Fichamento: O Pensamento Econômico em Perspectiva: Uma História Crítica GALBRAITH, J. K. (Caps. IV e V)

July 21, 2017 | Autor: Leonardo Lopes | Categoria: Economia, Economia Política, Mercantilismo
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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Fichamento: O Pensamento Econômico em Perspectiva: Uma História Crítica
GALBRAITH, J. K.
Cap. IV – Os Mercadores e o Estado
Cap. V – O Modelo Francês
OS MERCADORES E O ESTADO
O mercantilismo, acredita-se, começou e meados do século XV, e seu término, marcado pelas revoluções americana e francesa, além da publicação do Riqueza das Nações, de Adam Smith, acontece em meados do século XVIII
O mercantilismo foi um produto das mentes dos estadistas, funcionáros públicos e líderes comerciais.
As teorias econômicas não eram expressas por economistas ou filósofos específicos.
No início do período mercantilista, houve uma expansão comercal contínua e um grande crescimento do comércio, juntamente com o surgimento de bancos e despontamento de mercadores como figuras distintivas. As cidades mercanis da península itálica e da Liga Hanseátca, na Alemanha, congregavam comunidades mercantes eminentes. Houve também maior influência dos mercadores no governo, tornando-os cada ves mais influentes nos mercados nacionais.
A nova burguesia comercial teve que brigar por espaço com a classe proprietária dominante, por isso buscou alianças com o Estado e o rei.
Os reis foram se fortalecendo, dependendo cada vez menos do apoio dos nobres para manter o seu poder.
A nobreza foi gradualmene se enfraquecendo, à medida que a burguesia se foralecia.
Com a colonização das Américas, houve grande influxo de metais preciosos – principalmente a prata – causando um aumento descontrolado dos preços, primeiro na Espanha, depois no resto da Europa.
É possível seguir o caminho que o ouro fazia pela alta dos preços
A inflação dos séculos XVI e XVII foi estimuladora e contribuiu para a aceleração do processo de transição ao capitalismo.
Com mais dinheiro nas mãos das pessoas – ou seja, maior monetização da sociedade – e a possibilidade de adquirir ainda mais motivou essas pessoas a buscarem mais dinheiro.
Consolidação da autoridade do Estado; surgimento dos Estados nacionais. Os mercadores financiavam e sustentavam o poder externo e interno dos Estados
Devido à maor concorrência, os mercadores abandonaram o conceito do preço justo, e passaram a se preocupar não que os preços estavam altos - mas baixos demais. Não havia também um conceito generalizado de salários: os mercadores pagavam às manufaturas, que por muito tempo permaneceram como atividades familiares, apenas o valor peo trabalho necessário para obter o produto.
Atitude negativa dos mercadores com relação à concorrência: com o fortalecimento da burguesia comercial, esta passou a exercer maior influência nos assuntos de Estado, que concedia privilégios, subsídios e incentivos aos monopólios criados pelas grandes companhias de comércio.
Adoção de taxas aduaneiras e proibição às importações de produtos manufaturados eram manfestações práticas do período mercantilista.
Hava um empenho público para limitar a saída de ouro e prata do país, e os Estados esforçavam-se ao máximo para menter uma balança comercial positiva.
Com o avanço do processo de transição à economia capitalista, o mercado competitivo deixou de ser um vilão, e a noção de riqueza, antes baseada na oferta de moeda e acúmulo de metais preciosos, passou a ser associada com a produção de bens e serviços.

O MODELO FRANCÊS
A agricultura era tida como a fonte de toda a riqueza, e os mercadores e industriais exerciam uma função secundária. Esses, juntamente com os artesãos, eram chamados classes estéreis, ou classe não-produtiva.
Os fisiocratas eram defensores da lei natural, que entende como justo tudo o que existe em termos de ideal e do bem comum. Três nomes destacam-se:
François Quesnay (1694-1774)
Anne Robert Jacques Turgot (1727-1781)
Pierre Samuel du Pont de Nemours (1739-1817)
Advogavam em favor do livre comércio, e de que as coisas deveriam se resolver por si mesmas, simplificadas pelo laissez-faire, laisses-passer (deixe fazer, deixe passar), o maior legado dos fisiocratas. Questionaram e argumentaram contra as medidas protecionistas do mercantlismo inglês, que conflitavam com a lei natural.
Havia ainda a doutrina do produit net, onde toda a riqueza tem origem na agricultura, e em nenhum outro setor, profissão ou ocupação. Nada era acrescentado no decorrer do processo de manufatura e/ou industrialização e venda dos produtos.
Isso estava ligado à estrutura classial dos fisiocratas: os proprietácios de terra guiavam e supervisionavam a produção agrícola. A seguir, viria a classe produtiva, que cuidava dos animais e trabalhavam a terra. Era após o pagamento deste que o produit net ia para os proprietários. Por fim vinham os mercadores, fabricantes e artesãos, a classe não produtiva.
Nesta lógica, segue-se que aqueles que não exerciam ocupações que não a agricultura não produziam riqueza, e portanto não deveriam pagar impostos, sendo melhor cobrar os impostos do senhorio ou do fazendeiro proprietário diretamente. Uma vez que nenhum valor era acrescentado ou agregado no processo industrial, os fisiocratas afirmavam que os preços deveriam refletir seus custos de produção.
Concebida por François Quesnay, a Tableau Economique (ou Tabela Econômica) causou grande impacto. É um diagrama que pretendia mostrar o fluxo dos produtos : do agricultuor ao proprietário, deste ao mercador e às classes estéreis, e visava esclarecer que o dinheiro acabava fluindo de volta ao agricultor, e que cada parte da economia servia e era compensada por cada uma das outras. Mais tarde, esse trabalho foi relegado, e considerado uma mistificação.



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