Exposição Permanente do Forte de S. Jorge de Oitavos, Cascais | 2008

July 23, 2017 | Autor: M. Gonçalves | Categoria: Fortificacões, História Marítima E História Militar, Defesa da Barra do Tejo
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Descrição do Produto

FORTE DE S. JORGE DE OITAVOS

© António Félix (Olhares.com)

Guião da Exposição Permanente

MARIA CRISTINA GONÇALVES & PAULA ANJOS CMC / DIVISÃO DE MUSEUS MUNICIPAIS

SETEMBRO DE 2008

CONSI DERAÇÕES GERAI S Com esta proposta de programa da exposição do Forte de S. Jorge de Oitavos, pretende-se revalorizar o monumento, através de uma abordagem que o contextualiza no âmbito do sistema defensivo da barra do Tejo, em termos globais, e das fortificações de Cascais, em particular. A exposição organiza-se em dois núcleos, sendo que cada um deles compreende dois subtemas: Núcleo I - A linha defensiva da barra do Tejo, as fortificações de Cascais e o Forte de S. Jorge A defesa marítima entre S. Julião da Barra e o Cabo da Roca Memórias do Forte de S. Jorge Núcleo II - Artilhamento e guarnição em finais do século XVIII Artilhamento Guarnição e uniformes O Núcleo I, na sua primeira parte, introduz o público no contexto da construção do aparelho defensivo da embocadura oceânica de Lisboa e territórios envolventes, apresentando, numa perspectiva diacrónica (séculos XV – XIX), os períodos ou momentos históricos mais marcantes desse processo no tocante às fortificações da costa de Cascais. A segunda parte foca a história do forte desde a sua fundação, mas a diacronia adopta aí um registo de memória, mais vívido, com a referência a personagens e factos do quotidiano. No Núcleo II, a abordagem dos temas do artilhamento e da guarnição, recorrendo à única peça autêntica do acervo, às réplicas dos petrechos que eram utilizados no paiol (divisão fundamental na orgânica das fortificações), bem como no serviço das bocas-de-fogo, e dos uniformes, corresponde a um corte sincrónico/bolsa temática cujas balizas temporais se situam «grosso modo» entre os primeiros anos da década de 1760, período das importantes reformas introduzidas no Exército português pelo Marechal Conde de Lippe, entre as quais o primeiro plano de uniformes, oficialmente aprovado em 1764, e a época das invasões francesas, durante a qual é reformulado o dito plano (1806). Os materiais e dimensões de todos os suportes museográficos (painéis, estrados/bases, plintos, vitrinas, …) serão definidos em conjunto com o designer, atendendo à necessidade de resistência face às condições de ambiente do monumento e local onde está implantado (linha de costa agreste) e, no caso da altura dos painéis, ao início da curvatura do tecto em todas as salas.

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1.º Painel – título:

NÚCLEO I – A LINHA

DEFENSI VA DA BARRA DO

FORTIFICAÇÕES DE

JORGE

CASCAI S

E O

TEJO,

FORTE

DE

AS

S.

Painel introdutório do 1.º subtema: Título: A D E F E S A M A R Í T I M A E N T R E S . J U L I Ã O D A B A R R A E O C A B O D A

ROCA

Texto: «O longo trecho costeiro compreendido entre o promontório da Roca e S. Julião da Barra definiu, durante séculos, os limites da circunscrição militar de Cascais, centralizada na praça-forte que defendia a vila e o seu porto. São claras, ontem como hoje, as diferenças entre os eixos ocidental e oriental deste território […]. A fortificação destes eixos da linha da costa de Cascais, […] conheceu diversas etapas, nas quais se cruzam, para lá de diferentes expressões da arte de fortificar e das circunstâncias de cada época histórica, condicionalismos que remetem para a geografia do espaço e o entendimento que da mesma fizeram os homens que sucessivamente planificaram, traçaram e construíram as diferentes fortificações que deram forma ao aparelho defensivo da larga embocadura oceânica de Lisboa e territórios envolventes.» Joaquim Manuel F. Boiça, Maria de Fátima R. de Barros e Margarida de Magalhães Ramalho, As Fortificações Marítimas da Costa de Cascais, 2001

[Mapa do território em 3 ou 2D, evidenciando aspectos de caracterização geográfica e ambiental. Ex:]

Território do concelho de Cascais

[O mapa/imagem da orla costeira do território de Cascais patente no painel introdutório será reproduzido de forma estilizada, sistematicamente, em cada um dos cinco momentos com a inclusão gradativa dos ícones correspondentes aos tipos das novas estruturas fortificadas construídas e respectiva legendagem:]

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Praça de armas – cidadela*; Fortaleza Forte Bateria Vigia Linha de fuzilaria

2.º Painel - título: 1.º Momento – Lisboa, capital dos Descobrimentos Nos séculos XV e XVI, em pleno período dos Descobrimentos e do controlo pela coroa portuguesa das rotas comerciais do ouro e da prata, dos escravos, do marfim e das especiarias, a cidade de Lisboa, capital de um império em ascensão, afirma-se como a porta do Atlântico.

Lisboa no início do século XVI Duarte Galvão, Crónica de D. Afonso Henriques Ca. 1520 Museu Condes de Castro Guimarães

«As águas da barra do Tejo, nessas centúrias, eram intensamente sulcadas por embarcações que carregavam nos seus porões mercadorias trazidas das mais diversas paragens e que encontravam o seu destino nos animados cais ribeirinhos. Mas não era apenas a capital que crescia à sombra do movimento *

Imagem meramente exemplificativa.

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do seu porto. À sua volta, uma rede imensa de pequenos e médios portos, no estuário do Tejo ou fora da barra, participava e beneficiava desse movimento, entre os quais o da vila de Cascais. A cosmopolita e mercantil Lisboa e um vasto território envolvente viviam, de facto, de olhos postos no […] oceano, aguardando as riquezas desejadas. Mas pelo mar circulavam, igualmente, os que […] as cobiçavam. E, paradoxalmente, à sua condição de «rainha dos oceanos», título que ostentava no confronto com as outras capitais europeias da altura, sempre faltou a Lisboa a grandeza e a fortificação que a defendesse dos inimigos que do mar a espreitavam. É perante esta ameaça, sempre latente e agravada a partir do momento em que o bojo das caravelas recebeu armas de fogo, que se gerou a urgência de dotar a capital e o Reino de planos e construções de defesa marítima.» Joaquim Manuel F. Boiça, Maria de Fátima R. de Barros e Margarida de Magalhães Ramalho, As Fortificações Marítimas da Costa de Cascais, 2001

É com D. João II, no final do século XV, que se dá corpo a um programa efectivo de defesa terrestre e marítima do território nacional. Na defesa da embocadura do Tejo, insere-se a construção, à beira-mar, das torres fortificadas da Caparica, de Belém e de Cascais, cuja baía serve, desde sempre, como local de abrigo e espera das embarcações pela bonança e maré para entrar na barra. Tal dispositivo de defesa passiva, simultaneamente simbólica e dissuasora, que antecipa a nova ideologia militar renascentista, representa, do ponto de vista arquitectónico, a transição entre o castelo medieval e a fortificação moderna. À alta torre quadrangular, adossa-se agora um outro corpo rebaixado, de perímetro reduzido, estruturalmente adaptado à artilharia. O recorte físico deste tipo de fortificação encontra-se bem exemplificado na gravura de Georg Braun. [Nota: a seguinte imagem deve ocupar um espaço bem mais preponderante que a de Lisboa, pois também é mais importante]

A costa de Cascais a Belém na segunda metade do século XVI Cascale Lusitaniae opp. Betheleem G. Braun e F. Hogenbergius, Civitates orbis terrarum. Liber 1, 1572

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[1.º Mapa em 3 ou 2D – elemento a inserir:] Torre de Santo António de Cascais, para defesa da baía e da vila. Em meados do século XVI, a combinação de acções entre torres fortificadas e armadas de guerra começa a mostrar-se inoperante face aos rápidos progressos da pirobalística, tornando-se cada vez mais temidas as investidas da pirataria turca e francesa. Impõe-se a construção de novas fortificações «à maneira italiana», com baluartes angulares, traçados regulares e volumetria chã, solução arquitectónica que, no caso português, conheceu as suas primeiras experiências em algumas das praças do império ultramarino - Ceuta, Mazagão, Ilha de Moçambique, Diu... -, da autoria do Arquitecto Miguel de Arruda. A ele foi confiado por D. João III, em 1549, o recém-criado cargo de "Mestre das obras dos muros e das forteficações do Reino, Lugares d’Além e Índia". A necessária modernização passava, pois, pelo contacto directo com as inovações construtivas que vinham sendo concretizadas em vários pontos da Europa, particularmente em Itália. É neste quadro que se inscrevem as viagens de estudo efectuadas por engenheiros e arquitectos portugueses, assim como a presença e fixação em território nacional de uma plêiade de arquitectos italianos, aos quais se ficou a dever boa parte dos projectos e obras de arquitectura militar executadas na segunda metade do século XVI e inícios do século XVII. Na década de 1550, ainda no reinado de D. João III e sob a coordenação de Miguel de Arruda, desenvolvem-se os primeiros planos de defesa moderna do litoral algarvio e alarga-se, definitivamente, a linha de defesa da cidade de Lisboa à entrada da barra do Tejo, onde se estreitam os canais de navegação. Edifica-se, nessa ponta da margem direita do rio, uma pequena fortificação de estrutura abaluartada, então apelidada de São Gião e mais tarde de São Julião, que sofrerá inúmeras remodelações até se transformar na maior fortificação marítima da barra, o “Escudo do Reino”.

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2º Momento – O tempo dos Filipes

1580 A região de Cascais foi um dos palcos privilegiados da ocupação espanhola de 1580 e consequente perda da independência nacional.

D. Fernando Álvarez de Toledo y Pimentel, 3.º Duque de Alba (1508 - 1582) Ticiano Pintura a óleo Século XVI Colecção Casa de Alba, Madrid

O 3.º Duque de Alba, D. Fernando Álvarez de Toledo y Pimentel, comandava um exército de cerca de 26.000 homens e o almirante D. Álvaro de Bazán, Marquês de Santa Cruz, as suas forças navais, consistindo em 87 galés, 30 naus e alguns patachos. Bazán submeteu os povos do Algarve, chegou a Setúbal onde se encontravam as tropas, embarcou um contingente e dirigiu-se a Cascais. Em 29 de Julho de 1580, a armada espanhola avista-se frente à baía e desembarca, na madrugada do dia seguinte, de um grupo de 10 a 12 galés, cerca de 1.200 homens e artilharia na Lage do Ramil, espécie de cais natural a oeste da ermida da Guia, tomando pouco depois a vila com fraca resistência. Daí a Lisboa, sucede-se uma marcha rápida e triunfante. Historia de la Armada Española – “Período 2. La Marina de los Reyes Católicos y los Austrias” In http://www.armada.mde.es

Almirante D. Álvaro de Bazán, Marquês de Santa Cruz (1526 - 1588) Rafael Tejeo Óleo s/ tela 1828 Cópia de um original anónimo Museo Naval de Madrid

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Desembarque do exército espanhol junto ao Cabo de Sanxete (Raso), a 30 de Julho de 1580, «limpando a campanha de inimigos com a artilharia das galeras» Arbasia Cesar (1547 – 1607) Fresco Tecto da Sala de Portugal Archivo-Museo "Don Álvaro de Bazán" Viso del Marqués, Espanha © Augusto Salgado Esta operação nas proximidades de Cascais, bem como o desembarque de Terços espanhóis na Baía das Mós (Ilha Terceira) em 1583, é «precursora das operações anfíbias modernas, dado o seu sofisticado processo de planeamento e execução - a escolha da praia após diversos reconhecimentos, tendo em conta as suas possibilidades de acesso ao interior, o assalto em si, a consolidação e a exploração do êxito, bem como a realização de manobras diversivas para confundir o adversário sobre a verdadeira localização do desembarque.» In www.revistanaval.com/blimdanet/historias/medios/anfibios.htm

Tomada de Cascais, no dia seguinte Arbasia Cesar (1547 – 1607) Fresco Tecto da Sala de Portugal Archivo-Museu "Don Álvaro de Bazán" Viso del Marqués, Espanha © Augusto Salgado

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Consciente das fragilidades defensivas da região, o governo de Filipe II de Espanha e I de Portugal entrega a um conjunto experiente de engenheiros e arquitectos, alguns deles anteriormente ao serviço da coroa portuguesa, a realização de diversos projectos de inventariação e reforço das fortificações marítimas. O Capitão Fratini procede a um reconhecimento da barra, levantando, em 1590, a planta topográfica da vila de Cascais que contém a primeira representação conhecida do projecto da Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, abaluartamento da antiga torre quatrocentista. Nesse mesmo ano, Frei João Vicêncio Casale produz uma nova descrição do rio, bem como os projectos para o alargamento da Torre de Belém e de São Gião e para a criação de duas fortificações: a da Cabeça Seca, embrião do Bugio, anteriormente em madeira, e a de Santo António do Estoril.

Planta topográfica da vila de Cascais, com a representação do projecto da Fortaleza de Nossa Senhora da Luz Capitão Fratini, 1590 Imagem cedida pelo AN/TT PT-TT-CCDV/29

Planta da Fortaleza de Santo António da Barra Levantada por ordem de Frei Vicêncio Casale, 1590 Imagem cedida pelo AN/TT PT-TT-CCDV/29

[2.º Mapa 3 ou 2D – elementos a acrescentar:] Fortaleza de Nossa Senhora da Luz

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Fortaleza de Velas, posteriormente denominada de Santo António da Barra (Estoril) Lançamento estrutural da Cidadela de Cascais (fase embrionária)

3º Momento – Restauração do Reino de Portugal A ineficácia das estruturas fortificadas em que assentava a defesa marítima da capital seria mais uma vez demonstrada no decurso das manobras bem sucedidas do movimento da Restauração, realidade que alertou desde logo o novo monarca, D. João IV, para as questões da defesa, particularmente do porto de Lisboa. Assim, um decreto de 11 de Dezembro de 1640, quatro dias antes da sua aclamação, instituiu o Conselho de Guerra, organismo directório que doravante coordenou a defesa das fronteiras marítimas e terrestres do reino, missão indispensável para a salvaguarda da soberania.

Portos de Lisboa e Setúbal António de Mariz Carneiro (15---1642) Biblioteca Nacional de Portugal

A nova intervenção de engenheiros e arquitectos estrangeiros, na sua maioria franceses, fez-se sentir, sobretudo, nos projectos e trabalhos de construção da Praça de Armas ou Cidadela de Cascais e de ampliação da Fortaleza de S. Julião da Barra. A conclusão do Forte do Bugio, peça central no eixo defensivo da barra, seria entregue, porém, a arquitectos portugueses.

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Planta da Praça, Cidadela e Fortes de Cascais Autor anónimo, [17--] Biblioteca Pública Municipal do Porto Maqueta da Cidadela, com as configurações actuais

«Estas três praças, há muito programadas, assumiam, naturalmente, uma importância nuclear no aparelho defensivo então delineado, mas não constituíam a chave do mesmo. Essa função foi confiada à série de pequenos fortes mandados construir entre Belém e o Cabo da Roca, defendendo praias e enseadas de forma a contrariar possíveis desembarques inimigos. Além das acções que isoladamente lhe estavam cometidas, desempenhavam ainda um papel nitidamente dissuasivo, dada a imagem de poder e capacidade balística que, em bloco, aparentemente ofereciam.» Joaquim Manuel F. Boiça, Maria de Fátima R. de Barros e Margarida de Magalhães Ramalho, As Fortificações Marítimas da Costa de Cascais, 2001

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D. António Luís de Meneses (1596 – 1675), 3.º Conde de Cantanhede, 1º Marquês de Marialva e um dos elementos mais activos na Restauração, dela tomando parte desde a fase da conspiração até às negociações do tratado que encerrou a guerra com Espanha. Além de membro dos conselhos de Estado e de Guerra e de Veador da Fazenda, foi Governador das Armas da Praça de Cascais e, a partir de Janeiro de 1642, respondeu pelo projecto de fortificação da costa entre Peniche e Xabregas, ainda que a sua prioridade tenha sido o reforço da barra do Tejo. D. António Luís de Meneses In www.geneall.net

Marquês de Marialva (1.º) Pormenor do painel azulejar da batalha de Montes Claros (1665) Século XVII Sala das Batalhas Palácio Fronteira, Lisboa Fundação das Casas de Fronteira e Alorna

A linha defensiva estendia-se agora até à região de Cascais. Na sua orla marítima, atendendo à memória dos acontecimentos bélicos de 1580, foi notável o reforço das defesas junto das praias arenosas ou, em maré baixa, dos lajedos suaves, que se distribuem sobretudo na costa oriental. Em poucos anos, e sob o comando estratégico de D. António Luís de Meneses, ergueramse quinze fortificações. As obras, inicialmente sob a direcção de Simão Mateus, são depois superintendidas por Filipe Gitau, mais tarde por João Paschasio Cosmander e ainda por Nicolau de Langres. A construção destes pequenos fortes costeiros decorreu, numa perspectiva de conjunto, entre 1642 e 1648. Estruturalmente muito simples, embora variando de acordo com a topografia, eram definidos pela justaposição de dois corpos de planta rectangular: a bateria, de três faces, e os alojamentos (quartéis, armazéns, paiol e casa da palamenta), na retaguarda daquela. Destinavamse ao aquartelamento de pequenos contingentes de artilharia e infantaria (quatro a doze homens), vitais para dificultar o desembarque dos inimigos enquanto se dava o alarme, se esperava por tropas de outras fortalezas e pelo apoio das populações e forças de segunda linha. Quanto ao poder de fogo, a sua capacidade diferia entre as quatro e as oito peças. [Apresentar as seguintes plantas em sequência linear (na horizontal), de modo a que se percepcione de imediato a maior dimensão do Forte de S. Jorge face aos restantes 13 fortes, construídos no mesmo período:]

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Planta do Forte da Roca Maximiano José da Serra, 1796 Biblioteca Pública Municipal do Porto

Planta do Forte do Guincho Lourenço Homem da Cunha de Eça, 1793 DIE/GEAEM - 2031-1A-15-20

Planta do Forte de Sanxete João da Mata Chapuzet, 1798 DIE/GEAEM - 3571-3-31-43

Planta do Forte de S. Jorge Belchior Manuel Curvo Semedo, [1700-1900] DIE/GEAEM - 1058-1-8-12 Planta do Forte de S. Jorge de Cima Atribuída a Mateus do Couto, 1693 Imagem cedida pelo AN/TT PT-TT-CCDV/29 Desconhece-se a sua localização precisa e, de acordo com a “Relação das Fortalezas e Fortes de toda a Marinha da Província da Estremadura…”, em 1735 já se encontrava demolido.

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Planta do Forte da Guia Belchior Manuel Curvo Semedo, [1700-1900] DIE/GEAEM - 3560/II-3-31-43

Planta do Forte de St.ª Marta Lourenço Homem da Cunha de Eça, [1780-1820] DIE/GEAEM - 3579-3-31-43

Planta do Forte de St.ª Catarina Lourenço Homem da Cunha de Eça, [1780-1820] DIE/GEAEM - 5580/A-3-31-43

Planta do Forte da Conceição, chamado dos Inocentes [1700-1900] DIE/GEAEM - 1059-1-8-12

Planta do Forte de S. Roque Lourenço Homem da Cunha de Eça, [17801820] DIE/GEAEM - 3558-3-31-43

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Planta do Forte de St.º António do Estoril José Carlos de Azevedo, 1798 DIE/GEAEM - 3552-3-31-43

Planta do Forte da Cruz da Subida Lourenço Homem da Cunha de Eça, [17801820] DIE/GEAEM - 4030-3-31-43

Planta do Forte de S. Pedro Belchior Manuel Curvo Semedo, [1700-1900] DIE/GEAEM - 1075-1-8-12

Planta do Forte S. Teodósio, conhecido como Forte de S. João da Cadaveira Maximiano José da Serra, 1796 Biblioteca Pública Municipal do Porto

Planta do Forte de S. Domingos de Rana Copiado por D. Duarte de Macedo, 1796 DIE/GEAEM - 3551-3-31-43

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Os pontos de vigia da Roca, de Oitavos, da Guia, da Boca do Inferno (cuja torre de pedra ainda hoje se conserva) e de Parede, referenciados em documentos e cartografia antiga, complementam este sistema defensivo.

Vigia de Oitavos Em 1646, ao propor-se a entrega dos pontos fortificados da Marinha de Cascais, a Oeste da vila, à guarda do Capitão Martins (ou Martinho) da Silva, devia este oficial com as esquadras da sua Companhia, guarnecê-los e colocar «vigias na Cabeça de Oitavos», para tocarem a «rebate na hora que se descobrirem de dez velas para cima». Ao ser dado o sinal indicativo de estar à vista este número de navios, competia à vila, e ao seu termo, enviar o auxílio, «porque se a vista for de mais velas que passem de vinte, será o sinal outro, para que acudam as companhias de Sintra e Colares». (Arquivo

Nacional Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Decreto de 25 de Junho de 1646 “Advertências Importantes ao Serviço de Sua Magestade para Guarda de Cascais”)

No ano de 1796, o Cabeço de Oitavos servia de ponto de retransmissão de mensagens vindas do Cabo da Roca, por meio de bandeiras, destinadas a anunciar quando fossem avistados «navios de mais de três mastros e armadas de guerra». (Biblioteca Nacional da Ajuda, Manuscrito 49-II-51 - “Signaes que a Rainha Nossa Senhora Manda Estabelecer e Exercitar nas Fortalezas e Lugares Nomeados. Anno de 1796”)

[3.º Mapa 3 ou 2D – elementos a acrescentar:] Cidadela de Cascais – esta praça de armas, concluída e ampliada no reinado de D. João IV, era nuclear na estratégia defensiva do porto e vila de Cascais e do acesso à barra do Tejo. Dependentes da Praça de Armas de Cascais, a Ocidente: Forte de Nossa Senhora da Roca Forte do Guincho Forte de São Braz de Sanxete, junto ao Cabo Raso Forte de S. Jorge e Vigia de Oitavos  Entre os fortes de S. Jorge e de Sanxete, foi construída uma linha de mosqueteria. Este entrincheiramento foi sucessivamente recuperado e no final do século XVIII destinava-se a ser utilizado por 50 praças em caso de ameaça eminente. Forte de Nossa Senhora da Guia  Facho ou vigia da Boca do Inferno Forte de Santa Marta No eixo oriental: Forte de Santa Catarina Forte de Nossa Senhora da Conceição ou dos Inocentes Forte de São Roque Forte de Santo António Forte de Santo António da Assubida ou Cruz de Santo António Forte de S. Pedro, ou da Poça

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Forte de São Teodósio, também denominado de São João da Cadaveira ou dos Inocentes Forte de São Domingos de Rana, ou do Junqueiro  Entre Cascais e o Convento de Santo António, no Estoril, «estendia-se um entrincheiramento com fortins nos seus extremos e as respectivas plataformas para receber artilharia. Mais adiante, em uma praia de areia, havia outros entrincheiramentos com dois fortins nos extremos.» (Gen. José Justino Teixeira Botelho, História da Artilharia Portuguesa). O mesmo sucedia entre o Forte de Santa Marta e a Cidadela e entre esta e o Forte de Santa Catarina, tendo permanecido a baía de Cascais (praia da Ribeira) muralhada desde 1645 até à transição do século XIX para o século XX.

Com os trabalhos de fortificação empreendidos após a Restauração, ficou praticamente definida a cortina defensiva da linha de costa entre Belém e o Cabo da Roca, tendo sido raras as construções posteriormente lançadas.

4º Momento – Guerra dos Sete Anos No século XVIII, além de reparações pontuais verificadas nos anos de 1749 e 1750, é por ocasião do envolvimento tardio de Portugal na Guerra dos Sete Anos (1762 – 1763), que se promove, no reinado de D. José I e sob a direcção do Marechal General Conde de Lippe, reformador do exército nacional, uma campanha de reedificação na quase totalidade das estruturas fortificadas, levando em conta as novas necessidades ditadas pelos avanços da pirobalística e da arquitectura militar, e a edificação de três baterias, entre os fortes de São Braz de Sanxete e do Guincho.

Configuração da entrada da barra de Lisboa Luís d’Alincourt [176-?] Instituto Geográfico Português (www.igeo.pt)

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[A seguinte imagem deve ser recortada pela moldura, mas incluindo a mesma:]

Frederico Guilherme Ernesto, Conde de Schaumbourg-Lippe-Bückeburg (1724 – 1777) Marechal General do exército português Autor desconhecido Museu Militar

Em 1762, chega a Lisboa, contratado para comandar os exércitos portugueses na campanha contra as forças franco-espanholas, que invadiram Portugal pela fronteira de Castelo Branco. Graças à sua estratégia militar (apesar se de terem registado sucessivas movimentações de tropas, não ocorreu nenhuma batalha), a breve participação nacional neste conflito, de 30 de Abril de 1762 a 10 de Fevereiro do ano seguinte, ficaria conhecida pela Guerra Fantástica.

Planta da Bateria Alta Belchior Manuel Curvo Semedo, [1700-1900] DIE/GEAEM - 1061-1-8-12

Planta da Bateria da Galé Belchior Manuel Curvo Semedo, [1700-1900] DIE/GEAEM - 1053-1-8-12

Planta da Bateria da Crismina Lourenço Homem da Cunha de Eça, [1780-1820] DIE/GEAEM - 1056-1-8-12

[4.º Mapa 3 ou 2D – elementos a acrescentar:]

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Bateria Alta Bateria da Galé Bateria da Crismina Em 1777, estas baterias não tinham artilharia mas estavam em bom estado e podiam receber 20 peças, que cruzavam os seus fogos com os dos fortes. Já no final do século, no contexto das iniciativas de prevenção face aos excessos protagonizados pela Revolução Francesa, em 1793, assiste-se a uma outra campanha de reedificação, ampliação e modernização do governo de D. Maria I, levada a cabo na maioria das fortificações (apesar de algumas terem sido de todo abandonadas), com trabalhos mais profundos nas da costa oriental de Cascais. Uma vez afastado o perigo castelhano, e raramente tendo sido chamados a intervir, durante longos períodos os pequenos fortes foram votados ao esquecimento. Ciclicamente, porém, com o ressurgir de ameaças à segurança da capital e do reino, lançaram-se programas reconstrutivos, à luz das necessidades de cada novo tempo.

Carta corográfica da região de Lisboa (pormenor) Charles Picquet, Paris, 1821 Instituto Geográfico Português (www.igeo.pt)

5º Momento – Governo miguelista e lutas liberais A última intervenção a que conjuntamente foram submetidas as fortificações de Cascais, verificou-se nos anos de 1831 a 1833, no contexto das acções levadas a cabo pelo governo miguelista para defender Lisboa do esperado ataque das forças liberais. Com a bateria junto à Boca do Inferno, erguida em

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1832, completa-se o aparelho defensivo da linha de costa de Cascais e fechase um longo processo histórico.

Kssssse! Pédro - Ksssse! Ksssse! Miguel Daumier, 1833 Litografia aguarelada Biblioteca Nacional de Portugal Nesta caricatura, os dois antagonistas portugueses - D. Pedro e D. Miguel - estão amparados e instigados, respectivamente, pelo Rei dos Franceses, Luís Filipe, que representava o espírito liberal, e pelo Czar Nicolau da Rússia que representava a Santa Aliança.

Planta do Forte Novo Teófilo José da Trindade, 1899 DIE/GEAEM - 9868-1-8-12

[5.º Mapa 3ou 2D – elementos a acrescentar:] Forte Novo - bateria apresentando paralelos imediatos com as de Crismina, Alta e Galé, numa linha de continuidade em relação a outras obras militares costeiras setecentistas.

A funcionalidade estratégica e bélica deste conjunto de fortificações marítimas irá ser posta seriamente em causa a partir de meados do século XIX, perante a rápida evolução verificada na arte da guerra. Durante décadas, após a vitória do exército liberal sobre os absolutistas em 1834, a maioria é mantida desartilhada e sem qualquer guarnição ao seu serviço, exceptuando

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a Cidadela/Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, a Fortaleza de Santo António da Barra e o Forte de S. Domingos de Rana.

Carta topográfica do terreno compreendido entre a Praia do Guincho […] e lugar de Murches Levantada pelos tenentes engenheiros José C. Chelmicki, Augusto Telles e Morais e pelo 1.º Tenente de Artilharia Luís Folque, em 1843 Instituto Geográfico Português (www.igeo.pt) [Sugestão - sobrepor ligeiramente a primeira carta à segunda, uma vez que são do mesmo período mas contêm informação distinta/complementar]

Carta topográfica do território entre o Cabo Raso e Cascais Ca. 1848 Instituto Geográfico Português (www.igeo.pt)

Em 1889, por força da aplicação da Carta de Lei de 26 de Junho, apenas a Cidadela mantém o seu estatuto militar. Todas as outras fortificações marítimas de Cascais seguem diferentes destinos a partir de então. Em alguns casos, serão adaptadas a novas funções (faróis, instalações da Guarda Fiscal e estabelecimentos turísticos), não se alterando em muito a sua fisionomia e configuração espacial. Noutros, darão lugar a casas apalaçadas, erguidas ao gosto internacionalizado de uma alta burguesia que desperta para os prazeres do veraneio. Apesar de profundamente diminuída na imagem que outrora chegou a projectar, a paisagem fortificada da linha costeira entre S. Julião da Barra e o Cabo da Roca mantém, ainda hoje, parte das suas estruturas mais significativas, espaços-memória de uma história e de uma arquitectura que importa conhecer e preservar no seu conjunto.

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[Colocar as fotografias actuais seleccionadas em sequência linear (na horizontal):]

Forte do Guincho (junto à Praia do Abano)

Bateria da Crismina

Forte de S. Brás de Sanxete (actual Farol do Cabo Raso)

Forte de S. Jorge de Oitavos

ou Forte de N.ª S.ª da Guia (actual Laboratório Marítimo da Guia)

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Vigia do Facho (junto à Boca do Inferno)

Forte de St.ª Marta (actual Farol Museu de St.ª Marta)

Luís Bento]

ou

[aguardo foto, a entregar pelo Sr.

Fortaleza de N.ª S.ª da Luz e Cidadela de Cascais

Forte de S. Pedro, ou da Poça

Forte de S. João da Cadaveira

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Fortaleza de St.º António da Barra

Pedra de armas e lápide do antigo Forte de S. Domingos de Rana, ou do Junqueiro (actual Hospital Ortopédico Dr. José de Almeida, Carcavelos)

_________________________________________________ [Peças a integrar em vitrina e respectivas legendas:]

Canhão de sinais Achado arqueológico, recuperado em 1971 por Fernando Ruas, em Oitavos, a 6 m de profundidade. Réplica de bronze C 36 x L (entre munhões) 20 cm Depósito do IGESPAR/DANS

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Barretina O corpo em couro constitui uma réplica do modelo adoptado em 1806. Ostenta uma chapa original do modelo usado entre 1834 e 1848 pelos oficiais do 19º Regimento de Infantaria de Cascais. A (máx.) 33 x Ø (máx.) 26,5 cm Depósito do MCCG

Ofício de João Policarpo Delgado, Juiz da vila de Cascais, datado de 19 de Janeiro de 1804. Relata o naufrágio do navio português “Espírito Santo Pombinha”, no sítio do Forte de S. Jorge, distrito da Guia, em Cascais. Arquivo Histórico Ultramarino, CU_Reino, Caixa 26, Pasta 43

_________________________________________________ Painel introdutório do 2.º subtema: Título: M E M Ó R I A S D O F O R T E D E S . J O R G E

Panorâmica do monumento e linha de fuzilaria [Inserir foto tirada por Paulo Pereira]

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Texto: A meia distância entre o promontório da Guia e o Cabo Raso, situa-se o Forte de S. Jorge, inicialmente também conhecido como baluarte de Oito Ovos por estar perto do cabeço do mesmo nome — hoje designado Oitavos -, onde então existia uma vigia. É a fortificação de maiores proporções no conjunto das que se ergueram logo após a Restauração da independência nacional (1640), ao longo da costa de Cascais. Pela concepção e compartimentação, terá sido edificada para ali se estabelecer o comando da zona desde o Guincho até à Guia. Não obstante, do ponto de vista estratégico, a razão primeira para a sua existência foi a de impedir o acesso a uma extensa laje rochosa, que a maré baixa punha a descoberto e que poderia prestar-se a varadouro de várias lanchas de desembarque simultâneo de tropas provenientes de navios inimigos. Daí, a construção de uma trincheira ou linha de fuzilaria a cobrir a laje e a cercar a muralha. _________________________________________________ Quadro sinóptico

FORTE DE S. JORGE

ACONTECIMENTOS NACIONAIS

SÉCULO XVII 1642

Em 9 de Maio, inicia-se a construção, como regista a inscrição da lápide que continua a encimar o portal: «O MUI ALTO E MUITO PODEROSO REI D. JOÃO 4 DE PORTUGAL NOSSO SENHOR QUE DEUS GUARDE MANDOU FAZER ESTA FORTIFICAÇÃO SENDO GOVERNADOR DAS ARMAS REAIS D. ANTONIO LUIS DE MENESES, QUE SE PRINCIPIOU EM 9 DE MAIO DE 1642 E SE ACABOU EM A ERA DE 1648.» D. António Luis de Meneses

A 14 de Setembro, o Padre António Vieira prega o Sermão de Santo António na Igreja das Chagas, onde apela à colaboração de todos os portugueses para o esforço de guerra, na véspera da reunião das Cortes.

Reconstituição de uma pregação do Padre António Vieira. Galeria pitoresca da história portuguesa, 1842

Gravura a buril e ponteado, 1806-1817 Biblioteca Nacional de Portugal

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1646

Continuam os tempos de resistência militar face a Espanha. O Forte depende do capitão Martinho da Silva, que com a gente da sua Companhia assegura a vigilância e a defesa de toda a Marinha entre Cascais e o Guincho. Embora ainda por concluir, já está guarnecido por 3 artilheiros e 18 soldados, comandados por 1 cabo. Esta guarnição faz a despesa anual de 446$400 réis e é a mais numerosa de todos os baluartes dependentes da Praça de Cascais, pois o de São Jorge é também, a Ocidente da vila, o de maiores proporções.

Nas Cortes celebradas em Lisboa, declara D. João IV que toma a Virgem Nossa Senhora da Conceição por padroeira do Reino de Portugal.

São colocadas vigias no outeiro de Oito Ovos.

Imagens cedidas pelo AN/TT PT-TT-CGR/8/6/160 Extractos do Decreto de 25 de Junho de 1646 – “Advertências importantes ao serviço de Sua Majestade para guarda de Cascais”

1663

O Forte de São Jorge da Marinha de Cascais encontra-se agora sob o comando do alferes Francisco Ferreira Pais. Este oficial havia sido aqui colocado em 14 de Janeiro de 1659. Não vencendo mais de 1 tostão por dia, por ser pobre e casado e ter de «estar naquele deserto», pede a D. Afonso VI para «ser acrescentado no soldo». A sua petição merece do governador da Praça de Armas de Cascais, D. António Luís de Meneses, uma boa informação: o Alferes Francisco Ferreira Pais serve no Forte de São Jorge «com notória satisfação e grande trabalho ficando muito longe da povoação com que lhe custam os mantimentos mais despesa.» O Conselho de Guerra perfilha a opinião do governador e, unanimemente, os três conselheiros recomendam ao monarca lhe mande «acrescentar mais meio tostão por dia». D. Afonso VI dá o seu real acordo a 28 de Julho.

Mercurio Portuguez com as novas da Guerra entre Portugal & Castela António de Sousa de Macedo, 1663 Biblioteca Nacional de Portugal

No mês de Abril, concentra-se em Badajoz a maior força que Espanha reuniu para invadir Portugal, comandada por D. João José de Áustria. O recontro entre as duas forças dá-se perto de Estremoz, no dia 8 de Junho.

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Batalha do Ameixial Zona central do painel de azulejos alusivo Sala das Batalhas, Palácio Fronteira, Lisboa Século XVII Fundação das Casas de Fronteira e Alorna

Para Portugal, é uma das mais violentas e esforçadas, mas também das mais gloriosas vitórias militares das Guerras da Restauração (1640 - 1668). Aos olhos de Espanha, contribui para que crescentemente alastre a convicção de que será quase impossível a submissão de Portugal pelas armas e portanto inútil o prosseguimento da luta.

Imagem cedida pelo AN/TT PT-TT-CGR/3/25/1 Consulta de 23 de Julho de 1663

D. Afonso VI Cópia de um retrato original de 1660 – 1665 Museu Nacional dos Coches In http://www.matriznet.ipmuseus.pt/

1675

D. João de Mascarenhas, 1º Marquês de Fronteira, marechal de campo e general da Corte e Província da Estremadura, informa no seu relatório da visita de inspecção, dirigido em 2 de Novembro ao regente D. Pedro, estar o Forte «[…] fundado sobre uma Laje, cómoda e aparelhada de se desembarcar nela mais facilmente que nos outros postos desta Costa, por cuja causa sai dele um ramal de trincheira que corre sobre o desembarcadouro».

Termina a construção da Praça de Armas de Cascais (Cidadela) Organização de uma armada para combater os corsários no Norte de África. Nomeação de D. Luís de Meneses, 3.º Conde da Ericeira, general de Artilharia e historiador, como Vedor da Fazenda de D. Pedro II.

A porta de entrada e a ponte levadiça encontram-se danificadas. Na bateria, há 5 peças de artilharia, de ferro de 18 libras.

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Imagem cedida pelo AN/TT PT-TT-CGR/3/34/1 Relatório do Marquês de Fronteira, de 2 de Novembro de 1675

D. João de Mascarenhas, 1.º Marquês de Fronteira Escultura arquitectónica da Sala das Batalhas Palácio Fronteira, Lisboa 1770-1780 Fundação das Casas de Fronteira e Alorna

1693

D. Luís de Meneses, 3.º Conde da Ericeira In Retratos de cardeaes, bispos, e varoens portuguezes illustres em nobreza, armas, letras, e santidade, 1791 Biblioteca Nacional de Portugal

D. Catarina de Bragança, rainha viúva de Carlos II de Inglaterra desde 1685, tendo embarcado para Portugal em 29 de Março de 1692, após percorrer a França e a Espanha, entra em Lisboa a 20 de Janeiro, sendo recebida por seu irmão, D. Pedro II, entre as aclamações do povo.

Imagem cedida pelo AN/TT PT-TT-CCDV/28 Planta do Forte de S. Jorge de Baixo, atribuída ao arquitecto Mateus do Couto, 1693 Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Casa Cadaval, Livro n.º 28

A estrutura amuralhada define «um espaço poligonal, de cinco lados desiguais, adaptado à topografia do terreno e avançado sobre a falésia. […] O seu recinto é o maior entre todos os que se ergueram na costa de Cascais, sendo assinalável a extensão da bateria. Extremamente ampla, dispunha de três faces, voltadas a sul, oeste e noroeste, que acompanhavam o recorte da arriba. Ao longo do parapeito posicionavam-se as peças de artilharia que, na ausência de merlões e canhoneiras, disparavam à barla. Na retaguarda da bateria, em posição quase central do espaço fortificado, encontravam-se os alojamentos. De planta rectangular, desenvolviam-se no sentido este-oeste, sendo compostos por cinco dependências de dimensões aproximadas, que

D. Catarina de Bragança, rainha de Inglaterra Gravura a meia tinta, a partir da obra de William Wissing Início do século XVIII In www.geneall.net/

Melhoria do sistema sanitário, com o Regimento do Que se Ha-de Observar Succedendo Haver Peste (de que Deus nos Livre) em Algum Reino ou Provincia Confinante com Portugal.

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serviam de quartel, casa da pólvora, armazéns e cozinhas. Na projecção dos alojamentos e sensivelmente a meio da muralha lateral norte, abria-se o portal do forte. Antecedia-o uma pequena ponte levadiça que permitia a passagem sobre o fosso que circundava as muralhas pelo lado de terra.» Joaquim Manuel F. Boiça, Maria de Fátima R. de Barros e Margarida de Magalhães Ramalho, As Fortificações Marítimas da Costa de Cascais, 2001

SÉCULO XVIII Ca. 1707

O Forte está artilhado e guarnecido, segundo assinala o mestre de campo de Infantaria António do Couto de Castelo Branco nas suas “Memórias Militares” (Amsterdão, 1719-1740).

Motins em Lisboa.

1720

Em 29 de Junho, o coronel João Xavier Teles informa no seu relatório - «É Cabo dele Júlio Máximo residente nesta Praça [Cidadela] e se guarnece com 3 Soldados do Regimento [de Cascais] e 2 Artilheiros que se mudam aos 8 dias.

Distanciamento nas relações diplomáticas com a França, devido à oposição desta à participação portuguesa na paz de Cambrai.

A fortificação se conserva em bom estado mas é preciso se levante um pedaço de parede em um ângulo pela parte exterior sobre a rocha por evitar se entre no Forte por aquela parte. É necessário conserto em uma guarita que está sobre a porta principal. Os lajedos dos terraços necessitam de betumes e as paredes e muralhas de alguns encasques e rebocos. O Armazém necessita de uma porta nova e de um armário de madeira para melhor se conservar a pólvora que tudo pode custar 150$000. Tem 4 Peças de ferro de 18 [menos uma que em 1675] todas incapazes de servirem e da mesma sorte os reparos de duas que estão montadas. […] Há bala grossa e armas para serviço de outras Peças do mesmo calibre. Tem alguma pólvora mas sem préstimo.» João Xavier Teles, “Notícia de Estado”, de 29 de Junho de 1720. Biblioteca Pública de Évora, Cx. 2/5, n.º 1

1735

Na “Relação das Fortalezas e Fortes de toda a Marinha da Província da Estremadura”, de 31 de Março, regista-se: «Necessita a caza do cabo e corpo da dos soldados, e caza dos artilheiros serem betumadas.» Tem o Forte «sinco pessas de ferro incapazes, e o seu cabo E Salvador Denis».

Em 8 de Dezembro, funda-se a Academia Real da História Portuguesa.

Restituet omnia Pedro de Rochefort, 1728 Gravura a buril alusiva à criação por D. João V da Academia Real da História Portuguesa Biblioteca Nacional de Portugal

Conclusão do Convento de Mafra.

“Relação das Fortalezas e Fortes de toda a Marinha da Província da Estremadura declarando o Estado em que se acham as suas Fortificações, Artilharia e Munições de guerra”, 1735 Biblioteca Nacional de Portugal, Reservados, Códice 421

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Mafra Henry L’Évêque, ca. 1810 Gravura a água-tinta, aguarelada Biblioteca Nacional de Portugal

17511758

Ao ser inspeccionado, quer em 1751 quer sete anos mais tarde, o Forte acha-se arruinado e ao abandono. Encontram-no sem portas, janelas ou tarimbas, necessitando de reparações em todas as muralhas exteriores, corpo da guarda, armazém, quartéis e guaritas. O orçamento de 1.600$000 réis para a sua reedificação em 1751 inclui ainda a reparação da trincheira que o oficial diz correr do Forte para o lado Norte.

1751 Pragmática que proíbe a importação de tecidos, carruagens ou móveis do estrangeiro, salvo se transportados em navios portugueses. 1755 Pelas 9h40 de 1 de Novembro, dia de Todos os Santos, Lisboa é atingida por um terramoto de extrema violência. Em Cascais, segundo Frei António do Espírito Santo, testemunha presencial, o terramoto inicia-se às 9h15 da manhã, fazendo-se sentir por 9 minutos. A destruição é quase total: «[…] por toda a parte cahirão [casas], e tudo cahio. cahio a vila do Levante áo Poente, cahio do Sul até ao Norte.»

Relatório anónimo de 12 de Maio de 1751 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/1, n.º 3

Manuel Marçal da Silveira, Reitor da Igreja Matriz da vila de Cascais, regista na Memória da paróquia de Nossa Senhora da Assunção, concluída a 6 de Abril de 1758, que «os Terremotos ahinda Continuão, vaj por tres annos nesta Costa Despois do 1º de Novembro de 1755 tem havido 75 tremores de terra grandes, não falando em alguns peque[-]nos que não tem numero que lembre por muntos, porem nelles ahinda que houve muntas Ruínas de muntas Cazas abaladas, não houve desgraças de mortes Como no primejro.» Câmara Municipal de Cascais, Cascais em 1755: do terramoto à reconstrução, 2005

17631764

Ao terramoto sucede-se o maremoto, avançando o oceano terra adentro: «Entrou logo sem demóra pela villa o mar, derrubando sua fortissima Ponte, e absorvendo as cazas mais visinhas, com morte de muitos habitantes. […]» Citações extraídas do “Papel sobre o[s] Terremotos, e sobre o de 1755 feito no convento de Nossa Senhora da Piedade de Cascaes em 20 de Maio de 1756 [...]

1758 Na noite de 3 de Setembro, o rei D. José I é alvo de um atentado. São presos membros da alta nobreza, como a família Távora, o Duque de Aveiro e o Conde de Atouguia, bem como alguns jesuítas, acusados de cumplicidade.

Segundo os mapas de artilharia, munições e víveres 1763 respeitantes a estes dois anos, existem 4 peças de Assinatura do Tratado de Paris, a 10 de Fevereiro, entre o Reino Unido da Grãferro de calibre 18.

Bretanha, a França, Portugal e Espanha, que põe termo à Guerra dos Sete Anos, deflagrada, no caso português, pelo Pacto de Família.

Extracto do mapa de artilharia, munições e víveres da Praça de Cascais e Fortes da sua repartição, 1763. Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/27, n.º 36

1764 Criação do Terreiro Público para o abastecimento da população.

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1777

A guarnição do Forte é constituída por 1 cabo de esquadra e 3 soldados de Infantaria. Houve, entretanto, mudança de bocas-de-fogo: os 4 canhões de ferro assinalados já não são de calibre 18 mas sim de calibre 12. Apesar de montados em reparos capazes, de nada servem visto que as 200 balas em depósito e a palamenta existente são para o calibre 18!

Morte de D. José I. D. Maria I é aclamada rainha de Portugal e com a sua ascensão ao trono termina o período pombalino.

O oficial inspector alerta para a necessidade de se proceder a consertos de carpintaria, por faltarem portas, tarimbas e até janelas.

Pormenor do retrato de D. Maria I Giuseppe Troni, ca. 1790 Óleo s/ tela Museu Nacional dos Coches

Relação das peças de artilharia, reparos, palamenta e balas pertencentes ao Forte de S. Jorge e relatório anónimo, 14 de Março de 1777 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/37, n.º (E1) 58

O entrincheiramento é revestido de alvenaria, interior e exteriormente, e terá de comprimento 50 braças, apoiando-se, de um lado, contra a costa escarpada e, do outro, no Forte, que o flanqueia.

17931794

Em Setembro, apenas se aguarda a conclusão das obras do vizinho Forte de São Brás de Sanxete para o corpo de artífices militares começar a campanha neste Forte.

1793-1795 Fim das qualificações e denominações dos cristãos-novos.

«Apesar das sucessivas obras introduzidas desde a sua fundação, o Forte de S. Jorge manteve inalteradas, até

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finais do século XVIII, as suas características formais. Será apenas no quadro de uma nova conjuntura histórica, em que uma ameaça de conflito internacional se mostrava iminente, e perante a necessidade de modernizar as já então envelhecidas fortificações marítimas, que o Forte de S. Jorge, como muitos outros, receberá obras de alguma envergadura. Se bem que as mesmas tenham respeitado, em traços gerais, a construção joanina, acabaram por desenhar um novo espaço fortificado, como o ilustra a planta desenhada pelo sargento-mor Maximiano José da Serra, no ano de 1796.» Joaquim Manuel F. Boiça, Maria de Fátima R. de Barros e Margarida de Magalhães Ramalho, As Fortificações Marítimas da Costa de Cascais, 2001

[Inserir, devidamente ampliada, a planta de Maximiano José da Serra, cuja reprodução fotográfica colorida existe no acervo – integrar, se possível, os textos seguintes como legendas da imagem:]

Planta desenhada pelo sargento-mor Maximiano José da Serra, 1796 Biblioteca Municipal do Porto



Levanta-se um parapeito em redor do fosso que envolve o Forte pelo lado de terra, apenas interrompido no troço sul para permitir o acesso à linha de fuzilaria. A existência deste torna o fosso obsoleto, procedendo-se à sua terraplanagem.



A entrada do Forte reorganiza-se e a ponte levadiça perde também as suas funções. Constrói-se um novo portal. Os cinco panos de

A view of the Praça do Commercio at Lisbon, taken from the Tagus Drawn by Noel, engraved by J. Wells, ca. 1793 Gravura a água-tinta, aguarelada. Biblioteca Nacional de Portugal

Portugal entra na coligação contra a França revolucionária e participa na campanha militar do Rossilhão, ao lado do Reino Unido, enviando o denominado Exército Auxiliar à Coroa de Espanha. Nele participa o Regimento de Cascais.

A Paris Beau | A Paris Belle James Gillray, 1794 Gravura a água-forte, aguarelada Neste par de “retratos”, Gillray representa o olhar da maioria dos países da Europa sobre o povo da Revolução Francesa. The Fitzwilliam Museum, Cambridge, Reino Unido

Pautando-se pelo insucesso, a campanha termina dois anos depois, quando a Espanha assina unilateralmente, em 22 de Julho de 1795, um tratado de amizade com a França – a Paz de Basileia. Descurase a posição de Portugal, que fica isolado na sua aliança com os ingleses. A partir desse momento, a França, com a ajuda da Espanha, vai exigindo de forma cada vez mais agressiva a adesão portuguesa ao bloqueio económico face a

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muralhas são, por seu turno, objecto de trabalhos gerais de consolidação e, em alguns trechos, de reedificação. 

A bateria passa a dispor, ao longo dos seus parapeitos, de canhoneiras e merlões.



Levanta-se um murete entre a bateria e os alojamentos, que os põe a coberto de tiro, pelo lado do mar, e constroem-se quatro guaritas, em pontos estratégicos do Forte: nos ângulos noroeste, nordeste e sueste das muralhas e a sul, no arranque do muro da bateria.



Para tornar mais amplos os aquartelamentos, é sacrificada uma dependência que servia de armazém, demolindo-se a parede que a separava do antigo espaço destinado a quartel; numa dependência contígua, levanta-se uma parede divisória, que passa a separar dois compartimentos intercomunicantes, destinados a servir de paiol da pólvora e casa da palamenta.



A linha de fuzilaria adquire uma nova configuração. Ligeiramente aumentada na sua extensão, passa a apresentar três flancos, um deles reentrante de menores dimensões, e três redentes.

Inglaterra, mantendo-se em estado de guerra contra Portugal, até às invasões napoleónicas.

Após a reedificação, concluída no segundo trimestre de 1794, o Forte volta a ser defendido por quatro peças de artilharia de calibre 18 e é servido por um pequeno número de efectivos: 1 cabo e 3 soldados de Infantaria.

1796

Neste ano, mantêm-se na bateria 4 peças de ferro, em Fundação da Real Biblioteca Pública da bom estado, e a guarnição conta com 1 cabo e 2 Corte. soldados do Regimento de Cascais.

SÉCULO XIX 18011808

Contrariamente ao que sucede com outras fortificações, o número de bocas-de-fogo do Forte de São Jorge pouco se altera com os anos. As mesmas 4 peças de calibre 18 aí permanecem em 1801, 1805 e 1807. Na madrugada de 19 de Janeiro de 1804, dá-se o naufrágio da embarcação portuguesa “Espírito Santo Pombinha” junto do Forte de S. Jorge.

1801 Guerra das Laranjas e tomada de Olivença e Juromenha pelos espanhóis. 1802 População apurada nos recenseamentos gerais levados a cabo em 1801 e 1802: 2.931.930 habitantes. 1805 Chegada de Junot a Lisboa como

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Quanto a guarnições, mantém-se sempre um pequeno contingente militar de 1 sargento e ou 1 cabo e alguns soldados, primeiro de Inválidos ou de Pé de Castelo e depois de Veteranos da 3.ª Companhia de Cascais: 

6, em Julho de 1805;



3, em Setembro de 1807;



10 (1 soldado de Artilharia e 9 de Infantaria), em Julho de 1808, sob ocupação francesa.

Em 1805, a vigia de Oitavos tem 2 soldados. Também em Setembro de 1807 e em Julho de 1808, o posto está guarnecido por 1 anspeçada e 1 soldado, ambos de Infantaria.

embaixador, com mensagem de aliança para o Príncipe Regente D. João. 1806 Em 21 de Novembro, Napoleão decreta o Bloqueio Continental à Inglaterra, a que Portugal não adere. 1807 Sabendo-se que a França enviaria um exército para invadir Portugal, a Inglaterra toma a iniciativa de bloquear a barra e o porto de Lisboa. Para o efeito, apresenta-se na baía de Cascais uma poderosa esquadra sob o comando do almirante Sidney Smith, a bordo da nau “Hibernia”. A Família Real embarca na manhã do dia 27 de Novembro para o Brasil. A 30, chega a Lisboa o general Junot.

Conta das Fortificações da costa Portuguesa, desde o Cabo da Roca até S. Vicente, do Coronel António Teixeira Rebelo, 18 de Julho de 1805 Arquivo Histórico Militar, Div. 4/1/5/6 Junot (Duc D’Abrantes) Grav. Mauduison S.C. Arquivo Histórico Militar

Nessa noite, com muita chuva e trovoada, entra em Cascais o primeiro destacamento de tropas francesas, constituído por 400 homens comandados pelo general Maurin. É juiz de fora na vila o bacharel João Belo Madeira, ao qual o general exige o fornecimento de 1.200 rações de pão e de vinho. Estas tropas abrigam-se nas ruínas do palácio dos Castros e na Cidadela. No dia imediato, são transferidas para S. Julião da Barra e entra em Cascais o 70º Regimento.

Mapa da guarnição existente na Praça de Cascais e Fortes da sua dependência, 18 de Setembro de 1807, assinado pelo tenente governador Matias José de Almeida Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/36, n.º 40

As forças de Junot, logo que chegam a Lisboa, vão rapidamente ocupar as fortalezas da barra e estudam-se obras de defesa na costa. Em pouco tempo, assiste-se à substituição do 70º Regimento pela Legião do Meio-

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Dia, constituída por recrutas italianos. Retirando a Legião, entra o Regimento n.º 66, com parte de um regimento espanhol de Cavalaria e um batalhão de granadeiros franceses. 1808 Em 21 de Janeiro, a Corte chega ao Brasil. O Rio de Janeiro torna-se capital do Reino. Os franceses vivem em constante sobressalto, pelos pequenos ataques dos ingleses, pelas deserções para a esquadra, pelo apoio das populações costeiras a esta, por estarem quase sempre à vista muitos navios britânicos...

Carta Militar das Principaes Estradas de Portugal (pormenor) Litografia, 1808 Instituto Geográfico Português (www.igeo.pt)

Em Fevereiro, Junot dissolve o Conselho de Regência, proclamando oficialmente a destituição da Casa de Bragança, e lança sobre o reino uma contribuição de guerra de 40 milhões de cruzados. Depois de ordenar que as fortalezas disparem sobre qualquer embarcação suspeita de comunicar com a esquadra inglesa, a 27 de Abril vem pessoalmente inspeccionar as fortificações de Cascais e manda escalonar 1.500 homens pela costa, desde a Cidadela a S. Julião da Barra, ocupando os velhos baluartes e as trincheiras. Nos fins de Maio acham-se fundeados na baía de Cascais 11 navios de guerra ingleses e mais 3 entre as torres de S. Julião da Barra e do Bugio. Um dia em que a esquadra se encontra tão próxima que se ouve a fanfarra da nau “Hibernia”, estando os panos a enxugar, os franceses mostram grande pavor por um possível desembarque e, aproximando-se mais de terra alguns escaleres, fazem da Cidadela muito fogo, mas sem resultado. Junho / Julho – Insurreições no Porto, contra as tropas de ocupação francesas, que se propagam por todo o Minho, Trásos-Montes e Sul do País.

Extracto do mapa resumo da guarnição dos fortes e baterias da Praça de Cascais, referente ao mês de Julho de 1808 - lista dos nomes das guarnições do Forte de S. Jorge e da Vigia de Oitavos. Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/36, n.º 41

No mês de Agosto, desembarca o exército britânico na praia de Lavos, sob o comando de Wellesley, Duque de Wellington, e a 17 e 21 do mesmo mês os franceses são derrotados nas batalhas da Roliça e do Vimeiro. Em Cascais, após a chamada Convenção de Sintra, embarcam vários generais franceses na esquadra britânica, ao

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mesmo tempo que se efectua o desembarque de tropas inglesas, registando-se na baía um movimento de mais de trezentas embarcações.

A Convenção de Sintra, uma cabriola portuguesa para divertimento de John Bull Georg Woodward, 1809 Gravura a água-forte, aguarelada Biblioteca Nacional de Portugal

Os invasores partem sem satisfazerem o desejo de saquear a vila. Entretanto, as tropas inglesas da esquadra do bloqueio ocupam e guarnecem as fortalezas de Cascais e de S. Julião.

18131814

Em alguns dos meses, o Forte de S. Jorge não figura nos mapas de artilharia das fortificações dependentes da Praça de Cascais, podendo estar sem guarnição.

1814 Tratado de Paris, impondo a Portugal a cedência da Guiana.

18161818

O Forte de S. Jorge e a vigia de Oitavos surgem assinalados no «Plan de la Barre de Lisbonne et des Côtes Adjacentes, d’Après les Cartes et Instructions nautiques des Côtes du Portugal rédigées par M. Franzini Major du Corps Royal des Ingénieurs», 1816

Morte de D. Maria I e aclamação de D. João VI.

Pormenor da carta Arquivo Histórico Militar, Div. 3/47/AH2.7/18566

O major João Leal Garcia, director-ajudante dos telégrafos, informa, em carta de 13 de Agosto, D. Miguel Pereira Forjaz, secretário de Estado dos Negócios da Guerra, que é necessário colocar-se junto ao telégrafo de Oitavos o pau da bandeira que

D. João VI, Rey de Portugal, Brazil e Algarves Gravura a água-forte e ponteado, 1817 Biblioteca Nacional de Portugal

Oposição portuguesa ao domínio do general inglês Beresford.

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ainda está no Facho, para a correspondência com os navios mais amarados ou mais ao norte da Barra, sendo ali preciso uma barraca ou quartel, que ainda não há, 1 cabo e 2 soldados.

Planta para os telégrafos de Oitavos e de Paredes Arquivo Histórico Militar, Div. 1/16/048/37

1821

As 4 peças de calibre 18 estão desmontadas, mas Reunião das Cortes Gerais e Extraordinárias e Constituintes da Nação capazes de serviço. Portuguesa. Regresso da corte a Portugal e renovação do juramento das bases da Constituição efectuado no Brasil pelo rei. Extinção do Tribunal do Santo Ofício.

Mapa das bocas-de-fogo, munições e petrechos de guerra (fl. 12), de 1 de Novembro de 1821. Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/36, n.º 51

1829

O major de Artilharia Francisco Manuel Ribeiro de Araújo menciona no seu relatório de inspecção, datado de 12 de Outubro, que os parapeitos e guaritas do Forte estão arruinados, as paredes necessitam de reboco e as 4 peças de ferro de calibre 18 devem, por incapazes, recolher ao Arsenal Real do Exército.

Execuções, prisões e êxodo liberal. A 11 de Agosto, as tropas miguelistas são derrotadas na batalha da Praia (Ilha Terceira).

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Extracto do relatório do major Francisco Manuel Ribeiro de Araújo Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/37, n.º 8, fl. 4

Vista da Villa da Praia da Ilha 3.ª no Memoravel Dia 11 de Agosto de 1829 Litografia, 1844 Museu Militar de Lisboa

Os liberais mantêm o arquipélago dos Açores. Guerra Civil.

18311832

Em 1831, é decidida a reedificação do Forte de S. 1831 Jorge, devido ao perigo crescente de um desembarque das tropas liberais que se organizavam em França, na Inglaterra e nos Açores. As obras de reparação são orçadas, a 28 de Junho, pelo coronel de Engenharia José Lane em 848$000 réis e calculado em 30 dias o tempo necessário para o encasque e reboco interior e exterior do forte, quartel e dois armazéns, havendo que construir de novo as quatro guaritas e reparar portas e janelas. A fortificação compreende uma bateria com 6 canhoneiras, onde continuam as 4 velhas peças de ferro, 3 das quais montadas, mas todas cheias de ferrugem e incapazes de servir. S. M. Fidellissima D. Miguel I Raffaele Fidanza, ca 1830 Litografia Biblioteca Nacional de Portugal

No princípio do ano, a França acusa o governo português de prejudicar os seus interesses e de perseguir e aprisionar cidadãos franceses residentes em Portugal, enviando pouco depois uma divisão naval para bloquear o porto de Lisboa.

Orçamento do coronel de Engenharia José Lane, de 28 de Junho de 1831, fl. 1. Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/37, n.º (E3) 60

Face à imperturbabilidade do governo de D. Miguel, a França a intensifica a sua demonstração de força e, no dia 27 de Maio, junta-se à divisão naval a esquadra do vice-almirante Roussin que fica pairando ao largo de Cascais. A 30, avistase um navio que navega junto à costa, procurando entrar na baía. É o lugre

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Os trabalhos de restauro duram muito mais tempo que o previsto e em meados de Fevereiro de 1832, embora quase no final, ainda se trabalha no Forte de S. Jorge. Quanto às bocas-de-fogo, no dia 2 de Dezembro anterior, de novo o Ministro da Guerra, por ordem de D. Miguel, se preocupa com esta fortificação.

Ofício do Conde de S. Lourenço para o Conde de Bonfim, de 2 de Dezembro de 1831. Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/37, n.º (E2) 59

português “Conde de Palma”, de 450 toneladas, que vinha do Brasil para Lisboa. O “Hussard”, um dos navios franceses, persegue o lugre, que se faz ainda mais a terra, procurando pôr-se ao abrigo do Forte de St.ª Marta e da Cidadela e fundeando muito próximo desta. Afastase o “Hussard” e aproxima-se o “Suffren”, magnífico navio de 80 canhões que abre fogo contra a Cidadela. Responde esta com pouco resultado. Do “Suffren”é arreada uma embarcação que se dirige ao lugre, no qual entram dois oficiais e o aprisionam, enquanto prossegue o combate de artilharia.

O « Suffren », navio de 80 canhões (1824)

François Roux E quando, a 15 de Fevereiro, o marechal de campo In http://dossiersmarine.free.fr Gabriel António Franco de Castro, nas suas funções de inspector das fortificações do Norte do Tejo, faz A partir do dia 9 de Julho toda a esquadra uma visita de inspecção ao local, já encontra 3 peças francesa, composta de 15 navios, encontra-se fundeada a cerca de 1 milha de artilharia prontas, alguma bala e munições.

As obras ainda prosseguem, mas diz o Inspector que devem estar «acabadas e tudo consertado dentro de 3 ou 4 dias». Na sua opinião, o Forte dispõe de uma boa bateria com plataforma coberta com merlões e 1 canhoneira para Noroeste, 4 em frente ao mar e 1 a Sul. Para o lado de terra, existe uma banqueta de roda com parapeito de defesa da campanha a tiro de fuzil. O fosso seco e terraplanado possui o seu próprio parapeito de defesa e, no centro de todo o recinto, encontra-se a casa da palamenta, o paiol e o quartel para alojar 31 homens, tudo protegido ao longo da bateria por um forte muro.

da Cidadela. Aguarda vento e maré de feição e, no dia 11, força a barra do Tejo. Obtida a reparação do governo português, a esquadra larga do porto de Lisboa. Algumas das forças navais miguelistas apresadas pelos franceses passarão a servir a causa liberal. D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal abdica do trono imperial brasileiro e regressa à Europa.

1832 Em 2 de Fevereiro, a bordo da fragata “Rainha de Portugal”, D. Pedro, Duque de Bragança, faz público o manifesto onde se declara regente de Portugal em nome de D. Maria II.

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Extracto do ofício relativo à inspecção ao Forte de S. Jorge, de 18 de Fevereiro de 1832, fl. 1. Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/37, n.º 63

No portal renovam-se as armas reais, por se encontrarem mutiladas, e na lápide, sob a inscrição do século XVII, esculpe-se RTE ANO 1832. A guarnição é aumentada e em 24 de Fevereiro estão no Forte de São Jorge 1 sargento e 1 soldado da Companhia de Veteranos e 1 cabo e 4 soldados de S. M. I. o Senhor D. Pedro restituindo sua Augusta Filha a Senhora D. Maria Segunda e Milícias. a Carta Constitucional aos Portugueses, 1832 Nicolas-Eustache Maurin Litografia Biblioteca Nacional de Portugal

Junho / Julho – Partida da expedição liberal da Ilha Terceira e desembarque na praia do Mindelo. Entrada do exército liberal no Porto. Cerco.

Batalha da Serra do Pilar, Cerco do Porto Dias da Costa, 1832 In Marquês de Resende, Elogio Histórico do Senhor Rei D. Pedro IV Biblioteca Nacional de Portugal Relação de munições e mais artigos que a Junta do Comando Geral de Artilharia julga se devem remeter para o Forte de São Jorge Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/37, n.º (E4) 61 de 3 de Março de 1832, fl. 1.

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1833

O Forte é abandonado e deixado entregue à pilhagem em Outubro, aquando da retirada do exército absolutista da região de Lisboa. A antiga vigia surge num mapa com a designação de Telégrafo de S. Jorge ou dos Oitavos.

Batalha naval do Cabo de S. Vicente Antoine Léon Morel, 1842 Óleo s/ tela Ao centro e em primeiro plano, a fragata “Rainha de Portugal” Museu de Marinha, Lisboa

Entrada das tropas liberais e desembarque de D. Pedro em Lisboa. O quartel-general de D. Miguel fixa-se em Santarém.

18431846

Por ser de maiores dimensões que os outros, o Forte de São Jorge não fica de todo desamparado e de 1843 a 1846, pelo menos, ainda mantém 1 sargento e 1 soldado para olhar pela sua conservação.

1843 Reunião das forças da oposição miguelista e setembrista contra o cartismo. 1846 Revolta da Maria da Fonte e queda de Costa Cabral.

Mapa demonstrativo da força de cada um dos postos da guarnição da Praça de Cascais e fortes da sua dependência…, de 1 de Junho de 1845 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/37, n.º 39

1854

Revolta da Maria da Fonte M. M. Bordalo Pinheiro In A Ilustração, 1846 Biblioteca Nacional de Portugal

Início da guerra civil da Patuleia (18461847).

A 26 de Março, o brigadeiro José Gerardo Ferreira Morte de Almeida Garrett Passos e o capitão engenheiro Joaquim António Esteves Vaz visitam «o Forte chamado de S. Jorge fronteiro ao Telegrafo de Oitavos. Este Forte consta de 6 canhoneiras […]. Os parapeitos são de alvenaria, com 11,5 palmos de espessura com pouca diferença, e um lajedo continuado serve de plataforma e terrapleno. Nas frentes de Leste, Norte, e Oeste, há um parapeito para fuzil que fecha o Forte por estes lados ficando a porta de entrada

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nesta última frente. Um través, de bastante espessura e altura, cobre a frente dos quartéis, casa da palamenta, paiol e uma cisterna, tudo coberto de aboboda. […]» Relatório DIE/GEAEM, Doc. 3130, Arm. 6, Prat. 83, Pasta 118

Visconde de Almeida Garrett José Inácio Novais [1867] Litografia Biblioteca Nacional de Portugal

1868

O capitão de Engenharia António Joaquim Pereira regista na sua "Memória acerca dos pontos fortificados que existem no distrito da Direcção das Obras Militares da Praça de São Julião da Barra", datada de 30 de Novembro, que o Forte de S. Jorge está desartilhado, tem os quartéis muito arruinados e as muralhas a necessitarem de consertos. Os 148$000 réis orçados em 1850 representam agora uma quantia inferior à necessária para por a fortificação novamente em estado de defesa.

No dia 1 de Janeiro, ocorre uma grande manifestação no Porto, a “Revolta da Janeirinha”, que leva à queda do governo no dia 4. Tem também grande adesão nas cidades de Lisboa e Braga. Forma-se então novo governo, presidido por António José de Ávila, que marca o fim da Regeneração.

Arquivo Histórico Militar, Div. 3/1/9, n.º 1

Perspectiva geológica da costa marítima (pormenor) Comissão Geológica de Portugal, ca. 1868 Instituto Geográfico Português (www.igeo.pt)

1886

Retrato do Duque de Ávila e Bolama Miguel Ângelo Lupi [ca. 1870] Pintura a óleo Museu do Chiado, Lisboa In http://www.matriznet.ipmuseus.pt/

O item 11.º da Lista das fortificações dependentes da Praça de Cascais, datada de 6 de Novembro, refere que o Forte de S. Jorge se acha algum tanto arruinado, tendo perdido portas e janelas, mas conserva as abóbadas e quase todas as cantarias. «Foi importante e tem anexa uma linha de fuzilaria de que não se compreende bem a necessidade. Construído em 1642, é possível que nessa época a costa apresentasse melhores condições de desembarque do que hoje. Já não tem comandante. Poderia ser restaurado se houvesse alguém que o quisesse, mas como decerto não se encontram compradores, melhor é deixá-lo.» Lista das fortificações e demais propriedades dependentes da Praça de Cascais, de 6 de Novembro de 1886, fl. 2. Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/37, n.º 42

O Príncipe Real D. Carlos e a Princesa Maria Amélia de Orléans, no dia do seu casamento, a 22 de Maio de 1886

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O Forte de S. Jorge parece estar ultrapassado em definitivo pelo avanço da arte da guerra. A Guarda-Fiscal, a cujo cuidado fora confiada a vigilância das nossas fronteiras, terrestres e marítimas, vindo em parte substituir-se, para fins civis, às torres de vigia e aos fortins militares, procurava, naturalmente, instalar alguns dos seus postos nas antigas fortificações do litoral.

Desenho a carvão de J. Simon Fundação da Casa de Bragança

Publicação do Mapa Cor-de-Rosa, indicando as reivindicações portuguesas aos territórios entre Angola e Moçambique.

Mapa Cor-de-Rosa Carta da Africa Meridional portugueza Erherd Fres, 1886 Biblioteca Nacional de Portugal

18881889

Em 1888, o Comando da Guarda-Fiscal lança as suas vistas para o Forte de São Jorge, então desocupado e de onde desconhecidos haviam roubado cantarias. Dirigido o seu pedido à autoridade militar, a sugestão é bem aceite e dada a respectiva autorização em Janeiro do ano seguinte. A 25 de Abril, realiza-se o Auto de entrega na Praça de Armas de Cascais.

1888 Viagem de agentes britânicos disfarçados a territórios da África Portuguesa. 1889 Morte do rei D. Luís I, a 19 de Outubro, no palácio da Cidadela de Cascais, que ganhou o estatuto de residência de veraneio da família real. [Gravura – cidadela] D. Carlos I é aclamado rei em 28 de Dezembro.

1895

O Forte de São Jorge, designa-se agora, nos documentos da nova corporação, Posto Fiscal de Oitavos e pertence à área da 2.ª Companhia do 1.º Batalhão.

Mapa dos caminhos-de-ferro portugueses em 1 de Janeiro de 1895 no Continente e no Ultramar (pormenor) Gazeta dos Caminhos-de-Ferro de Portugal, 1895 Biblioteca Nacional de Portugal

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1900

Invocando a Carta de Lei assinada pelo rei D. Luís Censo da população: 5.016.267 habitantes. em 26 de Junho de 1889, a Direcção Geral da Participação portuguesa na Exposição Secretaria da Guerra pede a devolução do Forte de Universal de Paris São Jorge — anteriormente apenas entregue a título precário e provisório — para ser vendido em hasta pública. A Guarda-Fiscal protesta, alegando ter sido o Forte recebido do Ministério da Guerra em completa ruína, sem portas nem janelas e que depois de muito melhorado, com uma cavalariça regular, casas habitáveis e tudo restaurado por conta da Fazenda, já encontrava pretendente que nunca tivera… Finalmente, as duas entidades ultrapassam o melindre e por 971$400 réis, o ministro da Fazenda, por despacho de 21 de Junho, concorda com a aquisição. O Auto de Posse realiza-se na secretaria do governo O pavilhão português na Exposição Universal da Praça de Cascais, a 18 de Agosto. de Paris Brochura Colecção Alfredo Santos

SÉCULO XX 1905

1907

A rainha Alexandra de Inglaterra, o príncipe Carlos da Dinamarca, o imperador Guilherme II da Alemanha e o presidente francês Loubet visitam Portugal.

Planta da demarcação do Forte de S. Jorge e entrincheiramento anexo Capitão Carlos Joyce Diniz, 1905 DIE/GEAEM - 9870-1-8-12

A festa veneziana e o fogo-de-artifício em honra do presidente da República [Loubet], na baía de Cascais […], em 28 de Outubro In L’Illustration, Paris, 4 de Novembro de 1905

A 14 de Janeiro, procede-se à cerimónia da delimitação, ficando os extremos do terreno do Ministério da Guerra separados da intensidade da Quinta da Marinha, então em poder do Conde de Moser, por 14 marcos de pedra, com as iniciais M.G. gravadas.

Início da ditadura de João Franco. O Decreto n.º 1, de 10 de Maio, promulga medidas a favor dos viticultores, entre elas a designação do Carcavelos como vinho generoso.

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1910

É proclamada a República Portuguesa a 5

Os guardas fiscais não são corno os soldados que de Outubro. tantas décadas haviam vivido na fortificação sem quaisquer comodidades. A 18 de Setembro, foi pedida autorização superior para a abertura de 3 janelas, na parede dos alojamentos voltada para terra.

Dr. Manuel de Arriaga – 1.º Presidente da República e símbolos alegóricos Postal ilustrado

1914

No dia 8 de Maio, é anunciada por edital, e nos Declaração parlamentar sobre o jornais O Século e Diário de Notícias, a praça para alinhamento no conflito europeu. Amnistia para os monárquicos. arrematação das obras a efectuar no Posto Fiscal. Tropas portuguesas chegam a Angola e Moçambique para impedir incursões alemãs. O afluxo de tropas às colónias continuará nos anos seguintes.

Aviso publicado no Diário de Notícias, de 8 de Maio de 1914, p. 6 Arquivo do Diário de Notícias

Embarque de tropas para Angola In www.arikah.net

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1921

No dia 19 de Outubro, revolta militar em Lisboa, por parte da Guarda Nacional Republicana e da Marinha.

Tenente da Guarda-fiscal – grande uniforme 1921 Soldado da Guarda-fiscal - Uniforme n.º 1 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/26/17934/6, fl. 28 e 29.

19381939

Em 4 de Março, por despacho do ministro da Guerra, é determinada a entrega ao Ministério das Finanças dos terrenos anexos ao Forte de São Jorge, que haviam ficado sob a jurisdição militar quando da venda feita em 1900. Assim, a 10 de Março do ano seguinte, procede-se, na Secção de Finanças de Cascais, à cerimónia da assinatura do Auto de Entrega.

Tropas revolucionárias cercando Lisboa, com peças de artilharia Arquivo Municipal de Lisboa / Arquivos Fotográficos - EFC001893

1938 Início das emissões da Rádio Renascença, Emissora Católica Portuguesa. 1939 Portugal e a Espanha franquista assinam, a 13 de Março, o Pacto Ibérico, tratado de amizade e não-agressão.

Salazar e Franco, por ocasião da assinatura do Pacto Ibérico Arquivo do Diário de Notícias

1 de Setembro – Início da II Guerra Mundial, com a invasão da Polónia pela Alemanha. Salazar proclama a neutralidade portuguesa perante a guerra.

1944

1957

Uma pequena parte dos terrenos volta a ser objecto de cedência, a 20 de Junho, desta vez pelo Ministério das Finanças à Junta Autónoma das Estradas, quando do alargamento da rodovia de Cascais à Praia do Guincho.

Plano para a electrificação do País.

Pelas 10 horas da manhã do dia 25 de Setembro, subitamente, frente ao Forte de São Jorge, surge do

Visita de Estado da Rainha Isabel II a Portugal, em Fevereiro.

No início de Junho, Portugal cede às pressões dos Aliados e decreta o embargo à exportação de volfrâmio.

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nevoeiro cerrado a proa de um paquete de 7.735 toneladas e pouco depois, encalhando numa rocha submersa, aí termina a sua curta existência. Fora construído em 1951 pela companhia inglesa «Booth Line».

In hemerotecadigital.cm-lisboa.pt

Início das emissões regulares de televisão da RTP. A 27 de Setembro, inicia-se a erupção do vulcão dos Capelinhos, na Ilha do Faial, Açores.

O Hildebrand em Antuérpia Adolf Croes, 1951 In www.bluestarline.org/booth/

É o navio “Hildebrand” 3, saído de Liverpool com carga e 164 passageiros para Lisboa, Funchal, Barbados e Trinidad. Não há vítimas entre os tripulantes e os passageiros, que são prontamente conduzidos a Cascais por embarcações de socorro.

Capelo, 1957 Arquivo Fotojovial-Horta, ref.ª 20

A 6 de Outubro, o I Congresso Republicano reúne a oposição democrática em Aveiro. O “general sem medo”, Humberto Delgado, aceita apresentar-se como candidato da oposição não-comunista à Presidência da República.

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Sobrepor as duas imagens, colocando a mais pequena à frente, sensivelmente nesta posição

Diário de Notícias, 26 de Setembro de 1957, pp. 1 e 4 Arquivo do Diário de Notícias

1958

Tentando a recuperação da carga da embarcação perdida, o Dr. Philip Spitzer solicita, a 28 de Fevereiro, autorização para a montagem de um cabo

Campanha eleitoral de Humberto Delgado mobiliza enormes multidões, fenómeno imprevisto pelo regime, que se

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de vaivém entre o navio e o Posto da Guarda-Fiscal e, a 4 de Setembro seguinte, chega mesmo a tentar apossar-se de todo o edifício, oferecendo em troca a construção de novas instalações para a corporação. Mas, a 7 de Outubro, a Direcção dos Edifícios e Monumentos Nacionais manifesta-se contrária a tal proposta.

sente profundamente ameaçado, sobretudo depois de Delgado, questionado sobre o que faria a Salazar se ganhasse as eleições, ter respondido “Obviamente, demito-o!”

200.000 pessoas recebem Humberto Delgado no Porto, a 15 de Maio In www.humbertodelgado.pt

Eleições presidenciais fraudulentas de 8 de Junho dão a vitória ao contra-almirante Américo Tomás, que será presidente até 1974. Vaivém, nos trabalhos de salvamento do navio "Hildebrand" Arquivo do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana fotografias nº 511027 e nº 511029.

1959

Tanta actividade, dentro e fora do Posto de Oitavos, com as operações de salvamento dos restos do “Hildebrand”, acaba por surtir consequências. Parte dos parapeitos da linha de fuzilaria é danificada pela construção de uma rampa, a fim de os veículos poderem fazer os carregamentos. O navio, embora irremediavelmente perdido, resiste durante muito tempo aos embates das ondas. O cabo de vaivém é retirado apenas a 17 de Abril. Nessa ocasião, pretende-se conseguir do Dr. Spitzer a reparação dos estragos feitos nas muralhas e forçá-lo a mandar limpar as lajes da plataforma da bateria, mas a tentativa é infrutífera. Os arranjos necessários são efectuados e concluídos, a cargo da GuardaFiscal, no dia 8 de Novembro.

Devido à carta aberta em que contestara o regime de Salazar, a 28 de Abril, no regresso de uma viagem a Roma, o bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, é impedido de entrar em Portugal, sendo forçado a exilar-se.

D. António Ferreira Gomes In www.agencia.ecclesia.pt/

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1964

Em Setembro, a guerra colonial estende-se a Moçambique, por acção da FRELIMO.

Forte de São Jorge, junto da estrada do Guincho Arnaldo Madureira, 1961 Arquivo Municipal de Lisboa / Arquivos Fotográficos - ARM PT/AMLSB/AF/ARM/I02230

Em Julho, é arrancado à força de cargas de dinamite o que ainda restava do casco do “Hildebrand” e trazido para terra. Surgem fendas nos muros do Posto Fiscal, provocadas pelo emprego de explosivos.

1969

O sismo, que no dia 28 de Fevereiro se faz sentir fortemente em todo o País, causa estragos nas estruturas seculares do Forte de São Jorge e abre novas fendas nas suas paredes, onde se infiltra a água da chuva. É decidido proceder-se a novas reparações, que têm início no dia 1 de Novembro

1973

Em Junho, assiste-se à condenação da presença de Portugal nas colónias pelo Comité de descolonização da ONU. Nas eleições realizadas a 26 de Outubro, a União Nacional elege todos os seus candidatos. Contestação dos resultados pela oposição. Entrada em vigor do acordo com a Comunidade Económica Europeia (CEE). Em 24 de Setembro, proclamação da República da Guiné-Bissau, reconhecida pelas Nações Unidas no mês seguinte. Primeiras reuniões clandestinas de capitães e outros oficiais das Forças Armadas. A 24 de Novembro, o Movimento dos Capitães discute pela primeira vez, em S. Pedro do Estoril, a hipótese de um golpe de Estado para derrubar o regime. A 8 de Dezembro, é eleita a Comissão Coordenadora do Movimento, composta por Otelo Saraiva de Carvalho, Vasco Lourenço e Vítor Alves.

Ofício do director-geral dos Assuntos Culturais, datado de 9 de Agosto, comunicando à Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais que foi determinada a classificação do Forte de S. Jorge como imóvel de interesse público. Arquivo do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, PT DGEMN: DSID 1672/14, Doc. 33

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1974

1974 De novo em obras, que duram desde 17 de Julho a Março do ano seguinte, chega finalmente ao Posto de A 5 de Março, o Movimento dos Capitães reúne-se em Cascais e aprova as bases do Oitavos o benefício da electricidade.

O processo classificativo coloca o antigo Forte ao abrigo da demolição ou da transformação, como sucedeu com muitas outras estruturas fortificadas. Essa garantia é confirmada pelo Decreto-Lei n.º 735/74, de 21 de Dezembro – Imóvel de Interesse Público.

programa do Movimento das Forças Armadas.

O Governo demite Costa Gomes e Spínola a 14 e dois dias depois, tentativa golpista frustrada de oficiais spinolistas, a partir das Caldas da Rainha. O Movimento das Forças Armadas é bem sucedido no golpe de Estado da madrugada de 25 de Abril, que derruba o regime ditatorial, e nesse dia Portugal acorda em liberdade.

Cartaz Sérgio Guimarães, 1974 Tipografia Anuário

1984

Carlos Lopes obtém, no dia 28 de Junho, a medalha de ouro na maratona das Olimpíadas de Los Angeles, EUA.

Informação de José Fernando Lamas, técnico da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, datada de 28 de Março, referindo o «estado de preservação francamente razoável» do Forte. Arquivo do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, PT DGEMN: DSARH - 010/067-0067, Doc. 13

Carlos Lopes correndo a maratona em Los Angeles In www.minerva.uevora.pt

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1999

Em 15 de Dezembro, cessão do monumento pela Direcção-Geral do Património do Estado à Câmara Municipal de Cascais, a título precário, pelo prazo de 25 anos, visando a sua recuperação, salvaguarda e valorização, como espaço museológico aberto ao público.

Entrega de Macau à soberania chinesa, em 19 de Dezembro.

2000

Inauguração como centro interpretativo da vivência no final do Século XVIII – nova fase da vida do monumento.

A 1 de Janeiro, inicia-se a segunda presidência portuguesa da União Europeia.

_____________________________________________________________________________ [Elemento emblemático a expor, numa moldura de acrílico encastrada num dos painéis:]

Bandeira Réplica de bandeira com o escudo nacional em uso no século XVIII. A 88 x C 89 cm D. João IV (1640-1656), D. Afonso VI (1656-1683), D. Pedro II (16831706), D. João V (1706-1750), D. José (1750-1777), D. Maria I (17771816), D. Pedro IV (1826), Regências (1826-1828), D. Miguel I (18281834)

Na aclamação de D. João IV, a bandeira branca com o escudo nacional, encimado pela coroa real fechada com os cinco arcos em vista, constituiu o símbolo da Restauração. Embora neste período a bandeira não tenha sofrido alterações significativas, no reinado de D. João V, o escudo foi modificado com uma fantasia ao gosto da época, terminando o bordo inferior em bico de arco contracurvado e a coroa passou a conter um barrete vermelho ou púrpura.

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1.º Painel – título:

NÚCLEO II – ARTILHAMENTO SÉCULO XVIII

E GU ARNI Ç ÃO EM F I NAI S DO

Painel introdutório do 1.º subtema: Título: A R T I L H A M E N T O Subtítulo: A descoberta da pólvora e as armas de fogo A descoberta da pólvora terá ocorrido acidentalmente na China, por volta do século VIII, quando um grupo de alquimistas fez uma combinação de salitre, enxofre e carvão.

Grãos de pólvora

Inicialmente usada em fogos-de-artifício e chamas para sinalização, só mais tarde seriam inventadas as granadas de mão simples, atiradas sobre o inimigo por meio de catapultas. Na Europa, narra a lenda que a pólvora foi redescoberta cerca de 1320, por Berthold Schwarz, um franciscano alemão que tentava numa das suas experiências conseguir uma tintura de ouro. Juntou num grande caldeirão salitre, carvão e enxofre, resultando da mistura uma bela explosão.

Berthold Schwarz Gravura Dibner Library of the History of Science and Technology Smithsonian Institution Libraries

Nos séculos XV e XVI, durante o período das conquistas de África e da expansão portuguesa no Oriente, aumentou a necessidade de contratar bombardeiros, predominando então entre estes profissionais de guerra os estrangeiros. Com eles, os portugueses terão aprendido o fabrico e uso do material de artilharia. Nesta altura, o avanço da artilharia já se fazia sentir nas

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nossas fortalezas, que se encontravam apetrechadas de numerosas bocas-defogo, tanto de ferro como de bronze. A primeira artilharia era exclusivamente empregue em embarcações e em operações de sítio, ataque ou defesa de fortificações. [Nota: a seguinte imagem deve ser reproduzida em grande dimensão]

Batalha de Argel Pintura de tecto atribuída a Bruno José do Vale Século XVIII Em 1784, uma força conjunta de Portugal e de Espanha bombardeia o porto de Argel, cujos corsários provocavam graves prejuízos aos dois países. Museu Militar, Lisboa

Subtítulo: Os primeiros artilheiros A arte do bombardeiro não se limitava ao serviço da boca-de-fogo. Fazia igualmente parte das suas funções o fabrico da pólvora e os artifícios, e, em alguns casos, estes homens exerciam ainda o ofício de fundidor de artilharia. Geralmente, eram contratados em períodos de conflito, para prestar serviço nas fortificações e na armada, sendo dispensados logo que terminavam as causas dos seus contratos. Os serventes que exerciam a sua actividade junto das bocas-de-fogo eram com frequência artífices do povo, cujos ofícios iam desde o ferreiro, a quem cabia o fabrico das peças, ao carpinteiro, que construía os “bancos” ou reparos das bombardas, e ao pedreiro, que fabricava os pelouros de pedra. Estes homens não estavam sujeitos a condição militar, pelo que vestiam os trajes de mesteirais, os quais não obedeciam a nenhum padrão definido.

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Artilheiro do contingente de trezentos portugueses que, no ano de 1647, saíram de Macau sob o comando de Nicolau Ferreira em auxílio do último príncipe Ming, Yong-li, refugiado no Norte de Cantão. Os seus canhões e artilheiros foram determinantes no sucesso do general Ch’ü Shih-ssu, que por três vezes travou os exércitos Tártaros nas muralhas da cidade de Kuei-lin (entre 18 de Abril de 1647 e 14 de Abril do ano seguinte). In http://www.alamedadigital.com.pt/n7/ming.php

[Nota: caso se tenha optado por uma adaptação da seguinte imagem, a legenda será:]

Ilustração da folha de rosto do Tratado de Artilharia, por Joaõ Muller […], 1792 Biblioteca do Exército

Em 1675, foram adoptadas medidas no sentido de dar aos artilheiros um estatuto próximo dos regimentos das tropas de infantaria e cavalaria. No início do século seguinte, em 1702, surge a primeira acção para uniformizar o seu vestuário. Até então, o uniforme militar não se distinguia do traje civil. Os militares vestiam-se consoante as suas posses e posição social, seguindo a moda da época.

3º e 4º painéis - título: O paiol e o armazenamento de munições No exercício da sua profissão, o artilheiro encontrava-se exposto a diversos perigos, como o de ser queimado pela pólvora, envenenado pelo fumo dela, estando também sujeito ao rebentamento das bombardas. Tinha de saber ler e escrever, para conservar e preparar as “receitas”, fazer a pólvora e o fogode-artifício, arear o salitre, fabricar o carvão, conhecer os pesos e as medidas. O paiol constituía a divisão fundamental na orgânica das fortificações. O responsável era normalmente um bombardeiro com largo saber e experiência,

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consistindo o seu trabalho em zelar pela boa conservação da pólvora e das restantes munições, assim como dos petrechos para o serviço das peças. Devido ao perigo constante no manuseamento das matérias explosivas, era o compartimento mais isolado, com apenas uma porta. Na prática do seu ofício, o bombardeiro contava com a iluminação de lanternas de furta-fogo, já que aí trabalhava normalmente fechado. Durante três séculos, desde meados do século XVI até meados do século XIX, não se verificou qualquer alteração significativa, tanto no fabrico de bocasde-fogo, como no que respeita às pólvoras. Para os canhões, era usada a pólvora granulada, fornecida em barricas de 3 quintais (cerca de 117,5 kg). A pólvora fina servia simultaneamente para escorvar as peças e para as armas de fogo ligeiras. No século XVI, era colocada em sacos de papel ou pergaminhos. Cem anos mais tarde, passou a ser acondicionada em sacos de linho, evitando o derrame no carregamento e no transporte. Nessa altura, surgem também os sacos de metralha utilizados nas peças e nos obuses. As munições e os projécteis eram fabricados nas fábricas da pólvora e na “Tenência” (por estar sob a chefia de um tenente-general de artilharia do reino), criada em 28 de Dezembro de 1640 com o objectivo de garantir o fabrico, aquisição, guarda, conservação e distribuição de armas ligeiras, artilharia e outro material, quer para as forças terrestres, quer para a armada. Após um violento incêndio, D. João V resolve ordenar a sua reedificação, nomeando para o efeito o arquitecto francês Fernando de Larre, o qual deixaria a sua marca de qualidade no imponente pórtico do edifício, que é actualmente a entrada principal (lado oeste) do Museu Militar de Lisboa. Por alvará de D. José I, datado de 24 de Março de 1764, a Tenência passa a designar-se “Arsenal Real do Exército”.

Pórtico do antigo Arsenal Real do Exército Arquivo Histórico Militar

_________________________________________________ [Integrar, numa vitrina aberta, o primeiro torso (manequim) e as réplicas da palamenta do paiol, obedecendo à cadeia operatória, mas numa perspectiva de contexto/evocação de ambiente, com a legendagem numa tabela conjunta:]

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Uniforme de um artilheiro ou soldado bombardeiro (réplica) Madeira e corda A 110 x Ø 50 cm

Barril de pólvora (réplica) A 110 x Ø 50 cm

Barrilete de pólvora (réplica) A 30 x Ø máx. 30 cm

Medida de pólvora (réplica) A 8,2 x Ø máx. 23 cm

Balança de precisão (réplica) A 58 x C 35 cm Pratos: Ø 16 cm

Almofariz (réplica) A 8 x Ø máx. 11,5 cm

Polvorinho (réplica) Polvorinho Sem tampa C 35 x Ø 6,8 cm

Sacos de carga (réplicas) A 19 x Ø 11 cm

Saco de pólvora (réplica) A 20 x Ø 11 cm

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Celha de água (réplica) A 38 x Ø máx. 50 cm

Maço (réplica) C 44 x L 19,5 x Ø 9,5 cm

Espátula da pólvora (réplica) C 60 x L 10 cm

Malho (réplica) A 9,7 x C 43 x L 20 cm

Faca, com funda (réplica) C 21 x L 3 cm

O serviço das bocas-de-fogo O antigo canhão era um dispositivo muito simples, constituído por um forte tubo metálico aberto numa das extremidades, com um pequeno furo na parte traseira, onde era inserido um estopim. [Ampliar/destacar devidamente a seguinte imagem:]

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Palamenta de serviço das bocas-de-fogo Estampa IX do Tratado de Artilharia, por Joaõ Muller, Professor de Artilharia, e Fortificaçaõ, e Mestre de S. A. R. o Duque de Gloucester. Traduzido do Inglez para o uso da Real Academia Militar e do Corpo da Artilharia, e dedicado ao Illustrissimo, e Excellentissimo Senhor Luis Pinto de Souza Coutinho, Ministro, e Secretario de Estado dos Negocios Estrangeiros, e da guerra. Por Antonio Teixeira Rebello, Cappitaõ do Regimento de Artilheria da Corte, Tomo I, Lisboa, 1792. Biblioteca do Exército

«[…] As bocas de fogo de carregar pela boca recebiam a pólvora por intermédio da cocharra, que seguidamente era atacada com o soquete. Depois colocava-se uma bucha, normalmente de estopa, bem ajustada à carga e finalmente o projéctil. Depois de carregada a peça, enchia-se o ouvido com o polvorim (pólvora muito fina) ou com rastilho e o bombardeiro chegava-lhe então fogo, inicialmente com um ferro em brasa e posteriormente com o morrão lento. Após o tiro, a alma era limpa com a lanada molhada, de pele de carneiro, a fim de apagar os resquícios de pólvora ainda ardente e, depois de secar cuidadosamente, tornava a carregar. […]» Nuno José Varela Rubim, Artilharia Histórica Portuguesa Fabricada em Portugal, 1985

_________________________________________________ [Expor as réplicas relativas ao serviço das bocas-de-fogo, obedecendo à ordem/cadeia operatória, mas numa perspectiva de recriação de

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contexto/evocação de ambiente, com a legendagem numa tabela conjunta e tendo como “pano de fundo” da parede a seguinte imagem ampliada:]

Artilheiros com canhão Aguarela, 1764 - 1790 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/26 - Álbum E, fl. 250

Cocharra (réplica) C 250 cm

Soquete (réplica) C 250 cm

Esquadro de pontaria (réplica) A 85 x L 40 cm

Sacos de metralhas (réplicas) A 34 x Ø 11,8 cm

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Balas de canhão (réplicas) 18 lbs

Chaleira (réplica) A 12 x C 40 x L 40 cm

Porta-morrão (réplica) C 50 cm

Verruma (réplica) C 30 cm

Diamante (réplica) C 30 cm

Saca-trapo (réplica) C 250 cm

Lanada (réplica) C 250 cm

Gancheta com prolonga (réplica) Gancheta: C 25 x L 8 cm Prolonga: C 276 x Ø 2,5 cm

Corrente de canhão (réplica) C 68 cm

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Cunha (réplica) A 13 x C 47,5 x L 25 cm

[Expor a arma de pederneira numa vitrina, valorizando-a museograficamente através da inserção de um conjunto de gravuras representativas das principais posições do manejo da arma, extraídas da obra Milícia Prática, e Manejo da Infantaria…, ou de apenas uma (em marca de água ou silhueta) junto à dita peça]

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Estampas da obra de Bento Gomes Coelho, Milícia Prática, e Manejo da Infantaria […], Tomo II, 1740 Arquivo Histórico Militar, Reservados 35 Biblioteca

[Colocar a seguinte informação numa tabela sobre uma estante de acrílico ou na própria vitrina:] Mosquete de pederneira Ferro, latão e madeira Manufactura de Liège Modelo de 1822 C (total): 144 cm C (cano): 104 Calibre: 17 mm Representando uma importante evolução no contexto das armas de fogo portáteis desde a descoberta da pólvora, o mosquete de pederneira, ou fuzil, surgido no século XVI e desenvolvida em França no início do século seguinte, é uma arma longa cujo mecanismo de disparo reside no fecho de pederneira. Este fecho consiste num “cão” (peça em formato de martelo com um fragmento de sílex ou pederneira no seu extremo) que, depois de ser

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accionado pelo gatilho, percute uma peça móvel de aço (o "fuzil"), provocando uma faísca que incendeia a pólvora colocada num orifício comunicante com o interior da câmara, produzindo a deflagração que faz impulsionar a bala no interior do cano da arma. O "fuzil" de aço, peça característica deste tipo de mosquetes, acabou por baptizar as próprias armas, dando também origem à denominação dos soldados armados com elas, os fuzileiros.

Estudo de armas usadas pelo exército e pela marinha portuguesas (1775 – 1810) Arquivo Histórico Militar

Outra característica que distinguia o mosquete de pederneira do antigo mosquete de mecha era a sua capacidade para lhe ser fixada uma baioneta, permitindo-lhe transformar-se numa arma de luta corpo a corpo. As novas formações de Infantaria, introduzidas no final do século XVII, podiam assim ser constituídas por um único tipo de tropas, os fuzileiros, que substituíram tanto os antigos mosqueteiros (empregues no combate à distância) como os piqueiros (empregues no combate corpo a corpo). _________________________________________________

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Painel introdutório do 2.º subtema: Título: G U A R N I Ç Ã O Artilharia A militarização da artilharia ocorreu em 1640, por decreto de 28 de Dezembro, com a criação do cargo de Tenentegeneral da Artilharia. Este tinha sob a sua responsabilidade os assuntos respeitantes a todo o material militar em geral e ao armamento em particular, como o fabrico de armas e pólvora. O Regimento de Artilharia de Corte, sediado no Forte de S. Julião da Barra, foi organizado em 1762, tendo como principal objectivo guarnecer de artilharia as fortalezas marítimas e as naus, sendo que estas últimas passaram a estar na dependência do Regimento de Artilharia Marítima a partir de 1790.

Pormenor da folha de rosto do Tratado de Artilharia, por Joaõ Muller […], 1792 Biblioteca do Exército

Infantaria Os primeiros corpos de infantaria foram criados por D. Sebastião, para as campanhas do Norte de África. No entanto, a organização da infantaria no quadro das forças militares permanentes só se efectivou também a partir de 1640. Um ano depois, foi organizado o Regimento de Cascais, tomando em 1806 a designação de Regimento de Infantaria n.º 19.

Estampa da obra de Bento Gomes Coelho, Milícia Prática, e Manejo da Infantaria […], Tomo II, 1740 Arquivo Histórico Militar, Reservados 35 Biblioteca

Nos finais do século XVIII, competia à Praça de Armas de Cascais garantir a segurança da sua baía e impedir o acesso à barra do Tejo, evitando que esquadras inimigas ali desembarcassem. Encontravam-se, então, na dependência desta Praça dezoito estruturas fortificadas. Todas elas se achavam apetrechadas com bocas-de-fogo e as suas guarnições eram fornecidas pelo Regimento de Artilharia de Corte.

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Mapa das peças e palamentas com que se acham os Fortes pertencentes à Praça de Cascais, 9 de Dezembro de 1794 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/36, n.º 31

Mapa dos oficiais, oficiais inferiores e soldados inválidos que guarnecem a Praça de Cascais, fortes, baterias e vigias da marinha pertencentes à linha, 1 de Julho de 1805 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/36, n.º 37

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Mapa da artilharia e fortes, vigias adjacentes à linha desta Praça de Cascais, 1 de Setembro de 1805 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/9/36, n.º 40

No Forte de S. Jorge, em tempo de paz, existiam apenas 1 cabo e 3 soldados do Regimento de Artilharia de Corte, que garantiam a segurança do material e das instalações, assim como a manutenção das bocas-de-fogo. Em tempo de guerra, o efectivo militar aumentava. Eram colocados, do Regimento de Artilharia, 1 sargento, 1 cabo e 24 soldados, apoiados por 50 infantes vindos do Regimento de Infantaria de Cascais, que se instalavam em tendas de campanha na faixa de terreno situada no interior do Forte, entre o aquartelamento dos artilheiros e o muro setentrional, evitando a aproximação de barcas e o desembarque de tropas apeadas.

Uniformes militares - da Restauração às Invasões Francesas O hábito de uniformizar e fardar as tropas foi introduzido por influência do Conde de Schomberg, um militar de origem alemã (Palatinado), Marechal de Campo do exército francês, que chegou a Portugal em 1660 para ocupar o cargo de Mestre de Campo General do Exército, desempenhando um importante papel a nível da reorganização e modernização dos processos tácticos.

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Desde 1661 até à publicação do «Regimento da Junta dos Três Estados», em 1721, os uniformes militares apresentavam as tendências afrancesadas, introduzidas por Schomberg e seguidas um pouco por toda a Europa. As casacas eram idênticas às casacas civis, sendo de cor variável consoante os regimentos, de corte direito e justo à frente e um pouco mais folgadas atrás, devido ao número de pregas laterais, que facilitavam os movimentos necessários aos exercícios militares. Os canhões das mangas eram bastante amplos, deixando à vista as mangas da camisa. Durante o Inverno, as mangas da casaca podiam baixar-se, servindo de protecção às mãos.

Sargento marchando, cobrindo pelotão ou patrulha In Bento Gomes Coelho, Milícia Prática, e Manejo da Infantaria..., Tomo I (fig. 5), 1740 Arquivo Histórico Militar, Reservados 35 Biblioteca

Neste período, generalizou-se o uso da vestia nos uniformes militares, também de cor variável consoante os regimentos, sem gola, de comprimento um pouco acima dos joelhos. Meias brancas de lã ou fiado dobrado de linho e sapatos de couro preto, com aberturas laterais, pala e uma fivela sobre o peito do pé. O chapéu era de feltro preto, tricórnio, acairelado a toda a volta de prata, para os oficiais, ou de lã branca, para as praças.

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Batalhão In Bento Gomes Coelho, Milícia Prática, e Manejo da Infantaria..., Tomo II (fig. 3), 1740 Arquivo Histórico Militar, Reservados 35 Biblioteca

As Reformas do Conde de Lippe – regulamentação dos uniformes de 1764 Terminada a missão para que fora contratado, dirigindo a participação portuguesa na Guerra dos Sete Anos, pensou o Conde de Lippe regressar ao seu País. Todavia, o Marquês de Pombal não tencionava deixar os assuntos militares e de defesa ao acaso. Deliberou, por conseguinte, prolongar a estada do Conde em Portugal, solicitando-lhe que transformasse o Exército e o dotasse da organização e instrução adequadas.

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Conde de Lippe Enverga o hábito de Cavaleiro da Ordem prussiana da Águia Negra Século XVIII? Escola Portuguesa? Museu Militar

Além dos conhecidos regulamentos para o exercício e disciplina das armas, Lippe estabeleceu regras para o uso dos uniformes, através do Alvará de 24 de Março de 1764, considerado o primeiro plano português oficialmente aprovado, que duraria até 1806. O plano de uniformes portugueses, de feição naturalmente prussiana, estabelecia o talhe e composição iguais para o Exército e para a Marinha, distinguindo os regimentos uns dos outros (Infantaria, Cavalaria e Artilharia) pelas cores das golas, bandas, canhões das mangas, forros, calções e vestias. O Exército fardaria todo de azul, com excepção dos músicos e tambores, e a Marinha de verde.

Alvará de 24 de Março de 1764 (fl. 1) Imagem cedida pelo AN/TT PT-TT-MR/H/9/1

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Após a publicação da regulamentação de 1764, surgiram algumas modificações nas cores dos uniformes e suas guarnições.

Figurinos e respectiva relação do Regimento de Artilharia de Corte de S. Julião da Barra e do Regimento de Infantaria de Cascais, 1777 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/26/17936/2 – Reservados

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Figurinos do Regimento de Artilharia de Corte e do Regimento de Infantaria de Cascais, 1791 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/26/18005 - Reservados

Em 1795, terminada a campanha do Rossilhão, o Príncipe Regente D. João concedeu aos artilheiros que integraram o «Exército Auxiliar que passou à Espanha», pela sua bravura, o direito ao uso de uma peça de artilharia bordada no braço direito, a prata para os oficiais, a seda branca para os sargentos e a lã branca para as praças. Um ano depois, foi determinado que o laço dos chapéus passaria a ter as cores nacionais, azul e escarlate. _________________________________________________ [Expor em três manequins (torsos) as réplicas dos uniformes do cabo e do soldado destacados do Regimento de Artilharia de Corte (Forte de S. Julião da Barra) e de um soldado de Infantaria do Regimento de Cascais.

Uniformes de cabo e de soldado destacados do Regimento de Artilharia de Corte (réplicas)

Uniforme de soldado de Infantaria destacado do Regimento de Cascais (réplica)

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_________________________________________________ O plano de uniformes de 1806

Mapa dos uniformes dos Regimentos do Reino até 1806 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/26/18684/9, fl. 507

O plano geral de uniformes de 1806 traria as alterações ditadas pela evolução europeia, nomeadamente pelos figurinos dos exércitos napoleónicos, para os diversos regimentos.

Plano circular dos uniformes de 1806 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/26/18684/4, fl. 224

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O tricórnio deu lugar à barretina cilíndrica, de vaqueta e pala de couro, ostentando o laço com as cores nacionais e um penacho da cor da respectiva arma (branco para Infantaria e preto para Artilharia), de crina para os soldados e sargentos e de plumas para os oficiais superiores. Casaca de pano azul ferrete, sem bandas, abotoada pelo direito, por uma fila de oito botões de metal amarelo. As golas, canhões das mangas, forro virado das abas e vivos, nas cores de cada regimento. As calças de Inverno, de pano azul ferrete, e as de Verão, de linho branco, fechavam com cinco botões. Os sapatos eram de cordovão preto com pala e atacador e as polainas de pano, também preto.

O Regimento de Infantaria n.º 19 de Cascais nos figurinos dos uniformes militares de 1806 e 1810 Arquivo Histórico Militar, Div. 3/26/18684/11, fl. 34 e 53

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BIBLIOGRAFIA ARQUIVOS Arquivo Fotojovial-Horta Capelo – ref.ª 20

Archivo-Museu Don Álvaro de Bazán Desembarque do exército espanhol junto ao Cabo de Sanxete (Raso). Arbasia César. Sala de Portugal Tomada de Cascais. Arbasia César. Sala de Portugal

Arquivo Histórico Militar AHM/Div. 3/9/1, n.º3 AHM/Div. 3/9/27, n.º 36 AHM/Div. 3/9/37, n.º (E1) 58 AHM/Div. 4/1/5/6 AHM/FE/10/A7/Pq/9 AHM/Div. 3/9/36, n.º 40 AHM/Div. 3/9/36, n.º 41 AHM/Div. 3/47/AH2.7/18566 AHM/Div. 1/16/048/37 AHM/Div. 3/9/36, n.º 51 AHM/Div. 3/9/37, n.º 8, fl. 4 AHM/Div. 3/9/37, n.º (E3) 60 AHM/Div. 3/9/37, n.º (E2) 59 AHM/Div. 3/9/37, n.º 63 AHM/Div. 3/9/37, n.º (E4) 61 de 3 Março de 1832. fl. 1 AHM/Div. 3/9/37, n.º 39 AHM/Div. 3/1/9, n.º 1 AHM/Div. 3/9/37, n.º 42 AHM/Div. 3/26/17934/6, fl. 28 e 29 AHM/Div. 3/26 – Álbum E, fl. 250 AHM/Coelho, Bento Gomes ― Milícia Prática, e Manejo da Infantaria… (Reservados 35 Biblioteca). Tomos I e II AHM/Fundo 10/Série A7/Pq 38.10 AHM/Div. 3/9/36, n.º 31 AHM/Div. 3/9/36, n.º 37 AHM/Div. 3/9/36, n.º 40 AHM/Div. 3/26/17936/2 – Reservados AHM/Div. 3/26/18005 – Reservados AHM/Div. 3/26/18684/9, fl. 507 AHM/Div. 3/26/18684/4, fl. 224 AHM/Div. 3/26/18684/11, fl. 34 e 53

Arquivo do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, PT AIHRU n.º 511027 AIHRU n.º 511029 DGEMN:DSID 1672/14, Doc. 33 DGEMN:DSARH – 010/067-0067, Doc. 13

Arquivo Municipal de Lisboa/Arquivos Fotográficos AMLSB/AF/ARM/I02230 AML/AF – EFC0011893

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Arquivo Nacional/Torre do Tombo AN/TT/PT-TT-CCDV/29 AN/TT/PT-TT-CGR/8/6/160 AN/TT/PT-TT-CGR/3/25/1 AN/TT/PT-TT-CGR/3/34/1 AN/TT/PT-TT-CCDV/28 AN/TT/PT-TT-MR/H/9/1

Biblioteca Nacional de Portugal Portos de Lisboa e Setúbal – PURL 1549/1 Kssssse! Pedro – Ksssse! Ksssse! Miguel - PURL 5206/1 D. António Luís de Meneses – PURL 13814/1 Mercurio Portuguez com as novas da Guerra entre Portugal & Castela – PURL 12044/3 D. Luís de Meneses, 3.º Conde da Ericeira – PURL 6296/1 Restituet omnia – PURL 12414/1 Mafra – PURL 11599/1 A view of the Praça do Commercio at Lisbon, taken from Tagus – PURL 13650/1 A Concenção de Sintra, uma cabriola portuguesa para divertimento de John Bull – PURL 429 D. João VI, Rey de Portugal, Brazil e Algarves – PURL 5866/1 S. M. Fidellissima D. Miguel I – PURL 5210/1 S.M.I. o Senhor D. Pedro restituindo sua Augusta Filha D. Maria Segunda e Carta Constitucional aos Portugueses – PURL 1027/1 Vista da Serra do Pilar - BN HG. 2493 A Visconde de Almeida Garrett – PURL 4253/1 Mapa Cor-de-Rosa – BN CC. 976 A. Mapa dos caminhos-de-ferro portugueses em 1 de Janeiro de 1895 no Continente e Ultramar – PURL 3367/1

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Biblioteca Pública Municipal do Porto Planta da Praça, Cidadela e Fortes de Cascais, [17--] Planta do Forte da Roca, 1796 Planta do Forte de S. Teodósio, 1796 Planta do Forte de S. Jorge, 1796

Casa de Alba, Madrid D. Fernando Álvarez de Toledo y Pimentel, 3.º Duque de Alba. Ticiano. Século XVI

Direcção de Infra-Estruturas do Exército/Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar DIE/GEAEM – 2031-1A-15-20 DIE/GEAEM – 3571-3-31-43 DIE/GEAEM – 1058-1-8-12 DIE/GEAEM – 3560/II-3-31-43 DIE/GEAEM – 3579-3-31-43 DIE/GEAEM – 5580/A-3-31-43 DIE/GEAEM – 1059-1-8-12 DIE/GEAEM – 3558-3-31-43 DIE/GEAEM – 3552-3-31-43 DIE/GEAEM – 4030-3-31-43 DIE/GEAEM – 1075-1-8-12

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DIE/GEAEM – 3551-3-31-43 DIE/GEAEM – 1061-1-8-12 DIE/GEAEM – 1053-1-8-12 DIE/GEAEM – 1056-1-8-12 DIE/GEAEM – 9868-1-8-12 DIE/GEAEM – Doc. 3130, Arm. 6, Prat.83, Pasta 118 DIE/GEAEM – 9870-1-8-12

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Fundação das Casas de Fronteira e Alorna Marquês de Marialva (1.º). Século XVII. Sala das Batalhas Batalha do Ameixial. Século XVII. Sala das Batalhas D. João de Mascarenhas, 1.º Marquês de Fronteira. Sala das Batalhas

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