Estudo comparativo da abundância de Ouriços-do-mar entre a praia de Nanhimbe e de Wimbe

June 7, 2017 | Autor: G. Antonio | Categoria: Academics
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Universidade Lúrio
Faculdade de Ciências Naturais
Licenciatura em Ciências Biológicas
Cadeira: Ecologia Marinha
4º Ano / 1º Semestre

Tema:

Estudo comparativo da abundância de Ouriços-do-mar entre a praia de Nanhimbe e de Wimbe

Discente: Docente:
Gabriel Naquira António Isabel Marques da silva, Msc







Pemba, março de 2015


1.Resumo
Os ecossistemas aquático quando comparados com terrestres possuem um numero elevado de taxons. A zona intertidal é considerada importante pôs abrega vasta gama de espécies, os ouriços-do-mar são comummente encontrados nessas áreas alimentam-se de matéria em suspensão e detritos, desempenham uma grande função nas comunidades bentónicas exercendo intensa herbívora de modo a se manter equilíbrio ecológico no ecossistema. O trabalho visa fazer estudo comparativo de abundância de ouriços-do-mar nas praias de Nanhimbe e Wimbe, para a recolha de dados foi usada uma corda de nylon cuja área era de 10m2,após à recolha dos dados, introduziu-se nos pacotes Exel e SPSS para calcular a diversidade e teste de hipótese de Mann-whitney. Dos 70 lançamentos aleatoriamente feitos, foram encontradas 6 espécies com um total de 2623 indivíduos, onde a Echinometra mathaei foi a mais abundante com um total de 2108 espécimes e a Stomopneustes variolaris a menos abundante com apenas um espécime. A praia de Nanhimbe apresentou maior diversidade e abundância visto que apresenta um habitat complexo constituído de ervas marinhas, rochas, areia e algas ao passo que a praia do Wimbe só apresenta areia e ervas marinhas.
Palavras-chave: Ecossistemas aquáticos, zona intertidal, diversidade, ouriços-do-mar


2. Introdução
Os ecossistemas aquáticos compreendem uma enorme variedade de formas de vida, e um número de táxons superiores do que no ecossistemas terrestre (Correia, 2005).
A zona intertidal Situa-se entre a baixa-mar (limite mínimo do nível do mar na maré baixa) e a praia mar (limite máximo do nível do mar na maré alta). Esta zona é considerada um dos mais importantes habitats por abrigar uma variedade de espécies de grande valor ecológico. Por estar na transição entre o meio marinho e o meio terrestre, esta zona recebe grande quantidade de sedimentos que servem de nutrientes para as espécies que ali vivem, estando deste modo entre os ambientes marinhos mais produtivos do planeta (Coutinho, 2002).
Segundo Jacinto et al., (2013) O grupo Echinodermata é comummente encontrado em ambientes recifais. Suas populações vivem em todas as latitudes, desde a zona entre marés até fundos abissais, sendo mais abundantes na região tropical do que nas águas polares. Muitos organismos estão adaptados a se fixar em substratos rochosos, enquanto outros vivem em substratos lodosos, arenosos, em madeira submersa ou em epibiose. Uma importante característica do grupo é sua tendência a apresentar distribuição agregada em altas densidades. Em locais onde as condições são favoráveis a essas espécies, o substrato pode ficar totalmente coberto por ouriços-do-mar ou estrelas-do-mar
Os ouriços-do-mar são equinodermos bentônicos habitantes de regiões de entre marés (região exposta ao ar na maré baixa) e regiões de sublitoral (região que nunca fica exposta ao ar). Esses animais apresentam comportamento alimentar variado, podendo ser herbívoros, comedores de material em suspensão ou detritívoros (Bulleri et al. 1999). Desempenham um papel-chave na estrutura das comunidades bentónicas do litoral rochoso (Lawrence, 2007), podendo exercer uma intensa herbívoria sobre os produtores primários (Flukes et al., 2012). O seu efeito nas comunidades varia conforme a sua densidade e o contexto ecológico onde se encontrem (Bonaviri et al., 2011).
A sobre-exploração de recursos pesqueiros e a consequente diminuição da abundância de predadores podem causar surtos de ouriços-do-mar. Consequentemente, estes equinodermes, sem o controlo da predação, podem alterar a dinâmica de produtores primários através do consumo de algas folhosas moles e ervas marinhas. Por outro lado, a redução da abundância de macroalgas pode afectar os predadores de ouriços-do-mar que necessitam da complexidade estrutural das algas para o seu habitat e refúgio (Bonaviri et al., 2011).
Em áreas marinhas protegidas (AMP), a proibição de actividades extractivas humanas leva, normalmente, à recuperação de espécies-chave de predadores que controlam a população de ouriços-do-mar e restauram os habitats dominados por macroalgas (Bonaviri et al., 2011)

O trabalho tem como principal objectivo fazer o estudo comparativo da abundância de ouriços-do-mar nas praias de Nanhimbe e Wimbe

3. Metodologia
3.1. Área de estudo
A cidade de Pemba (cidade de Pemba é a capital da província) está localizada no Sudoeste da Província de Cabo Delgado, confinando a Norte com o distrito de Pemba-Metuge, a Sul com o distrito de Mecufi, a Este com o Oceano Índico e a Oeste com o distrito de Pemba-Metuge. Tem uma superfície de 19 km2 e uma população estimada em 121.967 habitantes, este distrito tem uma densidade populacional de 4.468.3 hab/ km (http://www.visitmozambique.net).
A cidade de Pemba é circundada pela baia do mesmo nome com os seus 50 km de superfície, sondo rodeada, pela praia do Wimbe dista 7 km da cidade e indo para além, a praia de Nanhimbe, que se encontra a 10 km da cidade (majaliwa.tripod.com).
A praia de Nanhimbe é caracterizada por apresentar um substrato rochoso que contem rochas, areia, ervas marinhas poças de agua e algas, e a praia de Wimbe por possuir substrato arenoso com maior predominância de ervas marinhas.

Figura 1: localização geográfica da praia do Wimbe e Nanhimbe
Fonte: http://www.googlemaps.com

3.2. Método
O estudo foi realizado durante as maré baixa nos dias 07 e 08 de Março de 2015 nas praias de Nanhimbe e Wimbe respectivamente. Na praia de Nanhimbe a recolha de dados teve início quando eram 8h e terminou-se as 11h:30 minutos e no dia seguinte prosseguiu-se a praia do Wimbe onde a recolha de dados teve inicio quando eram 10h: 00 e terminou-se as 12h e 30 minutos. Com ajuda de corda de nylon de 1,78m presa através de uma pedra formava-se circunferência de 10m2, aleatoriamente era lançada a corda e no lugar onde caia traçava-se uma circunferência, contabilizava-se número de indivíduos presente e recolhia-se indivíduos representantes de cada espécie para serem fotografados e através da fotografia serem posteriormente identificados. Nas duas praias foram feitos 70 lançamento sendo 35 para cada de modo a facilitar a comparação.
Num bloco de nota foram registados, segundo os códigos que se foram dados as espécies e o número de indivíduos de cada espécie observado por quadrado.
Após a identificação dos organismos, introduziram-se os dados nos pacotes SPSS e Excel, para sua análise, onde com ajuda do pacote SPSS se calculou a media das espécies das duas praias para posterior comparação através do teste de hipóteses de Mann whitney. Com ajuda do pacote Exel calculou-se o indicador ecológico de diversidade (Margalef) e de igual modo calculou-se a média, o desvio padrão e obteve-se gráfico com vista a conhecer a praia com maior diversidade.








4. Resultados
Dos 70 lançamentos feito foram encontrados 6 espécies de organismos (Anexo 1), totalizando 2623 indivíduos, dos quais Echinometra mathaei com 2108 indivíduos, Tripneustes gratillas com 340 indivíduos, Salmacis bicolor com 144, Diadema setosum com 22 indivíduos, Diadema savignyi com 8 indivíduos e a Stomopneustes variolaris com apenas 1 indivíduos.
A espécie Echinometra mathaei foi a mais numerosa nas duas praias com um total de 2108 indivíduos e a espécie Stomopneustes variolaris menos abundante com apenas 1 individuo, quando comparadas estatisticamente as medias nas duas praias verifica-se que houve diferenças significativas para a Echinometra mathaei p=0.000, e para a Diadema savignyi p=0.023 visto que valor de p
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