Fichamento: Leyes y teorías em Geografia de David Harvey

July 21, 2017 | Autor: José Neto | Categoria: Geografia
Share Embed


Descrição do Produto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA (PPGEO)

HARVEY, D. Leyes y teorías em Geografia. In:____. Teorías, leyes y modelos em Geografia. Madrid: Alianza Editorial, 1983. (Version española de Gloria Luna Rodrigo). p. 125-155.

ALUNO: JOSÉ QUEIROZ DE MIRANDA NETO

Fichamento apresentado à disciplina Teoria Geográfica e Análise Regional, ministrada pelo Prof. Dr Saint Claer Cordeiro da Trindade Júnior.

BELÉM-PA 2006.

1 – IDÉIA CENTRAL DA OBRA O texto “Leis e Teorias em Geografia” é capitulo de uma das obras mais importantes de David Harvey, traduzida para o Espanhol como “Teorias, Leis e Modelos e Geografia”, do Inglês: “Explanation in Geography”. O capítulo proposto investiga o potencial que tenderia a um uso mais consciente do método científico na explicação geográfica, tratando da formulação de leis e como essas leis são melhor analisadas no conjunto de uma teoria. Harvey trata em especial da Geografia anglo-saxã e a corrente nos EUA, utilizando afirmações de Hartshorne, Sauer e outros geógrafos muito presentes nas décadas de 50 e 60. 2 – INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR David Harvey é professor de geografia da Universidade de Oxford e atualmente trabalha com diversas questões sobre sustentabilidade e geografia urbana. É também Professor de Antropologia no Graduate Center da Universidade da Cidade de Nova Iorque. O seu livro mais recente é The New Imperialism publicado pela Oxford University Press. 3 – OBJETIVOS  Discorrer sobre a formulação de leis gerais em Geografia utilizando-se de conceitos da geografia de outras ciências aplicáveis a análise geográfica.  Tratar da formalização de teorias como uma questão importante para se trabalhar várias hipóteses em conjunto, buscando comprovações mais eficazes. 4 – PALAVRAS CHAVE Geografia, leis, teorias, generalizações, formalização, síntese. 5 – SÍNTESE ESQUEMÁTICA DA OBRA O objeto do capítulo proposto trata de investigar o potencial que tenderia a um uso mais consciente do método científico na explicação geográfica. “Porém, só tomaremos consciência desses limites quando tivermos elaborado a fundo o que se pode fazer dentro do seu campo de ação. E isto, em geral, nós temos alcançado. p. 125. I – LEIS EM GEOGRAFIA Pergunta: Utilizamos e podemos utilizar leis para explicar os fatos geográficos? p. 125. Woodridge e East: A geografia pode consumir leis da física e da química porém não pode elaborar leis especificamente geográficas. p. 126. Duas condutas para geografia humana: relacionar as condutas humanas as leis da química, solução que tem sido rechaçada pela maioria dos cientistas sociais; utilizar ações indicadoras da sociologia (leis estritas) independente de espaço, tempo e juízos de valor. p. 126. A adoção da acepção rígida do termo “lei” supõe que a Geografia nunca poderá produzir leis e que seu uso em Geografia só é possível caso as “leis estritas” da ciência possam ser utilizadas no processo explicativo em geografia. Devemos, então, resignarmos a meras generalizações. p. 126.

Concepção uniformizadora de Hutton: os geógrafos aceitaram que os fenômenos que estudam estão sujeitos a leis universais. Agora existem tipos específicos de relações aceitas como leis da Geografia, quase todos os estudos supõem os processos examinados como universais – o próprio estudo da gênese da paisagem era tomada como história singular, manifestações de leis científicas. p. 127. Os estudos da geografia humana têm resistido com freqüência a tratar os fenômenos individuais como se estivessem também submetidos a leis científicas. Os geógrafos frequentemente necessitam de generalidade reduzida devido a aplicação de estudos em parcelas reduzidas da superfície terrestre, mais isso não impede o desenvolvimento de afirmações mais gerais, pelo contrário, estas são mais apreciadas em função dos estudos comparativos que demandam amplas generalizações. p. 127. Algumas leis gerais podem não ser aplicáveis em todos os lugares e épocas, por exemplo, a afirmação: cidades de igual tamanho e função se encontram em distancias similares, “porém a ciência não se contenta com uma informação desse tipo, carece de rigor e de precisão. Requer que se defina operativamente o que é similaridade entre funções e a população, e isto é difícil de alcançar. p. 128. A lei do inverso da distância: “a migração de dois núcleos é proporcional a população dos dois núcleos e inversamente ao quadrado da distancia entre elas”. É necessário: 1) uma derivação analítica clara da própria lei; 2) uma definição clara de seu campo para que leis de inter-relação espacial e leis da física não tenham o mesmo status. p. 129. Em tais circunstâncias, aceitar a universalidade metodológica é crucial e, no entanto, seguiremos o mesmo cepticismo acerca de sua aplicabilidade universal absoluta dentro de um campo definido. p. 129. A universalidade metodológica pode ser suposto importante em relação ao relativismo cultural da geografia humana. As diferentes culturas apresentam sistema de valores radicalmente diferentes, acaso este fato irrefutável impede um estudo científico de diversas sociedades? p. 129. Sauer: a opção por um “relativismo cultural” – concebe que o mundo está composto por um mosaico de tipos de paisagem e que cada uma é expressão única de uma tipo de cultura, sendo descritível só em fins de sua própria coerência interna cultural. As leis claramente universais não tem lugar nesses estudos. p. 129. Dois tipos de reação da Geografia Cultural: 1) Desenvolver um método científico que transcenda as diferentes culturas: os estudos comparativos são impossíveis a menos que estejamos de posse de conceitos que possam transcender as culturas individuais de forma definida. 2) Adaptar a postura de um relativismo metodológico, que se contrapõe ao relativismo filosófico: propõem que examinemos os sistemas culturais como se expressassem processos universais humanos similares. p. 130. Se tem atualmente uma redução parcial das afirmações e leis universais. p. 130.

Não cabe dúvida de que as ciências naturais (e a geografia física) estão em melhor posição que as ciências sociais (e a geografia humana) já que suas leis estão, em geral, melhor sustentadas (e portanto seu uso requer menos supostos). p. 130. Existem todas as premissas para esperar que se possam formular leis rigorosas em todos os campos da ciência geográfica, e não há justificação alguma para pensar que não se podem desenvolver leis em geografia humana em função da complexidade e variabilidade de seu objeto. p. 130. II – AS TEORIAS EM GEOGRAFIA Não obstante, podemos distinguir entre as idéias e os conceitos dos que teorizamos, e até que ponto são científicos os juízos teóricos, de acordo com as pautas de filósofos e lógicos. p. 131. A) SOBRE TEMAS E TEORIAS A especulação metafísica a cerca da natureza da geografia proporciona “diretrizes” e princípios reguladores para encontrar uma teoria geográfica. p. 131. “O trabalho de Hartshorne constitui a fonte de informação mais completa a cerca da concepção que os geógrafos da natureza vêm tendo de seu objeto de estudo. Portanto, o problema reside em como catalogar o amplo acúmulo de conceitos e idéias de nossa bibliografia tradicional. p. 131. Cinco grande temas de organização do pensamento geográfico segundo haggett: a) O tema da diferenciação espacial: o objetivo da investigação geográfica é o estudo das diferenciações zonais na superfície terrestre, sintetizando conhecimentos no contexto da região, a partir dos conceitos de Hartshorne. p. 132. b) O tema da paisagem: Sauer (1963) deu importância ao conceito de paisagem na geografia americana em 1925, funcionando como tema principal de investigação, sobretudo entre os geógrafos culturais da escola de Berkeley. p. 132. c) O homem e o entorno: esta temática foi objeto de investigação dos deterministas que consideraram o entorno físico como causa motora e deixaram de lado os efeitos da interação ou da retroalimentação. p. 132. d) O tema da distribuição espacial: Hartshorne inseria na diferenciação zonal, para outros é um tema com investigação própria, manifestando interesse na análise locacional. p. 133. e) O tema geométrico: tema em relativo abandono até 1950, quando tem crescido interesse p. 133. O próprio ato de selecionar uma área implica esboçar uma teoria e uma hipótese acerca do que é significativo. “os temas atuam como diretrizes que indicam o tipo de fatos que o geógrafo deve recorrer, sugerindo, ademais, uma forma de organiza-los. p. 133. Uma vez que temos demonstrado que os temas suscitam teorias devemos examinar agora até que ponto isso tem sido um processo explícito, o qual alcançaremos se examinar-mos três

aspectos da teoria científica: a natureza dos postulados básicos, o grau de representação formal e o status empírico. p. 134. B) OS POSTULADOS BÁSICOS Uma teoria desenvolvida requer axiomas (postulados básicos), princípios relativos, é útil argumentar hipoteticamente sobre eles, mas jamais podemos inseri-los como base do pensamento geográfico por causa dos perigos de uma formulação prematura. p. 134. 1. Conceitos derivados Os conceitos derivados podem ser de dos tipos: da geografia e de outras disciplinas que são úteis para explicar fenômenos geográficos. p. 135. O fato de os geógrafos se interessarem tradicionalmente por algum aspecto da organização espacial supõe a elaboração de teorias de alguma outra disciplinas num contexto espacial ou zonal. Processo que pode ser demonstrado nas teorias a seguir: p. 135. a) Uso de conceitos econômicos: a natureza da economia: trata da utilização de recursos escassos com os alternativos. Muitos dos postulados e teorema da economia tem sido integrados na teoria geográfica, em especial os postulados que tratam da teoria da localização tal como a "Teoria dos lugares centrais". p. 135. Cristaller desenvolveu teorias onde os modelos econômicos eram muito presentes, levando-o a definir uma organização espacial optima na hierarquia dos assentamentos. p. 136. Versão Geométrica: permite identificar a articulação da estrutura teórica a partir de postulados econômicos básicos, mediante a estrutura espacial de sistemas de assentamento, até a forma geométrica que adota o sistema espacial. p. 136. b) Os postulados psicológicos e sociológicos: Brunhes (1920): a geografia humana deve de extinguir os efeitos natural e psicológicos e não contentar-se na observação dos fatos em si mesmo. Sauer (1963): seria interessante que o significado da adaptação do homem ao meio se desse em função do estilo de vida e pelas relações entre o ambiente como expressão histórica e geografia. p. 136. Wolpet (1964): o conceito de satisfação espacial descreve com mais certeza as pautas de conduta da mostra populacional que o conceito normativo de “homem econômico”. O conceito de satisfação, que foi usado pelos autores supracitados, pode integrar muitas noções epistemológicas díspares: espaço de ação, mecanismo de estímulo e resposta. p. 136. c) Os postulados da física: na medida em que a física e química tem uma complexidade teórica maior que qualquer das ciências sociais, podemos dizer que a geografia física e serra conceitos mais e rigorosamente fundamentados que a geografia humana. p. 138. “Porém, grande parte da investigação em geografia física não tem tratado diretamente de processos. Trata-se de estruturas espaciais, morfometria e mofologia genética, nas quais o volume do fato parece conceber grande importância. p. 138.

“A explicação e a teoria deve basear-se em o conhecimento do processo, e nisto os postulados da física jogam um papel muito importante. Assim que, embora os geomorfólogos tenham intentado investigar sem referir-se especificamente aos processos, parece que essa é a chave para a explicação em geomorfologia.” p. 138. Crítica de Brookfield (1964): A escola de Berkeley apresenta um certo "esnobismo intelectual" - e explicações superficiais mediante noções de disciplinas não totalmente compreendidas. p. 139. Defesa de uma ingenuidade intelectual entre os antropólogos que consiste em fechar-se nos estudos de sua disciplina, uma vez que a interdisciplinaridade compete ao gênios. p. 139. QUESTÕES SOBRE A INTERDISCIPLINARIDADE 1° lugar: Interdisciplinaridade supõe certas responsabilidades: para utilizar conceitos de outras disciplinas deve-se compreender os com precisão, sem que seja necessário compreender o processo de derivação desses conceitos. p. 139. 2° lugar: resultará muito difícil para qualquer disciplina individual resistir à pressão até integração da ciência como um todo. Nesse contexto, não importa que a geografia em particular desapareça, já que este será indubitavelmente o destino de muitas outras disciplinas. p. 140. 3° lugar: tomar emprestado de outras ciências não implica necessariamente inferioridade intelectual. Supõe-se, em uma perspectiva limitada, que a única atividade da geografia é a dedução de redes espaciais ou mofometria a partir dos postulados básicos das ciências sociais e físicas. p. 140. 2. Conceitos próprios da Geografia A limitada e experiência que temos junto com algumas noções apriorísticas acerca da natureza da investigação geográfica, nos proporciona algumas chaves acerca da natureza destes postulados próprios. Há três tipos de conceito geográficos: a) Os conceitos derivados de outras disciplinas, seriam principalmente relacionadas aos processos temporais; já que a geografia trataria de questões espaciais. p. 141. b) Conceitos que jogam um papel ambíguo: Às vezes jogam um papel explicativo porém em outras ocasiões podem ser interpretados como regras de procedimento para levar adiante a investigação geográfica. Tal como o conceito de região, Que se outorga às vezes o como um caráter de entidade teórica, tal como um átomo com neltron, outros autores consideram como uma forma especial de classificação. p. 141-142. c) Formulados próprios que permitem desenvolver teorias geográficas relacionadas a processos espaciais. “Tal título é bastante enganoso, já que estes processos não são temporais e portanto estritamente falando, não são em absoluto processos, melhor dizendo, são conjuntos de relações espaciais. Estes conceitos têm a ver essencialmente com localização, a distância, proximidade, estrutura e morfologia”. Trata-se da relação entre geografia e geometria. p. 142.

3 - Teoria Geral e Síntese Dicotomia em relação a interpretação da noção de síntese: A interpretação de fatores de uma área que conferem a ela uma unidade própria, sujeitam a idéia de que geografia se ocupa da síntese de tudo que existe dentro de um contexto zonal. Outra idéia corrente é a da síntese como questão de ligar a teoria que explica os processos espaciais com teorias acerca da estrutura e formas espaciais. p. 143. Relação entre a conduta temporal e forma espacial: Curry - Hipótese hergótica: as propriedades de estado das séries temporais são essencialmente iguais às propriedades de estado do conjunto de observações do mesmo fenômeno tomado por um contexto espacial. Por exemplo, as propriedades de estado da conduta do consumidor são as mesmas que as propriedades de estado da rede espacial dos pontos de venda. p. 144-145. C) FORMALIZAÇÃO DA TEORIA EM GEOGRAFIA Dois modos de elaborar teorias formas: * esclarecendo postulados básicos e cálculo apropriado. * aplicando as técnicas aos problemas geográficos. p. 145. Exemplo simples de teorização verbal partir de duas leis: 1. Se um sistema de cultivo tem vantagens naturais no entorno de outros que carecem de sistema de cultivo, então esse sistema sobreviverá e se desenvolverá. 2. Se o sistema de cultivo carece das vantagens naturais que possuem outros em um entorno, então e sistema não sobreviverá e não se desenvolverá. p. 147. A dedução dessas leis não está clara, o primeiro ponto que precisa de esclarecimento é o conceito de vantagem. Não podemos defini as vantagens naturais mediante as características que têm permitido sobreviver aos diferentes sistemas agrícolas e se desenvolver em entornos diferentes. p. 147. Exemplos de lógica rigorosa em geografia: Garrison e Marble começam analisando a natureza dos postulados de supostos que se fazem normalmente a cerca da localização das atividades agrícolas e depois constroem um sistema de axiomas e examinam os problemas. p. 148. Sprouts: Intenção de esclarecer a hipótese homem-entorno mediante teorias de explicação mais gerais. Há necessidade de utilizar formas verbais que sejam explicativas de forma coerentemente lógica, não menos interessante; o problema da falta de claridade do aparato conceitual de geografia é bem mais relevante que sua formalização. p. 150. D) O STATUS EMPÍRICO DA TEORIA GEOGRÁFICA A experiência acumulada acerca das comprovações das proposições nos permite compreender dos pontos gerais: 1. É mais fácil comprovar uma hipótese integrada em uma teoria que comprovar uma hipótese completamente independente. 2. A comprovação é essencialmente um processo indutivo e seria impossível que um científico apresentasse evidencias para cada caso dentro de uma proposição dada. p. 152.

Existem, contudo, inúmeras dificuldades de encontrar evidências empíricas para algumas teorias, tal como a teoria dos lugares centrais, a qual muito geógrafos vêm se preocupando em diminuir a margem de erro das formulações. Pensou-se a até em integrar estas nações probabilísticas em uma teoria mais ampla onde possam inserir-se todos os sistemas urbanos. p. 154. “Podemos, portanto, concluir que a teoria geográfica derivada tenderá a um status empírico diferente, que dependerá do status em picos da teoria da qual se deriva. O mais provável é que haja uma diferença prática clara entre as teorias da geografia física, que podem remeter-se a teoria geral, e as teorias da geografia humana, que não tem um texto apropriado”. p. 154.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.