FICHAMENTO DE HISTORIA

May 27, 2017 | Autor: Marina Dias | Categoria: Architecture, Arquitetura e Urbanismo, História Da Arquitetura E Do Urbanismo
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FICHAMENTO 2 – MARINA DIAS SILVERIO RODRIGUES – 30/09/16


V. ARQUITETURA BRITANICA DO PÓS-GUERRA: New Brutalism e Urban Structuring.

As cidades do período pós-guerra se encontravam arruinadas, tanto no quesito físico quanto social, surgiu assim um forte interesse e necessidade de se construir novas cidades em Londres, chamadas de new towns. Esta operação urbana foi baseada no "Plano da Grande Londres", criado pelo arquiteto Abercrombie, que previa a descentralização e o controle do crescimento da cidade, assim como a criação de novas cidades ao seu redor. Entre 1945 e 1951 surgiram as primeiras new towns, criadas conforme a tradição da Cidade Jardim e da cidade racionalista.

"Desta maneira, os critérios da estrita separação racionalista de funções relacionadas com alguns traços formais comuns: a casa unifamiliar na cidade jardim; os telhados inclinados, os muros de carga de tijolo, presentes em grande parte no exterior, rodapé de madeira pintada e, em alguns casos, balcões. O conjunto era pitoresco e normalmente mostrava um grande respeito por arvores e plantas." (MONTANER, 2001, p. 72)

A arquitetura das new towns foi inspirada na arquitetura sueca, passando a se chamar new empirism, essa experiência ocorreu juntamente a tradição da cidade-jardim. As novas propostas do urbanismo racionalista eram baseadas no planejamento estatal, na segregação das funções, na construção de novas cidades e pregavam a importância dos espaços verdes entre as zonas.

As new towns foram criadas seguindo um método de acumulação de conhecimento, recolhia-se todos os dados de cada experiência, e com base nas criticas tentava-se resolver os problemas que surgiam; as criticas de um projeto posterior guiavam o próximo projeto.

A segunda geração surgiu nos anos sessenta com um novo protótipo, que visava criar cidades mais compactas, para isso aumentado a densidade, diminuindo distancias e criando a new town ao redor de um Civic Center. Nos anos setenta surgiu a terceira geração de new towns, que apresentava maior flexibilidade urbana e diversidade das edificações.

Havia porem certa contradição na experiência das new towns, pois baseavam-se na cidade jardim como alternativa para a cidade histórica, porem usavam uma arquitetura com características tradicionalistas e pitorescas. Logo essas novas cidades se mostram um fracasso em questão de identidade e vida urbana.

O forte predomínio da tecnologia junto as preocupações e necessidades da arquitetura resultou em outra experiência pós guerra: o new brutalism. A arquitetura britânica foi se desenvolvendo entre dois polos, de um lado havia a reinterpretação da arquitetura vernácula, voltada para os gostos populares, modelos formais rurais e materiais tradicionais, e por outro lado a tendência da arquitetura hipertecnológica.

"(...) haviam duas forças atuando sobre a arquitetura moderna, a pressão conservadora da tradição e o impulso progressista da tecnologia." – Reyner Bahnam



O Novo Brutalismo teve como propagador Reyner Bahnam, na arquitetura os elementos estruturais eram utilizados de forma aparente, mostrando cada particularidade e valorizando-as esteticamente. O edifício tinha sua estética semelhante a dos armazéns e fábricas, onde a encanação, a fiação de eletricidade, os condutos de calefação e outras estruturas ficavam aparente, a intenção era valorizar os materiais não tratados, a forma pura e crua. Assim as estruturas aparentes passaram a fazer parte da arquitetura.

Alison e Peter Smithson visavam à vitalidade das ruas, as ciências sociais, os modos populares e a realidade da vida urbana. Apresentaram novos conceitos urbanos com a intenção de superar os conceitos tradicionais, e revisar os princípios do urbanismo racionalista; os conceitos urbanos eram a associação, identidade, crescimento, mobilidade e cluster.

O cluster foi o modelo mais representativo, pois se aproximava da ideia de estrutura formal, era semelhante a ideia morfológica de cacho. O objetivo era demonstrar que deveria existir uma forma especifica de habitar para cada situação particular, havia uma preocupação com a cultura e a comunidade.

"Qualquer reagrupamento é um cluster, uma espécie de termo comum que se usa durante o período de criação de novas tipologias." (MONTANER, 2001, p. 75)

Os Smithson acreditavam que para cada forma de associação entre as pessoas, existia um modelo diferente e inerente para o edifício ou para a cidade, sua visão de cidade era que a mesma deveria ser compreendida não apenas através de olhos técnicos mas também através das relações e manifestações humanas.

A arquitetura britânica dos anos 50 pensa no edifício voltado para o movimento das pessoas, por isso da enorme importância a articulação entre blocos, elementos como passarelas, ruas elevadas e torres de circulação vertical. O conjunto deveria mostrar os mecanismos de conexão entre blocos e a expressão da estrutura de sustentação.

Mais tarde urbanistas e sociólogos perceberam que a solução para os conflitos urbanísticos era o equilíbrio urbano, onde não faltasse vida cotidiana nas zonas centrais, ou que bairros residenciais ficassem carentes de grandes equipamentos culturais e sociais, e serviços comerciais.

"Trata-se, portanto, de lutar contra a cidade da especulação e do automóvel em favor da cidade das necessidades humanas." (MONTANER, 2001, p. 82)












CARACTERISTICAS DA ARQUITETURA PAULISTA BRUTALISTA

A arquitetura paulista não se resume somente a arquitetos da cidade de São Paulo, e nem esteve presente em todos os arquitetos paulistas; não possui um conceito concreto, porem pode-se afirmar que ela rompeu com a tradição de leveza e transparência, e que o concreto aparente era sua característica mais forte.

"A tecnologia empregada é a do concreto armado ou protendido, fundido in loco, utilizando lajes nervuradas, pórticos, pilares com desenho diferenciado, sempre com vãos livres e balanços amplos, sheds, grandes empenas de concreto usadas como quebra-sol ou plano de reflexão de luz, jogos de iluminação zenital/lateral, volumes anexos com estrutura independente." (ZEIN, 2002, p. 22)

Recebeu fortes influencias de arquitetos nomeados como Le Corbusier e Mies Van de Roh , suas características construtivas eram a horizontalidade; jogos de níveis em um único bloco, destacado do chão; estrutura de concreto armado aparente; destaque para os elementos de circulação, que quando na parte interna definem zoneamentos e usos, e quando externos possuem uma estética de destaque. As linhas retas e o abstracionismo eram marcantes.

A modulação foi bastante utilizada pelos autores, pois a mesma garantia flexibilidade de uso dos espaços, que eram amplos e cobertos. A relação da arquitetura com o entorno deveria causar um forte contraste e ao mesmo tempo se integrar com o mesmo, pela facilidade de acessos.

A arquitetura seguia a tradição moderna, onde os autores pioneiros divulgavam as novas concepções, uma boa forma de divulgar o modelo era introduzindo o mesmo no meio da sociedade com alto poder aquisitivo, onde os clientes não colocavam empecilhos nos projetos, e assim estabeleciam novos padrões para a sociedade.

No ano de 1985, Marlene Acayaba fez uma analise onde caracterizou a arquitetura residencial de São Paulo dos anos sessenta em dez mandamentos;

"1. As casas serão objetos singulares na paisagem/ 2. A lógica da implantação será determinada pela situação geográfica/ 3. O programa será resolvido num único bloco/ 4. A casa se pretende modelo
ordenador para a cidade/ 5. A casa será uma máquina de habitar/ 6. A casa será resolvida em função de um espaço interno próprio: o pátio, o jardim interno ou o vazio central/ 7. Volumes independentes conterão os espaços necessariamente fechados e definirão os espaços abertos/ 8. Internos ou externos, os espaços evoluirão um do outro/ 9. Os materiais serão genéricos e, se possível, industrializados/ 10. As relações sociais se darão sob uma nova ética". (ZEIN, 2002, p. 24)

Constatou também que a casa foi idealizada para ser um produto industrial, onde primeiro seria definido a estrutura e o resto seria pensado como componentes industriais; banheiros, cozinhas e áreas de serviço setorizados em espaço menor daria destaque maior ao espaço social. As casas seriam em concreto armado, sem preocupação de que o trabalho não fosse camuflado, agregando valor ao produto artesanal. Faziam parte de seus elementos de composição:

"Estruturas aparentes, dormitórios fechados apenas por divisórias, equipamentos
como mesas, sofás e lareiras organizam espaços, enquanto instalações, materiais
e cores, diretamente aplicados sobre eles, os caracterizam". (ZEIN, 2002, p. 24)


Mais tarde surgiram modelos voltados para os problemas sociais e econômicos do país, apresentando uma solução para o problema habitacional existente, o objetivo era criar uma "maquina de habitar", com materiais semelhantes porem de baixo custo, rompendo com os valores "burgueses". As casas eram voltadas para dentro, negando o entorno, já o interior era aberto, com ambientes integrados, acabando com a hierarquização de convivência e uso dos espaços.










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