EU: REALIDADE DIGITAL VIRTUALIZADA?

June 4, 2017 | Autor: Matheus Costa Lino | Categoria: Digital Culture, Gilbert Simondon, Pierre Lévy, Cibercultura, Ciberespaço, Pierre Lemonnier
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS INSTITUTO GOIANO DE PRÉ-HISTÓRIA E ANTROPOLOGIA

EU: REALIDADE DIGITAL VIRTUALIZADA? Autor: Matheus Costa Lino | [email protected] Orientadora: Me. Sara de Castro Cândido | [email protected]

SOCIEDADE E TECNOLOGIA

DIGITAL(IZANDO)

Explanar sobre o ciberespaço requer certo domínio sobre a relação dialética entre os conceitos de tecnologia e sociedade, ambos tão extensos e próximos à realidade vívida que se torna difícil distinguir humanos e não humanos.

O virtual pode ainda estar associado ao digital, outro termo entendido como parte da informática, só que este com razão. Ainda segundo Levy (1999, p. 45) digital(izar) é traduzir algo em números.

Para o sociólogo britânico Tim Ingold, tecnologia e sociedade estão imbrincadas desde a pré-história (adentrando-se em suas constantes ramificações e extrapolando as fronteiras as quais o homem julga conhecer), embora o que tenha contribuído para que humanos assim se tornassem fosse a socialização do uso das ferramentas (objetos técnicos). Lemonnier (2002) afirma que o social pode ainda ser parte de representações físicas de esquemas mentais (aprendidos por meio da tradição), tangenciando não somente o uso, mas a confecção e o funcionamento destes objetos. Tal socialização é o que proporciona a centralização do ser humano na relação ferramenta/técnica, diferente do que ocorre naquela referente à tecnologia/máquina, ou seja, certa independência do agente (agência). Ainda que as máquinas sejam indiferentes à personalidade de quem a opera e a tecnologia à personalidade de quem a usa é interessante http://www.foozine.com/photo/humour/1290notar que, ainda assim, não há levolution-de-la-fleche/ oposição entre cultura e técnica. Mesmo havendo uma ocultação das contribuições humanas e naturais aos objetos produzidos por meio dessa associação, estes são, por sua vez, mediadores entre a natureza e o homem (Simondon, 2007). O homem, ainda que dotado de sua individualidade, é um ser social. Ingold (1993) afirma que técnicas são propriedades de indivíduos qualificados. São as técnicas que transformam um objeto em instrumento prolongando, portanto, a capacidade do agente. Estas ações ocorrem no decorrer do tempo, materializadas (ou não) no espaço.

A VIRTUALIDADE DA RELAÇÃO Ao “vislumbrar o passado” a partir da atualidade, o ser humano têm perspectivas diferentes com base no contexto em que vive. Deste modo, ao citar a expressão “realidade virtual” pode-se ter percepções distintas sobre o significado dela. Pierre Levy, em sua obra Cibercultura (1999), discorre sobre o quão confuso pode ser tal expressão, justamente pela palavra “virtual” ter alguns significados: associado à informática, como um termo corrente ou ainda um filosófico. Embora o primeiro significado seja predominante é no terceiro que o termo alcança sua máxima: “... aquilo que existe apenas em potência e não em ato, o campo de forças e de problemas que tende a resolver-se em uma atualização. O virtual encontra-se antes da concretização efetiva ou formal (a árvore está virtualmente presente no grão). No sentido filosófico, o virtual é obviamente uma dimensão muito importante da realidade. (Levy, 1999, p. 42).”

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É esta ação motriz que desencadeou (desencadeia e desencadeará(?)) que informações sejam mais fluidas e voláteis se comparada à sua manifestação anteriormente visível que, conforme aponta o mesmo autor, não é nem irreal nem imaterial, mas virtual. Neste ínterim entra em questão o ciberespaço definido pela Cyberspace and the American Dream: A Magna Carta for the Knowledge Age (1994) como a terra do conhecimento, um ambiente habitado pelo conhecimento (inclusive ideias divergentes) existente em formato eletrônico. É no ciberespaço que surgirá o ambiente propicio para o desenvolvimento da inteligência coletiva (ver Lévy, 1998), motor da cibercultura e motivador de um inconsciente digital. Este ambiente que se expande de forma “curiosa” acelera sobremaneira a relação técnica/sociedade devido muitos fatores, principalmente o participativo. Ainda que identidade (aqui compreendida conforme o significado proposto por Nicola Abbagnano em seu Dicionário de filosofia (2007)), baseada em critérios convencionais, tenha seu significado resultado de um contexto, é notável que a ciência da conduta (ética) é primordial para a entendimento de como as relações interpessoais se dão neste ambiente eletrônico. Como a projeção de diferentes identidades por um só indivíduo pode ser compreendida como uma fragmentação do sujeito? É o sujeito um cidadão desta terra de conhecimento? Nesta sociedade que “se paralela” digitalmente à não-digital é possível que as mesmas normas desta sejam aplicadas àquela outra? De fato, “... o computador não é mais um centro, e sim um nó, um terminal, um componente da rede universal calculante. Suas funções pulverizadas infiltram cada elemento do tecno-cosmos. No limite, há apenas um único computador, mas é impossível traçar seus limites, definir seu contorno. É um computador cujo centro está em toda parte e a circunferência em lugar algum, um computador hipertextual, disperso, vivo, fervilhante, inacabado: o ciberespaço em si (Lévy, 1999, p. 39).”

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