ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DAS FAIXAS DE PEDESTRES QUE DÃO ACESSO AO TERMINAL DE PASSAGEIROS “PRAÇA A” NA CIDADE DE GOIÂNIA GO

September 20, 2017 | Autor: Patricia Margon | Categoria: Pedestrian Movement
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ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DAS FAIXAS DE PEDESTRES QUE DÃO ACESSO AO TERMINAL DE PASSAGEIROS “PRAÇA A” NA CIDADE DE GOIÂNIA GO Patrícia Vilela Margon (1), Leonardo Ferreira de Carvalho (1), Marcelo Ferreira Milhomens (1), Marcelo Lourenço da Silva (1), Wanderson Oliveira de Jesus (1), (1)

Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Goiás, Campus Goiânia, Departamento de Áreas Acadêmicas 3 – Coordenação da Área de Transportes. Endereço: Rua 75, nº 46, Centro. CEP: 74055-110 – Fone: (62) 3227-2835. www.ifg.goiania.edu.br – [email protected]

RESENHA O objetivo do presente trabalho foi identificar, através de um estudo de caso, as dificuldades encontradas pelos pedestres na travessia das vias que dão acesso ao terminal de passageiros do transporte público localizado na “Praça A”, pertencente ao Eixo Anhanguera, situado na cidade de Goiânia, Goiás. O estudo de caso foi realizado em três etapas básicas. A primeira consistiu em uma análise visual das condições de travessia ao longo do perímetro estudado, contando com registros fotográficos do local. A situação registrada foi confrontada com parâmetros constantes no referencial teórico que aborda o assunto em questão, a fim de obterem-se subsídios necessários à elaboração de um questionário, contendo proposições objetivas, com o intuito de investigar o comportamento dos usuários quanto ao ato de acessar utilizando as faixas de pedestre. Na segunda etapa, foi realizada a elaboração e aplicação direta do questionário a um público representativo, através de uma amostra estatística da população que utiliza o terminal. O questionário aplicado pode ser considerado do tipo “qualitativo”. Na etapa final deste trabalho os dados coletados em campo foram tabulados e analisados. Desta forma foi possível delinear o comportamento dos usuários entrevistados, permitindo atingir o objetivo da pesquisa, focado na proposição de melhorias para minimizar os conflitos existentes no que se refere à utilização das faixas de pedestres que dão acesso ao terminal de passageiros Praça "A". PALAVRAS-CHAVE: Faixa de Travessia de Pedestre, Terminal de Passageiros, Transporte Público. 1 INTRODUÇÃO Segundo Vasconcelos (1985), o trânsito é uma disputa pelo espaço físico, que reflete uma disputa pelo tempo e pelo acesso aos equipamentos urbanos. A livre circulação nas grandes cidades tornou-se uma tarefa cada dia mais complicada e perigosa. Simples deslocamentos, anteriormente realizados com facilidade e segurança, atualmente requerem cuidados e, sobretudo, respeito às normas de conduta e circulação nas vias. É importante destacar que o trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito (CTB, 1997). Assim sendo, é de suma importância buscar formas para entender o comportamento humano, sobretudo alertando para as consequências que podem resultar da não observância das normas gerais de circulação e conduta que dizem respeito ao pedestre, pois é dever do mesmo abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou

privadas (artigo 26 - CTB, 1997). O artigo 68, do capítulo IV do CTB (1997), estabelece as regras de circulação e conduta para os pedestres e condutores de veículos não motorizados, sendo que, nas áreas urbanas, os pedestres devem utilizar passeios ou passagens destinadas a eles. Sob esta mesma ótica, é importante frisar que também cabe ao pedestre, obedecer todas as leis do trânsito, sendo vedado: atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando houver sinalização para esse fim, e andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou subterrânea (artigo 254, CTB, 1997). A faixa de travessia de pedestres é uma sinalização de trânsito, definida e regularizada pelo Volume 4 do manual Brasileiro de Trânsito, elaborado e aprovado pelo DENATRAN e CONTRAN, órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito, através da Resolução 236/07. Através de tais dispositivos legais, os condutores e pedestres, podem conhecer, e por consequência, melhorar as relações existentes no trânsito. Portanto, é fácil perceber que as relações humanas no trânsito, por mais simples que possam parecer, devem seguir as normas existentes, sob pena de vidas serem ceifadas por ignorância ou inobservância de princípios básicos. Neste contexto, investigar a condição de utilização das faixas de pedestres existentes nas imediações do terminal de passageiros do transporte público do Eixo Anhanguera, localizado na “Praça A”, torna-se necessário, pois se acredita que organizando as relações existentes no sistema viário, haverá diminuição nos acidentes de trânsito, decorrentes da má utilização deste dispositivo de sinalização horizontal. 2 TERMINAL DE TRANSPORTES PÚBLICOS “PRAÇA A” Na Praça Desembargador Perilo, Avenida Anhanguera, Setor Campinas, acima da Avenida Independência e abaixo da Rua 210, encontra-se o Terminal de Passageiros “Praça A” (Figura 1). Este equipamento urbano – levando-se em conta apenas os passageiros que adentram o terminal, tendo seus bilhetes eletrônicos validados através das catracas de solo – recebe, em média, dez mil pessoas por dia (dados fornecidos pelo Consórcio RMTC, empresa responsável pelo controle e operação do sistema metropolitano de transporte público da grande Goiânia. Valores médios referentes aos meses de janeiro de 2009 até julho de 2010).

Figura 1 – Terminal de integração de Passageiros “Praça A”. Fonte: Google 2008

Figura 2 – Terminais de integração e seção transversal do Eixo Anhanguera. Fonte: Google 2008 Há de se ressaltar que o Eixo Anhanguera, com cerca de 14 Km de extensão, liga a cidade de leste a oeste, é abastecido por cinco terminais de integração (Figura 2), e por ele são transportados mais de 180 mil passageiros por dia (METROBUS/2009). Este eixo de transporte público é o maior da região metropolitana de Goiânia. Atualmente, o intenso fluxo de pessoas no Setor Campinas (Figura 3) é devido, primeiramente à quantidade de habitantes que ali vivem, cerca de 13.147 pessoas (IBGE, 2000), e também ao intenso comércio popular, concentrado, sobretudo, ao longo da Avenida 24 de Outubro, da Avenida Anhanguera e das adjacências destas. Figura 3 – Setor Campinas, Goiânia. Fonte: Google 2008

O Terminal de Transportes Públicos “Praça A”, que encontra-se em local centralizado no setor Campinas, além de contar com um fluxo intenso de pessoas, automóveis e ônibus em seu perímetro, conta também com onze FTP instaladas ao seu redor (Figura 4). Fatos estes que, associados à intensa demanda de passageiros (entrando e saindo de suas Figura 4 – Faixas de Travessia de Pedestre (FTP) no dependências) tornou-se terminal “Praça A”. Fonte: Google 2008. um excelente ponto para análise e verificação dos conflitos existentes no momento da transposição das faixas de travessia de pedestres.

Nas figuras 5 e 6, temos uma visão das entradas “leste” e “oeste”, respectivamente, do terminal de passageiros “Praça A”.

Figura 5 – Entrada leste

Figura 6 - Entrada oeste

3 ANÁLISE TÉCNICA DAS FAIXAS DE TRAVESSIA DE PEDESTRE EXISTENTES NO PERÍMETRO A faixa de travessia de pedestre (FTP) delimita a área destinada à travessia de pedestres e regulamenta a prioridade de passagem dos mesmos em relação aos veículos, nos casos previstos pelo Código de Trânsito Brasileiro (Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, 2007). Conforme a Resolução nº 160/04 do CONTRAN, existem dois tipos de FTP: Zebrada e Paralela (Figura 7).

Figura 7 - FTP do tipo Zebrada e FTP do tipo Paralela. Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito - VOLUME IV No local estudado existem FTP do tipo Zebrada, de forma que em relação à largura das linhas e a distância entre elas, que pode variar de 0,30m a 0,40m e de 0,30m a 0,80m, respectivamente, juntamente com a extensão mínima das linhas, que deve ser de 3,00m podendo variar em função do volume de pedestres e da visibilidade, sendo recomendada 4,00m (Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito - Volume IV, 2007), constatou-se, na pesquisa in loco que as onze FTP analisadas encontram-se dentro dos parâmetros estabelecidos pelo referido manual. As FTP existentes no perímetro estão destacadas na Figura 8. Percebe-se que, apesar das FTP analisadas estarem dentro das determinações prescritas pelo manual, no que

diz respeito a: cor, dimensões, princípios de utilização e colocação, não estão em condições favoráveis para a sua utilização. As FTP 2, 4, 5, 6, 8 e 10, necessitam de nova pintura, uma vez que a visibilidade da sinalização, da forma como se encontram, torna-se dificultada, tanto para o pedestre, quanto para o motorista. 1

2

3

4

5

6

7

8

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10

11

Figura 8 – Faixas de Travessia de Pedestres (FTP) que acessam o Terminal “Praça A”. No que diz respeito à sinalização complementar (vertical de advertência), destaca-se o fato de existirem em algumas FTP, porém, a forma utilizada não é a recomendada pelo manual. Foi observado que, ao invés da sinalização vertical de advertência A-32b (Passagem sinalizada de pedestres), existe a sinalização vertical de advertência A-32a (Trânsito de pedestres). As sinalizações citadas estão destacadas na Figura 9.

Figura 9 – Placas de sinalização de advertência. Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito - VOLUME II 4 METODOLOGIA UTILIZADA NA PESQUISA DE CAMPO O trabalho de campo foi dividido em duas etapas: pesquisa de fluxo de pedestres na FTP e pesquisa de opinião, com o preenchimento dos questionários através da entrevista com os usuários. 4.1 Pesquisa de Fluxo de Pedestres na Faixa de Travessia de Pedestre Na primeira etapa os pesquisadores foram distribuídos em locais estratégicos, um em cada faixa, dentre as oito FTP escolhidas (FTP 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9 e 10 Figura 4) nos arredores do terminal, a fim de serem levantados os números absolutos dos pedestres que realmente atravessavam na FTP. Ressalta-se que as FTP 5, 7 e 11, não foram escolhidas para a contagem, pois as mesmas encontram-se em locais que ocasionariam duplicidade na contagem. A contagem foi feita no horário compreendido entre 16h30 e 19h30, na data de 15/12/2010 (quarta feira), sendo que a coleta de dados feita em intervalos de 15 em 15 minutos. Esta fase do trabalho contou com a participação de oito pesquisadores, sob a coordenação de um supervisor de equipe. Cada pesquisador estava munido de aparelho contador de unidade manual, prancheta, cronômetro e planilha para a coleta dos dados. Nesta fase do trabalho, todos os pedestres que atravessavam na faixa de maneira correta (iniciando e terminando o trajeto pela faixa), tal qual demonstrado na figura 10, foram contabilizados. Figura 10 – Pedestres atravessando corretamente sobre a FTP

4.2 Pesquisas de Opinião Na segunda etapa, foi realizado o preenchimento de um questionário de pesquisa ao público que fazia uso do terminal de passageiros, através de entrevista direta, na mesma data/hora da pesquisa de fluxo de pedestre. A aplicação dos questionários foi realizada com pessoas escolhidas aleatoriamente, respeitando-se apenas a condição de que o entrevistado tivesse realizado o percurso “área externa para área interna do terminal de passageiros”, sob pena de distorção nos resultados e percepções levantadas, uma vez que terminal também serve como ponto de transbordo entre várias linhas do sistema de transporte coletivo urbano de Goiânia GO.

Figura 11 - Entrevista realizada enquanto a entrevistada aguarda a chegada do ônibus na plataforma de embarque.

Esta fase do trabalho contou com a participação de quatro entrevistadores, todos estes alocados dentro do terminal de passageiros e munidos de prancheta, questionário padrão, caneta, relógio, coletes refletores e crachá de identificação. Todos os entrevistadores foram orientados e auxiliados por mais três supervisores de equipe, que também acumularam a função de entrevistadores, perfazendo um total de sete pessoas envolvidas na aplicação questionários. Os entrevistadores foram orientados para se posicionar em locais em que pudessem realizar as entrevistas, mas sem causar desconforto ao entrevistado e aos transeuntes, tal qual mostra a figura 11.

Segundo Richardson (1999), é “impossível obter informação de todos os indivíduos ou elementos que formam parte do grupo que se deseja estudar, seja porque o número de elementos é demasiado grande, os custos são muito elevados ou ainda porque o tempo pode atuar como agente de distorção”. Levando-se em conta a média do público que entra e sai do terminal de passageiros diariamente - em torno de dez mil pessoas - e atendendo os preceitos acima descritos, os questionários foram aplicados a 400 (quatrocentas) pessoas, uma vez que tal número consiste em uma amostra confiável e significativa, no universo das quase dez mil pessoas que entram e saem diariamente do terminal escolhido para o estudo. Para a definição do tamanho da amostra a ser pesquisada foi utilizada a fórmula apresentada abaixo, considerando uma amostra para populações finitas (amostragem aleatória simples – Richardson, 1999).

n = _____2 . p . q . N_____ E2 . (N – 1) + 2 . p .q Onde: n = tamanho da amostra 2 = nível de confiança (escolhido, em número de desvios – sigmas) p = proporção da característica pesquisada no universo, calculado em percentagem q = 100 – p (em percentagem) N = tamanho da população E2 = erro de estimação permitido Considerações: ⇛ O nível de confiança é de 95%, equivalentes a ⇛ Considerando-se que a proporção de pessoas que atravessam na faixa é desconhecida, supõe-se uma proporção de p = 50. Portanto, q = 50. ⇛ Demanda média de passageiros que são catracados no terminal “Praça A” (figura 12).

jan-09 fev-09 mar-09 abr-09 mai-09 jun-09

jul-09 ago-09 set-09 out-09 nov-09 dez-09

11567 10475 12523 11703 12005 11612 11888 11198 11123 11272 11067 12897 jan-10 fev-10 mar-10 abr-10 mai-10 jun-10 10626

9676

jul-10

12242 10421 10978 11035 11309

média diária (N) = 11348 desvio padrão = 777 amostra (n) dia = 386

Figura 12 – Dados utilizados para o cálculo da amostra de entrevistas. Fonte: Consórcio RMTC Levando-se em conta que “se todos os elementos de uma população fossem idênticos, não haveria necessidade de selecionar uma amostra” (Richardson, 1999), a maior dificuldade desta etapa foi deixar claro aos entrevistados que não existiam respostas “certas” ou “erradas”, e sim, havia a necessidade de respostas “sinceras” para cada pergunta do questionário proposto, pois somente com a sinceridade dos entrevistados, a percepção sobre o uso das faixas de travessia de pedestre poderia ser levantada. Destaca-se que o questionário foi dividido em sete perguntas objetivas, com algumas opções de respostas, sendo que as três primeiras referem-se aos dados sócioeconômicos dos entrevistados (sexo, idade e renda mensal), seguida da quarta pergunta que trata da escolaridade. Na quinta pergunta, o entrevistado declarara se acha (ou não) importante o uso das faixas de pedestres que dão acesso ao terminal de passageiros. Na sexta pergunta, o entrevistado respondia com que freqüência ele utilizava as faixas de pedestre que dão acesso ao terminal. Observando que, se a resposta à sexta pergunta fosse “sempre”, a entrevista era encerrada, mas se a resposta fosse “às vezes” ou “nunca”, partia-se para a última pergunta, que levantava por qual motivo o entrevistado deixava de utilizar a FTP. 4.3. RESULTADOS OBTIDOS 4.3.1 Pesquisa de Fluxo de Pedestres Após registro da quantidade de pedestres que atravessavam na faixa de maneira correta (iniciando e terminando o trajeto pela faixa), foram contabilizados 5.424 pedestres, no horário compreendido entre 16h30 e 19h30, sendo que esta contagem foi realizada nas oito FTP escolhidas (FTP 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9 e 10 - Figura 4), dentre as onze existentes no perímetro do terminal de passageiros (gráfico 1).

Gráfico 1 - Pedestres que utilizaram corretamente a FTP

4.3.2 Pesquisa de Opinião A partir da aplicação do questionário proposto, aos pedestres que se movimentaram da área externa para a área interna do terminal de passageiros, obtevese a percepção dos mesmos, no que diz respeito a: importância do uso das FTP que dão acesso ao terminal, frequência de utilização das FTP e finalmente por quais motivos as FTP deixavam de serem utilizadas. Primeiramente, de acordo com o gráfico 2 percebe-se que aproximadamente 52% dos entrevistados pertencem ao sexo feminino, em seguida, constata-se que em torno de 60% dos entrevistados, tem no máximo 30 anos de idade (gráfico 3). Gráfico 2 - Gênero dos entrevistados

40% 36% 35% 30% 25% 20%

20%

20% 15% 15% 10% 6%

3%

5% 0% Até 20 anos

21 anos a 30 anos

31 anos a 40 anos

41 anos a 50 anos

51 anos a 60 anos

Mais de 60 anos

Gráfico 3 - Faixa etária dos entrevistados Em relação à renda mensal dos entrevistados, tem-se 77% das pessoas enquadrando-se na renda mensal de até R$ 1.000,00 (gráfico 4). No quesito escolaridade, verifica-se que 75% do público escolhido têm, no máximo, o 2º grau completo, o que pode ser comprovado no gráfico 5. 70% 66%

60% 50% 40%

30% 20% 20% 11% 10% 2%

1%

0% Não tem renda

R$ 100,00 a R$ R$ 1001,00 a R$ R$ 2001,00 a R$ 1000,00 2000,00 3000,00

Gráfico 4 - Renda Mensal dos entrevistados

R$ 3001,00 acima

40%

38% 35% 30% 25% 20% 20% 15%

12%

11%

12%

10% 6% 5% 1% 0% 1º Grau Incompleto

1º Grau Completo

2º Grau Incompleto

2º Grau Completo

3º Grau Incompleto

3º Grau Completo

Pós Graduação

Gráfico 5 - Escolaridade dos entrevistados

Gráfico: 6 - Você acha importante o uso das faixas de pedestre que dão acesso ao terminal? Levando-se em conta os 33% dos entrevistados que não usam “sempre” as FTP, temos aproximadamente 19% destes que não se sentem seguros no momento da travessia, fato este que os levam a atravessarem as ruas fora da FTP, porém, em momentos em que não há passagem de veículos. Aliado à sensação de “falta de segurança”, temos ainda 29% dos entrevistados alegando que não utilizam a FTP, devido os veículos não pararem. Ambas as situações descritas podem ser visualizadas no gráfico 8.

Analisando-se as respostas dadas, no que diz respeito se o entrevistado achava (ou não) importante o uso das FTP que dão acesso ao terminal, notase que quase a totalidade das respostas (99%) dá conta de que o uso da FTP é sim importante (gráfico 6), em contrapartida, no que diz respeito à freqüência de utilização das FTP, percebe-se que mesmo com 99% dos entrevistados achando importante o uso da FTP, temos 33% dos pedestres alegando que não usam “sempre” as FTP que dão acesso ao terminal (grf.7).

Nunca usam as FTP 4%

À vezes usam as FTP 29%

Usam sempre as FTP 67%

Gráfico: 7 - Com que freqüência você utiliza as faixas de pedestre que dão acesso ao terminal?

7

29%

6

9%

5

9%

4

10%

3

19%

2

17%

1

7% 0%

5%

1: Não existe faixa 2: Existem poucas faixas 3: Não se sente seguro

10%

15%

4: Acha desnecessário 5: Faixa não está visível

20%

25%

30%

6: Faixa está mal sinalizada 7: Os veículos não param

Gráfico 8 - Por quais motivos você não utiliza a faixa? Ressaltando-se os resultados obtidos com a análise dos questionários aplicados, podemos traçar um perfil, tanto daqueles que utilizam “sempre” as FTP, quanto daqueles que “às vezes” ou “nunca” utilizam as FTP. Para aqueles que “sempre” utilizam as FTP, temos 52% das pessoas entrevistadas sendo do sexo feminino e 48% do sexo masculino. Continuando a análise, percebe-se que: 35% destes possuem idade entre 21 e 30 anos, aproximadamente 66% conta com uma renda entre R$ 100,00 e R$ 1.000,00 e 37% possuem o 2º grau completo. Já para aqueles que “às vezes” utilizam as FTP, temos 54% das pessoas entrevistadas sendo do sexo feminino e 46% do sexo masculino. Continuando a análise, percebe-se que: 42% destes possuem idade entre 21 e 30 anos, aproximadamente 66% conta com uma renda entre R$ 100,00 e R$ 1.000,00 e 39% possuem o 2º grau completo. Para os que “nunca” utilizam as FTP, temos 50% das pessoas entrevistadas sendo do sexo feminino e 50% do sexo masculino. Continuando a análise, percebe-se que: 37% destes possuem idade até 20 anos, aproximadamente 69% contam com uma renda entre R$ 100,00 e R$ 1.000,00 e 38% possuem o 2º grau completo. CONCLUSÕES E SOLUÇÕES PROPOSTAS Em resumo, percebe-se que mesmo com 99% dos entrevistados achando importante o uso das FTP que dão acesso ao terminal, tem-se uma parcela significativa desta população que não usa "sempre" as FTP (33%). Este fato leva a propor, como forma de minimizar a percepção de que "não existe faixa", "existem poucas faixas" e também de que a "faixa não está visível", que as FTP em questão - sem exceção - sejam revitalizadas (e que a manutenção da pintura seja constante), uma vez que a visibilidade das FTP, da forma como se encontram, torna-se dificultada, tanto para o pedestre quanto para o motorista. Ainda em relação à percepção da população que não utiliza a FTP, por acharem que a "faixa está mal sinalizada (falta sinalização vertical ou botoeira)", e em complemento à

revitalização proposta, sugere-se ainda que, todas as FTP sejam acompanhadas da sinalização vertical de advertência A-32b (Passagem sinalizada de pedestres - Figura 9), pois de tal forma, o relacionamento com outras sinalizações (prescrita pelo manual ora citado neste trabalho), será corretamente atendido. Em consideração à parcela da amostra que "não se sente seguro" no momento da utilização das FTP, juntamente com aqueles que não utilizam a FTP, por responderem que "os veículos não param", sugere-se, primeiramente, que as FTP 2 e 3 (figura 4) sejam realocadas, levando-as, ao menos mais cinco metros, para a extensão da Avenida Independência, pois com a mudança sugerida, os veículos que trafegam no sentido Avenida Anhanguera - Avenida Independência, poderão ter melhor visibilidade da FTP, além de mais espaço e segurança para a parada antes da faixa de retenção da FTP. Como próxima medida, sugere-se que sejam colocados gradis, ou até mesmo cercas vivas, na porção da calçada que liga as FTP 09 e 10 (figura 4), pois de tal forma, dificultaria ao pedestre a possibilidade de acesso ao terminal sem utilização das FTP 10 e 11 (figura 4). Destaca-se ainda que, dentre aqueles que não utilizam sempre as FTP, existe parcela dos entrevistados que "acha desnecessário" o uso de tal dispositivo de sinalização. Número este que contrasta com os 99% que acha importante o uso das FTP, e sendo assim, como forma de potencializar a percepção destes 99% que julgam importante o uso das FTP, sugere-se também que além de uma campanha educativa no local, seja feita também a colocação de uma sinalização que indique ao pedestre a necessidade de sinalizar aos motoristas sua intenção de atravessar por sobre a FTP, pois desta forma, pode-se melhorar ainda mais a conscientização dos pedestres quanto ao uso correto da sinalização existente no local. Por fim, sugere-se, sem prejuízo a este trabalho, que futuramente possa ser feito uma pesquisa para que seja conhecida, em relação ao assunto aqui abordado, a percepção dos motoristas que trafegam pela região; uma vez que a travessia de pedestres por sobre as FTP - com segurança - envolve diretamente o motorista, pois se este não tiver, além da consciência da necessidade de respeito ao pedestre, as condições mínimas de segurança, muito provavelmente não irá respeitar o pedestre, e o sentimento de insegurança permanecerá na opinião dos que por ali transitam diariamente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 160/04. Brasília DF: Brasil, 2004 CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 236/07. Brasília DF: Brasil, 2007 CTB - Código de Trânsito Brasileiro - Brasília DF: Brasil, 1997 DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito - VOLUME IV. Brasília DF: Brasil, 2007 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2000 - Dados trabalhados pela Prefeitura de Goiânia - SEPLAM/DPSE/DVSE - Dezembro 2002. http://metrobus.go.gov.br/ – acessado em 01/12/2010 RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo SP: Atlas, 1999. RMTC – Consórcio operacional da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo de Goiânia. http:www.rmtcgoiania.com.br - acessado em 11/08/2010 VASCONCELOS, Eduardo Alcântara. O que é o trânsito. São Paulo SP: Brasiliense, 1985.

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