FERRAMENTAS DE ANÁLISE ERGONÔMICA EM BENEFÍCIO DA SOCIEDADE: APLICAÇÃO PRÁTICA DO MÉTODO OCRA

July 4, 2017 | Autor: Natalha Carvalho | Categoria: Ergonomics, Human Factors, Ergonomia
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FERRAMENTAS DE ANÁLISE ERGONÔMICA EM BENEFÍCIO DA SOCIEDADE: APLICAÇÃO PRÁTICA DO MÉTODO OCRA Nelson Tavares Matias Natalha Gabrieli Moreira Carvalho Paulo Sérgio de Sena Paulo Vinícius de Omena Pina Rosinei Batista Ribeiro FATEA, UERJ/PIBIC University of Strathclyde - Glasgow, FATEA/CsF FATEA/PIBID FATEA FATEA, UERJ/PIBIC

Linha Temática: Design, Engenharia de Materiais e Tecnologias

RESUMO O projeto tem como objetivo divulgar os resultados quantitativos expressos por meio da aplicação do método Occupational Repetitive Actions (OCRA) em um posto de trabalho, sobre a análise da tarefa de impressão de um produto editorial gráfico. Almeja-se também com este trabalho difundir e destacar a importância da Ergonomia e das ferramentas de análise ergonômica quando aplicada em postos de trabalho, principalmente tratando-se da Ergonomia Física e melhorias na cadeia de produção do trabalho. A ferramenta em questão avalia aspectos da Ergonomia em estações produtivas, analisando tarefas que exijam uso dos membros superiores do corpo e com os resultados desta análise, possam ser implementadas mudanças significativas para a melhoria da execução do trabalho preservando a saúde do trabalhador. Palavras-chave: Ferramentas ergonômicas; Postos de trabalho; Análise ergonômica.

ABSTRACT The project aims to promote the quantitative results expressed by applying the Occupational Repetitive Actions (OCRA) method in a workstation, on the analysis of the task of printing a graphic editorial product. Also the aim is to spread this work and the importance of ergonomics and ergonomic analysis when applied to work stations, especially in the case of Physical Ergonomics and improvements in work production chain. The tool in question assesses aspects of Physical Ergonomics in productive seasons analyzing tasks that require use of the upper limbs and with the results of this analysis, significant changes which can be applied to improve the performance of work, preserving the health of the worker. Key words: Ergonomic Tools; Workstations; Ergonomics assessments.

1. INTRODUÇÃO O método OCRA foi desenvolvido em 1998 por Enrico Occhipinti e Daniela Colombini com o objetivo de oferecer uma ferramenta de medição que quantificasse a relação entre o número médio diário de ações efetivamente realizadas pelos membros superiores em tarefas repetitivas e o número correspondente de ações recomendadas. A ferramenta analisa as tensões causadas nos membros superiores resultantes de tarefas repetitivas onde os mesmos são usados majoritariamente na manipulação de materiais, priorizando as doenças musculoesqueléticas

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causadas por repetição, força, posturas e movimentos estranhos. A ferramenta em questão baseia-se em três aspectos relevantes para a análise ergonômica: 1) Na necessidade de uma avaliação integrada entre os principais fatores de risco ocupacionais (repetição, força, postura, falta de tempo para recuperação, fatores adicionais); 2) Nos estudos de Waters et al., (1993, apud OCCHIPINTI, 1998 p. 1291) para avaliação de tarefas de elevação manual: (a) Índice de exposição derivado da comparação entre o “peso efetivamente elevado” e o “peso de referência”, recomendadas de acordo com as características específicas do local de trabalho e sua organização; (b) Simultaneidade dos vários fatores de risco na determinação do valor de referência variável; (c) Seleção de uma característica variável de referência sob as condições ideais, sujeita a correções apropriadas (multiplicando fatores) como uma função da característica de outros fatores de risco considerados; (d) Contagem de referência (índice de levantamento = 1), indicando condições amplamente aceitáveis para a maioria da população trabalhadora adulta saudável. O prolongamento deste valor sugere perigosos níveis de exposição; de acordo com diferentes intervenções que possam ser identificadas; (e) Forte propensão para ações preventivas, baseada na identificação dos fatores de risco que mais influenciam a “característica variável”. 3) Na presente proposta, a ação técnica é identificada como uma determinada característica variável relevante aos movimentos repetitivos das extremidades superiores. A ação técnica é baseada em sua frequência relativa durante uma determinada unidade de tempo. A variável escolhida foi identificada como a mais fácil para a detecção. O termo “ação técnica” está relacionado à avaliação da exposição e reformulação das tarefas. Seguindo as premissas apresentadas, chegou-se a concepção da ferramenta de índice de exposição OCRA, resultante da razão entre o número de ações técnicas durante a jornada e o número recomendado dessas ações técnicas: (1) OCRA=

Nº total de ações técnicas realizadas durante a jornada de trabalho (1) Nº total de ações técnicas recomendadas durante a jornada de trabalho

Percebe-se que Occhipinti (1998) conceituou a ferramenta OCRA propondo uma relação entre o trabalho real e o prescrito. Considerando que o modus operandi, pode se distanciar do planejado, resultando em inadequações de diversas ordens. Montmollin (2000, p. 30) diz que: Tarefas prescritas não podem ser consideradas dogmas, mas podem servir de guias. De fato, os objetivos das tarefas (produção, qualidade, segurança, etc) não podem ser alcançadas sem alguns constrangimentos organizacionais, tampouco sem a contribuição pessoal dos operadores. [...] Deste modo, nesta perspectiva, não há análise de trabalho relevante sem análise e modelagem da atividade do operador.

2. JUSTIFICATIVA O presente projeto faz parte de uma das ações do Laboratório de Ergonomia Anamaria de Moraes (LaErg) - FATEA, que tem por objetivo maior difundir a Ergonomia para os

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diferentes setores da sociedade. Desta forma, a melhor exposição dos conceitos e ferramentas ergonômicas se dá por meio da aplicação do método em atividades reais, permitindo alcançar informações concretas e desta forma demonstrar os conteúdos difundidos pelo Laboratório. Neste sentido, o atual projeto aplicou a ferramenta OCRA em uma gráfica.

3. OBJETIVO Analisar a atividade de um impressor em uma empresa gráfica, por meio da aplicação da ferramenta de análise ergonômica Occupational Repetitive Actions (OCRA), visando à validação da mesma pelo LaErg e exemplificação por meio da avaliação de uma atividade real, com obtenção de dados quantitativos e percepções subjetivas do trabalhador. A ferramenta integrará um grupo já existente e disponível no site do LaErg , para download por qualquer usuário de internet.

4. DELIMITAÇÃO DO TRABALHO A análise ergonômica empregando a ferramenta OCRA se deu em uma empresa do segmento editorial gráfico, localizada no município de Lorena, no estado de São Paulo. A aplicação desta ficou relacionada à atividade de impressão de um produto editorial gráfico, por meio do processo offset.

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A pesquisa concentrará seu levantamento nos aspectos biomecânicos caracterizados pelo operador do sistema durante a execução das suas tarefas. Para isso, serão empregados os conceitos propostos pelo método OCRA, expostos no artigo A Concise Index for the Assessment of Exposure to Repetitive Movements of the Upper Limbs, desenvolvido em 1998 por Enrico Occhipinti, que teve por objetivo oferecer uma medição quantificável, relacionando o número médio diário de ações efetivamente realizadas com os membros superiores em tarefas repetitivas e o número correspondente de ações recomendadas. O Manual de Segurança e Saúde no Trabalho: Indústria Gráfica, desenvolvido pelo SESI, SP em 2006 expõe, entre outras coisas, informações relativas aos riscos inerentes ao ambiente gráfico, incluindo o risco ergonômico, o qual se refere à adaptação das condições de trabalho às características do trabalhador. Em relação ao trabalhador, estão envolvidos os aspectos pessoais (idade, sexo, estado civil, escolaridade, atividade física, tabagismo e antropometria), psicossociais (percepções de sobrecarga, trabalhos monótonos, controle limitado das funções e pouco apoio social no trabalho) e biomecânicos (postura inadequada, uso de força excessiva e repetição de movimentos). (SESI, 2006, p. 31).

Baseou-se também em princípios definidos pelas Normas Regulamentadoras estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, voltadas aos ambientes produtivos e postos de trabalho assemelhados aos da gráfica, a fim de definir a principal diretriz do estudo e sua importância para a sociedade. Dentre as Normas Regulamentadoras destaca-se a NR-7, que “[...] visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às

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características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.” (BRASIL, 2007).

6. MÉTODO Para a aplicação do método Occupational Repetitive Actions (OCRA), foi escolhido como posto de trabalho, o setor de impressão de uma gráfica. Alerta-se que a ferramenta não atende postos de trabalho onde os riscos consideráveis são consequentes do uso contínuo dos membros inferiores e, ela não prevê riscos associados à tensão de contato, vibração ou distúrbios nos ombros, pescoço ou costas. Tendo em vista que as tarefas de impressão executadas pelo trabalhador exigem o uso dos membros superiores, o método OCRA analisará as posturas adotadas, esforços e movimentos realizados pelo operador, assim, exprimindo dados quantitativos sobre as suas ações. Em caráter comparativo, o método OCRA é semelhante ao método elaborado pela National Institute Occupational Safety Health (NIOSH) em 1981. Tendo em vista que a NIOSH também se concentra em tarefas de repetição, estáticas, dinâmicas, e tarefas realizadas sentadas, a diferença está na parte do corpo em análise, restringindo-se a região lombar. O método adotado para o desenvolvimento do estudo foi adaptado da Análise Ergonômica do Trabalho e a Intervenção Ergonomizadora (Figura 1) propostas, por Moraes e Mont´Alvão (2000, 2012), constituída das seguintes etapas: • • • •

Apreciação das disfunções ergonômicas do Sistema Homem-Tarefa-Máquina, SHTM; Aplicação da OCRA; Diagnose ergonômica das disfunções do SHTM; Avaliação ergonômica dos custos humanos da tarefa.

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7. DESENVOLVIMENTO A partir das observações feitas foi possível elaborar a Figura 2, que organiza sinteticamente as principais tarefas desenvolvidas pelo operador durante a preparação para a impressão.

Figura 1 - Aspectos relativos à iluminação, ruído e químico-ambiental não foram considerados Fonte: autores (2014)

A aplicação da OCRA prevê o levantamento de dados quantitativos e qualitativos, sobre aspectos mensuráveis e subjetivos, contudo os resultados são sempre apresentados de maneira numérica. (Figuras 3 a 19).

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Descrição Oficial Duração Turno Efetiva Por contrato Pausas Oficiais Efetiva Pausas Reais Oficial Pausa Para Refeição (considerar para jornada de 8 horas) Efetiva Oficial Trabalhos Não Repetitivos (limpeza, abastecimento, setup, etc.) Efetivo TEMPO LIQUIDO DE TRABALHO REPETITIVO (TLTR): Programados: 96 ciclos Nº PEÇAS (ou ciclos) Efetivos: 96 ciclos TEMPO LÍQUIDO DE CICLO (segundos) Calculado = TLTR X 60 / Nº PEÇAS. (ou Ciclos) efetivo: Substituindo: 420 X 60 / 96 = 262,5s TEMPO DE CICLO OBSERVADO ou PERÍODO DE OBSERVAÇÃO (segundos) (cronometrado)

Minutos 540 0 90 30 420

4,38 90

Figura 2 - Quantificação diária de trabalho da atividade de impressão Fonte: autores (2014)

Modalidade de interrupção do trabalho em ciclos com pausas ou com outros trabalhos de controle visual - escolher uma única resposta: é possível escolher valores intermediários.

Peso

Descrição Existe uma interrupção de pelo menos 8/10 min. a cada hora (contar a pausa para refeição); ou o tempo de 0 recuperação está dentro do ciclo. Existem 2 interrupções de manhã e 2 à tarde ( além da pausa para refeição) de pelo menos 8-10 minutos num 2 turno de 7-8 horas ou 4 interrupções além da pausa para refeição num turno de 7-8 horas; ou 4 interrupções de 8-10 minutos num turno de 6 horas. Existem 2 pausas de pelo menos 8-10 minutos cada num turno de cerca de 6 horas (sem pausa para refeição); 3 ou 3 pausas além da pausa para refeição num turno de 7-8 horas. Existem 2 interrupções além da pausa para refeição de pelo menos 8-10 minutos num turno de 7-8 horas (ou 4 3 interrupções sem pausa para refeição); ou num turno de 6 horas, uma pausa de pelo menos 8-10 minutos. Num turno de cerca de 7 horas sem pausa para refeição há uma única pausa de pelo menos 10 minutos; ou 6 num turno de 8 horas existe somente a pausa para refeição (para refeição não contada no horário de trabalho). 10 Não existem de fato interrupções a não ser de poucos minutos (menos de 5) num turno de 7-8 horas. Recuperação = 6 Figura 3 - Análise do tempo de recuperação do trabalhador em toda a jornada diária de trabalho Fonte: autores (2014)

A atividade dos braços e a frequência de ação na execução dos ciclos - É prevista uma única resposta para os dois blocos (ações dinâmicas ou ações estáticas) e prevalece a pontuação mais alta; é possível escolher valores intermediários. Descrever o membro dominante: mencionar se o trabalho é simétrico.

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AÇÕES TÉCNICAS DINÂMICAS Peso Descrição 0 Os movimentos dos braços são lentos com possibilidade de frequentes interrupções (20 ações/minuto). Os movimentos dos braços não são muito velozes (30 ações/min ou uma ação a cada 2 segundos), com 1 possibilidade de breves interrupções. Os movimentos dos braços são mais rápidos (cerca de 40 ações/min), mas com possibilidade de breves 3 interrupções. Os movimentos dos braços são bastante rápidos (cerca de 40 ações/min), a possibilidade de interrupções é 4 mais escassa e não regular. Os movimentos dos braços são rápidos e constantes (cerca de 50 ações/min), são possíveis apenas pausas 6 ocasionais e breves. Os movimentos dos braços são muito rápidos e constantes; carência de interrupções torna difícil manter o 8 ritmo (60 ações/min). 10 Frequências elevadíssimas (70 ou mais por minuto), não são possíveis interrupções. Figura 4 - Análise da relação entre velocidade e frequência das ações Fonte: autores (2014)

AÇÕES TÉCNICAS ESTÁTICAS Peso

Descrição

É mantido um objeto em preensão estática durante pelo menos 5 segundos, que ocupa 2/3 do tempo de ciclo 2,5 ou do período de observação. É mantido um objeto em preensão estática durante pelo menos 5 segundos que ocupa 3/3 do tempo de ciclo 4,5 ou do período de observação. Figura 5 - Análise da relação entre força aplicada e frequência

Número ações técnicas contadas no ciclo Frequência de ação por minuto = nº ações x 60 / tempo ciclo (efetivo) Possibilidade de breves interrupções

Direito 1

Esquerdo 1

13,7

13,7

0

0

D 2,5

E 2,5

Frequência

Figura 6 - Frequência de ações em cada um dos braços Fonte: autores (2014)

Presença de atividades de trabalho com uso repetido de força das mãos e dos braços (pelo menos uma vez a cada poucos ciclos durante toda a operação ou tarefa analisada): x Sim Não Figura 7 – Apesar de esporádicas nota-se tarefas que exigem força do operador Fonte: autores (2014)

ESCALA DE BORG

0

0,5

1

2

TOTAL/ AUSENTE

EXTREMA/ LEVE

MUITO LEVE

LEVE

3

4

MODESTA MODERADA

5

6

7

8

9

10

FORTE

FORTE +

MUITO FORTE

MUITO FORTE ++

MUITO FORTE +++

MÁXIMA

Figura 8 - Dado referente à percepção subjetiva de esforço pelo trabalhador

Pode ser marcada mais de uma resposta, somando-se as pontuações parciais obtidas. Às vezes pode ser necessário descrever ambos os membros: neste caso utilizar duas casas, uma para o direito e outra para o esquerdo.

8

0 0 0 0 0 32

Puxar ou empurrar alavancas Fechar ou abrir Apertar ou manipular componentes Usar ferramentas Usar o peso do corpo para executar uma ação de trabalho Manipular ou levantar objetos

6 12 24 32

- 2 segundos a cada 10 minutos - 1 % do tempo - 5 % do tempo - MAIS que 10% do tempo

Força

64 D

64 E

Figura 9 - A atividade de trabalho comporta o uso de força quase máxima (pontuação de 8 ou mais da escala de Borg) Fonte: autores (2014)

Presença de posturas inadequadas dos braços durante a execução da tarefa repetitiva

DIREITO;

A) OMBRO Flexão

A) Peso

ESQUERDO;

X

Abdução

OMBRO (Cont.)

AMBOS (descrever o mais exigido ou ambos se necessário)

12 D Extensão

12

E

12

12

E

D

Descrição

O braço/os braços não ficam apoiados sobre o plano de trabalho, mas ficam levantados durante pelo menos metade do tempo. Os braços são mantidos sem apoio quase à altura dos ombros (ou em outras posturas extremas) durante cerca 2 de 10% do tempo. Os braços são mantidos sem apoio quase à altura dos ombros (ou em outras posturas extremas) durante cerca 6 de 1/3 do tempo. Os braços são mantidos sem apoio quase à altura dos ombros (ou em outras posturas extremas) durante mais 12 da metade do tempo. Os braços são mantidos sem apoio quase à altura dos ombros (ou em outras posturas extremas) durante quase 24 o tempo todo. Observação = se as mãos trabalharem acima da altura da cabeça, dobrar os valores. Figura 10 - Análise de esforço dos ombros Fonte: autores (2014) 1

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A) COTOVELO Extensão-Flexão Prono-supinação

4 Peso

D

4

E

Descrição

O cotovelo deve executar amplos movimentos de 2 flexo-extensão ou prono-supinação, movimentos bruscos durante cerca de 1/3 do tempo. O cotovelo deve executar amplos movimentos de 4 flexo-extensão ou prono-supinação, movimentos bruscos durante mais da metade do tempo. O cotovelo deve executar amplos movimentos de 8 flexo-extensão ou prono-supinação, movimentos bruscos durante o tempo inteiro. Figura 11 - Análise de esforço dos cotovelos Fonte: autores (2014) B) PUNHO Extensão-Flexão

2 Prono-supinação

Peso

2

4 8

D

2

E

Descrição

O punho deve fazer desvios extremos ou assumir posições incômodas (amplas flexões ou extensões ou amplos desvios laterais) durante pelo menos 1/3 do tempo. O punho deve fazer desvios extremos ou assumir posições incômodas durante mais da metade do tempo. O punho deve fazer desvios extremos durante quase o tempo todo.

Figura 12 - Análise de esforço dos punhos Fonte: autores (2014) C) MÃO-DEDOS Pega palmar

Pinça fina

Preensão em gancho

A mão pega objetos ou peças ou instrumentos com os dedos C) MÃO-DEDOS (Cont.) 4 Com os dedos apertados (pinch); A mão quase completamente aberta (preensão 2 palmar); 0 Mantendo os dedos em forma de gancho Com outros tipos de preensão comparáveis às 4 anteriores

10 D 10 Preensão palmar

E

10 D 10 E Durante cerca de 1/3 do tempo. 2 4 Durante mais da metade do tempo. 8 Durante quase o tempo inteiro.

Figura 13 - Análise de esforço das mãos-dedos Fonte: autores (2014)

10

Para obtenção do valor referente ao item D - Estereotipia deve-se analisar os seguintes aspectos pontuando-os:  presença de gestos de trabalho do ombro e/ou do cotovelo e/ou do punho e/ou das mãos idênticos, repetidos durante mais da metade do tempo (o tempo de ciclo entre 8 e 15 seg. com conteúdo prevalente de ações técnicas, mesmo diferentes entre si, dos membros superiores). Valor de Estereotipia = 1,5  presença de gestos de trabalho do ombro e/ou do cotovelo e/ou do punho e/ou das mãos idênticos, repetidos quase o tempo todo (o tempo de ciclo inferior a 8 seg. com conteúdo prevalente de ações técnicas, mesmo diferentes entre si, dos membros superiores). Valor de Estereotipia = 3 D)

3

ESTEREOTIPIA

D

3

E

Observação = usar o valor mais alto obtido nos 4 blocos de perguntas (A,B,C,D) tomado uma só vez e somá-lo eventualmente ao valor de Estereotipia obtido.

Postura

31 D

31 E

Figura 14 - Análise geral dos membros superiores comparados ao tempo de esforço Fonte: autores (2014)

Presença de fatores de risco complementares: escolher uma única resposta por bloco. Descrever o membro mais utilizado (o mesmo do qual se descreverá a postura). Peso

2 2 2 2 2 2 2 2 3 1 2

Descrição

São usadas durante mais da metade do tempo luvas inadequadas à preensão solicitada pelo trabalho executado (incômodas, muito espessas, de tamanho não apropriado). Há movimentos bruscos ou de arranque ou contragolpes com freqüências de 2 por minuto ou mais. Há impactos repetidos (uso das mãos para golpear) com freqüências de pelo menos 10 vezes/hora. Há contatos com superfícies frias (inferiores a zero graus) ou se executam trabalhos em câmaras frigoríficas durante mais da metade do tempo. São usadas ferramentas vibratórias ou parafusadeiras com contragolpe durante pelo menos 1/3 do tempo. Atribuir o valor 4 no caso de uso de ferramentas com elevado conteúdo de vibrações (ex.: martelo pneumático; lixadeira, etc.) quando utilizadas durante pelo menos 1/3 do tempo. São usadas ferramentas que provocam compressões sobre as estruturas músculo-tendíneas (verificar a presença de vermelhidão, calos, etc. na pele). São executados trabalhos de precisão durante mais da metade do tempo (trabalhos em áreas inferiores a 2 -3 mm.) que requerem distância visual próxima. Há mais fatores complementares (como: costas com curvatura superior a 30°) que considerados no total ocupam mais da metade do tempo. Há um ou mais fatores complementares que ocupam quase o tempo todo (como:___________________________). Os ritmos de trabalho são determinados pela máquina, mas existem áreas de “pulmão” e, portanto, se pode acelerar ou desacelerar o ritmo de trabalho. Os ritmos de trabalho são completamente determinados pela máquina.

Complementares

4

D

4

E

Figura 15 - Resultado da análise de riscos complementares Fonte: autores (2014)

Cálculo da pontuação checklist por tarefa/trabalho I) Para calcular o índice de tarefa, somar os valores indicados nas 5 casas com os dizeres: Recuperação + Freqüência + Força + Postura + Complementares (correspondem respectivamente às figuras 4, 7, 10, 15 e 16).

11

Direito 107,5

Esquerdo 107,5

Pontuação Intrínseca do Posto

Figura 16 - Resultado da análise geral dos membros comparados à frequência

II) Identificação dos multiplicadores relativos à duração total diária das tarefas repetitivas. Para trabalhos part-time ou para tempos de trabalho repetitivo inferiores a 7 horas ou superiores a 8 multiplicar o valor final obtido pelos fatores multiplicativos indicados: 60-120 min: Fator multiplicativo = 0,5 121-180 min: Fator multiplicativo = 0,65 181-240 min: Fator multiplicativo = 0,75

241-300 min: Fator multiplicativo = 0,85 301-360 min: Fator multiplicativo = 0,925 361-420 min: Fator multiplicativo = 0,95

421-480 min: Fator multiplicativo =1 Sup.480 min: Fator multiplicativo = 1,5

Figura 17 – Quadro referencial de fator multiplicativo a partir da duração de tarefas repetitivas Fonte: autores (2014)

Pontuação real do posto ponderada pela efetiva duração da tarefa repetitiva, a qual é calculada multiplicando o valor de „Pontuação intrínseca do posto‟ (I) pelo fator multiplicativo relativo à duração da tarefa repetitiva (II). Direito (I) * (II)

102,125

Esquerdo (I) * (II)

102,125

PONTUAÇÃO REAL POSTO

A pontuação de exposição para mais de uma tarefa repetitiva não se aplica à atividade analisada, portanto, não consta no presente trabalho. CHECK LIST ATÉ 7,5 7,6 – 11 11,1 – 14.0 14,1 – 22,5 > 22,6

OCRA 2,2 2,3 – 3,5 3,6 - 4,5 4,6 – 9 > 9,1

FAIXAS Verde Amarela Vermelha Leve Vermelha Média Violeta

RISCO Aceitável Muito Leve (borderline) Leve Médio Elevado

Figura 18 - Correspondência de pontuações entre ocra e pontuações check-list Fonte: autores (2014)

8.

ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS Os resultados obtidos por meio de dados quantitativos apontaram para um risco elevado no posto de trabalho analisado. Os relatos do empregado envolvido na análise ergonômica foram explícitos em relação às fortes dores nas costas e ombros, decorrentes de anos na profissão e mesas com altura pouco elevadas para atividades de precisão. As costas do empregado mantêm-se curvadas durante muito tempo em toda a jornada de trabalho, e na maior parte das atividades observadas; É flagrante a dificuldade do operador ao manusear o pacote de papel (17Kg), uma vez que o mesmo não possui pegas, além de não oferecer resistência durante a ação; O presente trabalho foi submetido e aceito no Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas Teresa D‟Ávila (FATEA), sob o número CAAE 30566414.6.0000.5431.

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REFERÊNCIAS AIHA ERGONOMIC COMMITTEE. Ergonomic Assessment Toolkit. [s. l.], 2013. Disponível em: . Acesso em: 23 maio 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA. O que é Ergonomia. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2012. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MEDICINA DO TRABALHO. Conhecimento: Medicina do Trabalho. Goiás, 2012. Disponível em: . Acesso em: 20 ago. 2012. CONSERVATOIRE NATIONAL DES ARTS ET MÉTIERS. Qu'est-ce que l'ergonomie. [s. l.], 2000. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2012. COUTO, H. de A. Contribuições da ergonomia, higiene, segurança e medicina do trabalho para a qualidade de vida. Ergo: Assessoria e Consultoria em Saúde Ocupacional, 2013. Disponível em: . Acesso em: 19 jun. 2013. GOUVEIA, N. A. P. B. de. Ergonomia como factor integrante das ferramentas de implementação Lean Six Sigma. 2012. 120 f. Conclusão de Curso (Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia e Gestão Industrial) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2012. IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 3. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1995. INTERNATIONAL ERGONOMIC ASSOCIATION. What is Ergonomy. IEA, 2013. [s. l.], 2000. Disponível em: . Acesso em: 19 jun. 2013. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Normas Regulamentadoras. [s. l.], 2013. Disponível em: . Acesso em: 11 ago. 2013. SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho: Indústria Gráfica. São Paulo, 2006. Disponível em: . Acesso em: 11 ago. 2013.

Nelson Tavares Matias ([email protected] Natalha Gabrieli Moreira Carvalho ([email protected]) Paulo Sérgio de Sena ([email protected]) Paulo Vinícius de Omena Pina ([email protected]) Rosinei Batista Ribeiro ([email protected]) Curso de Design, Faculdades Integradas Teresa D’Ávila – Av. Peixoto de Castro, 539 – Lorena – SP. Departamento de Engenharia de Produção (DENP), Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rodovia Presidente Dutra km 298 (sentido RJ-SP) - Pólo Industrial - Resende - RJ.

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