FERREIRA, Matheus Henrique de Souza: Questões de morfologia e modernização na canção popular: liberdade e anticonvencionalismo em \"Ana Luiza\" de Tom Jobim. I MusPopUni, UFRGS, 2015

June 14, 2017 | Autor: S. Paulo Ribeiro ... | Categoria: Harmonic Analysis, Harmonia, Música Popular Brasileira, Canção Popular Brasileira, Tom Jobim
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Questões de morfologia e modernização na canção popular: liberdade e anticonvencionalismo em Ana Luiza de Tom Jobim FERREIRA, Matheus Henrique de Souza (UDESC) [email protected] FREITAS, Sérgio Paulo Ribeiro de (UDESC) [email protected] Em 1973, no estúdio da Columbia em Nova York, foram finalizadas as faixas de um álbum que contou com um time de músicos notáveis e diversos, entre eles Claus Ogerman, Dori Caymmi, Ron Carter e Airto Moreira. Trata-se do célebre Matita Perê, álbum solo de Tom Jobim lançado neste mesmo ano que, conforme o próprio compositor, é “uma homenagem a Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade e Mário Palmério”. Na matéria “A livre Suíte Mateira de Tom Jobim” publicada no Diário de Notícias em 27/03/1973, percebe-se que o álbum foi valorizado por seu “anticonvencionalismo”: “Jobim resolveu romper com esquemas tradicionais de composição”; “pôde, finalmente, realizar uma coisa inteiramente livre, pessoal, não esquematizada, fora dos padrões da música tonal”; “fora do sistema de oito ou dezesseis compassos a que se obriga a música tonal de dança, mais conhecida como comercial”. O presente trabalho verifica a incidência de traços assim na faixa dois deste álbum: a canção Ana Luiza. Para tanto, procura-se confrontar informações textuais (críticas, depoimentos, etc.) e aspectos técnico musicais, tais como o formato assimétrico da canção e a relativa complexidade deseu plano tonal. Com isso, busca-se resposta para duas questões principais: é possível identificar estratégias composicionais que denotam liberdade e anticonvencionalismo em Ana Luiza? Se sim, tais estratégias podem representar modernização no âmbito da canção popular no Brasil dos anos setenta? Neste intuito, foram realizados expedientes de análise musical referenciadas em documentos já públicos (gravações, partituras) considerando, ao fundo, aspectos do modernismo em geral e do modernismo musical internacional enacional. Em conclusão destacam-se interações entre a declarada identidade mateira, a deferência ao folclore e a produção de personagens influentes – tais como os escritores supracitados e também Villa-Lobos, Mário de Andrade, Portinari, Clarice Lispector, etc. – que, em diferentes medidas, mostram afinidades com as aspirações de Jobim neste momento de sua trajetória. Nota-se também que, no contexto da música popular veiculada à época, algumas características musicais de Ana Luiza permitem leve associação com determinadas escolhas modernistas. Por fim, observa-se ainda que, em alguma medida, a imagem que guardamos de Jobim está marcada pela deferência valorativa associada ao artista modernizador.

I ENCONTRO BRASILEIRO DE MÚSICA POPULAR NA UNIVERSIDADE

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