Falas que educam: lições feministas para um mundo melhor

June 2, 2017 | Autor: Eliane Gonçalves | Categoria: Psicología, Sociología, Gênero, Movimento Feminista No Brasil
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Falas que educam: lições feministas para um mundo melhor1 Eliane Gonçalves2

Inicio esta apresentação, agradecendo às entidades promotoras do evento, na pessoa do professor Flávio Alves, da Adufg, que me fez pessoalmente o convite para esta mesa e à Giovana Correa, secretária executiva da Adufg com quem me comuniquei durante a preparação para estar aqui. Saúdo as demais pessoas participantes da mesa e todas que se encontram na audiência: colegas, orientandas/os, amigas/os e demais membros da comunidade interna e externa à UFG. Gostaria, antes de mais nada, de enfatizar que a proposta deste debate se dá em um momento crítico de ameaças aos direitos conquistados e aos processos democráticos, portanto, é de extrema importância. Infelizmente, a semana que passou foi povoada de notícias lamentáveis, vergonhosas e brutais sobre violências e discriminações, tema desta mesa. Tudo o que aconteceu continua repercutindo de modo intenso em nossas agendas políticas e vidas subjetivas. Como antecipei ao Flávio e à Giovana, não falarei propriamente de assédio sexual ou moral, outras pessoas mais qualificadas o farão. Aceitei o convite porque acredito que o debate público pode ajudar a retirar a venda dos nossos olhos; pode nos encaminhar a posições diferentes deslocando-nos de nossos modos de ver, perceber e enfrentar essa dor que é a do sexismo, da violência contra as mulheres, contra o feminino, contra os corpos marcados 1

Fala apresentada no debate sobre Assédio Moral, Sexual e Outras Formas de Discriminação promovido pelas entidades: Adufg Sindicato, Sint-Ifesgo e Associação dos Pós-Graduandos da UFG (APG) em 01/06/2016 no Centro de Eventos da UFG. 2

Professora da Faculdade de Ciências Sociais da UFG, pesquisadora do Sertão, núcleo de estudos e pesquisas em gênero e sexualidade e co-fundadora do Grupo Transas do Corpo, organização feminista (1987). Email: [email protected]

por suas diferenças de classe, raça, cor, etnia, sexualidade, língua, idade, corporalidade, localidade geográfica, sobretudo quando articuladas, interseccionadas, como é o caso da jovem de 16 anos, moradora da favela no Rio de Janeiro, cuja agressão se tornou emblemática, em dias recentes, de uma luta muito antiga. O que vou falar não é muito diferente das aulas de teoria social que ministro na graduação e na pós, porque como ensinam as e os mestres, quando algo é importante, fundamental e aparentemente óbvio, não é apenas necessário falar, mas repetir 100 vezes. Para mim, assédio, assim como bullying, é um termo derivativo de uma condição social na qual vigora um sistema de opressão marcado por hierarquias, poder e dominação de alguns grupos sobre outros. Vindo das ciências sociais eu não poderia pensar de outra forma. Mas esta inscrição tardia, a de cientista social, me define apenas parcialmente e não é suficiente. Cientistas sociais podem ser, iguais que outros, também cúmplices do sexismo e do racismo. Então, retiro de uma longa trajetória de mais de 30 anos como ativista feminista o suporte para endereçar alguma coisa próxima de uma exposição sobre discriminação social a grupos marcados. Por grupos marcados entendo aquilo que chamamos minorias sociais ou grupos sociais minoritarizados, subalternizados e oprimidos. Este grupo é, infelizmente, muito amplo para receber o mesmo tratamento categorial, pois, se eu tomar, por exemplo os pobres, entre eles, há as mulheres, os negros e negras, as pessoas de orientações sexuais e de gênero “dissidentes” brancas e não brancas, há os corpos cujas marcas são definidas como incapacitantes, e assim por diante, o que torna necessário usar uma abordagem que chamamos de interseccionada ou articulada para demonstrar que a vida social, a ocupação de posições no espaço social não

é igual para todos, mas matizada por oposições e estratificações. E aqui enfatizo que a estratificação não é apenas aquela que conhecemos quando nos referimos a ricos, medianos e pobres, no sistema de classes, mas a todo um sistema de cruzamentos de marcadores que chamamos de “diferenças”, já referidas acima. Hoje eu sou professora, doutora, uma mulher com mais de 50 anos, cheia de “experiência”, se quiserem. Mas já fui uma criança, uma adolescente e uma jovem que não viveu em condições de privilégio sempre, e esteve ora mais ora menos em situação de vulnerabilidade. Como me ensinaram todas as feministas desde o início dos anos 1980, quando falamos de algo pessoal, socializamos seus efeitos para o bem de todas as pessoas, ajudamos a “criar consciência” como expressavam os grupos feministas radicais nos anos 1970 nos EUA e, mais tarde, aqui no Brasil. Uma mulher quando diz “eu abortei”, ou “eu sofri violência” abre perspectivas novas a outras que viveram experiências semelhantes e silenciaram. Abre, também, a perspectiva pedagógica a quem, não tendo passado pela experiência, de tornar-se informada, conscientizada da situação de um/a “outro/a”. Este “falar de si” é um ato político e pedagógico. Eu também tenho um evento de assédio para narrar. Quando eu tinha 12 ou 13 anos eu vivi uma situação de assédio (ou teria sido abuso?) no consultório de um médico em Goiânia. Nas primeiras consultas eu ia acompanhada por uma das minhas irmãs mais velhas. Uma vez tive de ir sozinha. Hoje pode soar estranho, mas nos anos 1970 eu não tinha pai ou mãe que dirigissem e me levassem e buscassem a todos os lugares como ocorre em dias atuais. Eu andava perfeitamente de ônibus ou a pé. Eu morava na Vila Nova e o consultório era no centro. Antes da consulta eu ficava ali conversando com a secretária, a mesma durante anos. Neste dia que compareci sozinha, após a consulta, este médico me abraçou

e me elevou em seus braços, bem alto, e ao descer fez com que meu corpo deslizasse sobre o seu. Eu era bastante ignorante e inexperiente em questões sexuais e corporais, mas entendi que aquele aperto contra seu corpo não era um carinho normal. A perturbação que evoco se mistura ao medo e desconfiança que senti naquela ocasião.

A situação é vivida com confusão, sem nomes para

descrever, é súbita, surpreendente, inesperada. Eu havia aprendido a confiar naquele cientista, naquela figura meio paternal de autoridade que me perguntava coisas sobre minha vida e minha família. Ele tinha por volta de 55 anos, eu, 12 ou 13. Trata de um ato inequívoco de abuso de poder. Esta que é uma cena comum a tantas mulheres em consultórios médicos - e vale aqui mencionar o trabalho da minha orientanda Maíra Ferreira sobre violência ginecológica e obstétrica - tem outra particularidade que é permanecer recolhida ao silêncio, porque temos vergonha até mesmo de relatar algo parecido. O medo do mau julgamento é uma atrocidade nas histórias sobre abuso que conhecemos, ocorram dentro ou fora dos lares maternos e paternos. No meu caso, eu só me lembro de ter falado deste abuso quando já adulta, afetada pelo feminismo, ou seja, tornada “consciente”, para minhas irmãs. Nunca falei disso em público, esta é a primeira vez. Imagino que um depoimento deste, 40 anos mais tarde, possa provocar certa ambivalência em quem ouve, afinal, o que me aconteceu não é visto em nossa cultura como violação, mas como traço cultural, flexibilidade, permissividade tátil, carinho. Não me arrancou nenhum pedaço, não sangrou, nem mesmo minhas partes íntimas foram tocadas, afinal não é exatamente isso que está em questão no caso da adolescente do Rio para a definição do crime de estupro? Isso torna, no Brasil, em particular, a discussão sobre assédio sexual uma discussão muito difícil.

Eu mesma perguntei outro dia a uma adolescente, estudante de um Instituto Federal, quando narrava uma cena de assédio na escola, o que ela considerava assédio e qual era a fronteira entre assédio e a nossa cultura de aproximação corporal, de permissividade tátil, raramente problematizada. A resposta desta garota de 17 anos me satisfez plenamente. Segundo ela, é assédio aquela situação que produz nela desconforto por ser tocada por uma pessoa ou estranha ou indesejável, fora dos seus círculos de relações pessoais mais próximas. E soma-se a isso o fato de tal pessoa estar numa posição de poder hierarquicamente superior em relação a ela: idade, status dado pela ocupação e posição no mundo do trabalho, por exemplo, na relação professor/aluna. Isso me ensina que precisamos ouvir mais de quem relata casos de assédio moral e sexual quais são suas percepções para nos ajudar a distinguir melhor essas percepções daquelas sobre práticas culturais consideradas flexíveis em torno do contato corporal.3 A relação da menina com seu corpo é atravessada por códigos moralizantes contraditórios: cedo, não deve fazer várias das coisas que deverá fazer tão logo complete a puberdade: o que deveria se manter fechado deve se abrir, o recato deve se tornar gradativa e seletivamente obsceno no âmbito privado, do namoro e do casamento onde as demais mulheres devem ser vistas como potenciais ameaças não importando às vezes quão crianças possam ser. A maldade é constitutiva do feminino, apregoa a cultura misógina. Mesmo uma menininha tem consciência de que pode seduzir um 3

Agora que formato este texto para publicação, no dia seguinte ao debate, lembro da questão trazida por uma aluna acerca da dificuldade de estabelecer com um professor a mesma relação que se estabelece entre este e um aluno, de camaradagem (eu infiro), liberdade etc. Eu gostaria que, ao redefinirmos e problematizarmos a questão do assédio, não sacrificássemos nossos traços culturais afetivos que podem ser mais positivos do que negativos. Eu morei um ano nos EUA, frequentei uma universidade famosa, a mais famosa talvez, e fiquei muito irritada e impressionada com a hipocrisia das relações que nunca podem ser explícitas, públicas; onde qualquer esbarrão num supermercado é tratado com exagerada mesura e pedidos de desculpas, mas onde abundam episódios de assédios e abusos nos campi. Sem mencionar que as relações de namoro entre colegas, mesmo iguais em status, são veemente desencorajadas e por isso, pela impossibilidade de seu controle e proibição, são vividas como segredo ou de conhecimento restrito a um pequeníssimo grupo. Eu não gostaria que o Brasil copiasse esta forma cultural, mas que decididamente problematizássemos esta mistura de fronteiras entre carinho e assédio.

adulto e o faz deliberadamente. Passei mais de 20 anos da minha vida estudando e trabalhando com sexualidade, educação sexual, e uma das coisas mais difíceis de ensinar é que a sexualidade infantil não existe como espelho da nossa, não são nossos desejos em miniatura. Jogos sexuais infantis entre crianças de idades próximas não deveriam ser lidas como expressões de sexualidade adulta. Portanto, crianças não seduzem adultos para relações sexuais nas quais elas consentem. Isso caracteriza abuso, violência e há uma relação de responsabilização que deve ser imputada ao adulto que a comete. Crianças são, portanto, muito vulneráveis em nossa cultura hipersexualizada e ao mesmo tempo hipertabuizada. Ainda no tema da cultura e de fronteiras, de símbolos de feminilidade e de masculinidade e no que tudo isso tem a ver com vulnerabilidade, penso nos rituais de iniciação.Os rituais de masculinidade ou os ritos de passagem aos quais os meninos são induzidos a fazer parte para provarem que são homens são todos fundados na misoginia, ou seja, no ódio e desprezo ao feminino. Escrevi com Lenise Borges, companheira feminista, em 2011, um artigo de opinião ao O Popular4 que coloca assim a questão da misoginia: “Pensamos que a violência contra as mulheres está intimamente associada a um sentimento de ódio ao feminino - misoginia - que, como outras aversões, tem a capacidade de se materializar em crimes de diversas naturezas - femicídio, agressões verbais, difamação, desqualificação psicológica, assédio moral e sexual, torturas corporais, legislações restritivas, etc. Falamos de misoginia quando empregamos metáforas como "a mulher é o diabo, a tentação" ou "a mulher é natureza", porque cada uma

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O artigo completo pode ser conferido em http://www.opopular.com.br/editorias/magazine/%C3%B3dioao-feminino-1.34966

dessas expressões coloca a mulher como este "outro" indecifrável, indesejável, potencialmente ameaçador, que precisa e deve ser domado”. Nicole Claude Mathieu, antropóloga e socióloga feminista francesa, falecida em 2014 cunhou a expressão “viriarcado” para definir a cultura masculina fundada na oposição ao feminino e em sua decorrente opressão. Um estudioso das masculinidades, Daniel Welzer-Lang, na continuidade dos estudos de Mathieu utiliza este mesmo termo, concedendo particular atenção aos rituais de iniciação masculina violentos, à “casa dos homens”, lugar ao mesmo tempo concreto e simbólico de produção de masculinidades dominantes que resultam tanto na misoginia quanto na homofobia. Os homens devem se tornar naquilo, ou devem ser aquilo, que as mulheres [ou o feminino] não são. E as meninas, como são seus rituais de iniciação, de passagem? Quem os está estudando? Já passamos do teatrinho de bonecas e do cozinhadinho? Sabemos do lugar que a fabricação da beleza possui nas mentes e subjetividades femininas, do coquetismo (a Georg Simmel, sociólogo alemão do início do século XX não passou despercebida esta forma de sociabilidade)5, do tornar-se “presa” como disse Simone de Beauvoir em O Segundo Sexo (1980[1949]). Não importa a origem, pelo menos na herança indoeuropeia é assim: a figura da princesa está sempre associada à espera passiva, ao resgate que resulta de uma guerra fratricida. São raríssimas as histórias infantis na quais as figuras femininas são dotadas de inteligência, criatividade e destreza. São raríssimas as simbolizações que fogem da dupla esposa/mãe-megera/bruxa.

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SIMMEL, Georg. O nível social e o nível individual. Questões fundamentais de Sociologia. Rio: Zahar,

2006[1917].

Aí está uma demanda pra lá de importante: escrever contos e histórias infantis que sejam capazes de recolocar as meninas e as mulheres em outros moldes. Precisamos inventar outras princesas e ouros príncipes e outras relações entre elas e eles. Recriar, mas não inverter, buscar outras fontes na cultura indígena, negra, pensar melhor em que tipos de estórias contar às crianças. Definitivamente o amor romântico6 é muito perverso com as meninas e com as mulheres adultas. A inocência não nos protege, ao contrário, nos coloca enredadas em ciladas. A autora indiana radicada nos EUA, Gayatri Spivak, ao traduzir Mahasweta Devi, uma escritora também indiana engajada na luta contra a opressão dos povos tribais (mais de 70 milhões de pessoas no território indiano) nos apresenta exemplos de como a tragédia da inocência produz perversidade nessas populações remanescentes dos primeiros habitantes da India, o povo Drávida, historicamente definido como um povo matriarcal e sensorial. Suas meninas são seduzidas por homens que se fazem passar por membros das castas nobres (Brâmanes) com promessas de uma vida melhor e as conduzem à prostituição e trabalho escravo dos quais resultam dívidas impagáveis que culminam com o adoecimento e morte precoces dessas mulheres tornadas nada além de objetos de enriquecimento de homens inescrupulosos e violentos. Essas e outras histórias estão contidas no livro Imaginary Maps (1995).

Há muitas outras formas de violência cotidiana praticada contra os corpos das mulheres, outras formas de assédio. Ontem falei na aula de Sociologia da graduação em Publicidade e Propaganda sobre a noção desenvolvida por

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Penso em amor romântico em termos heterossexuais (mas definitivamente passível de reprodução nas relações homoafetivas) como aquela estética que coloca os homens como os que têm sempre mais status, experiência, altura, riqueza, beleza, idade etc., que suas consortes. A ideia de amor romântico é fundada nesta não equivalência e numa fictícia e perversa “complementaridade”.

meu orientando no mestrado, agora de doutorado, Adriano Passos7, da cinesfera masculina (espaço de movimento natural do corpo) que em geral é mais ampla que a do corpo das mulheres e provoca as tão indesejáveis aproximações de corpos entre desconhecidos, em ônibus, auditórios, etc. Ao abrir as pernas, projetar os braços para frente e para os lados, esses tocam as de outras pessoas, de modo que isso também se configura como uma violência cotidiana e naturalizada. Então, como isso jamais é discutido porque supostamente essas encostadas tornadas célebres em filmes como Dama do lotação (1978) são tidas como naturais e as que reclamam são histéricas, sem senso de humor ou algo pior, não costumam ser percebidas como violência. Quando as falas das mulheres são interrompidas ou desqualificadas em público ou no privado também temos violência sexista. Toda vez que o espaço público, cada vez mais pluralizado, é disputado, temos que rever nossas noções de ética e de estética. Contar piadas racistas, sexistas e misóginas, ou que revelam outras fobias e repulsas, não pode ser aceito. Não somos livres, temos com outros, laços de interdependência, para usar um conceito caro á sociologia de Norbert Elias (sociólogo alemão falecido em 1990 autor, entre outras, de obras como O processo Civilizador 1 e 2) . Esta noção de interdependência por si só já deveria ser suficiente para tratarmos com dignidade e respeito todas as formas de vida, de expressões corporais e modos de ser. No entanto, sabemos que a vida é toda ela uma cadeia de classificações, codificações e separações hierarquizadas que transformam as diferenças (estas também produzidas socialmente) em desigualdades.

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A dissertação Performances e Performatividade: Negociações de Gênero e Sexualidade em Aulas de Educação Física (UFG, PPGS, 2014), de Adriano Martins Rodrigues dos Passos pode ser encontrada no repositório da biblioteca da UFG e banco de teses e dissertações da Capes.

bell hooks8 (escritora, educadora, pensadora feminista negra estadunidense, hoje com 63 anos de idade, começou a escrever aos 18) afirma que precisamos desaprender o sexismo para desenvolvermos uma prática baseada na amizade entre as mulheres. Desaprender o sexismo significa muita coisa e muita coisa extremamente difícil. O sexismo ou a diferença sexual primária traduzida em hierarquia (chamemos gênero ou ideologia de gênero se quisermos) é um sistema, uma estrutura que antecede nossa existência no mundo. Chegamos ao mundo e a encontramos e nossa socialização a reforça cotidianamente. Mas somos também seres agentes, atuantes, atores/atrizes, os nomes variam, e isso significa que temos o poder da ação consciente, planejada. Que desenvolvemos capacidades, habilidades, estratégias capazes de conter, reprimir e eliminar as formas de opressão que nos subjugam. Que o que está socialmente dado pode ser transformado. É nesta direção que o feminismo age enquanto movimento social. Para desaprendermos o sexismo que nos torna vulneráveis nas ruas das cidades (tema que minha orientanda Lídia Freitas desenvolve de forma brilhante), no interior das casas de família, nos campi das universidades, nas baladas “open bar” etc., precisamos somar forças. Forças progressistas e feministas sejam elas de mulheres ou homens, cis ou trans, heteros ou não-heteros, binários ou não binários, com ou sem desejo erótico, com ou sem prática erótica, de todas as idades, cores e raças, de todos os lugares. Como disse uma socióloga, feminista longeva, na casa dos oitenta anos, a querida Alda Brito da Motta, da Universidade Federal da Bahia: o feminismo tem de estar em todos os lugares e para que esteja, tem de vir também de todos os lados. Muito sábia e inspiradora esta frase e é com ela que eu finalizo esta breve fala esperando debater e aprender com vocês. Obrigada!

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Grafado assim mesmo, em minúsculas, por convenção da autora.

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