Estudo Bíblico: Atos 16.16-40 - Histórias de pessoas Libertas das cadeias

May 31, 2017 | Autor: A. Stahlhoefer | Categoria: New Testament, New testament exegesis, Bible Study
Share Embed


Descrição do Produto

Estudo nº 20 – atos dos apóstolos 16.16-40
histórias de pessoas Libertas das cadeias

Alexander De Bona Stahlhoefer
Seguir a Jesus tem o seu preço: é o discipulado. Muitas vezes este seguimento nos coloca em situações embaraçosas, e até mesmo persecutórias. Será que se Paulo e Silas soubessem de antemão o que lhes custaria testemunhar a respeito de Jesus teriam mesmo assim o seguido? Até onde estamos dispostos a ir por amor a Jesus Cristo?
A libertação de uma escrava duplamente cativa (vv.16-18)
Parece que era costumeiro para Paulo e Silas irem à beira do rio para orar com as mulheres que ali se reuniam. Num destes encontros, também está ali uma mulher escreva, duplamente escrava. Ela servia a alguns senhores humanos que obtinham um bom lucro com as atividades dela. Sem dúvida o lucro era gordo, pois ela tem mais de um dono! As atividades da moça demonstram que ela tinha mais um senhor: "um espírito pelo qual predizia o futuro" (v.16 NVI). A moça era cativa de um poder oculto. A fala da moça era semelhante àquela dos possessos que vinham a Jesus: "Estes homens são servos do Deus Altíssimo" (v.17); "Tu és o santo de Deus" (Lc 4.34).
A maneira de agir de Paulo e Silas também é semelhante a de Jesus, com uma diferença porém: enquanto Jesus expulsa os espíritos imundos em seu próprio nome, e por causa da sua autoridade, os apóstolos expulsam os demônios na autoridade de Jesus Cristo, em nome dele. Desta forma eles puderam em tom de ordem dizer: "Em nome de Jesus Cristo eu lhe ordeno que saia dela". Não há diálogo com o oculto, não há argumentos, há apenas uma pessoa que venceu Satanás: foi Cristo na cruz do Calvário, e somente pelo poder e autoridade deste que os demônios se submetem aos cristãos (Hb 2.14; Cl 2.15, cf. Lc 2.10, Tg 4.7).
Diálogo
Em nosso contexto há muita prática de ocultismo. Como podemos demonstrar através de atitudes que os cristãos são chamados a proclamar libertação a todos os que estão cativos de Satanás?

Os opressores nunca se alegram com a liberdade (vv.19-24)
Dinheiro é um assunto delicado, ainda mais quando se trata do nosso dinheiro, pior ainda quando alguém no retira a possibilidade de lucro. Foi o que Paulo e Silas fizeram: ao libertar a escrava do espírito prognosticador, também a libertaram da sua escravidão aos seus senhores humanos. A moça perdeu sua utilidade para eles, não podendo mais proporcionar-se lucro fácil e certo. Pouco importava para tais pessoas a libertação espiritual da mulher, seu lucro se foi, e com isto a revanche se tornou alvo deles. Procuraram então atacar Paulo e Silas. Levaram-nos até os magistrados romanos e os acusaram de ir contra os costumes romanos. Eles não fizeram qualquer menção de qual costume específico foi violado, nem qual a atitude real dos dois. A acusação foi leviana e com o objetivo de fazer com que eles fossem condenados por um suposto crime cometido.
Paulo e Silas parecem não ter se defendido, talvez não tiveram oportunidade para tal. Foram sumariamente condenados a açoites e prisão. Não há indicação se posteriormente eles seriam jugados por um tribunal romano, ou se a prisão era somente uma represália para afugentar os forasteiros. Em todo caso os dois estão presos numa cela bem guardada e de difícil acesso.

Diálogo
Estamos dispostos a sofrer as consequências de anunciar a libertação em Jesus Cristo através de ações concretas?

Como pode uma prisão oferecer liberdade a alguém? (vv.25-40)
Paulo e Silas não estão espiritualmente afetados pela prisão. Sua fé em Deus não pode ser extirpada por espancamento e prisão (Rm 8.38s). Por isto louvam a Deus com hinos e oram ao Senhor. É possível que tenham orado por livramento, mas, sobretudo adoram a Deus num lugar de brutalidade.
De forma inesperada um terremoto sobrevém de forma que as portas da cadeia se abrem. Os alicerces foram abalados. As correntes caíram. Os cativos estavam libertos, podiam fugir. Mas, não fugirão! Porque não fugir? Se Deus mandou o terremoto, se ele abriu as portas da cadeia, porque não sair por ela? Ainda não era a hora! É preciso dar testemunho da verdade, é necessário primeiro comparecer diante das autoridades e apresentar-lhes a verdade.
Mas antes disto há algo a ser resolvido: o carcereiro está prestes a cometer suicídio – isto pelo medo da punição pela fuga dos presos. Paulo e Silas interpelam o homem e Deus abre as portas do coração dele: "o que devo fazer para ser salvo"? (v.30). Diante de tal pergunta o evangelho de Jesus Cristo foi anunciado e houve salvação naquela madrugada. Tanto o carcereiro quanto a sua casa acolhem em fé a pregação do evangelho e são batizados. Como gratidão o carcereiro alimenta os servos de Deus e se regozijam na comunhão criada pela salvação (v.34).
Nesta noite Paulo e Silas são libertos da cadeia, e o carcereiro e sua família libertos do pecado. Na manhã seguinte é preciso comparecer diante das autoridades e dar-lhes testemunho da verdade. Os magistrados queriam que Paulo e Silas deixassem a cidade. Porém Paulo revela sua cidadania romana e com isto os magistrados percebem que sua maneira de agir foi contraria à lei romana, e eles mesmos estariam passiveis de julgamento. Era preciso que os próprios magistrados voltassem atrás em sua decisão. Foi o que fizeram, desculparam-se diante dos dois, e pediram que saíssem da cidade. Mas antes disto, Paulo e Silas ainda visitaram Lídia, os irmãos e os encorajaram. Como no capítulo 17.1 os verbos voltam a ser conjugados em 3ª pessoa do singular. Entendemos que Paulo e Silas deixaram Filipos, mas Lucas ficou para dar continuidade ao trabalho.
Diálogo
Por vezes Deus age através de circunstancias incomuns, e ali promove salvação. Compartilhe alguma circunstancia incomum acontecida com você e que redundou em salvação ou em louvor ao nome de Deus.

Conclusão

Agir em nome de Jesus Cristo exige sacrifícios. Muitos deles não podemos medir antes de agir. Nem devemos procurar medir as consequências de pregar o evangelho, pois se o fizermos cairemos no erro de não arriscar pregar por medo de consequências negativas para nossa vida. Tudo que compete ao servo de Cristo é pregar a Palavra, testemunhar do amor de Deus em atitudes concretas, a obra de salvação, reconciliação, libertação é Deus mesmo quem faz.
Referências Bibliográficas
WILLIAMS, David J. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Atos. São Paulo: Vida, 1996.
DE BOOR, Werner. Comentário Esperança: Atos dos Apóstolos. Curitiba: Esperança, 2002.
GRUDEM, Wayne. Entenda a fé cristã. São Paulo: Vida Nova, 2010.





Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.