Estruturalismo, Gerativismo e Funcionalismo- Resenha

June 24, 2017 | Autor: V. Freire | Categoria: Linguística
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Resenha produzida para o Dr. Em Linguística Iran Melo, a partir dos textos; Estruturalismo, Gerativismo e Funcionalismo, extraídos do livro Manual de linguística de Mário Eduardo Martelotta (org)
Aluno da UFPE, curso de licenciatura em letras-Português, 2015.1.
A LINGUÍSTICA EM SEU PROCESSO EVOLUTIVO


Vilmar freire dos santos

Na resenha a seguir trataremos de observar a trajetória da linguística em seus aspectos e funcionalidades, observado por grandes cientistas e pesquisadores que tanto contribuíram para o conhecimento linguístico a nível global, abordaremos os capítulos; Estruturalismo por Marcos Antônio Costa, Gerativismo por Eduardo Kenedy e Funcionalismo por Angélica Furtado da Cunha.
O autor Marcos Antônio Costa inicia o seu trabalho, destrinchando o estruturalismo de maneira a facilitar o entendimento, deixando claramente definido os estudos estruturalistas da linguística. O escritor aborda as pesquisas feitas por Ferdinand Saussure a respeito da língua, como uma estrutura constituída por um sistema de signos, estruturada de maneira sistemática, e evidenciando a importância dos estudos saussurianos acerca de suas estruturas e regras, comparando-a de forma inteligente a um jogo de xadrez. O mesmo segue mostrando a importância de estudos de algumas dicotomias como; língua e fala, sincronia e diacronia, paradigma e sintagma, entre outros estudos que contribuem na definição da linguagem. Ainda seguindo a sua linha de pesquisa, o autor aborda os signos linguísticos, nos levando ao conhecimento de outras dicotomias como; O significante/significado e as relações sintagmáticas/relações paradigmáticas.
O autor nos leva adiante, ao conhecimento da chamada corrente norte americana do estruturalismo, que é representado pelas ideias de Leonard Bloomfield, e que surgira por volta do ano de 1950 rotulado como distribucionismo linguístico, estudos estes que surgiram alheios ao pensamento de Saussure, e com sua estrutura independente do que ocorrera na Europa. Apoiada na psicologia behaviorista, o método desenvolvido por Leonard Bloomfield dividiu o cenário com Eduard Sapir, um pesquisador clássico da Linguística norte-americana, que juntos romperam os limites do estruturalismo saussuriano, ao confrontarem os resultados entre as análises estruturalistas de uma língua, com os resultados da análise estrutural de toda a cultura material e espiritual do povo que fala tal língua.·.
Sigamos adiante fazendo uma reflexão a respeito da corrente dos estudos linguísticos conhecida como Gerativismo, e analisaremos o texto de Eduardo Kenedy, a fim de compreendermos a intenção e o trabalho do autor em sua abordagem temática. O autor inicia sua obra definindo o marco do gerativismo a partir do seu nascimento, que foi por volta do ano de 1957, nos Estados unidos com a publicação de um trabalho intitulado de Estruturas sintáticas, por Noam Chomsky, professor do instituto de tecnologia de Massachussets, EUA, que marcou o ano de 1957 como a data do nascimento da Linguística gerativa, esses estudos foram formulados como uma espécie de resposta e rejeição ao modelo behaviorista de descrição dos fatos da linguagem. Chomsky chamou a atenção do fato linguístico que apontam repetidas inovações e renovações de frases produzidas por falantes que se mostravam criativos e dinâmicos, desde os analfabetos aos mais letrados autores eruditos, Noam Chomsky atentou para a consideração da criatividade comoa principal característica da linguagem humana, se contrapondo ao modelo behaviorista de Skinner, o qual deixou bem claro em uma resenha produzida a partir do livro escrito por B. F. Skinner intitulado por o comportamento verbal, quando Chomsky apresentou dura critica ao modelo do autor, surgindo ai uma nova vertente que viria a se contrapor às ideias anteriores do estruturalismo linguístico. O escritor segue em frente detalhando e explicando pontos importantes como o modelo teórico e trazendo ao nosso conhecimento a gramática transformacional, modelo gerativista que viria a ser reformulada diversas vezes durante as décadas de 1960 e 1970, até o surgimento da (GU) gramática universal por volta do ano de 1980, o que viria ser a ideia de um conjunto de regras comuns e compartilhada entre todas as línguas naturais. Ainda no texto de Kenedy, encontramos abordagens acerca do sistema estrutural das palavras, que por volta da década de 1990 ocorreram observações que voltadas à um ponto de vista estrutural, passou-se abandonar uma visão que não mais representaria estruturas e sim do surgimento de palavras derivadas, que se formariam por derivação de palavras já existentes no cotidiano.
Finalizaremos o nosso trabalho, adentrando em nosso terceiro texto escrito por Angélica Furtado da Cunha, abordaremos então o funcionalismo, retratado pela autora sobre o viés de ser uma corrente linguística opositora ao estruturalismo e ao gerativismo.
A autora aborda o funcionalismo como a mais nova vertente linguística, que se preocupa em estudar a relação entre a estrutura gramatical das línguas e os diferentes contextos comunicativos em que elas são usadas, englobando diferentes concepções dos métodos e objetivos de análises linguísticas, concebendo a linguagem como instrumento de interação social, a abordagem funcionalista preocupa-se em observar as regularidades observadas no uso interativo da língua. A pesquisadora exemplifica de maneira objetiva o uso da língua como interação através de duas sentenças distintas, relacionando o texto ao contexto e embasando a sua tese. Cunha, seguidamente aborda o funcionalismo Europeu, fazendo menção do surgimento do circulo linguístico de Praga e atribui grandes feitos ao funcionalismo como; A ênfase das funções das unidades linguísticas na fonologia, o papel dos fonemas, a distinção e segmentação das palavras, tal como a sintaxe e o papel da estrutura da sentença no contexto. A autora relata a importância de grandes nomes como Jakobson, Chomsky e Halle e as suas contribuições para o funcionalismo linguístico que através do sistema fonológico desenvolvido pela escola de Praga, a introdução do conceito da marcação morfológica que facilitaram grandes avanços no sistema linguístico entendendo o funcionalismo como algo além da fonologia.
Ainda no texto em analise, Cunha aborda em seguida o funcionalismo norte-americano, trazendo de volta o trabalho de Eduard Bloomfield e citando a tendência linguística em sua inclinação para o funcionalismo, Dwight Bolinger agora aparece como o grande nome responsável por esta transição. A autora esmera-se em enfatizar, que diferentemente das teorias formais, o funcionalismo pretende explicar a língua com base no contexto linguístico e na situação extralinguística, tendo a sintaxe como uma estrutura de constante mutação em consequência da moldagem discursiva. Seguidamente Cunha aborda os princípios da informatividade, iconibilidade, e marcação explicando as aplicações desses princípios e as suas importâncias no sistema linguístico. Já finalizando a autora reitera que o funcionalismo caracteriza-se por sua concepção dinâmica do funcionamento das línguas e que nesta perspectiva a gramática é vista como um organismo maleável por se adaptar às necessidades comunicativas e cognitivas dos falantes.
Muito embora em contextos diferentes, estes três estágios da linguística citados nesta resenha têm cada um a sua contribuição para o desenvolvimento da ciência, é impossível falar em gerativismo linguístico sem o estruturalismo, tal qual é impossível citar o funcionalismo sem os estágios que o antecederam. Nomes como; Noam Chomsky, Saussure, Bloomfield, Jacobson, entre outros formam uma malha cientifica que juntos contribuíram e muito para o desenvolvimento linguístico atual.




Referencias bibliográficas:
COSTA, Marcos Antônio. Estruturalismo (p.113 à126). In: MATELOTTA, Mário Eduardo (Org.) Manual de linguística. São Paulo: Contexto, 2008.
KENEDY, E. Gerativismo. In: Mário Eduardo Toscano MARTELOTTA. (Org.). In.: Manual de linguística. São Paulo: Contexto, 2008, v. 1, p. 127-140. 
CUNHA, Angélica Furtado da. Funcionalismo. IN: MARTELOTTA, Mário Eduardo (org.). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo. Contexto, 2012. p. 157-174. 






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