FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ DISCIPLINA: CULTURA CONTEMPORÂNEA ENTRE O GLOBAL E O LOCAL PROFESSORA: LUCIANA LIRA

August 7, 2017 | Autor: Renee Nascimento | Categoria: Cabo Verde, Antropología
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FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ
DISCIPLINA: CULTURA CONTEMPORÂNEA ENTRE O GLOBAL E O LOCAL
PROFESSORA: LUCIANA LIRA
ALUNO: RENÉE BATISTA DO NASCIMENTO

Cabo verde e sua identidade
Introdução
"consciência da crioulidade, de uma identidade formada pela mistura, algo totalmente novo: não mais se sentirem portugueses e africanos nascidos fora de seus países, mas cabo-verdianos" (Correa e Silva, 2004). É com essa citação que começo este ensaio e afirmo que o povo cabo-verdiano tem características bem diferentes dos demais povos africanos, a construção de sua identidade foi dada por um processo que juntou escravatura, colonização e localização geográfica estratégica. Esses elementos e o constante contato com diversas metrópoles fazem parte da história e são determinantes para a formação da identidade desse povo.
História
O arquipélago de Cabo verde foi descoberto em 1460 por navegadores portugueses que observaram que não havia nenhum tipo indicio de vida humana e apenas aves e vegetação nativa. Como descreve em carta "…não se encontrando nelas senão pombos e aves de estranhas sortes, e grande pescaria de peixe." (Alvise cadamosto Relação das Viagens à costa ocidental da África.) E nesse cenário que inicia a colonização a partir da ilha de Santiago que foi a primeira capital de Cabo verde. Observando-se o seu ponto estratégico o arquipélago tornou-se um entreposto comercial, onde era ponto de parada para todos os navegantes, por ficar entre a África e a Europa e por lá passaram pessoas como Vasco da Gama, Pedro Alvares Cabral, Américo Vespúcio entre outros. Com isso a ilha foi recebendo investimentos em infraestrutura e se desenvolveu ao ponto de ficar com cara de cidade pequena da Europa e como a principal atividade no mercado da época era o trafico negreiro, os escravos que lá chegavam recebiam os primeiros cuidados para a comercialização. Por fim a cidade que tinha tomado forma era formada por europeus e negros, nos quais tinha um reconhecimento diferente por conta da sua origem, os outros eram classificados como indígenas e eles eram conhecidos como cabo-verdianos. Mas com o fim da escravatura e da era de ouro das grandes navegações cabo verde afundou economicamente e em apenas 1956 o partido Africano para independência de Guiné e Cabo verde iniciou a sua luta, e em 1975 conseguiu a independência de Portugal.
Formação da Identidade
A formação da identidade do povo cabo-verdiano é o resultado de um processo muito especifico de miscigenação na África, começando com a divisão entre os negros cabo-verdianos e os demais negros africanos. Tal divisão instituída por Portugal fez com que ao longo do tempo fosse crescendo um sentimento de unidade entre o povo de cabo verde. A intervenção direta dos colonizadores fez com que as raízes cri-oulas africanas fossem perdendo influencia sobre o negro de cabo verde. Outro ponto importante foi a escolarização, mesmo que em um nível precário esse incentivo proveniente da igreja católica que tinha como missão no período colonial de educar os negros. Cada intervenção desta deixou um lado positivo e outro negativo, do ponto de vista eurocêntrico os negros estavam evoluindo ao ponto de serem classificados com "brancos de segunda" ou "negros de primeira", de tal forma que até os anos 40, 70% dos trabalhados em serviço público exercendo atividades em colônias portuguesas na África eram cabo-verdianos. Já por outro lado vemos que o negro de origem africana perdia a sua identidade original e caminha para a formação de uma nova, constituída por elementos do seu meio e história. em Cabo Verde não há divisões étnicas e os nativos se afirmam como cabo-verdianos. Apesar da língua oficial ser o português, a língua ensinada em casa e falada na rua é o cri-oulo cabo-verdiano (língua materna), com algumas diferenças de sotaque de uma ilha para outra.
Com a independência em 1975, novas politicas de afirmação foram incorporadas ao cotidiano da sociedade, que sofria com a desconexão das suas raízes culturais e indenitárias e a partir desse novo caminho houve uma busca para o resgate da língua, dança, musica e os demais elementos que formam uma cultura, e assim os cabo-verdianos foram uma identidade única no continente africano.
Conclusão
Cabo verde descoberta e colonizada por portugueses consegue conciliar os bons indicadores de desenvolvimento com as origens culturais. Cabo verde é referencia na boa administração publica comparando com outros países africanos, o que reflete é uma boa qualidade de vida para os seus cidadãos. Isso tudo se deve ao processo no qual passou, desta forma vemos que a formação da identidade do povo cabo-verdiano resulta de uma miscigenação com suas origens históricas. Acredito que o processo pelo qual passou o povo de Cabo verde influenciou diretamente na formação da sua identidade e suas especificidades. Hoje as pessoas vivem bem com a estrutura do país gozam de oportunidades que não são encontradas em outros países de língua portuguesa na África. Assim reitero o pensamento do escritor cabo-verdiano que diz que eles são algo totalmente novo, nem português nem africanos e sim cabo-verdianos.


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