclea termina sua morfogênese ao redor da 10a semana, e os tímpanos se desenvolvem até o 8o mês. As condições particulares de propagação do som no meio intra-uterino não impedem a reatividade auditiva fetal, que é medida principalmente a partir de modificações no ritmo cardíaco e movimentos reflexos do feto. Estímulos diferentes provocam respostas diferenciadas. A estimulação acústica é rica no ventre materno. A partir de 24 semanas , feto está atento e responde diferenciadamente a estímulos sonoros. Sons fortes provocam respostas no olho do feto, movimentos de sobressalto, acelerações do ritmo cardíaco. Sons de menor estimulação, continuados ou rítmicos (como a palavra humana) levam à desaceleração cardíaca - aspecto eventualmente utilizado pelos estudiosos da capacidade de discriminação auditiva do feto que, entre 36 e 39 semanas, consegue discernir entre dois locutores, um homem e uma mulher

20.

Parece que ao nascer o bebê “reconhece” o

som da voz de sua mãe e se acalma com ele, bem como tranqüiliza-se ao ser exposto ao som de batimentos cardíacos

32

. Filhos de mães mudas apresentam um tipo de choro

diferente ou mesmo não choram, de acordo com Truby e Linal(1965), como se lhes faltasse a aprendizagem. A estimulação visual do feto no útero é escassa; supõe-se que alguma luminosidade atravessa as paredes abdominais da mãe, e ele não fica completamente às escuras. Tal estímulo pode atingir a retina do feto, cujas pálpebras se abrem e fecham desde a 20a

13

14 semana de gestação. A aproximação de uma luz do abdome materno provoca aceleração dos batimentos cardíacos fetais. O feto provavelmente “conhece” o dia e a noite 20 . No que concerne à atividade mental do feto, esta pode ser apenas inferida. Existe o estado de atenção e do bebê ao nascimento, e a aprendizagem pode ser observada desde o início das relações que ele estabelece com o meio ambiente. Os dados sugerem o condicionamento do feto frente a estímulos repetidos e repetitivos, especialmente os sonoros. O fenômeno da habituação , observado no recém-nascido, tem sua origem na vida intra-uterina

11,12,14,35

: corresponde à diminuição da reatividade ou resposta motora

fetal face à repetição de um dado estímulo, até seu quase desaparecimento, lembrando o que ocorre no modelo de condicionamento operante, e podendo ser considerada uma forma simples e básica de aprendizagem.. Observou-se que fetos trissômicos (especialmente com trissomia do cr. 21) são incapazes de “habituarem-se” ao estímulo apresentado.14 De acordo com Rabanéa & Tedesco, no processo de aprendizagem , “pensamento e memória estão intimamente relacionados” sendo “evidência clara da consciência”25 . “Os primeiros filamentos de memória começam a se entrecruzar no cérebro do feto desde o terceiro trimestre de seu desenvolvimento, tornando-se capazes de guardar e conservar lembranças.” Todavia, de que tipo de memória se fala aqui? De que organização psíquica? Ao nascer, o ser humano aparentemente “esquece” suas vivências anteriores. Esta “amnésia” _ denominada por Freud recalcamento primário_ foi utilizada como argumento de “inexistência” destas vivências, do ponto de vista emocional. Por outro lado, dada à complexidade que hoje se conhece da vida intra-uterina, seria ingenuidade pressupor que

14

15 o bebê nasce como tabula rasa geneticamente determinada, em que o meio irá escrever. Os dados disponíveis sugerem a existência de uma continuidade entre a vida intra e extra uterina bem maior do que se poderia supor anteriormente. Todos os sentidos humanos estão operantes a partir de algum momento do terceiro trimestre, sendo que o feto pode responder a estímulos tácteis, dolorosos, cinestésicos, gustativos, térmicos, olfativos, visuais, vestibulares e de pressão. Como são organizadas essas experiências?

PSICOLOGIA DO PERÍODO PRÉ NATAL: O PSIQUISMO FETAL “Há muito mais continuidade entre a vida intra-uterina e a primeira infância do que nos permite saber a impressionante cisura do nascimento” Freud, 1926 Os estudiosos do psiquismo humano

_

entre os quais, os psicanalistas_ até há

pouco tempo admitiam que o psiquismo humano evolui a partir do nascimento. Considerava que “a máquina psíquica entra em funcionamento com o corte do cordão umbilical”29 , ao iniciar-se o relacionamento do bebê com o meio externo. O momento do nascimento era considerado crucial; Rank (1923) propôs que as emoções deste momento eram as fontes geradoras de angústias e sofrimentos, e o protótipo das vivências afetivo-emocionais do indivíduo. Na “Interpretação dos Sonhos” (1900), Freud falava da importância dos sonhos que evocam o nascimento e de fantasias associadas à vida intra-uterina. Posteriormente, Melanie Klein e Bion trabalharam com a idéia de que as angústias do nascimento seriam importantes fatores organizadores da vida psíquica do indivíduo.

15

16 Em 1950, Arnaldo Rascovsky , a partir de seu trabalho com psicóticos, inferiu a existência de um psiquismo fetalarcaico, em desenvolvimento, com características primitivas, e fundou em Buenos Aires, em 1954, um grupo de estudos psicanalíticos para o estudo do psiquismo fetal.26 Paralelamente, especulava-se sobre o papel das emoções e do estresse materno no desenvolvimento do feto. Os sentimentos de rejeição ou aceitação seriam percebidos pelo feto? Que influência isto teria em sua vida? Hoje sabe-se que o útero não é o nirvana protegido , magicamente blindado, que se imaginava. As influências externas se fazem sentir em certa medida sobre o feto, moldando suas reações e desenvolvimento. A estimulação ( ou sua ausência) tem importância capital na vida fetal e seu amadurecimento, “criando” cada novo ser : “Dentro do útero, o feto está sujeito a uma quase constante e variada estimulação, e, por conseguinte, o inato e o adquirido estão de fato se misturando todo o tempo desde o início. A dicotomia entre forças genéticas e ambientais parece ser por demais artificial e simplista, se aplicada de uma maneira que exclui uma ou outra. Piontelli, 24 Os dados ora disponíveis sugerem, de acordo com Verny 32, que o feto é capaz de experimentar sentimentos de caráter fisiológico , tais como o temor e a ansiedade, desencadeados pela liberação de catecolaminas no sangue materno . Além disso, os fetos são capazes, segundo Wilheim

34

de expressar seus sentimentos de agrado e desagrado a

partir de seus comportamentos, movimentando-se. Por exemplo, movimentos bruscos, hiperatividade e pontapés associam-se a desagrado,

sensações

desprazeirosas. Ele

desloca-se com intencionalidade, para fugir de um feixe de luz, ou para afastar-se de uma

16

17 agulha que, inadvertidamente, encostou em seu corpo durante um procedimento invasivo22. Por outro lado, existem sorrisos que acompanham a fase REM do sono dos fetos34,e estes primeiros sorrisos podem estar expressando um estado emocional prazeiroso.. Sabe-se que o feto começa a sonhar a partir da 23a semana, sendo este um importante meio de elaboração das experiências, freqüentemente acompanhados por alterações da expressão facial, estremecimentos, mudanças de posição do corpo. Além disso, de acordo com Verny e Scott 32, o feto pode fazer, entre a 26a e a 30a semana, diferenciações sutis em relação aos sentimentos maternos, agindo em função destas percepções. Mas, qual o nível de influência materna? Sempre existiu grande preocupação de que as emoções maternas pudessem prejudicar o feto. Tentativas de explicação de malformações derivavam de superstições : dizia-se que se uma jovem bebesse o chá diretamente do bico do bule, seus filhos nasceriam com bocas estranhas (lábios leporinos?). Há que se reconhecer o caráter regulador deste tipo de crença, mas não se pode ignorar sua função explicativa. Também se afirmava que se uma mulher grávida passasse sobre uma vassoura, seu filho nasceria cabeludo; ou que se fosse jogada pimenta preta em pó sobre ela, seu filho nasceria com pintas ( o que era associado à nobreza em determinadas épocas) . Ainda, se pontificava que uma grávida não deveria comparecer a um funeral se não quisesse por em risco a vida de seu filho por nascer...7 Hoje sabe-se que existe a influência materna, inclusive pela via hormonal; a preciosa intuição do Dr. Lester Sontag a respeito dos efeitos sobre o feto do estresse e da ansiedade materna de gestantes cujos maridos lutavam na 2a Guerra abriu caminho para

17

18 a compreensão de problemas específicos apresentados por recém-nascidos. São inúmeros os estudos a respeito dos efeitos do consumo de álcool e nicotina pela grávida, só para citar os exemplos mais conhecidos, sobre seu feto. A mãe sob forte tensão emocional tende a apresentar alterações hormonais

que ultrapassam a barreira que a placenta

representa, causando mudanças no equilíbrio psicofisiológico de seu filho. Golfeto

10

afirma que, da mesma maneira que o feto pode ser atingido por uma infecção contraída por sua mãe, pode sofrer “infecções psíquicas” pelo contágio materno, sendo de grande importância o papel das emoções maternas. Em sua opinião, “pode-se deduzir que os pensamentos e sentimentos da mãe exercem ação benéfica ou maléfica na criança que ela está gerando.” Ressalta que nem tudo que acontece com a mãe determina o futuro da criança ; os sentimentos maternos influenciam as sensações e o comportamento do feto, mas a maneira como ela recebe sua criança ainda é o mais importante. Na opinião de Verny 32, quando os sentimentos e pensamentos são ricos, positivos, a criança pode suportar quase qualquer tipo de agressão . A partir da estimulação recebida, cria-se uma “personalidade” do feto: sua “marca registrada”, sua maneira de ser e reagir. Mais do que especulação, ou projeção de desejos maternos, tal afirmativa hoje encontra firme sedimentação na observação longitudinal sistemática e cuidadosa de fetos intra-útero e seu acompanhamento após o nascimento realizada por Piontelli 24. Segundo Spillus, “Piontelli descobriu o que muitos pais sempre pensaram- que cada feto, assim como cada recém-nascido, é um ser altamente individualizado. O Recém-nascido não é ‘natureza’ esperando que o ‘ambiente’ interaja com ele”

18

19 O trabalho de Piontelli refere-se ao estudo longitudinal descritivo do comportamento fetal, buscando a integração dos dados observacionais e psicanalíticos, realizado a partir da observação de (inicialmente) 11 fetos em exames ultra-sonográficos seriados. Nesse grupo, havia 4 gestações gemelares e três gestações singulares .Sua investigação foi realizada incluindo entre cinco e seis observações mensais em cada gestação, iniciando-se ao redor da 16a ou 18a semana de gestação, com o registro do comportamento dos fetos, os comentários da mãe/pai e dos técnicos presentes. Quando possível , o parto foi observado, e depois do nascimento foi feito um acompanhamento das crianças e ate aproximadamente quatro anos de idade. As observações efetuadas mostraram que cada feto apresentava uma maneira particular de se comportar, o que se tornava ainda mais evidente nos casos de gestações gemelares: num casos em particular, de gêmeos dizigóticos, observou-se que a menina era mais expansiva, e buscava o contato com seu irmão, que se retraía e enfiava a cabeça na placenta, ou tapava o rosto com as duas mãos. Após o nascimento, manteve-se este padrão de comportamento: a mãe dizia que “ele é do gênero quieto”, já “ela é do tipo nervoso”. A menina prosseguiu sempre mais interessada pelo que acontecia ao seu redor, enquanto o menino dava a impressão de ser mais calmo, voltado para si mesmo. Na opinião da autora, o fato mais marcante de sua pesquisa foi constatar que existiam diferentes padrões de relacionamento entre os pares de gêmeos observados, e que tal padrão se mantinha após o nascimento, de maneira que dividir o mesmo espaço no período pré-natal não parece ter afetado o temperamento básico de cada criança- embora existissem sinais claros de que cada criança havia sido afetada pelo fato de ter dividido seu espaço. Por outro lado, considera que

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as evidências que obteve a respeito da

20 continuidade da vida pré e pós natal são “óbvios”, mas pouco aceitos, uma vez que muitos profissionais preferem considerar que a vida mental do bebê começa a partir do nascimento. Ressalta que é possível que certa “auto-consciência rudimentar” e determinadas manobras defensivas possam começar a desenvolver-se no útero, como um desenvolvimento psicológico normal. Paralelamente, observações esparsas sugerem que o surgimento de outros organizadores psíquicos, como a sexualidade, pode ocorrer na vida intra-uterina 5. Existem indícios de um comportamento exploratório sexual, uma proto-sexualidade, de caráter eventualmente oro-genital e associada à ereções penianas fetais, demandando investigações mais aprofundadas. Atualmente, busca-se ampliar as técnicas de investigação do desenvolvimento fetal, da mesma maneira que se procuram meios de facilitar a vinculação mãe/ feto. Em nosso meio, o desenvolvimento da

Haptonomia (3) por Muler Correia aproveita a

sensibilidade do feto ao som e busca facilitar à grávida o encontro com seu filho. Já existem organizações voltadas especificamente para o estudo do psiquismo pré e perinatal (4), buscando lançar luz à obscuridade. Afinal é da criatividade da psique que emerge toda e qualquer possibilidade de conhecimento sobre o ser humano- e conhecer os primórdios deste psiquismo mostra-se tarefa essencial para o adequado desenvolvimento da Medicina Fetal como área científica e terapêutica, tanto no que concerne aos seus aspectos éticos como tecnológicos.

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Haptonomia: ciência que visa criar uma rela’~ao afetiva através da música. No Brsil a ABREP- Associação Brasileira para o Estudo do Psiquismo Pré e Perinatal, de caráter multidisciplinar, com sede em São Paulo, congrega os profissionais interessados na área. 4

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Obstet.Gynecol.

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