Fichamento: \"Era dos Extremos: o breve século XX - Guerra Fria\"

July 15, 2017 | Autor: A. Filas Licnerski | Categoria: History, Eric Hobsbawm, Historia, História
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FICHAMENTO -

- Referência bibliográfica:

HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX. São Paulo, Companhia
das Letras, 1995. cap. Guerra Fria.

- Introdução:

Este fichamento tem como objeto de estudo o texto "Guerra Fria", da obra
"Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991", de Eric Hobsbawm. Com o
fichamento, torna-se mais fácil e compreensível o conteúdo estudado,
permitindo que se desenvolva uma melhor capacidade de leitura, bem como uma
melhor apreensão das idéias trabalhadas.

- Contextualização do Autor:

Eric Hobsbawm nasceu, no ano de 1917, em Alexandria, no Egito e foi educado
na Áustria, na Alemanha e na Inglaterra. Foi professor em diversas
universidades da Europa e da América, lecionou até aposentar-se no Birkbeck
College, da Universidade de Londres. Recebeu o título de doutor honoris
causa de universidades de diversos países. Escreveu, entre outros, "A Era
do Capital", "A Era dos Extremos", "A Era das Revoluções", "A Era dos
Impérios", "Os Bandidos", ''Da Revolução Industrial Inglesa ao
Imperialismo" e "Rebeldes Primitivos". O historiador, ao falecer em 1º de
outubro de 2012, foi lembrado em obituários por seu marxismo militante
durante a vida, tendo defendido, até mesmo, a URSS na época do Muro de
Berlim.
Em sua obra analisada por esse fichamento (Era dos Extremos), Hobsbawn
procurou mostrar uma visão diferenciada, pois analisou a história
contemporânea de uma forma própria, ao deixar evidente que, para ele, o
século XX se iniciou em 1914 com a Primeira Guerra Mundial e terminou em
1991 no desmoronamento da União das Republicas Socialistas Soviéticas
(URSS).
A diretriz seguida pelo autor foi com intenção de esclarecer a catástrofe
humana que foi o breve século XX, ou seja, um número enorme de mortes sem
precedentes históricos. Hobsbawm transmite para o leitor a desvalorização
do individuo durante longos momentos deste século. 
Eric Hobsbawm, pertence a escola Marxista inglesa e conseqüentemente todo o
seu referencial teórico está na abordagem de uma análise Marxsista. Porém,
ele rejeita o Marxsismo meramente economicista, em que todo fato tem
conseqüência econômica e com sua observação global da história, aponta para
um novo panorama, seguindo uma linha de pensamento única na história
contemporânea.
Em suma, a obra analisada é o testemunho do historiador sobre o século XX,
é a visão dele sobre a "era das ilusões perdidas". O olhar novo e único do
Hobsbawm mudou a forma de analisar-se todo esse século e, especificamente,
a Guerra Fria.

- Teoria:

O tema central do texto analisado é a Guerra Fria. De um modo geral, a
Guerra Fria, segundo Hobsbawm, teria durado 45 anos, sendo esses anos
limitados pelo lançamento das bombas atômicas e seu fim com o fim da URSS.
Para o autor, situada no fim da Segunda Guerra mundial, a Guerra Fria
emerge como o antagonismo entre duas potências que possuiam características
econômicas, políticas, sociais e culturais distintas. Tais potências seriam
os EUA e a URSS.
Sobre os 45 anos, o historiador afirma que esse não foi um período
homogêneo na história mundial, sendo, assim, dividido em duas metades: a
primeira que vai do final da Segunda Guerra Mundial até os anos 70 e a
segunda, que vai do início dos anos 70 até a dissolução da URSS em 1991.
Durante a Guerra Fria, o que ocorria, na verdade, é que existia uma
possibilidade de extrema grandeza de um conflito, e não era um conflito
comum, e sim nuclear.
Ou seja, de uma forma genérica, Guerra Fria pode ser teorizada como um
período da história mundial, caracterizado pelas constantes ameaças de
confronto entre as duas potências mundias que dividiam o mundo nesse
período, de um lado os Estados Unidos, potência dominante do mundo
capitalista, e do outro lado a União Soviética (URSS), potência dominante
do mundo socialista. Denominado Guerra Fria, porque foi um período de
ameças e tensão constante.

- Fontes:

Em seu texto, a fim de basear e reforçar suas teorias e ideias, bem como
parar encontrar embassamento teórico, Eric Hobsbawm faz uso de diversas
fontes. Logo na Introdução do texto, o autor faz duas citações, para dar
uma ideia geral do tema. A primeira é de Frank Roberts, para o Foreign
Office, e faz, basicamente, uma comparação entre russos e alemães. Já a
segunda, de 1981, de Richard Barnet, aborda a dependência entre a economia
e o sistema nuclear do período.
Já, para defender sua ideia central, Hobsbawm se baseia e se apoia no
filósofo Tomas Hobbes, ao citá-lo em: "a guerra consiste não só na batalha,
ou no ato de lutar: mas num período de tempo em que a vontade de disputar
pela batalha é suficientemente conhecida". Além de procurar apoio em
Hobbes, outra fonte fortamente usada por Hobsbawm é Walker. O autor faz
referência a esse diversas vezes, em suas notas de rodapé, principalmente
para citar exemplos da época da Guerra Fria, abordando, entre outros,
conflitos na China e no comunismo.
Além de referências a Hobbes e Walker, o historiador também usa como fontes
Acheson, ao falar do "ataque dos primitivos"; Maier, ao citar "a premissa
de todos os formuladores de políticas era preeminência econômica
americana"; Beschloss, para falar de conflitos no Vietnã; e cita, também,
entre outros, o International Herald Tribune, ao falar de mísseis no
Afeganistão.
Ademais, o autor faz referência, também, a outras partes e capítulos de
sua própria obra.

- Ideia principal e argumentos:

Apoiado em Hobbes, conforme já citado, Hobsbawm afirma que a Guerra Fria
foi a Terceira Guerra Mundial, pois a vontade da batalha foi reconhecida
por ambos os lados do conflito e fazia com que todos acreditassem que,
todos os dias, o mundo estava ameaçado pelas armas nucleares. Contudo, o
autor discorre dizendo que as potências não tinham a intenção real de
desencadear uma guerra, uma vez que ambos tinham consciência do poder de
destruição dos dois lados, que atingiria toda a humanidade. Essa
consciência era expressada pela sigla MAD, que significava destruição mútua
inevitável.
Para justificar suas ideias, o historiador demonstra como, depois da
Segunda Guerra Mundial, o mundo ficou nas mãos dessas duas potências. Os
EUA dominavam o hemisfério norte, o mundo ocidental capitalista e os
oceanos. A URSS ficara com o leste europeu e lugares dominados pelo
Exército Vermelho ou pelas Forças Armadas Comunistas.
Acontece que, mesmo sabendo da não intenção expansionista da URSS, o autor
afirma que o governo norte-americano achou interessante alimentar a idéia
da "ameaça vermelha" e manipular a mídia, fazendo propagandas pró-governo
para ganhar votos e aumentar a representação do partido ajudado no
congresso. Tal fato, junto à manipulação de discursos políticos, levaram a
um grande crescimento do setor bélico dos EUA, o que acarretou no armamento
não só do país como de todo o globo. Todo esse contexto, além de ter sido
fundamental para a manutenção do equilíbrio de poder do Sistema
Internacional, fez com que Estados, mesmo não sendo comunistas, se aliassem
à URSS para lutar contra o imperialismo norte-americano.
Hobsbawm afirma, ainda, que apesar da Guerra Fria ter acarretado numa
corrida amarmentista e de alta tecnologia bélica, isso revelou-se pouco
decisivo, uma vez que o resultado final teria sido um "empate". Para
exemplificar e justificar isso, ele demonstra o que aconteceu com outros
países periféricos a Guerra, como China (que virou comunista), Coréia do
Sul (que foi "protegida" pelos EUA e seus aliados do regime comunista do
norte), Afeganistão e Vietnã.
Apesar disso, o autor afirma que a guerra fria teve alguns aspectos
positivos. Um novo mundo polarizado eliminou as rivalidades mais regionais
e deu lugar aos grandes antagonismos entre os blocos econômicos. Para ele,
a economia mundial também se beneficiou, pois a economia estava
estabilizada (e enriqueceu ambos os lados com o lucrativo comércio de
armas) até o desmoronamento da URSS.
Em resumo, pode-ser que Eric Hobsbawm não acreditava na Guerra Fria, o
terceiro conflito do século XX, como uma guerra real. Hobsbawm colocou as
diferenças entre URSS e EUA como uma farsa de nações acomodadas com as
conquistas adquiridas na Segunda Guerra. Sendo, assim, possível, encaixar a
tese do autor até os dias atuais.
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