Fichamento Maquiavel o Principe

June 24, 2017 | Autor: Mateus Mello | Categoria: Maquiavel
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FICHA RESUMO/ANALÍTICO DE OBRA CIENTÍFICA


1. NOME COMPLETO DO AUTOR DO FICHAMENTO: Mateus de Mello.

2. OBRA EM FICHAMENTO: MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe: São Paulo: Saraiva, 2010

3. ESPECIFICAÇÃO DO REFERENTE UTILIZADO: Fichamento resumo da obra introdutória e vital para a disciplina de Ciências Políticas.

4. RESUMO DA OBRA:



Capítulo I- Dos diferentes tipos de principados e os modos de conquistá-los: Neste capítulo, Maquiavel afirma que existem dois tipos de Estado: república e principados. Caracteriza os Estados principados como hereditários ou novos. Segundo ele, os novos são recentes e muitas vezes anexados aos Estados dados por herança. Afirma também, que o príncipe chegaria ao poder através de fortuna ou por mérito.

Capítulo II- Sobre os principados hereditários e seus dilemas: Maquiavel desprende-se da ideia de discursar à respeito da republica e se concentra principalmente nos principados. O assunto principal deste capítulo é a dificuldade existente em se manter cada um dos modelos de Estado, e segundo o autor, o príncipe de um Estado hereditário tem maior facilidade de liderar, pois o povo está condicionado ao domínio de uma família, uma linhagem. Ainda, Maquiavel afirma que o Príncipe que tentar mudar os costumes de seu povo – recém conquistado – corre o risco de ter este se revoltando contra ele. Deste modo, é conveniente para o príncipe respeitar a cultura e as tradições locais para que se mantenha um clima de harmonia.

Capítulo III- Explicação dos principados mistos: Primeiramente, Maquiavel explica o que é um principado misto: é um principado anexado a um Estado hereditário e como suas dificuldades se aproximam dos principados novos. Para ele, o povo tem necessidade de mudança, desejo de melhorias, e mudarão de governante se necessário para que isto aconteça. Além disto, Maquiavel mostra neste capítulo que mesmo o príncipe tendo um grande exército, sempre necessitará do apoio do povo para ocupar uma nova província. Explica também a facilidade existente em dominar uma província de mesma língua, mantendo por um período as leis e os impostos, para evitar conflitos. Caso esta província venha a ter diferentes leis, língua e


costumes, Maquiavel afirma a necessidade do príncipe de se mudar para esta, para que os conflitos e distúrbios sejam resolvidos imediatamente, pois a tarefa de mantar uma província extremamente diferente da habitual, é árdua.

Capítulo IV – por que o reino de Dario, que fora ocupado por Alexandre, não se rebelou contra os seus sucessores do mesmo após a morte de Alexandre: Os príncipes que reinaram até hoje sempre governaram de dois modos: ajudados por ministros (que exercem dados pelo próprio príncipe), ou com assistência de vários barões (que possuem poder graças a hereditariedade, e seu poder é independente do príncipe).

Capítulo V- Da maneira de manter governos que antes da ocupação, se regiam por leis próprias: Maquiavel traz a ideia de como manter uma província recém dominada, seriam formas de mantê-la: primeira, arruinando-o; segunda, habitando-o; e terceiro, permitindo que eles vivam seguindo suas próprias leis. Afirma ele, que a última forma é a menos eficaz e por isto deve ser evitada. O motivo deste é porque um povo livre, dominado e tendo a liberdade caçada sempre terá motivo para se rebelar, por isto é melhor respeitá-los ou destruí-los.

Capítulo VI- Os recentes domínios conquistados à base de valor e próprias armas: Neste capítulo, Maquiavel fala sobre o domínio por meio do valor e das armas. Os príncipes novos que dominam pela sua virtude (valor) possuem grande dificuldade de chegar ao poder, pois não possuem poder físico que os faça chegar lá, mas mantêm seu reinado com maior facilidade. Segundo ele, as dificuldades surgem com a tentativa de inovação e mudança obrigatórias para a perpetuação de seu governo. Ainda, acrescenta que é fácil persuadir o povo para uma coisa só, o difícil é que se mantenha a opinião destes, que no últimos dos casos, será mantida através da força.

Capítulo VII- Dos principados conquistados através das armas e boa sorte: Neste, fala a respeito do príncipe que chega até o poder através do dinheiro ou por ele. Este encontrará grande dificuldade em se manter no poder, apesar de alcança-lo com facilidade. Chegar no poder por este meio, é chegar despreparado, sem raízes de qualquer procedência.

Capítulo VIII- Dos que atingem o principado pelo crime: São duas formas de se chegar ao poder que não podem ser inclusas em mérito ou a fortuna: a primeira delas, através de da maldade, da ilegalidade, contrária aos ideais humanos e divinos; a segunda, através do crime em favor dos conterrâneos. Se optado pela segunda, os crimes devem ser cometidos todos de uma vez, pois ofendem menos.

Capítulo IX- O governo civil: Na visão de Maquiavel, um governo civil é quando um cidadão comum assume o papel de soberano através de seus concidadãos. Nesta ordem, o governo civil difere de um governo aristocrático, uma vez que a aristocracia quer ordenar e reprimir o povo, e o povo deseja não ser reprimido. Aí encontra-se dificuldade do aristocrata de governar, pois quem não tem o apoio do povo, dificilmente se manterá no poder. O governante

eleito pelo povo encontrará maior facilidade de ganhar prestigio.

Capítulo X- Como medir forças dos principados: O capitulo X trata de uma análise ao príncipe, que deve diagnosticar a sua força, descobrindo se consegue efetividade em um ataque ou se deve retroceder e proteger-se em seus muros. A capacidade de auto análise de um príncipe é vital, e saber medir a sua força perante o povo também, pois, mesmo que venha a perder o governo, o seu sucessor não conseguirá se manter pois ele ainda terá o povo.

Capítulo XI- Os estados eclesiásticos: Conquistados pela sorte ou mérito, porém estes não são necessários para que se mantenha o governo, porque o governo se mantem devido aos antigos costumes religiosos. Mesmo que um novo dominador se acomode, este não conseguirá desmembrar o povo, os antigos costumes prevalecem.

Capítulo XII- Os diferentes tipos de milícia e de soldados mercenários: Na ótica de Maquiavel, a base para um Estado efetivo são bons exércitos e boas leis. Ele classifica os exércitos em três tipos diferentes: mercenários, auxiliares e mistos. Adverte que as tropas mercenárias e auxiliares são perigosas e por isso devem ser evitadas. Os mercenários não possuem valor axiológico em sua luta, a sua única motivação é o salário, e por isto são covardes. São dispostos ao príncipe em tempo de paz, mas nos tempos difíceis o abandonarão.

Capítulo XIII- Força auxiliar e mista: As forças auxiliares são piores do que as forças mercenárias, pois estas obedecem a outro poderoso, tendo como motivação sua bravura, mas após o alcance dos objetivos pode se virar contra o príncipe, pois não atende a ele, mas a outro poderoso. A força correta para um príncipe prudente seria a mistura de suas tropas próprias e mercenários, supera as forças auxiliares mas se mantem abaixo de um exército totalmente próprio, nacional. Ainda, príncipe nenhum estará seguro se não possuir exército próprio.

Capítulo XIV- Os deveres do príncipe para com sua milícia: O capítulo se introduz mostrando quais são os interesses de um príncipe além das guerras, sendo as leis e as disciplinas tão importantes quanto ela. Quem negligencia a guerra corre sério risco, pois a gente faz de homens comuns, príncipes, o inverso é verdadeiro. De fato, as guerras não podem ser evitadas, então só resta para o príncipe preparar seu exército, mantendo-o treinado. A caça é recomendada por Maquiavel, para que os soldados se habituem com sua região.

Capítulo XV- As razões pelas quais os homens, ou príncipes, são censurados ou louvados: Maquiavel traz qualidades possíveis de um príncipe, e afirma que não se pode ter todas as qualidades por eles enumeradas. O capítulo aborda a etiqueta de conduta de um príncipe frente aos amigos e súditos, afirmando que o príncipe precisa saber ser mau, e ser mau de acordo com a necessidade momentânea.






Capítulo XVI- A liberdade e a parcimônia: Neste capítulo, é falado sobre o príncipe liberal, que deve praticar a liberalidade de modo apropriada. Um príncipe que esbanje dinheiro poderá acabar gastando sua fortuna de modo inoportuno e acabar elevando os impostos, gerando descontentamento do povo.

Capítulo XVII- Sobre ser amado ou temido: Aqui, Maquiavel discorre sobre a vontade de todos os príncipes, de ser amado e não temido, não ser visto como uma figura má. A figura de um príncipe piedoso é importante mas deve ser empregada convenientemente. Maquiavel faz neste capítulo uma análise do ser humano, e afirma que o sentimento de amor é mantido pela obrigação, enquanto o temor, se mantém pelo castigo. Se o povo criar muitas expectativas (devido a obrigação amorosa existente) e estas forem frustradas, o príncipe terá problemas em seu governo. Se o príncipe não conseguir o amor do seus súditos, que seja temido, mas deverá ter cautela para não ser cruel.

Capítulo XVIII- Como o príncipe deve manter sua palavra: Maquiavel relaciona integridade e astúcia, dizendo que seria agradável se o príncipe agisse com integridade ao invés de astucia. O príncipe deve manter sua palavra, mas não existe motivo para mantê-la quando esta é prejudicial à todos que estão submetidos a ela.

Capítulo XIX- Como evitar o ódio e desprezo: O príncipe deve tomar muito cuidado com suas atitudes, fazendo-as de maneira sólida, de tal maneira que sejam irrevogáveis e ninguém possa manipulá-lo. Maquiavel também atenta para duas coisas que devem ser observadas pelo príncipe, que são as potencias estrangeiras e a conspiração de seus súditos. A conspiração de seus súditos só ocorrerá se o líder for odiado, pois o súdito só executaria o príncipe caso sua morte satisfizesse o povo.

Capítulo XX- Da utilidade das medidas de proteção e medidas rotineiras tomadas pelos príncipes: Frequentemente, os príncipes constroem para si fortalezas para se protegerem de forças estrangeiras e muitas vezes da proximidade com seu próprio povo. O príncipe que constrói barreiras entre seu povo e seu reino, e desarma-os, ofende de maneira agressiva a confiança de seus súditos.

Capítulo XXI- O que convém para o príncipe realizar: Em cada ação do príncipe, ele deve visar a fama de grande homem. O príncipe precisa ter iniciativa, passando longe da passividade, pois príncipes neutros não perduram. O príncipe jamais deve fazer aliança com alguém mais poderoso que ele, pois caso seja bem sucedido, o príncipe terá um débito com este superior. Segundo Maquiavel, o príncipe deve fazer com que o povo não se sinta coagido para investir e fazer melhorias em seus negócios, com medo de perde-los.

Capítulo XXII- Os ministros do príncipe: Na concepção de Maquiavel, se mede, em primeira instancia, a inteligência de um príncipe pelos homens que ele tem ao redor. Bons príncipes escolhem bem os seus ministros, e o inverso também é válido. O príncipe deverá procurar ministros que não pensam em sua ascensão pessoal acima do sucesso do príncipe.

Capítulo XXIII- Como fugir dos aduladores: Aqui, Maquiavel exprime a existência plena de aduladores em todas as cortes e uma única maneira para que se evite estes incômodos. A solução para aduladores é a de dizer-lhes que falar a verdade não o ofende, desde que sejam os homens tidos como certos para a ele falar. Então, o príncipe deve escolher homens sábios para ter a sua volta, que lhe respondam com verdade ao que lhes fora perguntado.

Capítulo XXIV- Porque os príncipes da Itália perderam seus governos: Maquiavel volta aos conceitos de hereditariedade e novos príncipes quando afirma que um príncipe novo é muito mais vigiado pelo povo do que o príncipe de sangue. Porém, se este mostrar muitas qualidades durante a decorrência de seu reinado, poderá ter mais seguidores do que um príncipe de sangue azul. Afirma também, que os príncipes italianos pecaram em não neutralizar os grandes príncipes acima deles, e quando os momentos difíceis chegaram, sentiram-se hostilizados pelo povo e fugiram.

Capítulo XXV- Como resistir a fortuna e se comportar diante dela: Para Maquiavel, todos os acontecimentos de nossas vidas são efeitos da sorte, apesar de podermos controlar metade deles. Maquiavel critica também os príncipes que se apoiam sobre a fortuna, pois esta é fruto da sorte, que não é uma constante. Ou seja, o reinado daqueles que se apoiam na fortuna podem ter curto prazo, uma vez que a sorte não é uma constante na vida dos homens.

Capítulo XXVI- A extorsão para livrar a Itália da mão dos Bárbaros: Neste último capítulo, Maquiavel faz um apelo aos Médici para que estes tomem poder em toda a Itália. Para ele, a Itália chegou ao ponto de precisar de uma interferência para reordenar a situação de extremo caos, e por isto ter um novo príncipe. Maquiavel então, recorre a família Médici para isto, que organizaria uma nova Itália e um novo reinado.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A obra de Maquiavel foi de suma importância para o desenvolvimento da ciência política como matéria isolada de outras ciências sociais, pois foi a primeira a descrever e interpretar o estado como um objeto de estudo político/social de maneira diferente dos antecessores. Maquiavel aponta nesta obra, déficits que podemos encontrar até os dias de hoje no governo de regentes atuais, isso significa dizer que a obra de Maquiavel se imortalizou



quando trouxe essa teoria geral que pode ser aplicada e interpretada de diferentes maneiras, podendo ser utilizada neste status quo atual.



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