Estudo Biblico: 2 CORÍNTIOS 2.1-11 -TRISTEZA E PERDÃO

May 31, 2017 | Autor: A. Stahlhoefer | Categoria: New Testament, New testament exegesis, Bible Study
Share Embed


Descrição do Produto

ESTUDO NO. 03
2 CORÍNTIOS 2.1-11 - TRISTEZA E PERDÃO

Alexander De Bona Stahlhoefer

Introdução

O capitulo 2 inicia retomando e concluindo o assunto do capítulo 1. Paulo fecha o seu argumento com relação a visita que ele prometera aos Coríntios, mas que não cumpriu. Em seguida trata de uma ofensa que ataca diretamente a autoridade do seu ensino.

1) Evitando uma tristeza maior (vv.1-4)
Em continuação com a temática de 1.23-24 Paulo inicia indicando que a sua decisão em não voltar à Corinto foi para evitar a necessidade de aplicar novamente a disciplina. Paulo teme que seu relacionamento com a comunidade possa não perdurar a mais um episódio dramático. Ele percebe que sua tarefa era mediar o conforto de Deus aos Coríntios, não a tristeza e a dor (v.2). Paulo sente a necessidade de ter uma boa comunhão com a comunidade de Corinto. Por esta razão ele escolhe escrever uma carta, que apesar do tom forte e incisivo, seria melhor do que ele mesmo ir até eles. A carta foi necessária para faze-los conhecer a profundidade do amor que ele tem por eles, mesmo que escrita com angústia e lágrimas (v.4). Provavelmente esta carta não é 1Co, mas uma carta escrita entre 1Co e 2Co, mas que se perdeu.

Perguntas para reflexão:
Existem situações de conflito onde o nosso modo de ação, em si mesmo, comunica algo que talvez nem mesmo seja nossa intenção. Como distinguir ou avaliar qual a melhor atitude diante de conflitos entre as pessoas da comunidade?
Se colocar ao lado dos que estão com a razão pode ser certo. Mas será que é necessário?

2) Perdão e conforto ao pecador (vv.5-11)
Perdão que encobre a punição (vv.5-7)
Para entender o conflito na comunidade de Corinto é preciso ter em mente que há 3 elementos como focos de tensão: Paulo, um ofensor desconhecido, e a comunidade.
Quem é o ofensor? Talvez tenha sido alguém que, não concordando com as criticas de Paulo em 1Co sobre a licenciosidade sexual ou quanto à frequência aos templos pagãos tenha continuado nessas práticas. A autoridade de Paulo está em xeque. O ofensor ao permanecer no pecado de forma decidida e com apoio de mais alguns da comunidade, não dá crédito à pregação de Paulo. Não sabemos se o ofensor atacou verbalmente o ensino apostólico, o que seria de se esperar.
A comunhão da comunidade estava ameaçada pela divisão. Para Paulo estava claro que a disciplina aplicada ao ofensor fora suficiente. Chega! Basta!
Não se sabe que tipo de disciplina seria esta. Possivelmente foi uma punição formal, algo como proibir o ofensor de participar dos encontros públicos da igreja. O objetivo era fazer com que o ofensor se arrependesse e voltasse à comunhão (cf. Mt 18.15ss). Parece-nos que o objetivo da disciplina não fora plenamente alcançado. Pois se o ofensor corria risco de ser consumido pela tristeza, isto poderia leva-lo a abandonar a fé. Neste caso, o objetivo teria sido perdido, e a comunidade teria falhado na sua tarefa de reconduzir o ofensor à comunhão. Diante da tristeza do ofensor, que caracterizaria seu arrependimento, a comunidade deveria expressar grande amor e perdão, na mesma intensidade com que aplicou a punição (Lc 17.3), uma vez que o objetivo é salvar e perdoar o ofensor, e não condená-lo.

Pergunta pra reflexão:
Disciplina na Igreja, às vezes, significa afastar a pessoa em pecado de determinada atividade. Terminado o período de disciplina, como tratamos a pessoa? Demonstramos amor de forma a reintegrar o pecador? Ou fica o disciplinado marcado pela comunidade como "o pecador"? Qual o limite da disciplina na igreja?

A forte ligação entre Paulo e a comunidade (vv.9-10)
A obediência a Paulo não deve ser entendida como se a comunidade fosse sujeita à Paulo e este tivesse poder sobre ela, mas no sentido de que o ensino de Paulo é ouvido, aceito e obedecido na comunidade. A Palavra de Deus por meio de Paulo encontra em Corinto ouvidos atentos e obedientes. Ele elogia esta a atitude da maioria, exatamente o que o grupo que defende o ofensor nega.
Em seguida no v.10 Paulo afirma já ter perdoado o ofensor, e esta atitude é o que ele espera da comunidade. Se bem que o apóstolo acrescenta que não há o que ele tenha que perdoar, pois a ofensa dirigida à ele não o ofendeu, antes, ofendeu a comunidade. Paulo reforça de que o ofensor saiba que ele havia o perdoado e que a comunidade estava o perdoando.

Pergunta para reflexão:
Caminhar juntos sob a mesma Palavra de Deus é o que garante a unidade da comunidade. Qual a tarefa do estudo bíblico e da pregação na manutenção da unidade da igreja?

Para que Satanás não tenha vantagem (v.11)
A razão para perdoar o ofensor é que Satanás não tenha vantagem sobre a comunidade. Para Paulo estava claro que o objetivo de Satanás era separar a comunidade dele. A existência de dois grupos opositores representava o potencial de divisão da comunidade. O perdão e o conforto que Paulo pede, serviria para reconciliar a minoria com a maioria e assim trazer toda comunidade sob a liderança de Paulo. Aqui Paulo aplica na prática o "ser liberto do império das trevas e transportado para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados."(Cl 1.13)
Cabe ainda o alerta de 2 Co 11.13s, onde os falsos apóstolos são comparados com Satanás que assume forma de um anjo de luz para enganar. Quem está em obediência ao ensino de Paulo distingue as intenções do mal e age de acordo com o bem.

Pergunta para reflexão:
Disputas, divisões, partidarismo além de serem péssimo testemunho, servem aos propósitos de Satanás. Em sua comunidade, que situações podem ser facilmente usadas por Satanás para destruir a comunhão e o bom testemunho?

Referências Bibliográficas

WOLFF, Christian. Der zweite Brief des Paulus an die Korinther. Berlin: Evangelische Verlagsanstalt, 1989.

BARNETT, Paul. The Second Epistle to the Corinthians. Grand Rapids, Cambridge: William B. Eerdmans Publishing Company, 1997.

VEEGE, Ivar. 2 Corinthians - a Letter about Reconciliation: A Psychagogical, Epistolographical and Rethorical Analysis. Tübingen: Mohr Siebeck, 2008.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.