Estudo da Classificação Comercial das Amêndoas do Clone de Cacau PH16 em Diferentes Solos no Sudeste da Bahia

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Descrição do Produto

Guilherme Amorim Homem de Abreu Loureiro1, Quintino Reis de Araujo2, José Claudio Faria 3, Hellen Lazaro Melo 4 1 Engenheiro Agrônomo – Bolsista de IC Ceplac / Fapesb; Mestrado em Produção Vegetal – UESC; [email protected], (73) 8809-3182 2 Pesquisador Ceplac/Cepec & Professor UESC; [email protected] 3 Pesquisador & Professor UESC; 4 Estudante de Engenharia Agronômica UESC

INTRODUÇÃO Este trabalho teve como objetivo estudar o comportamento das variáveis relacionadas com a biometria dos frutos e amêndoas, da polpa e dos cotilédones em diferentes fases do beneficiamento, até a classificação comercial das amêndoas do clone de cacau PH16 em 13 solos identificados, avaliados e classificados pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.

MATERIAL E MÉTODOS • Locais de Estudo: Municípios do Sudeste da Bahia: Arataca, Gandu, Ilhéus, Itabuna, Ituberá, Piraí do Norte, Porto Seguro, Santa Luzia e Uruçuca • Amostragem de Cacau (coleta e beneficiamento padronizados): a) frutos e amêndoas secas; b) polpa (não fermentada e fermentada); cotilédones fermentados, não fermentados e secos; e, d) classificação comercial das amêndoas. • Amostragem de Solos: a) coleta e descrição de amostras de solo; b) análises físicas e químicas das amostras de solo; classificação de solo. • Estatística: Análise exploratória multivariada de biplot aplicado aos componentes principais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO As variáveis biométricas das amêndoas estão mais associadas com os solos PVAe cam (10), LAd cam (3) e PVAd (12) e o peso de semente por fruto (pse_f) acompanha a biometria das amêndoas (Figura 1). Os lipídios totais (lip_cs) e umidade (umi_cs) dos cotilédones secos apresentaram um correlação inversa ao passo que as proteínas totais (pro_cs) e cinzas (cin_cs) estão mais correlacionadas entre si, e, virtualmente, não se correlacionam com lip_cs e umi_cs (Figura 2). O solo Cxd (11), seguido dos solos PVAd (4,5,12) apresentaram os melhores níveis de lipídios totais (manteiga de cacau) (Figura 2). No biplot da interação entre as variáveis quantitativas da classificação comercial das amêndoas x solos, verificou-se a distribuição das variáveis que indicam diferentes resultados do beneficiamento: adequado – amêndoa totalmente marrom (tm_a); intermediário – amêndoa parcialmente marrom (pm_a); não adequado – amêndoa violácea (vio_a) (Figura 3). Essas variáveis, conjuntamente com a umidade da amêndoa (umi_a) e outras classificatórias, são avaliadas na prova de corte (Regulamento Técnico da Amêndoa de Cacau - Instrução Normativa nº 57 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para classificação comercial das amêndoas em tipos I, II e III, que, do ponto de vista científico, não é suficiente para discriminar as amêndoas, pois ignora muitas etapas do processo de beneficiamento.

Figura 2. Biplot – Primeiro componente principal (PC1) x segundo componente principal (PC2) da interação de quatro variáveis dos cotilédones de amêndoas fermentadas e secas do clone de cacau PH16, avaliadas em 13 diferentes solos (LVAd_1, Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico; LAd_2, Latossolo Amarelo Distrófico típico; LAd cam_3, Latossolo Amarelo Distrófico cambissólico; PVAd_4, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico; PVAd_5, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico; PVAd coe_6, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrocoeso abrúptico; PVA ali_7, Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico típico; PAd_8, Argissolo VermelhoAmarelo Distrófico; PAd lat_9, Argissolo Amarelo Distrófico latossólico; PVAe cam_10, Argissolo VermelhoAmarelo Eutrófico cambissólico; Cxd_11, Cambissolo Háplico Distrófico típico; PVAd_12, Argissolo VermelhoAmarelo Distrófico abrúptico; LVAd arg_13, Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico argissólico; cin_cs, cinzas totais do cotilédone seco; lip_cs, lipídios totais, manteiga do cotilédone seco; umi_cs, umidade do cotilédone seco; pro_cs, proteínas totais do cotilédone seco).

Figura 3. Biplot – Primeiro componente principal (PC1) x segundo componente principal (PC2) da interação de quatro variáveis dos cotilédones de amêndoas fermentadas e secas, avaliadas em 13 diferentes solos (LVAd_1, Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico; LAd_2, Latossolo Amarelo Distrófico típico; LAd cam_3, Latossolo Amarelo Distrófico cambissólico; PVAd_4, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico; PVAd_5, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico; PVAd coe_6, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrocoeso abrúptico; PVA ali_7, Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico típico; PAd_8, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico; PAd lat_9, Argissolo Amarelo Distrófico latossólico; PVAe cam_10, Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico cambissólico; Cxd_11, Cambissolo Háplico Distrófico típico; PVAd_12, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico; LVAd arg_13, Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico argissólico; tm_a, amêndoa totalmente marrom; pm_a, amêndoa parcialmente marrom; vio_a, amêndoas violáceas; umi_a, umidade da amêndoa).

CONCLUSÕES Figura 1. Biplot – Primeiro componente principal (PC1) x segundo componente principal (PC2) da interação de sete variáveis da biometria de frutos e amêndoas fermentadas e secas do clone de cacau PH16, avaliadas em 13 diferentes solos (LVAd_1, Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico; LAd_2, Latossolo Amarelo Distrófico típico; LAd cam_3, Latossolo Amarelo Distrófico cambissólico; PVAd_4, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico; PVAd_5, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico; PVAd coe_6, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrocoeso abrúptico; PVA ali_7, Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico típico; PAd_8, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico; PAd lat_9, Argissolo Amarelo Distrófico latossólico; PVAe cam_10, Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico cambissólico; Cxd_11, Cambissolo Háplico Distrófico típico; PVAd_12, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico; LVAd arg_13, Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico argissólico; pca_f, peso da casca do fruto; pes_f, peso do fruto; pse_f, peso de sementes por fruto; lar_a, largura da amêndoa; pes_a, peso da amêndoa; com_a, comprimento da amêndoa; nse_f, número de sementes por fruto).

O estudo das etapas de beneficiamento do cacau, da colheita dos frutos até a secagem das amêndoas, propicia o melhor entendimento das relações e diferenças de amêndoas de um mesmo material genético de cacau (PH16) sob condições edáficas distintas. Os parâmetros utilizados na prova de corte necessitam de uma sistematização mais apurada que resulte na elaboração de um Índice de Classificação Comercial, que viabilizará futuras avaliações no sentido de destacar a qualidade comercial das amêndoas cultivadas nos solos do Sudeste da Bahia.

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