FABRÍCIO FORTES - REPRESENTAÇÃO E PENSAMENTO SIMBÓLICO MUSICAL - TESE DE DOUTORADO - UFBA 2014

May 27, 2017 | Autor: F. Pires Fortes | Categoria: Filosofía, Epistemologia, Música, Filosofia Da Música
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De maneira geral, este trabalho se situa em um conjunto de questões acerca da relação entre os signos visíveis e as operações de pensamento que se realizam com sistemas de representação visual. Tais questões dizem respeito às diferenças e pontos em comum entre diferentes tipos de sistemas representacionais, utilizados nas ciências, nas artes e na comunicação em geral, bem como a possíveis classificações entre tipos de representação e aos critérios para essas classificações. De modo mais específico, interessa aqui questionar como se dá a representação da música na notação musical tradicional e qual a situação desse sistema semiótico em uma possível distinção entre categorias gerais de signos. Nesse intuito, parte-se de um exame crítico de algumas concepções tradicionais sobre a representação visual. Em particular, são tratadas questões acerca da ideia de semelhança como condição à representação e sobre a distinção entre sistemas representacionais gráficos e linguísticos. Com base nessas investigações, chega-se a uma concepção de representação como um certo tipo de projeção, a partir dos signos, de aspectos estruturais que constituem o representado. Desse modo, os signos não são entendidos como cópias ou reflexos das operações de pensamento, como pretendia parte da tradição filosófica. De outro modo, essas operações são tratadas aqui como condicionadas pelos signos e, nesse sentido, caracterizadas em função de diferentes tipos de manipulação semiótica. Essas teses estão vinculadas a variantes do conceito de pensamento cego ou simbólico, introduzido por Leibniz ainda nos textos de sua juventude, desenvolvido na fase madura de sua produção e que se encontra também em autores posteriores. Nessa perspectiva, formula-se uma resposta à questão da representação na notação musical tradicional a partir de alguns aspectos atribuídos aos signos. Entre esses aspectos, assumem maior relevância os seguintes: 1°) fator psicotécnico, isto é, o fato de os signos proporcionarem vantagens cognitivas; 2°) função de sub-rogação, a qual diz respeito à substituição dos “objetos” por signos; 3°) função de cálculo, ou seja, a possibilidade de realizar operações sobre os signos sem atentar ao conteúdo; 4°) função ectética, que pode ser entendida como a capacidade de exibição estrutural do representado atribuída a alguns signos. Considerados esses aspectos em relação com a notação musical tradicional, defendese que o pensamento musical que se realiza nesse contexto se caracteriza, ao menos  parcialmente, como um tipo de pensamento simbólico. Palavras-Chave: Representação Visual. Pensamento Simbólico. Pensamento Gráfico. Pensamento Verbal. Notação Musical.
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