ESTUDO 02 - SERMÃO DO MONTE - AS BEM AVENTURANÇAS - TERMOS E SIGNIFICADOS (MT 5.1-2)

July 23, 2017 | Autor: Antônio de Pádua | Categoria: Teologia biblica
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ESTUDO 02 - AS BEM AVENTURANÇAS – TERMOS E SIGNIFICADOS (Mt 5.1-12) INTRODUÇÃO Para o mundo, o poder de consumo, tornou-se referência de felicidade. As pessoas se matam trabalhando cada vez mais buscando novos desejos a serem saciados. O carro do ano, a roupa da estação, o corpo perfeito, o mais novo modelo de ipad, enfim, o indivíduo feliz é aquele que consegue comprar cada vez mais. Será que um dia ele estará satisfeito e completo ou o desejo por consumir acarretará num vazio cada vez maior? Será mesmo que a felicidade está apenas no ter e poder consumir coisas? Será que ainda há algo que o dinheiro não possa comprar? Quando Jesus subiu aquele monte, aos arredores do mar da Galiléia, estava determinado a mostrar ao mundo o que significa realmente ser feliz. I. BEM-AVENTURANÇAS – TERMOS TEOLÓGICOS? São diversas afirmações de Jesus que começam com a expressão “bem-aventurados os...”, a respeito de certas pessoas – os cidadãos do Reino de Deus. O texto começa assim: “Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo:”, Mt 5.1-2. As bem-aventuranças falam do caráter, conduta e comportamento daqueles que nasceram de novo. As bem-aventuranças refletem as qualidades da vida cristã normal (não anormal), e devem ser vistas na vida de cada crente sem exceção, II Co 5.17. O termos bem-aventurança, é uma palavra especial no grego (makarioi), que descreve aquela alegria ou felicidade de quem tem o seu segredo dentro de si e é completamente independente das coisas externas da vida.1 Vejamos alguns exemplos: a) Habacuque, Hc 3.17-19; b) Paulo, Fp 4.11-13 O que Jesus está ensinando é ainda que todos considerem seus seguidores são os mais infelizes e desafortunados e ainda que eles mesmos de forma alguma estejam sempre cheios de otimismo com referencia a própria condição, diante do céu e pelas normas do reino são o povo mais feliz da terra, e isto por dois motivos: a) O seu presente, pois o Espírito de glória repousa sobre eles, I Pe 4.14 b) O seu futuro, pois é grande o vosso galardão no céu, Mt 5.12.2

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BARNETT, John D. Um Ensino Desafiador – Estudos no Sermão do Monte. São José dos Campos, SP: Editora Cristã Evangélica, 2000. 2 HENDRIKSEN, William. Mateus – Comentário do Novo Testamento, vol. 1. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010.

II. BEM-AVENTURANÇA – SEU SIGNIFICADO Conforme o ensino de Jesus, a felicidade jamais esteve associada a esta realidade do TER. Se olharmos para o Seu ministério veremos que Ele nada teve: a) Não teve lugar para nascer, Lc 2.17; b) Não teve lugar para morar, Mt 8.20; c) Não teve dinheiro consigo para imposto, Mt 17.24-27 d) Foi homem de dores, Is 533 A felicidade tem muito pouco a ver com o TER, porém está absolutamente relacionada ao SER 1. É algo que somente Deus pode dar. Nós não temos os recursos para produzir a condição espiritual que seria aceitável por Deus. Sl 14.1-3. 2. Não depende das circunstâncias. O apóstolo Paulo afirma em duas cartas: Aos filipenses no cap. 4.10-11 e Aos II Coríntios no cap 7.4 e 12.10. 3. É relacionada com a obediência à Palavra de Deus. Vejamos uma situação vivida por Jesus, Lc 11.27-28. Se quisermos ser um povo bemaventurado (feliz), necessitamos obedecer totalmente a Palavra de Deus, Sl 1.1-2. III. BEM-AVENTURANÇA E A FELICIDADE VAZIA Para muitos, a felicidade consiste em possuir muitos bens, uma grande conta bancária, ou como diz a modinha popular – “muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”. Tudo isso é bom, mas não é a causa de felicidade de ninguém. O rei Salomão era: Um administrador brilhante, um compositor com mais de mil cânticos, um sábio com mais de três mil provérbios, possuía 1400 carros e 12 mil cavalos, seu rendimento anual incluiu 666 talentos (isso equivale hoje, 119 milhões e 188 mil reais), sua paixão sexual foi satisfeita por 700 mulheres e 300 concubinas. Mas no fim de sua vida, veja a sua conclusão: Ec 2.10-11. Isso comprova que o “ter” não traz felicidade. O seu humano é infeliz por natureza. Freud escreveu: “nós seres humanos somos infelizes. A felicidade não é algo natural no homem, uma vez que o seu conflito e sua angustia com a civilização são eterno”.4 O ser humano não tem felicidade, ele vive momentos felizes. Mas o crente tem uma alegria e felicidade que não depende das circunstâncias lá fora, mas do seu estado espiritual, visto aos olhos de Deus – ele não depende do ter, e sim, do ser. PARA CONCLUIR: Através das bem-aventuranças, o Senhor Jesus mostra que seu desejo é que o crente tenha um caráter diferente e demonstre uma conduta diferente, porque de ser como sal, impedindo a deterioração, e como luz, brilhando nas trevas. Jesus mostra que o crente tem de ser diferente não somente do mundo, mas do sistema religioso (ilustrado pelos fariseus do tempo de Jesus). Assim o crente tem de ser diferente, tanto do crente nominal, como do mundo secular. Jonh Stott escreveu – “Creio que Jesus desejava que o seu Sermão do Monte fosse obedecido. De fato, se a Igreja tivesse aceitado realisticamente os seus padrões e valores, como aqui demonstrados, e tivesse vivido segundo eles, ela teria sido a sociedade alternativa que sempre tencionou ser, e poderia oferecer ao mundo uma autêntica contra cultura cristã”. 5

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A Prática do Evangelho. Estudos Bíblicos Didaquê, Volume XXII. Manhumirim, MG: Editora Didaquê, 1993. FREUD, Sigmund. O Futuro de uma ilusão, 1ª Edição. São Paulo: LPM Editores, 2010 5 STOTT, John. A Mensagem do Sermão do Monte – Contracultura Cristã. São Paulo: ABU Editora, 2011 4

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