Estar a frente do Tempo

May 26, 2017 | Autor: Luís Monteiro | Categoria: Knowledge
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Bom dia! a todos os presentes e futuros leitores Quando lemos um livro ou ouvimos falar sobre algum génio terrestre [normalmente, quase sempre, prestamos-lhe tributo e honrarias de Estado depois de morto], muitas das vezes, somos confrontados com a seguinte expressão: "Estava à Frente do Seu Tempo!". Enigmática ou não, esta expressão remete-nos, sempre ou quase sempre, para algo desconhecido, misterioso, oculto e que, agora, por qualquer razão, nos veio "bater à porta" e nos fez pensar em algo próximo ou, de que gostamos ou, por reconhecimento dos feitos alcançados por tal pessoa ou, por uma outra qualquer situação, vinda do nada e que, simplesmente, apareceu e nos fez parar um pouco para pensar. Provavelmente, estaremos [neste preciso momento] alocados na primeira situação, já que, depois de lermos [em 31.08.2015] o livro Tutaj/Here (New Poems) de Wisława Szymborska (2012), interrogamo-nos, se esta autora era, realmente, uma criadora por tudo aquilo que expressou e, por conseguinte, se "estava à frente do seu tempo?". Vai que não vai, dentro do nosso tempo estratigráfico [hora, minuto, segundo, …] ou seja, aquele tempo [passado, presente e que nos projeta para o futuro] que nos traz à memória, em que, o antes e o depois já só indicam uma ordem [caótica ou criativa] de sobreposições [onde, já não se sabe, onde, está o inicio e o fim], uma vez que, nele [tempo] o sentido das coisas [ou do seu desenvolvimento causal] resulta de construções sempre renovadas, não resulta de algo oferecido, pronto ou acontecido, deparamo-nos, com uma súbita reflexão, acerca do que significa aqueloutra expressão, muito ouvida no "mundo" dos criadores, dos artistas, dos intelectuais, dos filósofos e, de outros tantos mais indivíduos, pelo que, resolvemos trazer até este espaço uma pequena reflexão sobre este tema: "O Que Significa "Estar à Frente do Seu Tempo!".

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Ajustados que estão os [nossos] pontos cardeais, passamos a explanar o nosso ponto de vista através das seguintes "partituras": "Significa O antes, o agora e o depois, todos reunidos num só tempo, num só momento. Significa, também, Morar num futuro, que é pertença do presente [do nosso e dos outros]. Significa, ainda, Estender, "puxar as orelhas" do presente para a frente num processo gradativo e evolutivo. Significa, ainda mais, Acercar-nos do [teoricamente] expectável, do previsível. Significa, também, O [que é] novo, o não esperado, pois sendo esperado não o é mais. Significa, ainda, Não ser criativo, porque criar não é nem pode ser um esperar [deliberado], criar é simplesmente não esperar. Significa, ainda mais, Estar sobre a flecha voadora de Zenão de Eleia(1), um ponto mais "à frente" do momento estagnado ou em repouso do "agora" ou do "tutaj" experimental/vivido. Significa, entre outros, e, por último, Romper com o próprio momento-tempo, entrar no futuro da história [dentro da própria história (re)criada], na linha imaginária do próprio tempo de inconformação, que é já o presente - Tutaj/Here/Aqui!" Quanto a Wisława, cabe a cada um concluir, começando, quiçá, as suas aventuras pela leitura-atenta de Tutaj. Quanto a tudo aquilo que se disse e não disse, cabe a cada um poder refletir, tomar a liberdade de extrapolar para outros casos e verificar se aquilo que foi dito se aplica ou,

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no caso de não ter sido dito, poder ele próprio Acrescentar Valor a todo este processo de significação e, quiçá, voltar [um dia] a este espaço e espraiar os seus argumentos de partilha. "Ter opiniões fortes não é nem será nunca um erro. O erro é e será, sempre, não ter mais nada a acrescentar”. (adap. Weston, 1996) Luís Filipe Ribães Monteiro Portugal, Amarante, 03 de setembro de 2015 Publicado em 19 maio de 2016 no LinkedIn Notas e Bibliografia Seletiva Consultada: (1)

Os Paradoxos de Zeno (ou de Zenão), atribuídos ao filósofo pré-socrático Zenão de Eleia, são argumentos utilizados para provar a inconsistência dos conceitos de multiplicidade, divisibilidade e movimento. Através de um método dialético que antecipou Sócrates, Zeno procurava, partindo das premissas de seus oponentes, reduzi-las ao absurdo e com isso sustentar o ponto de fé dos eleáticos e de seu mestre Parmênides, que ia contra as ideias pitagóricas. Como em outros pré-socráticos, não possuímos na atualidade nenhuma obra completa de Zeno, sendo as fontes principais para os seus paradoxos as citações na obra de Aristóteles e do comentador aristotélico Simplício. (Wikipédia, 31 ago.2015) Aristóteles escreve na Física [1], 239b9 (DK29A25) que Zeno enunciou quatro argumentos contra o movimento, conhecidos como os (i) paradoxos do estádio, (ii) de Aquiles e a tartaruga, (iii) da flecha voando e, (iv) das filas em movimento [2]. [1] ROSS, W.D. in "Aristotle's Physics", a Revised Text with Introduction and Commentary, Clarendon Press: Oxford [EUA], 1936 [2] KIRK, G.S. & RAVEN, Philosophers", Cambridge: [s.n.], pp. 291-297

J.S.

in

"The

Presocratic

SZYMBORSKA, W. in “Here”. Houghton Mifflin Harcourt Publishing Company, Dublin [Irlanda], 2012 WESTON, A. in "A Arte de Argumentar", Gradiva - Publicações, Lda., 2ª Ed., Lisboa [Portugal], 1996 Imagem adaptada de BOL Fotos (Consulta em 19 mai.2016)

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