\"Filhos do Califado\"

June 14, 2017 | Autor: Jessica Piçarro | Categoria: Child Soldiers, Islamic State
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Pós-Graduação: Globalização, Diplomacia e Segurança Seminário: Estratégia Docentes: Major Adalberto Centenico; Tenente Coronel Falcão Escorrega; Major Ramos Batalha; Major Pais dos Santos. Discente: Jessica Piçarro nº38575

Os “filhos” do Califado

De que forma o autoproclamado Estado Islâmico integra as crianças nas suas ações?

O presente trabalho foi escrito de acordo com o Novo Acordo Ortográfico e o modelo de citação utilizado Harvard.

I

«It’s very hard to kill a kid, but the kid has come to kill you.» Hisham Jaber

II

Resumo Executivo Estre trabalho tem como objetivo analisar a forma como o autoproclamado Estado Islâmico integra as crianças nos seus atos e qual o seu intuito. Deste modo, procedeu-se à elaboração de uma questão de partida que serve de base para a investigação e reflexão apresentadas ao longo do trabalho. Com vista à elaboração de uma investigação o mais rigorosa possível, decidi dividir o trabalho em dois capítulos, sendo o primeiro denominado como “Os filhos do Califado” estando todas as questões que lhes circundam, nomeadamente o recrutamento, a educação e a propaganda, divididas em subcapítulos; e um segundo capítulo, no qual a tónica expressa, procura compreender o que foi sumariamente dito e realizado pelo Sistema Internacional para combater este problema crescente das crianças-soldado, até aqui. No final, procurar-se-á responder sucintamente à questão de partida.

Lista de acrónimos ISIS – Estado Islâmico do Iraque e da Síria DAESH – al-Dawla al-Islamiya al-Iraq al-Sham UNICEF – United Nations Children’s Fund SOHR – Syrian Observatory For Human Rights

Palavras-chave: Crianças-soldado, Daesh, educação.

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Índice Resumo Executivo .......................................................................................................... III Lista de acrónimos ...................................................................................................... III Palavras-chave: ....................................................................................................... III I.

Introdução ................................................................................................................. 1

II. “Os Filhos do Califado” ............................................................................................... 1 Recrutamento ................................................................................................................ 2 A Educação no ISIS ...................................................................................................... 3 Propaganda ................................................................................................................... 5 III. Convenção dos Direitos das Crianças ........................................................................ 6 IV. Conclusão ................................................................................................................... 6 V. Referências Bibliográficas ........................................................................................... 8 VI. Anexos ...................................................................................................................... 10 Anexo 1 – Conceito de crianças-soldado ................................................................... 10 Anexo 2 – Citação de Mia Bloom .............................................................................. 10 Anexo 3 – Meninas na Escola no Daesh .................................................................... 11 Anexo 4 – Jovens na Universidade do Daesh ............................................................ 11 Anexo 5 – Exercício com boneca e faca..................................................................... 12 Anexo 6 – Anúncio de aulas lecionadas em inglês .................................................... 13 Anexo 7 - Corpo de Conceitos ................................................................................... 14 Ameaça ................................................................................................................... 14 Estado Islâmico ...................................................................................................... 14 Propaganda ............................................................................................................. 14 Recrutamento .......................................................................................................... 14

IV

I.

Introdução O presente trabalho surge no âmbito do Seminário de Estratégia da Pós-Graduação

em Globalização, Diplomacia e Segurança da Universidade Nova de Lisboa. Com base na temática escolhida este ano da Pós-Graduação: o Estado Islâmico; elaborei a seguinte questão de partida: De que forma o autoproclamado Estado Islâmico integra as crianças nas suas ações? Para poder responder a esta questão serão abordadas, ao longo do trabalho, as temáticas de recrutamento, treino e educação lecionada, ao mesmo tempo que será analisado quais as crianças selecionadas e utilizadas pelo Daesh. Assim sendo, o grande objetivo do trabalho será caraterizar a utilização das crianças e qual o seu intuito. Para poder analisar esta problemática decidi ter em conta a caraterização de criança-soldado realizada pela UNICEF, consultar anexo1, para numa segunda fase se poder compreender a atuação do Daesh face às mesmas e quais as suas diferenças.

II. “Os Filhos do Califado” Com a implementação do autoproclamado Estado Islâmico, muitas foram as atrocidades cometidas como fenómeno de propaganda de terror, uma delas é o recrutamento infantil. Apesar de o fenómeno “crianças-soldado” não ser recente, com o ISIS adquiriu uma dimensão algo distinta que será analisado ao longo dos próximos capítulos nas distintas vertentes. O número de crianças soldado permanece bastante incerto, apesar de o SOHR2 apontar desde 2015 como sendo mais de mil e cem com idades inferiores a dezoito anos, as crianças sírias e não sírias recrutadas (Westall, 2015). Sabe-se também que algumas destas crianças auferem um salário de cerca de 135$ pela sua participação e atuação (Human Rights Watch, 2014); o que evidentemente levanta uma série de questões do Direito Internacional, nomeadamente devido ao que está definido pelos Estatutos de Roma, relativamente ao emprego infantil considerado crime internacional. Se numa primeira análise podemos considerar que os “filhos do Califado” são uma forma de propaganda, a autora Mia Bloom vem refutar esta ideia «To ISIS, children are

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Anexo 1. Consultar lista de acrónimos.

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not just valuable propaganda; they are full-fledged militants who can kill» (2015). Não descurando o facto de as crianças deterem um valor distinto dos adultos como disse Hisham Jaber ao Al-Monitor: «‘It is very hard to kill a kid, but the kid has come to kill you’.» (Gallagher, 2014) A atuação do autoproclamado Estado Islâmico face às crianças, apesar de deter uma base muito patriarcal, não se restringe somente aos meninos. As meninas também detêm algumas tarefas no seu seio, sendo que «It is considered legitimate for a girl to be married at the age of nine. Most pure girls will be married by sixteen or seventeen, while they are still young and active.» (Winter, 2015, p. 24)

Recrutamento O recrutamento infantil começou em Junho de 2014 (Abu-Nasr, 2015) - após alguns combatentes do Daesh terem sido apreendidos em Mosul, passando a ser denominados como ‘Cubs of the National Defense’. (idem) Esta prática de recrutamento associa-se a inúmeras causas, nomeadamente discursos inspiracionais, utilização de drogas; alistamento voluntário por relação familiar com combatentes do ISIS ou ainda por motivos de vingança face aos regimes vigentes. Numa abordagem distinta, o Daesh tem também estimulado intensivamente os pais a enviarem os seus filhos para campos de treino. O facto de as crianças recrutadas encontram-se, frequentemente, em condições deploráveis, muitas vezes órfãs, deslocadas ou desalojadas, sem ocupação ou formação educativa e, em elevado estado de pobreza devido às operações militares3 torna-as alvos fáceis de recrutamento. Próximo das escolas, mesquitas e até em áreas públicas é onde geralmente se inicia o processo, sendo posteriormente levadas para campos onde são treinadas (SOHR, 2015). Rami Abdulrahman4 adianta «They use children because it is easy to brainwash them. They can build these children into what they want, they stop them from going to school and send them to IS schools instead.» (Westall, 2015) E acrescenta que estes podem estar a recrutar crianças pois estão a ter dificuldades no recrutamento de adultos devido a um maior controlo das fronteiras. (idem) Além desta questão, as crianças são alvos menos

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Quer do ISIS quer da oposição. Líder do Observatório Sírio de Direitos Humanos.

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propensos a resistir, alvos mais fáceis de se tornarem leais e menos suspeitas de serem consideradas como ameaçadoras5. O recrutamento infantil é uma ação a longo prazo e, sem dúvida, uma forma de assegurar a continuação do ISIS através de uma segunda geração incentivada pelos próprios líderes como sendo o futuro e os próximos grandes líderes. O que vai de encontro ao citado por David Rapaport6: «A wave is composed of organizations, but waves and organizations have very different life rhythms. Normally, organizations disappear before the inicial wave associated with them does.» (Rapoport, 2006, p. 48) Isto é, a maioria dos grupos terroristas não sobrevivem além dos primeiros tempos, deste modo, o recrutamento infantil é uma forma de disseminar a mensagem e assegurar a continuidade do mesmo: «Nonetheless, the wave retained suficiente energy to create a generation of sucessor or new groups. When a wave’s energy cannot inspire nem organizations, the wave disappears.» (idem) Mia Bloom concorda e acrescenta alguns dados, para tal, consultar anexo7.

A Educação no ISIS O Daesh encerrou muitas escolas e aquando da sua reabertura alterou o programa curricular. Eliminou disciplinas como a música e a geografia e deu uma nova formação dos professores de forma a ir de encontro à posição salafista do Islão. (Sullivan, 2015) Neste novo programa as crianças são divididas em vários níveis de aprendizagem consoante a idade. No ensino primário, é-lhes lecionado a parte religiosa, na qual se apresenta a ideologia jihadista8 para que estas sintam a fé islâmica de forma fervorosa; e a língua árabe. Num segundo nível são treinadas fisicamente sob um padrão bastante elevado9 e, tendo em conta a idade, é-lhes também apresentadas armas e o seu manuseamento.

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Para efeitos de realização do trabalho e sendo o conceito de ameaça tão abrangente, considerou-se relevante acrescentar ao Corpo de Conceitos a caraterização de ameaça. Deste modo, aconselha-se a consultar o Corpo de Conceitos em anexo. 6 Divide o mundo em quatro “ondas”; a quarta é a religião que tem o Islão como coração da “onda” 7 Anexo 2. 8 Como sexto pilar do Islão. 9 Para saber mais sobre esta etapa, aconselha-se o visionamento dos seguintes vídeos: http://www.liveleak.com/view?i=fdd_1416853415 e http://www.mirror.co.uk/news/world-news/isisusing-child-soldiers-slick-5919987

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Aprendem a conduzir e são incentivados a tornarem-se mujahedeen e mártires, tendo como especial intuito, futuramente, ingressarem em operações militares e lutarem pela defesa dos seus campos e dos seus civis.(SOHR, 2015) A terceira e última fase do processo é novamente de carácter mais ideológico, as crianças são levadas para as praças públicas onde assistem e participam nas execuções; ou para as mesquitas onde são incentivadas a construírem um sentido de superioridade individual e a tornarem-se grandes líderes. (Abbas, 2014) Porém, importa referir que nem todos desenvolverão o papel de militares. Numa primeira fase os meninos são incentivados a espiar. Posteriormente aos que demonstraram um melhor desempenho é-lhes permitido procederem a execuções sozinhos, sendo este considerado o grande momento de lealdade à organização e ao Califado10. (Bloom, 2015) Para as meninas, consultar imagens em anexo11, o ensino instruído é algo distinto. Inicia-se aos sete anos e termina próximo dos quinze (Winter, 2015, p. 24). É-lhes lecionada aritmética mental e competências consoante a idade. Entre os sete e os nove anos é-lhes instruído, tal como aos rapazes, a fiqh12, o Alcorão13 e a ciência. Ao final da manhã, os estudos religiosos são abordados focando temas como casamento e o divórcio, assim como, as lides domésticas comuns14. (idem) Durante a hora de almoço o foco de ensino circunscreve-se na Sharia15 e em competências ligadas à família e à história do Islão. (idem) Apesar do ensino primário ser um pilar da vida quotidiana do Daesh este não tem recolhido os resultados esperados e as inscrições mesmo da parte dos filhos dos combatentes diminuíram vertiginosamente16. (Sullivan, 2015) Importa referir que o curso lecionado tem como intuito não menos que uma “lavagem cerebral” no qual é dito aos meninos que são os filhos do Califado e que, portanto, têm como objetivo continuar a difundir a mensagem do Alcorão e alargar o território do Califado (SOHR, 2015). Esta forma de atuar é especialmente relevante, pois, as crianças acabam por ser moldadas e,

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Consultar definição de Califado (sugerido) no Corpo de Conceitos. Consultar imagens em anexo 3 e 4. 12 Jurisprudência islâmica 13 Escrita e leitura de árabe. 14 Nomeadamente cozinhar e coser. 15 Lei islâmica que inclui um código penal, «justiça económica e social» que inclui «habitação gratuita, alimentação e roupas pata todos (…).» (Wood, 2015) 16 Um relatório de Março da Save the Children concluiu que as inscrições de alunos diminuíram para 50%, quando eram de praticamente 100% antes do início da guerra civil, em 2011. (Sullivan, 2015) 11

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no seu futuro, não saberão estar e viver de outra forma, pois não conhecem outro formato para o fazer, nem considerarão o que lhes foi ensinado como anormal. O ISIS há semelhança de outros grupos, tem incentivado as crianças a cometer um enorme número de atrocidades. Por exemplo, há o relato de uma mãe que encontrou na mala do seu filho, obrigado a ir para o campo de treino infantil do ISIS, uma boneca de olhos azuis e loiras17, vestido com um fato cor de laranja18 e uma faca – consultar imagem em anexo19. O exercício a realizar é ‘matá-la’. (Abdallah, 2014) Todos os que não cumpram aquele exercício são punidos. Face ao crescimento de combatentes e famílias estrangeiras que se dirigem para servir o Califado, o autoproclamado Estado Islâmico pretende abrir duas escolas20 em Raqqa, na qual o programa, além do enunciado anteriormente, contenha também inglês – consultar imagem em anexo 21(Aljazeera, 2015). A realizar-se, esta será mais uma forma de propaganda perpetuada pelo autoproclamado Estado Islâmico, na medida em que os seus serviços públicos são assegurados para todos.

Propaganda O recrutamento infantil não é mais que uma outra forma de propaganda, pois «It provides heightened media attention and allows terrorist groups to groom more loyal members.» (Bloom and Horgan, 2015) sendo uma estratégia usada pelo ISIS para chocar o mundo. A propaganda realizada pelos meios de comunicação do Daesh é muito semelhante à utilizada por violadores. Inicialmente estabelecem uma relação de confiança e afeto com as crianças e procuram preencher lacunas emocionais e familiares. Numa segunda fase, inicia-se a “lavagem cerebral” tendo como intuito principal que estas comecem a pensar que

determinados

comportamentos

e

ações,

como

a

violência

ou

comportamentos/exposições de materiais sexuais, são normais. Se as crianças resistem,

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Assemelhando-se a ocidentais nórdicos. Semelhante aos fatos dos reféns do Estado Islâmico mostrados nos vídeos de decapitação e aos prisioneiros de Guantánamo - que têm como último efeito a propaganda do terror e a proliferação dó ódio ao Ocidente. 19 Anexo 5. 20 A Escola Abu Musab al-Zarqawi para rapazes e a Escola Aisha para raparigas. 21 Anexo 6. 18

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então passa-se a um terceiro passo, no qual são vítimas de chantagem emocional ou coação. (Bloom and Horgan, 2015) Porém, a propaganda não se restringe somente aos rapazes, também as meninas são recrutadas, estando estas confinadas, frequentemente a violência física, psicológica e sexual; casamentos e gravidezes precoces.

III. Convenção dos Direitos das Crianças Foi criada em 1989, objetivando a definição de uma responsabilidade jurídica dos Estados face às crianças, isto é, de as proteger22 de serem recrutadas ou usadas no campo de batalha23, mas também de assegurar que todas as crianças utilizadas por grupos armados são reintegradas novamente. Esta Convenção foi ainda clara, no que concerne à questão de as crianças envolvidas em crimes de guerra, seja num Acordo de Paz ou Cessar-Fogo24, não podendo ainda estas serem acusadas ou punidas por crimes de guerra, pois o seu recrutamento é sempre ilegal e viola os direitos da própria criança. (UNICEF, 2007, p. 9). Além desta Convenção, muitas outras existem, porém os direitos das crianças continuam a ser desrespeitados.

IV. Conclusão Tendo em conta todos os aspetos aqui abordados, crê-se que a informação recolhida, seja suficiente para responder à questão de partida apresentada: De que forma o autoproclamado Estado Islâmico integra as crianças nas suas ações? O ISIS utiliza uma série de métodos e fórmulas para não só atrair, recrutar, integrar e incutir o espírito de jihadista e expandir o Califado. Não olha a meios, idades e fins para atingir os seus objetivos nem considera o Direito Internacional vigente como forma de se reger (uma vez que, somente a Sharia importa); o que de certa forma, impede os ditos Ocidentais e o restante mundo de agir dentro do disposto pelo Direito. É de acrescentar que, o facto de este ter sido criado pelo Ocidente provoca ainda reações mais fervorosas e de grande desmérito face ao mesmo.

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Quer da discriminação ou da violência. Nas mais diversas ações - cozinharem ou abusadas sexualmente. 24 «No amnesty for crimes under international law, including those committed against children, should be granted in any peace or cease-fire agreement.» (UNICEF, 2007, p. 9). 23

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A utilização das crianças e a própria conceção da expressão “Filhos do Califado” é, não só uma forma de recrutamento mas de propaganda de algo gigantesco que integra tudo e todos que tenham vontade de se unir por esta causa tão nobre a seu ver, como o estabelecimento, ao final de tantos anos, do verdadeiro Califado. Todavia também uma forma de assegurar a continuação e futuro do Daesh. Congruentemente, o ISIS alterou o programa escolar de forma a corresponder aos interesses do Califado consoante as ações impostas a cada género. Com a utilização de menores25, fica a questão como irão estas serem reintegradas no mundo? Sem dúvida que esta reintegração na sociedade é um processo difícil, na medida em que, a maioria destas crianças são expostas a uma violência extrema e têm portanto grandes dificuldades em demonstrar algum tipo de sentimentos perante o outro. Deve iniciar-se no momento da libertação da criança e desde logo revela-se uma prioridade. Esta tarefa deve tratar danos, não só físicos como psicológicos26 e de alguma forma procurar “reprogramar” as crianças - num ato consentido e voluntário -, através do fornecimento de serviços como o acesso a uma educação de qualidade27, bens de primeira necessidade, segurança28 e saúde29. A prevenção e a educação de todos os grupos é, sem dúvida, o caminho único e certo para que este tipo de atos cesse. Para que tal aconteça, devem ser mapeados os grupos de risco e quais as suas motivações. Deve também promover-se a união familiar e envolver as crianças nas comunidades para que estas não sejam facilmente aliciadas. Como diria Malala Yousafzai «’Só a educação é que pode combater o terrorismo, não as armas.’»(Falcão, 2014)

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Que infelizmente é mais recorrente por esse mundo fora do que o expectável e o pretendido. Procurando na criança uma capacidade de superação, ao mesmo tempo que melhoram a sua autoestima e constroem uma imagem positiva de si mesmas. 27 Registado na Agenda 2030 como quarto objetivo do Milénio: ‘Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.’ http://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/ 28 Consultar Corpo de Conceitos em Anexo. 29 No caso das meninas, esta é uma situação especialmente preocupante, pois, estas são sujeitas, frequentemente, a casamentos precoces e uma série de consequências que desta advêm, como gravidezes e abortos e carência de cuidados pré e pós-natais. 26

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V. Referências Bibliográficas Abbas, M., 2014. The “Caliphate Cubs” of IS - Al-Monitor: the Pulse of the Middle East [WWW Document]. Al-Monit. URL http://www.almonitor.com/pulse/originals/2015/06/iraq-isis-children-recruits-army-qaedaexecution.html (accessed 11.16.15). Abdallah, O., 2014. In Raqqa’s Training Camps, ISIS Teaches Children How to Behead [WWW Document]. Syr. Deep. URL http://www.syriadeeply.org/articles/2014/09/6033/raqqas-training-camps-isisteaches-children-behead/ (accessed 11.15.15). Abu-Nasr, D., 2015. At Least 52 Children Die for Islamic State in Six Months: SOHR. Syr. Obs. Hum. Rights. Aljazeera, 2015. English-Language Schools in the Islamic State Areas in Raqqa [WWW Document]. Syr. Econ. Forum. URL http://www.syrianef.org/En/2015/02/english-language-schools-in-the-islamicstate-areas-in-raqqa/ (accessed 11.17.15). Bloom, M., 2015a. Cubs of the Caliphate - The Children of ISIS. Foreign Aff. Bloom, M., 2015b. Why ISIS Is Increasingly Using Kids As “Cubs Of The Caliphate.” Huffington Post. Bloom, M., Horgan, J., 2015. The Rise of the Child Terrorist - The Young Faces at the Frontlines. Foreign Aff. Couto, G.A.C., 1987. Capítulo VI - O Planeamento da ação estratégica e a sua metodologia, in: Elementos de Estratégia. Instituto de Altos Estudos Militares, Lisboa, pp. 7–28. Couto, G.A.C., 1987. Capítulo IV - O Poder e a Política, in: Elementos de Estratégia. Instituto de Altos Estudos Militares, pp. 34–42. Falcão, C., 2014. Malala Yousafzai: “Só a educação é que pode combater o terrorismo, não as armas” [WWW Document]. Observador. URL http://observador.pt/2014/08/08/malala-yousafzai-educacao-e-que-podecombater-o-terrorismo-nao-armas/ (accessed 11.17.15). Fox News, 2015. Terror trainees: New ISIS video shows indoctrination of kids as young as 5 [WWW Document]. FoxNews.com. URL http://www.foxnews.com/world/2015/02/23/terror-trainees-new-isis-videoshows-indoctrination-kids-as-young-as-5/ (accessed 10.12.15). Gallagher, A., 2014. The Islamic State’s child soldiers - Al-Monitor: the Pulse of the Middle East [WWW Document]. Al-Monit. URL http://www.almonitor.com/pulse/originals/2015/04/lebanon-islamic-state-child-soldiers-syriairaq-hrw-afp.html (accessed 11.16.15). Human Rights Watch, 2014. Maybe We Live and Maybe We Die [WWW Document]. Hum. Rights Watch. URL https://www.hrw.org/report/2014/06/22/maybe-welive-and-maybe-we-die/recruitment-and-use-children-armed-groups-syria (accessed 11.17.15). Maher, S., 2014. ISIS: More Than Insurgents [WWW Document]. Tony Blair Faith Found. URL http://tonyblairfaithfoundation.org/religiongeopolitics/commentaries/opinion/isis-more-insurgents (accessed 11.13.15). Panic, B., 2009. Societal Security - security and identity. Abril-Junho 2009 29–38. Rapoport, D.C., 2006. The Four Waves of Terrorism. RT Question More, 2014a. Boys of war: ISIS recruit, kidnap children as young as 10 yo [WWW Document]. RT Engl. URL https://www.rt.com/news/170052-isiskidnap-recruit-children/ (accessed 11.15.15). 8

RT Question More, 2014b. “Allah chose you”: ISIS & other jihadist groups recruit children in Syria for suicide missions [WWW Document]. RT Engl. URL https://www.rt.com/news/167768-children-recruits-syria-isis/ (accessed 10.15.15). SOHR, 2015. The continuation of exploiting the Syrian children suffering, recruiting and involving them in the military actions in Syra. Syr. Obs. Hum. Rights. SOHR, n.d. ISIS Recruit 400 Children for “Cubs of Caliphate.” Syr. Obs. Hum. Rights. Sousa, F.X.F. de, 2015. Os Desafios À Europa impostos pelo Estado Islâmico. Coleç. Meira Mattos 9, 499–514. Spellman, J., 2014. Terrorist groups increasingly use children as footsoldiers [WWW Document]. CCTV Am. URL http://www.cctvamerica.com/2015/01/14/terrorist-groups-turn-children-into-soldiers (accessed 11.17.15). Sullivan, K., 2015. A vida no Estado Islâmico [WWW Document]. PÚBLICO. URL http://www.publico.pt/mundo/noticia/a-vida-no-estado-islamico-1711251 (accessed 11.17.15). UNICEF, 2007. The Paris Principles - Principles and Guidelines on Children associated with armed forces or groups. UNICEF, n.d. Child Recruitment [WWW Document]. Off. Spec. Represent. Secr.-Gen. Child. Armed Confl. URL https://childrenandarmedconflict.un.org/effects-ofconflict/six-grave-violations/child-soldiers/ (accessed 11.16.15a). UNICEF, n.d. Childres, not Soldiers [WWW Document]. Off. Spec. Represent. Secr.Gen. Child. Armed Confl. URL https://childrenandarmedconflict.un.org/childrennot-soldiers/ (accessed 11.16.15b). Westall, S., 2015. Islamic State recruits 400 children since January: Syria monitor. Reuters. Winter, C., 2015. Women of the Islamic State - A manifesto on women by the AlKhanssaa Brigade. Wood, G., 2015. O que é o Estado Islâmico? [WWW Document]. PÚBLICO. URL http://www.publico.pt/mundo/noticia/o-que-e-o-estado-islamico-1690458 (accessed 11.17.15).

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VI. Anexos Anexo 1 – Conceito de crianças-soldado A child associeated with na armed force or armed group (child soldier) is any person below 18 years of age who is, or who has been, recruited or used by an armed force or armed group in any capacity, including but not limited to children, boys and girls, used as fighters, cooks, porters, messengers, spies or for sexual purposes, It does not only refer to a child who is taking or has taken a direct part in hostilities.» (UNICEF, 2007, p. 7) Hundreds of thousands of children are associated with armed forces and armed groups in conflicts around the world. Girls and boys are used in a variety of ways from support roles, such as cooking or portering, to active fighting, laying mines or spying and girls are frequently used for sexual purposes. This recruitment and use of children violates their rights and causes them physical, developmental, emotional, mental, and spiritual harm.(UNICEF, 2007, p. 4)

Anexo 2 – Citação de Mia Bloom Terrorist organizations’ first priority is survival, and so ensuring the continuity and longevity of the group is key. ISIS is far more complicated than terrorist organizations of the past, and so are its efforts to groom the next generation. ISIS may well be aware of the recruiting principles established by many militant groups around the world, but it is pioneering its own form of survival by combining intense physical and military training with deep levels of psychological indoctrination rarely found even in adult terrorist recruitment. In fact, ISIS has designed a systematic process of churning out not just mindless drones, but competent young militants who truly embrace every aspect of its teachings. (Bloom, 2015)

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Anexo 3 – Meninas na Escola no Daesh

Fonte:http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Q4O1JYxsrE4J:https://w ww.quilliamfoundation.org/wp/wp-content/uploads/publications/free/women-of-theislamic-state3.pdf+&cd=1&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=pt [consultado em 09 de dezembro de 2015]

Anexo 4 – Jovens na Universidade do Daesh

Fonte:http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Q4O1JYxsrE4J:https://w ww.quilliamfoundation.org/wp/wp-content/uploads/publications/free/women-of-theislamic-state3.pdf+&cd=1&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=pt [consultado em 09 de dezembro de 2015] 11

Anexo 5 – Exercício com boneca e faca

Fonte:

http://abcnews.go.com/International/isis-teaches-children-behead-training-

camps/story?id=25303940 [consultado em 9 de dezembro de 2015]

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Anexo 6 – Anúncio de aulas lecionadas em inglês

Fonte: https://twitter.com/Raqqa_SL [consultado a 17 de novembro de 2015] 13

Anexo 7 - Corpo de Conceitos Ameaça «Genericamente, uma ameaça é qualquer acontecimento ou ação (em curso ou previsível) que contraria a consecução de um objetivo e que, normalmente é causador de danos, materiais ou morais. As ameaças podem ser de variada natureza (militar, económica, subversiva, ecológica, etc.)» (General Abel Castro Couto, 1987, p. 19) «Uma ameaça é o produto de uma possibilidade por uma intenção.» (idem)

Estado Islâmico «O ISIS não é reconhecido como um Estado. É antes uma organização que professa o Islamismo de uma forma ultraconservadora (…) Necessita de território, de uma organização hierarquizada e perfeitamente definida, constituída por uma estrutura militar e outra destinada a exercer funções de Estado.» (Sousa, 2015, p. 500) «É, antes, uma organização dogmática, com condutas enformadas numa religiosidade identitária.» (idem) «[E] Eles necessitam, por questões ideológicas e religiosas de um califado (…) de combater o inimigo (…) de declarar a guerra santa (jihad)» (idem).

Propaganda David Baldwin define propaganda como «tentativas de influenciar que dependem sobretudo da manipulação deliberada de símbolos verbais» (Brown e Ainley, 2012, p. 157) Recrutamento «2.4 “Recruitment” refers to compulsory, forced and voluntary conscription or enlistment of children into any kind of armed force or armed group.» (UNICEF, 2007, p. 7)

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