ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DE TERREIRO SUSPENSO PARA SECAGEM DE CAFÉ COM AQUECIMENTO ELÉTRICO

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ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DE TERREIRO SUSPENSO PARA SECAGEM DE CAFÉ COM AQUECIMENTO ELÉTRICO1 STUDY AND DEVELOPMENT OF SUSPENDED YARD FOR COFFEE DRYING WITH ELECTRIC HEAT WILLIAN RICARDO BISPO MURBAK NUNES2 BRUNO ALEXANDRE SOZZO3

Resumo: Na área cafeeira a secagem de grãos é realizada por meio de um sistema em que os terreiros são suspensos por meio de uma estrutura de madeira fixada no solo, cabos de arame com esticadores para sustentar a estrutura e sua superfície é forrada com uma tela especial onde se coloca os grãos para secagem em função do Sol, o qual é um processo lento e dependente das condições climáticas. Neste sentido, este trabalho propõe um sistema com resistências tubulares aletadas junto à tela que suporta os grãos, sendo tais conectadas à energia elétrica, cujo princípio de funcionamento permitirá transformar a energia elétrica em energia térmica fazendo que ocorra um aquecimento maior durante a secagem, podendo reduzir o tempo de secagem, permitindo a sua utilização em diversos horários, independente das condições climáticas e inclusive no período noturno. Tem-se ainda o levantamento dos custos de implantação do sistema, analisando-se a sua viabilidade econômica, por meio de estimativas da potência de dissipação e o consumo final ao usuário. Palavras-chave: terreiro, café, secagem de grãos, aquecimento elétrico. Abstract: In the area coffee grain drying is performed by means of a system in which the terraces are suspended by means of a timber set into the ground, with wire tensioning cables to support the structure and its surface is lined with a special screen arises grain drying due to the Sun, which is a slow and dependent on the weather process. Thus, this work proposes a system with finned tubular heaters along the screen that supports the grains, and such connected to electricity, whose operating principle will transform the electrical energy into heat energy causing further warming occurs during drying, can reduce the drying time, allowing its use at various times, regardless of weather conditions and even at night. Still has the lifting of the deployment costs of the system, analyzing its economic feasibility, through estimates of power dissipation and consumption to the end user. Key-words: yard, coffee, grain drying, electric heating.

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Artigo apresentado a E-TEC Revista de Tecnologia e Ciência do SENAI Londrina, 2014. Mestrando em Engenharia Elétrica, Universidade Estadual de Londrina, [email protected] Técnico em Eletromecânica, SENAI Londrina, [email protected]

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1 INTRODUÇÃO As oportunidades de inovação para um sistema de secagem do café são grandes, uma vez que tal processo é muito utilizado na maioria das pequenas propriedades produtoras de café do Brasil. O sistema utilizado atualmente nas propriedades rurais tem grandes vantagens como baixa mão-de-obra e baixo custo de implantação do sistema. Porém a desvantagem deste sistema convencional é o longo tempo de secagem dos grãos, afinal a secagem fica totalmente dependente da ação solar, cuja intensidade varia com no decorrer do ano com as estações, principalmente no inverno, período de colheita do café. Sendo assim, o projeto a ser implantado terá como maior objetivo obter um processo de secagem mais rápido e eficiente, implantando nos terreiros resistências aletadas que trabalharão em baixas potências e temperatura controlada, fazendo que ocorra um aquecimento maior no café que está em processo de secagem, diminuindo a umidade dos grãos e reduzindo o tempo que ele deverá ficar no terreiro. As resistências serão usadas especificamente nos períodos em que não há incidência luminosa solar, como a noite e em dias nublados ou chuvosos. Com este sistema poderá ter uma média de aproximadamente 14 horas de trabalho por dia. Vale ressaltar que a opção de não usar o sistema durante o dia onde há trabalho do sol será com o intuito de reduzir o consumo de energia elétrica, o qual será um pouco mais elevado se estiver operando juntamente com a ação solar. O sucesso deste trabalho contou também com a observação da necessidade que os agricultores encontravam para ganhar tempo durante a safra, podendo diminuir a mão-de-obra e os custos no final da safra. 2 2.1.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA História do café

O café é uma das bebidas mais consumidas em todo mundo. Só no Brasil estima-se que são consumidos mais de 17 milhões de sacas de café anualmente. Todavia, no até o início do século X, o café etíope era usado para alimentar e estimular os rebanhos durante as largas viagens. O café chegou ao norte do Brasil, mais precisamente em Belém, em 1727, trazido da Guiana Francesa para o Brasil pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta a pedido do governador do Maranhão e Grão Pará, que o enviara às Guianas com essa missão. Por quase um século, o café foi a grande riqueza brasileira, e as divisas geradas pela economia cafeeira aceleraram o desenvolvimento do Brasil e o inspiram nas relações internacionais de comércio. O café continua hoje, a ser um dos produtos mais importantes para o Brasil e é, sem duvida, o mais brasileiro de todos. Hoje o país é o primeiro produtor, e o segundo maior consumidor de café do mundo. 2.2.

Secagem de grãos

As etapas são as fazes em que o café e submetido para a ocorrência da secagem no caso em terreiros suspensos para a secagem do café (GUIMARÃES, 2010), (PARK et all, 2007). - Esparramação Inicialmente, o café é esparramado em camadas finas, aumentando-se a espessura gradativamente, à medida que vai secando. Durante a secagem os frutos devem ser protegidos 2

da chuva e do sereno, para protegê-los podem-se usar lonas de plásticos que tem um custo menor. Os frutos devem ser revolvidos varias vezes ao dia, para acelerar a secagem e evitar o aparecimento de grãos mofados e fermentados. O café colhido não deve, de modo algum, secar diretamente sobre o solo. Esporos de fungos oriundos de outros lotes podem permanecer no solo e contaminar posteriormente todos os demais lotes. O terreiro para a secagem do café deve ter a superfície lisa e deve ser mantido em boas condições de higiene. A camada de grãos durante a secagem não deve ser maior que quatro centímetros e não deve permanecer por mais de três dias sem ser feito o revolvimento no terreiro. - Enleiramento Após o segundo dia de secagem, os frutos devem ser arrumados em pequenas leiras, de 15 a 20 cm de altura, ao final da tarde, esparramando-se o café no outro dia pela manhã. Em caso de ocorrência de chuvas, devem-se fazer leiras maiores no sentido do declive do terreiro para facilitar o escoamento da água. A troca de lugar das leiras é importante para arejar a massa de frutos e evitar fermentações. O café cereja só deve ser amontoado depois da meia-seca. A fase final da secagem no terreiro acontece quando o café atinge 18 a 20% de umidade, devendo ser amontoado à tarde e coberto com lonas. Recomenda-se que a operação seja iniciada por volta das 15 horas, quando é menor a umidade do ar e os grãos estão quentes. Na manhã seguinte deverá ser novamente esparramado, em horário próximo das 10 horas, para evitar o resfriamento excessivo e a reabsorção de umidade. A Figura 1 enfatiza o processo de enleiramento do café.

Figura 1: Enleiramento do café. Fonte: Autor. - Final da secagem do café no terreiro No final da secagem o café deverá apresentar entre 11-12% de umidade, sendo que o tempo total de permanência no terreiro varia entre 10 e 20 dias, podem até serem maiores ou menores este tempo, dependendo da região e das condições climáticas. A determinação prática deste ponto final pode ser feita com base na observação da dureza e coloração dos grãos, ou pela relação volume/peso em que 1 litro de café coco pesa aproximadamente 420450g. Uma maneira mais exata de determinação de umidade é através de medidores apropriados. É importante destacar que os níveis finais de umidade do café são críticos quanto aos aspectos de segurança e qualidade do produto: abaixo de 11%, o café permanece mais tempo ocupando mão-de-obra e espaço de terreiro, além de sofrer perda de peso e quebra de grãos no beneficiamento; com valores acima de 12% os grãos branqueiam mais rápido no armazenamento, além de ocorrer o risco de deterioração. Na fase de secagem existe risco máximo de proliferação de fungos, Aspergillus ochraceus e Penicillium verrucosum, produtores da micotoxina ocratoxina A, potencialmente 3

carcinogênica. A umidade dos grãos quando mantida na faixa 11-12% impede o crescimento desses fungos. - Principais vantagens de terreiros suspensos Com o terreiro suspenso o produtor ganha tempo e dinheiro na montagem do terreiro, além de garantir uma secagem mais rápida e eficiente do café, resultando numa bebida de melhor qualidade. Não são poucas as vantagens oferecidas pelo uso do terreiro suspenso para a secagem do café. Por ser mais arejado, o sistema evita o acúmulo de calor e a formação de fungos no início da secagem que comprometam a qualidade dos grãos e, consequentemente, da bebida, deixando-a mais dura. O resultado é um produto de melhor qualidade que, inclusive, vem conseguindo preço diferenciado em algumas regiões (SILVA, 2009). A utilização de terreiros é o principal método de secagem natural de café no Brasil, consiste em expor o café ao sol e secá-lo. Teoricamente é o de menor custo, desde que a propriedade possua espaço suficiente, condizente com a produção e as exigências mínimas de secagem. Os terreiros suspensos consistem de um tabuleiro feito de tela metálica ou plástica, na qual o café fica a mais ou menos um metro do solo. É uma tecnologia considerada cara, mas que oferece bons resultados à qualidade do café. O tempo de secagem em terreiro suspenso varia de 10 a 25 dias, dependendo do processamento e da região. Sua principal desvantagem é o custo de implantação, e por vezes a falta de informação técnica (SILVA, 2006). A Figura 2 explicita um terreiro suspenso de café.

Figura 2: Terreiros suspensos de café. Fonte: BELGO CERCAS E CIA. 3 3.1

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Tipologia de pesquisa

Investigou-se a literatura, de tal modo a buscar métodos alternativos ou equivalentes ao sistema proposto de aquecimento do terreiro suspenso. Nota-se que a proposta deste trabalho é inovadora no sentido de proporcionar maior autonomia do processo de secagem de café. 3.2

Implementação

A base da construção do terreiro suspenso com o sistema de aquecimento elétrico, é a mesma da construção do terreiro suspenso normal, será apenas introduzida o sistema de aquecimento 4

por resistência para fazer o aquecimento, e será recomendado o uso de lonas que possa reter o calor para que seja perdido pouco calor para o meio externo, se ocorrer esta perda de calor será preciso aumentar a potência exigida pelo sistema para manter a temperatura ideal para a ocorrência da secagem, com isto irá elevar o consumo de energia e consequentemente o custo também será mais alto. Maiores detalhes da implementação do sistema estão detalhados no Anexo A. 4

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1. Projeto do terreiro suspenso com aquecimento elétrico - Tela para secagem do café A tela de sombreamento utilizada no projeto não difere das que são usadas nos terreiros suspensos atuais. Paganini (2012) destaca que esta tela que pode ser utilizada como tela de sombreamento de 30% foi especialmente desenvolvida para utilização em terreiros suspensos para secagem de café, pois possui a abertura proporcional livre e a resistência necessária (capacidade média de secagem: 40 kg de grãos por m2) para atender as necessidades dos produtores que procuram por essa técnica uma vez que proporciona a secagem mais uniforme em menor tempo dos grãos de café, menor risco de perdas causadas por chuvas, evita a fermentação, e apresentam um custo bem menor de implantação em relação aos terreiros de cimento, tornando assim a bebida com melhor qualidade e a um custo mais baixo. Esta tela é fabricada na cor preta e é disponível nas larguras de 3,00 m e 1,50 m e nos comprimentos de 50 m e 100 m. - Resistência elétrica No projeto proposto serão usadas resistências aletadas tubular em U, fabricada com fio de Ni/Cr (níquel cromo), óxido de magnésio compactado, blindagem em tubo de aço carbono ou inox. - Termopar O termopar tipo K que será usado é um termopar de uso geral, ele é mais resistente à oxidação em ambientes com mais umidade e em temperaturas mais altas. Tem um baixo custo e, devido à sua popularidade estão disponíveis em diversos tipos de montagens. Os termopares são os sensores de temperatura mais utilizados na indústria nacional em função do custo relativo baixo, rápida resposta, ótima resistência mecânica entre outras vantagens que eles ainda apresentam. Sua construção é feita a partir de duas ligas metálicas, que quando expostas a um calor gera uma força eletromotriz FEM que tem relação direta com o termopar. - Controlador de temperatura No circuito elétrico será usado pó controlador de temperatura inova INV 46101J/RR0 a 460°C. As características gerais deste controlador é alimentação de 85 A, 250 VCA, 10~30VCA/VCC (50-60Hz), temperatura de medição e controle: tipo J de 0°C a 460°C, erro máximo de medição em 0,25%relativo ao span de cada sensor, temperatura de operação e armazenamento entre: -10°C a 60°C, com 2 saídas de relé, 3A – 220VCA (carga resistiva) ou para SSR – rele de estado sólido - 12VCC (40mA máximo).

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4.2. Montagem do sistema de aquecimento - Construção da base de suporte Para a construção da base, deve-se perfurar o solo, exatamente no local onde será instalada a resistência, uma broca de pequena profundidade com diâmetro superior a base de aço que posteriormente será fixado em cima, a broca deve ser furada e preenchida de cimento no nível do solo, após o termino da secagem, a mesma é furada para receber a fixação da base de aço. - Suporte das resistências elétricas abaixo da tela de sombreamento A Figura 3 ilustra o protótipo da base.

Figura 3: Base e suporte do sistema elétrico. Fonte: Autor. Este suporte é uma estrutura de aço carbono SAE 1020, com revestimento na sua superfície. Nas extremidades deste suporte possuem duas chapas de aço SAE 1020 soldadas para efetuar a fixação na base e no suporte superior. Para evitar a oxidação, o revestimento pode ser feito através de tratamentos térmicos na superfície do material ou pode ser feito um revestimento com tinta, que é mais recomendado por ser mais pratico e mais barato.

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- Fixação do suporte na base O suporte é fixado na base através de parafusos parabolt, este tipo de parafuso já é específico para fixações em cimento e concreto. É colocada em uma das extremidades do suporte na base e introduzido os parafusos na chapa que está soldada. Depois de realizar a fixação deste suporte abaixo da tela, deve-se fixar o segundo suporte acima da tela do terreiro, como mostra na sequência na Figura 4. - Fixação do suporte da resistência acima da tela de sombreamento O suporte é construído por chapas de aço SAE1020. É importante fazer um revestimento nesta peça também para evitar a oxidação, pois esta peça fica em contato direto com meio externo. Esta peça é fixada no suporte que fica abaixo da tela de sombreamento através de parafusos sextavados com porcas e arruelas nas extremidades, dessa forma a tela de sombreamento fica prensada entre os dois suportes (suporte abaixo da tela e o suporte acima da tela que comportará a resistência). Na Figura 4 está ilustrado em seqüência como fica o suporte completo.

Figura 4: Fixação do segundo suporte. Fonte: Autor. É importante fazer uma vedação entre estes os dois suportes onde fica a tela prensada para evitar a entrada de água ou sujeira que possa acumular neste local podendo danificar a tela ou provocar a oxidação das peças de aço. Na Figura 5 pode-se visualizar os suportes e a tela do terreiro após a montagem. - Fixação da resistência A resistência é fixada no suporte mecânico através de seus polos de fixação como mostra a Figura 6. 7

Os pólos de fixação da resistência devem ser introduzidos nos furos da chapa do suporte e rosqueada com porcas na parte traseira do suporte.

Figura 5: Suporte montado. Fonte: Autor.

Figura 6: Pólos fixados. Fonte: Autor. 8

A resistência é fixada no suporte a altura de 80 mm da tela do terreiro, de modo que quando não estiver atuando o sistema elétrico o café que estiver esparramado no terreiro não fique em contato com a resistência \ situada a uma altura maior que o café, cuja altura não passa de 40 mm. As Figuras 7 e 8 mostram como ficará a resistência depois de fixada acima da tela de sombreamento do terreiro. A distancia da resistência da tela é bastante segura e não há riscos de danificar a tela do terreiro. - Proteção da resistência A proteção da resistência permite que não ocorra contato entre os grãos de café e a resistência aletada, que fica introduzida no meio dos grãos durante a secagem.

Figura 7: Resistência fixada. Fonte: Autor.

Figura 8: Resistência e tela. Fonte: Autor. 9

A proteção cobre a resistência e ao mesmo tempo fica apoiada na tela do terreiro evitando que entre grãos por baixo da proteção. A proteção deverá ser colocada por cima da resistência e do suporte ao mesmo tempo. A proteção deverá ter uma distancia de aproximadamente 100 mm das aletas da resistência, deixando os grãos uma distancia segura da resistência em relação a serem queimados, e as aletas também ficará a uma distancia segura da proteção pois elas não podem ficar em contato, vide Figura 9. A proteção é fabricada com tela de aço galvanizado com furos de diâmetro de 5 mm e barras de aço chato de ½’’ por 3/16’’, as barras de aço serão soldados, a tela é rebitada por volta das chapas de aço. Quanto às dimensões desta proteção: ela possui 1600 mm de comprimento passando por toda a extensão da resistência, a largura é de 260 mm e a altura de 140 mm, desta forma a resistência ficará dentro da proteção sem contato.

Figura 9: Resistência com tela de proteção. Fonte: Autor. A proteção está presa na tela e cobre totalmente a resistência, suas bases ficam apoiadas na tela do terreiro, impedindo que possa ocorrer entrada de grãos por baixo da proteção. - Proteção de lonas. Esta proteção é feita na área em que ocorre a secagem do café, sua função é de reter o calor propagado pelas resistências no interior das leiras de café. Ela é introduzida na tela do terreiro onde é feito o enleiramento evitando assim que o calor possa ser perdido por baixo da tela, pelas laterais e por cima das leiras. Este propósito de reter o calor deve-se em função da economia de energia, quanto mais se reter o calor menor será a potencia exigida pelo sistema durante sua operação, dando assim com essa proteção a oportunidade de redução de consumo de energia elétrica. Vale ressaltar que a lona localizada na parte superior da leira dever ser estendida somente quando o sistema entrar em operação, já na parte de baixo a lona deve ser colocada a partir do 10

dia em que se começa fazer a secagem com o sistema elétrico. É recomendado fazer a retirada somente no fim da secagem do lote, ou em caso de molhamento, a lona deverá ser retirada para secar. A escolha do tipo de lona a ser usada é opcional, porém não é recomendado lonas que transpire fácil e com alto índice de troca de calor com o meio externo, pois diminuirá a eficiência do sistema, aumentando o consumo de energia. – Montagem do circuito elétrico do sistema. A alimentação do sistema provém da rede de 220 V, e conforme o seguinte procedimento: a) Disjuntor deve ser dimensionado de acordo com o tamanho do circuito a ser instalado. Quanto mais for o terreiro a ser aquecido maior será a corrente que ele consumirá. A cada 10 m neste sistema deve ter uma corrente de aproximadamente 4,2 A. b) Contator deve ser usado a cada circuito de 10 m. É preciso usar um contator de 18 A levando em conta os coeficientes de segurança. c) O controlador será ligado no termopar para receber as informações de temperatura, e terá uma ligação de contato fechado com a contator para acionamento e desacionamento automático do sistema. d) a instalação do termopar é onde estiver ocorrendo o aquecimento para enviar dados para o controlador, suas saídas são ligadas no controlador. e) a alimentação da resistência provém do contator, que efetua o acionamento da mesma. A instalação deve ser conforme o circuito elucidado na Figura 10. 4.3. Área e período de atuação da resistência Vale ressaltar que a resistência não atua em toda à área do terreiro, apenas na área em que o café ficará enleirado.

Figura 10: Esquema de instalação elétrica de equipamentos. Fonte: Autor. 11

O período de atuação previsto ocorre após o café ser enleirado. Tal evento é perceptível no fim da tarde, próximo às três horas da tarde quando se termina o período de secagem por calor solar. Neste momento o café é enleirado no centro do terreiro na área de 0.8 por 7 metros. O aquecimento com resistência deve ser acionado por volta da seis horas da tarde e permanece até por volta das oito horas da manhã do dia seguinte. O período entre três e seis da tarde não é necessário utilizar o sistema elétrico, pois o café é enleirado já quente e então ele manterá uma temperatura um pouco mais elevada por um período. Em seguida deve-se ligar as resistências que manterão a temperatura bem mais elevada, proporcionando a secagem mais rápida. A atuação do sistema trabalhará da seguinte forma: é feito uma programação no controlador para se trabalhar em uma faixa de temperatura entre 55°C e 60°C. Quando ligado a o sistema partirá da temperatura ambiente e deve chegar a 60°C, quando se atingir esta temperatura o controlador envia um sinal para o contator que efetua o desacionamento das resistências. Quando a temperatura reduz para 55°C o contator é ligado novamente. 4.4. Custos de Implantação do Projeto Os preços dos produtos a serem usados para a construção do projeto podem variar conforme a região a ser implantado, o que poderá tornar o projeto mais caro ou mais barato. Na Tabela 1 é apresentada uma estimativa do custo dos itens mais importantes no projeto proposto. Tabela 1: Custos de equipamentos do projeto Produto ou equipamento

Quantidade

Valor unitário (R$)

Base do suporte de sustentação.

1 a cada resistência

3,00

1 a cada resistência

15,00

Suporte da resistência

3 a cada 10 metros de terreiro

35,00 (tela 25,00, barras 10,00)

Resistência elétrica

3 a cada 10 metros de terreiro

150,00

Proteção da resistência

1 por resistência

35,00

Lona de proteção.

16m² a cada 10m de terreiro

20,00/m²

Termopar

1 a cada 10 metros de terreiro

43,40

Controlador de temperatura

1 a cada 10 metros de terreiro

135,23

Suporte das resistências elétricas abaixo da tela de sombreamento

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5 CONCLUSÕES Neste projeto podemos concluir que, o terreiro para secagem de grãos por resistência, tem um ótimo desempenho comparado ao terreiro comum, com a implantação das resistências o produto a ser secado ficara exposto ao calor muito mais tempo diminuindo a sua permanência no terreiro, não afetando também na qualidade final do produto, para que não houvesse um consumo auto de energia elétrica as resistências serão utilizadas em dias que não houver sol ou principalmente durante o período noturno, durante o período em que as resistências estiverem em funcionamento, elas terão um pico máximo e mínimo de temperatura a ser atingido, assim quando ela estiver no seu pico mínimo ela irá se ligar até atingir o pico máximo, quando atingindo o mesmo ela irá se desligar até atingir o mínimo para que o processo comesse novamente, será utilizada também uma lona para que não aja uma dissipação muito alta de calor e assim podendo aumentar o tempo em que a resistência ficará desligada, tendo ai uma economia de energia elétrica. REFERÊNCIAS BELGO CERCAS E CIA. Terreiro suspenso para café. Acessado no seguinte link: http://www.agrotelas.com.br/sistema/lmnohama/index.php?option=com_content&view=articl e&id=107&Itemid=254 no dia 26/08/2014. GUIMARAES, Pámela Virginia Ramos. Secagem de Café: uma Revisão. Universidade do Rio Grande do Sul. Instituto de Ciências e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Porto Alegre, 2010. PARK, Kil Jin; ANTONIO, Graziela Colato; OLIVEIRA, Rafael Algusto de; PARK, Jin Brandini. Conceitos de Processos e Equipamentos de Secagem. Campinas, 2007. PAGANINI e CIA LTDA. Telas Para Sombreamento. Acessado no seguinte link http://www.paganini.com.br/sombreamento2.htm no dia 12/09/2012. _____________. Tela para secagem de café. Acessado no seguinte link http://www.paganini.com.br/secagem.htm no dia 13/09/2012 SILVA, Juarez de Souza; VITOR, Douglas Gonzaga. Revista campo e Negócio. Viçosa, 2009. SILVA, Juarez de Souza; AFONSO, Adriano Divino Lima; DONZELES, Sergio Maurício Lopes. Secagem e Secadores. Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 2006.

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ANEXO Anexo A - Especificações para implantação do sistema de aquecimento. Características

Modo de construção

Comentário

Cimento

Será feito uma base de cimento no solo onde será feita à fixação da base através de parafusos parabolt.

Suporte das resistências elétricas abaixo da tela de sombreamento

Perfil de aço dobrado a frio, SAE1020, de 2” de largura por 3/16’’

Nas extremidades da base serão soldada duas chapas de aço, de 20 por 20 centímetros, por 3/16’’ de espessura, com quatro furos para efetuar a fixação na base de cimento, e na extremidade superior para efetuação da fixação no suporte da resistência acima da tela.

Suporte da resistência

Terá uma chapa de aço SAE1020 de 200mm de largura por 200mm de comprimento e 3/16” de espessura. No centro desta chapa será soldada outra chapa de aço de 200mm de comprimento por 130mm de altura, esta terá dos furos para a fixação da resistência.

Este segundo suporte será fixado no primeiro suporte abaixo da tela através de parafusos sextavados, esta fixação ira prensar a tela de sombreamento de secagem do café, mas sem dano nenhum.

Resistência elétrica

Resistência aletada tubular tipo U de 1,5 metros de comprimento, com potencia de 300 W ligada em 220V, e temperatura de 60°C.

A resistência será fixada no suporte através de seus parafusos de fixação.

Proteção da resistência.

Proteção de tela de aço envolvendo a extensão completa da Resistência, o diâmetro devera ser especificado de acordo com o as dimensões da resistência do

Essa proteção é muito importante para evitar que a resistência fique em contato direto com o produto a ser secado evitando que ele possa sofrer maio aquecimento.

Base do suporte de sustentação

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circuito.

Lonas de proteção

Lona de algodão impermeável

Este tipo de lona que será usado não permite a infiltração de umidade, e por ser fabricado em algodão tem capacidade de reter o calor.

Termopar

Termopar 5000 mm FECO (8mm BAION + ADPTADOR)

O termopar terá a função de medir a temperatura no local onde estiver ocorrendo a secagem e mandar as informações ao controlador.

Controlador de temperatura

Controlador INV46101/M/RR

O controlador que fará o controle da temperatura no sistema, mantendo sempre temperatura próxima a faixa ajustada.

Contatora

Contatora 18A, 220VCA

A contatora será usada para acionamento do sistema. Os cabos e fios elétricos serão

Cabos e fios elétricos

Fios de 1,5mm, 2,5mm e

de pequeno diâmetro, pois a

4mm.

corrente no circuito devera ser baixa.

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