Felix Mendelssohn — A Gruta de Fingal, op. 26; Leonardo Margutti — Identidades
Descrição do Produto
FORTIS SIMO
Nº 7 / 2014
agosto
Sempre nossa, onde for.
AGOSTO 2014
1
S UMÁRIO VIVACE
5 /
AG O STO
p.
Celso Antunes, regente convidado Luíz Filíp, violino
8
BEETHOVEN As Ruínas de Atenas, op. 113: Abertura MOZART Concerto para violino nº 3 em Sol maior, K. 216 TIPPETT Sinfonia nº 2
A LLEG RO
14 /
AG O STO
p.
Mei-Ann Chen, regente convidada Umberto Clerici, violoncelo
22
MENDELSSOHN A gruta de Fingal, op. 26 SAINT-SAËNS Concerto para violoncelo nº 1 em lá menor, op. 33 RESPIGHI Adagio com variações para violoncelo e orquestra BRITTEN Peter Grimes: Quatro Interlúdios Marítimos, op. 33a RACHMANINOFF A Ilha dos Mortos, op. 29
VIVACE
26 /
AG O STO
Fabio Mechetti, regente Nelson Freire, piano
p.
MARGUTTI Identidades CHOPIN Concerto para piano nº 2 em fá menor, op. 21 SHOSTAKOVICH Sinfonia nº 15 em Lá maior, op. 141
2
40
S É R I E SAÉLRLI EEG A R LO L E G R O
14/
AGOSTO
quinta, 20h30 Grande Teatro do Palácio das Artes
Mei-Ann Chen, regente convidada Umberto Clerici, violoncelo PRO GR A M A
1
Felix MENDELSSOHN A gruta de Fingal, op. 26 [10 min]
2
Camille SAINT-SAËNS Concerto para violoncelo nº 1 em lá menor, op. 33 [19 min] Allegro non troppo Allegretto con moto Allegro non troppo umberto clerici,
3
violoncelo
Ottorino RESPIGHI Adagio com variações para violoncelo e orquestra [11 min] umberto clerici,
— 4
i n t e r va l o
violoncelo
—
Benjamin BRITTEN Peter Grimes: Quatro Interlúdios Marítimos, op. 33a [16 min] Aurora
5 22
Domingo de manhã
Luar
Sergei RACHMANINOFF A Ilha dos Mortos, op. 29 [20 min]
Tempestade
SÉRIE ALLEGRO
AGOSTO 2014
FELIX
MENDELSSOHN (Ale m a nh a , 18 0 9 – 1847)
A gruta de Fingal, op. 26 (1830/1832)
Instrumentação: 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas.
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Aos vinte anos e já com uma sólida carreira musical em Berlim, Mendelssohn decide empreender uma turnê pela Itália, França e Inglaterra, a fim de ampliar suas experiências musicais e sua formação cultural. A convite do escritor Karl Klingemann, chega a Londres no dia 21 de abril de 1829. Durante o primeiro mês, busca entrosar-se com a sociedade musical local através de apresentações em recepções privadas nas quais é introduzido pelo pianista Ignaz Moscheles. Aproxima-se de outras personalidades musicais, entre as quais o pianista J. B. Cramer e Fétis, eminente crítico musical. Dedica-se à análise dos manuscritos de Haendel e acompanha produções de textos de Shakespeare, autor que inspirara,
anos antes, sua primeira abertura, Sonho de uma noite de verão. Em 25 de maio, Mendelssohn sobe aos palcos ingleses pela primeira vez para reger sua Sinfonia em dó menor, op. 11. Logo se segue uma reapresentação, preparando o campo para a première inglesa, em 24 de junho, de Sonho de uma noite de verão. As elogiosas críticas levam à reapresentação da obra em 13 de julho. Nesse período, apresenta-se também como concertista, solando o concerto “o Imperador” de Beethoven, o Konzertstück op. 79 de Carl Maria von Weber e seu próprio Concerto para dois pianos em Mi maior, juntamente com Moscheles. No final de julho Mendelssohn deixa Londres e parte com Klingemann para a Escócia. Chega a Edimburgo
em 26 de julho e, em 7 de agosto, aporta no arquipélago de Hébridas, na costa oeste. Visita, na inabitada ilha de Staffa, logo no dia seguinte de sua chegada, a gruta de Fingal. Com seus aproximados 11 metros de altura e 69 metros de comprimento, e famosa por suas coloridas colunas de basalto avançando no mar – que ele define como “o mais refinado objeto na natureza” –, Fingal provoca em Mendelssohn tamanha urgência de expressão musical que endereça uma carta à irmã Fanny com o esboço dos 21 primeiros compassos de sua abertura As Hébridas, ou A gruta de Fingal, após os dizeres: “para fazer você entender quão extraordinariamente as Hébridas me afetaram, o trecho seguinte veio em minha mente por lá”. Contudo, a Abertura só foi finalizada no dia 16 de dezembro de 1830, em Roma (coincidentemente, trata-se do único dia no ano em que a incidência de luz solar alcança a angulação necessária para a completa iluminação da gruta). Porém, em janeiro de 1832, antes mesmo que a primeira versão
Para ouvir
CD Bruno Walter – The New York Concert of 15 February 1948 – Philharmonic Symphony Orchestra – Bruno Walter, regente – Music and Arts Programs of America – CD-4714
Para assistir
L’Age d’Or – Luis Buñuel – 1930
Para ler
Charles Rosen – A Geração Romântica – Edusp – 2000
Para visitar
Acesse: www.mendelssohn-stiftung.de
fosse ouvida, Mendelssohn realiza uma primeira revisão da obra que, finalmente, é estreada em 14 de maio de 1832 em concerto em Londres, regido pelo próprio compositor. A obra sofre alterações e mais edições até 1835, quando finalmente é publicada. Seu título, que inicialmente oscilou entre “A ilha solitária” e “As Hébridas”, acabou fixado na publicação como “A gruta de Fingal”, embora nas partes orquestrais leia-se impresso “As Hébridas”. Em As Hébridas, Mendelssohn alia “musicalidade imagética” e primazia técnica, estabelecendo definitivamente o gênero abertura tal como o conhecemos hoje.
igor reyner | Pianista, Mestre em música pela UFMG, doutorando de Francês no King’s College London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3.
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S É R I E SVÉI R VA I EC EV I V A C E
26/
AGOSTO
Fabio Mechetti, regente Nelson Freire, piano
terça, 20h30 Grande Teatro do Palácio das Artes
PRO GR A M A
1
Leonardo MARGUTTI Identidades [14 min] estreia mundial . obra comissionada pela orquestra filarmônica de minas gerais .
2
Frédéric CHOPIN Concerto para piano nº 2 em fá menor, op. 21 [30 min] Maestoso Larghetto Allegro vivace nelson freire,
— 3
i n t e r va l o
piano
—
Dmitri SHOSTAKOVICH Sinfonia nº 15 em Lá maior, op. 141 [45 min] Allegretto Adagio Allegretto
40
Adagio
SÉRIE VIVACE
LEON A RDO (B ras il , 1978)
AGOSTO 2014
MARGUT TI
Identidades (2014)
Instrumentação: piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 2 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas.
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Leonardo Margutti cursou Composição na UFMG, onde explorou a música de tradição europeia, especialmente as vanguardas pós-seriais. No mesmo período, Margutti descobriu o jazz. Após a graduação, e sob orientação de Cláudio Dauelsberg, dedicou-se ao improviso, à prática da linguagem harmônica do jazz e, principalmente, ao extensivo estudo de ritmos brasileiros ao piano, que o levaram a novos paradigmas estéticos, comprometidos com uma linguagem conciliatória entre identidades musicais distintas. Em 2007 muda-se para Londres onde, com bolsa do projeto Alban do CNPQ, cursa mestrado e doutorado em composição no King’s College London. Esse período favorece um retorno à tradição europeia, com ênfase nas
vanguardas dos séculos XX e XXI, potencializado pela oportunidade de lecionar análise musical do século XX sob orientação do professor Arnold Whittall, eminente musicólogo britânico. Margutti explora divergências e contradições entre música de concerto, as vanguardas do século XX e as tradições populares brasileira e do jazz. Acreditando que tais contradições são “geradoras de imprevisibilidade e de tensões musicais”, resolve-as pela subversão ou questionamento de toda regra, em busca de continuidade, espontaneidade ou imprevisibilidade, impulsionando assim um discurso musical sempre novo. Em março de 2014 estreou em Londres a obra Of Instance and Memory, resultado da subversão de
preceitos acadêmicos a favor de uma miscigenação musical. Diversificado em seus modelos, encontra em György Ligeti uma resposta ao “mainstream do pósguerra europeu”, em especial pelo tratamento da música, por parte de Ligeti, como fenômeno sonoro e não apenas como resultado de “controladores externos musicalmente estéreis”. Dutilleux contribui para a orquestração de Margutti; César Camargo Mariano, para seu tratamento minucioso de ritmos brasileiros; Bach, para seu contraponto e Chopin, para sua concepção melódica. Tanto a literatura como recentes pesquisas sobre memória e epigenética, a exemplo do trabalho de Eric Kandel, o ajudam a definir sua poética. Identidades sintetiza um percurso marcado por interesses diversos. Pensada a partir de um longo tema melódico do qual se extraem variantes livres e independentes, a obra reserva a cada variante uma identidade própria, segundo afinidades e interesses do compositor. Desse modo, emergem
Para ouvir
CD London New Voices – Chamber Works – Lontano Ensemble – Odaline de la Martinez, regente – Lorelt – B00AVWC6MC – 2013
elementos fugais, uma pequena passacaglia e até mesmo um quase samba, articulados não por tema e variação, ou exposição e desenvolvimento, mas a partir de um mecanismo literário inspirado em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. No romance, os diálogos de Riobaldo com o leitor formam a linha articulatória entre momentos de narrativa não linear; em Identidades, a textura orquestral inicial de caráter “suspenso, atemático e misterioso” conduz o ouvinte de uma identidade a outra, até a revelação final: a longa linha melódica. Uma obra sobre estilos, afinidades e construção da identidade composicional.
igor reyner | Pianista, Mestre em música pela UFMG, doutorando de Francês no King’s College London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3.
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ORQUESTR A FIL ARMÔNICA DE MINAS GER AIS / AGOSTO 2014 Diretor Artístico e Regente Titular
Regente Associado
Fabio Mechetti
Marcos Arakaki
Primeiros Violinos Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes – Spalla Associado Ara Harutyunyan – Spalla Assistente Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Baptiste Rodrigues Bojana Pantovic Dante Bertolino Eliseu Martins de Barros Hyu-Kyung Jung Marcio Cecconello Megumi Tokosumi Rodrigo Bustamante Rodrigo de Oliveira Rodrigo Monteiro Braga Segundos Violinos Frank Haemmer * Leonidas Cáceres ** Jovana Trifunovic Leonardo Ottoni Luka Milanovic Marija Mihajlovic Martha de Moura Pacífico Mateus Freire Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch
56
Violas João Carlos Ferreira * Roberto Papi ** Flávia Motta
*
principal
**
Clarinetes Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno ** Ney Campos Franco Alexandre Silva
Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Marcelo Nébias Nathan Medina Violoncelos Elise Pittenger *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Eneko Aizpurua Pablo Lina Radovanovic Robson Fonseca Francisca Garcia **** Contrabaixos Colin Chatfield * Nilson Bellotto ** Brian Fountain Hector Manuel Espinosa Marcelo Cunha Pablo Guiñez William Brichetto Flautas Cássia Lima * Renata Xavier ** Alexandre Braga Elena Suchkova Oboés Alexandre Barros * Ravi Shankar ** Israel Muniz Moisés Pena
principal assistente
***
Fagotes Catherine Carignan * Andrew Huntriss Cláudio de Freitas Trompas Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov ** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata
Percussão Rafael Alberto * Daniel Lemos ** Werner Silveira Sérgio Aluotto Harpa Giselle Boeters * Teclados Ayumi Shigeta * gerente
Jussan Fernandes inspetora
Karolina Lima assistente administrativo
Trombones Mark John Mulley * Wagner Mayer ** Renato Lisboa Tuba Eleilton Cruz *
/
assistente substituto
Equipe Técnica gerente de
Equipe Administrativa
presidente emérito
comunicação
analista
Jacques Schwartzman
Merrina Godinho Delgado
administrativo
presidente
gerente de produção
Paulo Baraldi
Roberto Mário Soares
musical
analista contábil
conselheiros
Claudia da Silva Guimarães
Graziela Coelho
assessora de
Thais Boaventura
programação musical
analista de
Carolina Debrot
recursos humanos
produtores
Quézia Macedo Silva
Geisa Andrade Luis Otávio Rezende Narren Felipe
secretária executiva
analistas de
administrativos
comunicação
Cristiane Reis João Paulo de Oliveira
Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Drumond Marco Antônio Pepino Marcus Vinícius Salum Mauricio Freire Octávio Elísio Paulo Paiva Paulo Brant Sérgio Pena
analista financeiro
Flaviana Mendes assistentes
assistentes
Diretoria Executiva
Ana Lúcia Kobayashi Claudio Starlino Jônatas Reis
diretor presidente diretor
supervisor de
administrativo-
analista de marketing
montagem
financeiro
de relacionamento
Ailda Conceição Claudia Regina
Rodrigo Castro
Estevão Fiuza
Mônica Moreira
mensageiros
montadores
diretora de comunicação
analista de
Jussan Meireles Risbleiz Aguiar
Jacqueline Guimarães Ferreira
marketing e projetos
Jeferson Silva Pablo Faria
Mariana Theodorica
menor aprendiz
diretora de marketing
assistente de
Pedro Almeida
e projetos
comunicação
Zilka Caribé
Renata Gibson
diretor de operações
assistente de
Ivar Siewers
marketing de
diretor de produção
relacionamento
musical
André Rozenbaum
arquivista
Sergio Almeida
Tímpanos Patricio Hernández Pradenas *
principal
Conselho Administrativo
Andréa Mendes – Imprensa Marciana Toledo – Publicidade Mariana Garcia – Multimídia Renata Romeiro – Design gráfico
Débora Vieira Trompetes Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal
INSTITUTO CULTUR AL FIL ARMÔNICA / AGOSTO 2014
****
Diomar Silveira
Marcos Souza músico convidado
auxiliar administrativo
Vivian Figueiredo recepcionista
Lizonete Prates Siqueira auxiliares de serviços gerais
FOR TI S SIMO agosto Nº 7 / 2014 ISSN 2357-7258
editora
Merrina Godinho Delgado edição de texto
Berenice Menegale
CA 0230/001/2013
PAT R O C Í N I O
A P O I O C U LT U R A L
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RE ALIZ AÇÃO
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