Estrutura populacional da sardinha Opisthonema oglinum no Povoado de Castro no município de Santa Luzia do Itanhy, Sergipe

May 28, 2017 | Autor: Alexandre Damaceno | Categoria: Estadistica, Pesca, ENGENHARIA DE PESCA, Dinamica Populacional, Pesca Artesanal
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Estrutura populacional da sardinha Opisthonema oglinum no Povoado de Castro no município de Santa Luzia do Itanhy, Sergipe.

ALEXANDRE DAMACENO LIMA SANTOS; ERICA ALVES DE OLIVEIRA SANTOS; NATALY MEIRA MATOS; WINNICIUS MUNIZ DOS SANTOS SA

¹Curso Engenharia de Pesca, Departamento de engenharia de pesca e aquicultura, Universidade Federal de Sergipe, Avenida Marechal Rondon, Roza Elze, São Cristovão-SE, Brasil.

Introdução Os peixes e os demais produtos obtidos através da atividade pesqueira, destacam-se nutricionalmente de outros alimentos de origem animal. De acordo com Sartori & Amancio (2012), estes contêm, comparativamente, grandes quantidades de vitaminas lipossolúveis A e D, minerais como o cálcio, fósforo, ferro, cobre, selênio e no caso de peixes de água salgada, iodo. A Opisthonema oglinum, também conhecida como sardinha-bandeira ou Sardinha-lombo-azul no Brasil (Barbosa, 2016), distribui-se pela costa do Atlântico ocidental, desde a Nova Inglaterra (EUA) até o norte da Argentina, sendo mais abundante nas áreas tropicais (FREHSE, 2006). Formam grandes cardumes em regiões costeiras, penetrando em estuários e lagoas salobras, mas, exemplares solitários também são eventualmente observados (Carvalho Filho, 1999).

Esta espécie apresenta uma alimentação básica planctônica, mas podem alimentar-se de crustáceos e peixes. Podem atingir até 30 cm de comprimento (LIMA DE FIGUEIREDO & AQUINO MENEZES, 1978 ). A oglinum é uma espécie dependente do estuário, utilizando esta região para proteção, desenvolvimento e alimentação (GARCÍA-ABAD ET AL., 1998). Na região nordeste do Brasil, mais especificamente no estado de Sergipe, o desembarque de todos os pescados soma o valor total de 5.124,651

toneladas de onde 59793,8 Kg são de sardinhas, no geral (SOUZA, ET AL., 2012). O município de Santa Luzia do Itanhy é responsável por 71% de toda produção de sardinha estimada chegando a um valor de 45581,9 Kg (SOUZA, ET AL., 2012), das quais tem registro de captura e desembarque são Sardinhacascuda Harengula

clupeola,

Sardinha-lombo-azul Opisthonema

oglinum,

dentre outros (BARBOSA, 2016). Considerando-se a grande importânciasocioeconômica da espécie para o estado de Sergipe, o presente trabalho tem como objetivo determinar, a estrutura populacional de Opisthonema oglinum capturado no Povoado de Castro no município de Santa Luzia do Itanhy, Sergipe.

MATERIAIS E MÉTODOS Área de estudo O presente trabalho foi realizado no Povoado de Castro no município de Santa Luzia do Itanhy, Sergipe, que se localiza a 109 Km da capital Aracaju (DBCITY, 2016).

Figura1: Imagem do mapa da zona de Santa Luzia do Itanhy e Povoado de Castro

Para este trabalho foram obtidos 41 exemplares de Opisthonema oglinum capturados (Figura 2-A), onde as mesmas são provenientes da pesca local.Foram obtidas (CT em cm) comprimento total, (CP em cm) comprimento padrão e (PT em g) peso total.

Biometria Após coleta a amostra foi levada para o laboratório do Departamento de Engenharia de Pesca e Aquicultura (DEPAQ) localizado na Universidade Federal de Sergipe (UFS). No dia 23/08/2016 foi realizada a biometria, utilizando um ictiômetro de madeira/manual em centímetros para a medição do comprimento padrão e total de cada espécime (Figura 2-B); foi utilizada uma balança de precisão de 0,1g para a pesagem (Figura 2-C) e não houve realização de sexagem.

Figura 2: Figura-A: Opisthonema oglinum capturados à espera da biometria. Figura-B: Medida de CT e CP. Figura-C: pesagem para a aferição do PT.

Análise de dados A relação linear dos peixes foi feita em função da fórmula de regressão linear (y=a+b*x). Foi feito a estimativa para as relações CT/CP. A relação potencial foi feita em função da formula (W = aLb) para CT/PT e CP/PT. Os limites

de confiança estimados para esse estudo tiveram nível de significância de 5%. Para análise da estrutura populacional foi levado em consideração o valor obtido para o b partir da relação peso comprimento, indicando o tipo de alometria.

A partir dos dados do comprimento total (CP), foi feita a distribuições de frequência de classes de comprimento para a espécie Opisthonema oglinum.

RESULTADOS Foram analisados 41 indivíduos da Opisthonema oglinum, e aplicado métodos estatísticos de regressão para determina a relação de peso e comprimento. A relação de máximo, mínimo, media e seu desvio padrão pode ser observado na Tabela 1, foi feita a utilização da relação linear entre CT/CP Tabela 2. Pode ser observado no Gráfico 1 a interação entre PT/CT que mostra seu crescimento alométrico é positivo, isso também é visto no Gráfico 2 na relação PT/CP, havendo uma grande proximidade de peso e tamanho entre os espécimes analisados fazendo assim com que elas fiquem mais próximas a linha principal.

Tabela 1 . Comprimento total (CT) mínimo e máximo; comprimento padrão (CP) mínimo e máximo; média do CP e desvio padrão: Desvio Espécie n CT min | max (cm) CP min |max(cm) Média padrão Opisthonema oglinum 41 11,1 | 18,2 8,6 | 13,6 11,87 79,03

Tabela 2. Relação linear entre CT/CP. Local

Equação

a

b



Povoado de

y=a+b*x

0,6951

0,7179

0,9592

Castro

Tabela 3. Relação potencial. Local

Equação

a

b



Povoado de

W = aLb

PT/CT

-54,7515

2,9746

0,992

PT/CP

56,6221

3,0571

0,9621

Castro

Gráfico 1. Dispersão para CP/CT para a espécie Opisthonema oglinum.

Biometria da Sardinha 16

Comprimento Padrão

14 y = 0,718x + 0,6952 R² = 0,9593

12 10

Biometria da Sardinha

8 6

Linear (Biometria da Sardinha)

4 2 0 0

5

10

15

Comprimento Total

20

Gráfico 2. Dispersão para PT/CT para a espécie Opisthonema oglinum

Biometria da Sardinha 60

Peso Total

50 y = 0,0096x2,9746 R² = 0,992

40 30

Biometria da Sardinha

20

Potência (Biometria da Sardinha)

10 0 0

5

10

15

20

Comprimento Total

Gráfico 3. Dispersão para PT/CP para a espécie Opisthonema oglinum.

Biometria da Sardinha 60

Peso Total

50

y = 0,0174x3,0571 R² = 0,9621

40 30

Biometria da Sardinha

20

Potência (Biometria da Sardinha)

10 0 0

5

10

Comprimento Padrão

15

Gráfico 3. Distribuição de frequência de comprimento para a espécie Opisthonema oglinum.

Opisthonema oglinum

Frequência

14 12 10 8 6 4 2 0 8,6- 9,4

9,4- 10,2

10,2- 11

11- 11,8

11,8- 12,6

12,6- 13,4

13,4- 14,2

Classes em comprimento (cm)

Tabela 5: Tabela com peso e medidas da Opisthonema oglinum, e fator regressão.

Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Biometria da Sardinha Comprimento Total Comprimento Padrão 11,1 8,6 11,2 8,8 11,3 8,8 12 9 13,5 10,3 13,6 10,5 13,6 10,3 14,3 12 14,6 11 14,7 11,5 14,8 11,4 15 11,5 15,1 11,5 15,2 11,5 15,3 11,5 15,4 11,7 15,5 11,6 15,7 11,5 15,7 12 15,8 12,5 15,8 12

Peso 12,08 12,3 13,5 15,4 22 23,8 22,2 25,3 27,3 28,84 28,5 29,65 29,71 32,22 31,8 34,81 34,88 33,57 34 35,8 35,7

22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41

15,8 16 16,2 16,4 16,4 16,5 16,7 16,7 17 17 17 17,1 17,2 17,2 17,2 17,2 17,3 17,6 18 18,2

11,7 12 12,5 12,5 12,3 13 13 12,5 13 13,3 12,7 13,2 13,2 13 13 13 12,9 13 13,6 13,6

34,7 35,1 39,9 38,3 38,7 41,72 42,92 39,8 41,65 45,71 46,1 43,46 46,53 44,4 46 43,5 47,8 45,3 52,7 52,77

Bibliografia Barbosa, J. M. (2016). ATLAS DA MACROFAUNA AQUÁTICA DE SERGIPE E ADJACÊNCIAS. (J. M. Barbosa, Editor) Acesso em 18 de Agosto de 2016, disponível em ATLAS DA MACROFAUNA AQUÁTICA DE SERGIPE E ADJACÊNCIAS: http://www.atlasmacrofaunasergipe.com/#!sobre-1/c915 Carvalho Filho, A. (1999). Peixes da Costa Brasileira. p. 322. Castello, J. P. (s.d.). Síntese Sobre Distribuição, Abundancia, Potencial Pesqueiro e Biologia Da Sardinha-Verdadeira (Sardinella Brasiliensis). pp. 1-1. Acesso em 17 de Agosto de 2016, disponível em http://www.mma.gov.br/estruturas/revizee/_arquivos/sinsard.pdf DB-City. (2016). MAPA E PLANTA SANTA LUZIA DO ITANHY. Fonte: DB-City.com: http://pt.db-city.com/Brasil--Sergipe--Santa-Luzia-do-Itanhy FREHSE, F. D. (2006). Estrutura da População de três espécies da família Clupeidae: Harengulll cl upeola, Opisthonema oglinum e Sardinella brasiliensis, no Complexo Estuarino de Paranaguá, Paraná. CURITIBA, Brasil. IBAMA. (2011). PLANO DE GESTÃO PARA O USO SUSTENTÁVEL DA SARDINHA-VERDADEIRA Sardinella brasiliensis NO BRASIL. (M. C. Cergole, & J. Dias Neto, Eds.) pp. 15-15. Acesso em 17 de Agosto de 2016, disponível em http://www.ibama.gov.br/phocadownload/plano_gestao_sardinha_verdad eira_2011.pdf Lima de Figueiredo, J., & Aquino Menezes, N. (1978 ). Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil. Teleostei (1). Lima de Figueiredo, J., Ribeiro Salles, A. C., & Bonesi Rabelo, L. (s.d.). Sardinella brasiliensis (Steindachner, 1879) (Teleostei: Clupeidae), nome válido aplicado à sardinha-verdadeira no sudeste do Brasil. Pap. Avulsos Zool. (São Paulo) , 50(18). doi:http://dx.doi.org/10.1590/S003110492010001800001 Souza, M. J., Ferreira de Carvalho, B. L., Bortoletto Garciov Filho, E., Oliveira da Silva, C., Silveira Deda, M., César Ferreira Félix, D., & Costa dos Santos, J. (2012). Estatística Pesqueira da Costa do Estado de Sergipe e Extremo Norte da Bahia. UFS.

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