Fichamento_CARDOSO, Ciro Flamarion. Formas de trabalho compulsórias na antiguidade

June 22, 2017 | Autor: S. Semíramis Sutil | Categoria: Ancient History
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Fichamento acadêmico Séfora Semíramis Sutil Moreira1

CARDOSO, Ciro Flamarion. Formas de Trabalho compulsório na Antiguidade

1. Egito

As estruturas econômico-sociais egípcias apareciam muito marcadas por um Estado burocrático. A economia, baixamente tecnificada e mercantilizada, sobretudo natural, baseava-se em que a maior parte dos excedentes produzidos era concentrada pelo governo faraônico e pelos templos, posteriormente era redistribuído parcialmente. As unidades produtivas eram ocupadas e usufruídas por funcionários em virtude do exercício de suas funções. Ocorreu que, em períodos de descentralização, as terras do rei fossem usurpadas por famílias de governantes provinciais. A partir do Reino Novo o comércio conheceu razoável intensificação.

2. Categorias sociais

As categorias sociais dividem-se em funcionários do palácio chamados de “Grandes Príncipes”, talvez funcionários provincianos; exército (infantaria, carros, mercenários estrangeiros, auxiliares) e lavradores. A posição livre/escravo não constituía o eixo central na classificação social egípcia, mas existiam escravos. Porém, representaram algo bem diferente da “escravidão-mercadoria” grega e romana.

2.1.

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Trabalhadores

Graduando em licenciatura/ bacharelado em História pela Universidade Federal de São João delRei (UFSJ) - 2014

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Pessoas em princípio livres e que exerciam profissões variadas, quando chamadas à corvéia real, eram encerradas à note na prisão local durante o período de trabalho compulsório, cuja natureza era variável: conserto de diques e canais de irrigação, tarefas agrícolas, construções, etc. Se tentassem escapar à corvéia real pela fuga, depois de um prazo de seis meses tornavam-se escravos hereditários. Para forças os fugitivos a entregarem-se, familiares seus podiam ser aprisionados. Construtores de tumbas faraônicas eram altamente especializados e de grande aprece do Faraó. Recebiam mensalmente trigo e cereais para fabricação de pão e cerveja; em intervalos maiores recebiam peixe, legumes, azeite, gordura, combustível e roupas; ocasionalmente os pagamentos eram feitos por suplementos e prêmios. Tratava-se de uma categoria muito especial, privilegiados em comparação com a maioria dos artesãos e artistas do país. Suas casas eram confortáveis segundo o padrão de residências de nãonobres e viviam com suas famílias.

2.2.

Camponeses

Os camponeses egípcios pagavam suprimentos de grãos ao Faraó. Há indícios de que havia um conselho dos camponeses, feitos pelos anciãos. No decorrer do IIº Milênio a.C., a comunidade enfraquece, na medida do progresso das forças produtivas e da organização em famílias independentes, bem como da diferenciação social entre os camponeses. Em geral os camponeses eram submetidos a um estado de subordinação e vexação. Durante o Primeiro Período Intermediário (2134 – 2040 a.C.), houve uma revolta motivada pela falta de pagamento aos construtores de tumbas. Estes indignados com a falta de pagamento promoveram verdadeiras “greves” o que levou ao reconhecimento do valor do trabalho humano e da necessidade de tratar melhor os trabalhadores. Este surto revolucionário permanece até o Reino Médio.

2.3.

Escravos

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Desde a XIIIª Dinastia há indícios da existência de escravos, sendo eles descendentes de trabalhadores fugitivos da Dinastia anterior e asiáticos. Em princípio eram somente os capturados nas guerras (Núbios, líbios e asiáticos). Exerciam, em geral, trabalhos caseiros artesanais, tarefas domésticas e similares e, em pouco número, trabalhos rurais. Fontes mostram que estes escravos eram propriedades transferíveis. Com as conquistas feitas a partir da XVIIIª Dinastia, grandes quantidades de escravos vieram engrossar as fileiras dos trabalhadores rurais, das minas domésticos, etc. a serviço principalmente do Faraó e dos templos. Os prisioneiros de guerra pertenciam ao rei, mas podiam ser doados a outrem como forma de pagamento ou algo similar. Os egípcios que cometessem crimes graves, principalmente contra o Estado, podiam ser mutilados e tidos como escravos hereditários. Em épocas mais tardias acontece a auto venda como escravo. Conforme a atividade que exerciam podia ter uma condição de vida melhor, os trabalhadores domésticos tinham melhores condições do que um trabalhador de uma mina, por exemplo. Os escravos eram marcados a ferro em brasa. No Reino Novo, sabe-se, que recebiam rações, alojamento e anualmente uma muda de roupa e azeite para se untarem. No Egito os escravos tinham direitos jurídicos; podiam adquirir propriedades, casar-se com pessoas livres e, até mesmo, testemunhar em justiça contra seus donos.

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