Flávio e Veronica, uma possível arqueologia do espelho

July 14, 2017 | Autor: Gustavo Ramos | Categoria: Literature, Literatura, Teoria Literaria
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Flávio e Veronica, uma possível arqueologia do espelho1.

Ao optar por um título sem sobrenome – no caso em específico, Flávio e Veronica – e relacioná-los, os nomes, com uma possível arqueologia do espelho, quis des-personalizar, des-caracterizar, ou, dizendo de outra forma, des-unificar aquilo que recebe, desde o nascimento, em alguns casos até antes, uma personalização, uma caracterização e uma unificação, possibilitando a leitura de que, mais do que significantes fechados com seus sentidos já pré-determinados, os nomes presentes podem tanto ser os referidos Flávio de Carvalho e Veronica Stigger, como também, por que não, estão abertos a qualquer pessoa disposta a assumir esse tal lugar, não para repetir um ato anterior e, quem sabe, há muito conhecido, mas para, partindo desse rastro e dessa possibilidade, criar uma nova experiência, dar novos sentidos ao que ainda está aberto e passível de olhar e ser olhado. Flávio de Carvalho, em 1931, realiza sua “Experiência Número 2” em que caminha no sentido contrário ao da procissão de Corpus Christi usando um chapéu, fato este que provoca a histeria dos religiosos que participavam do culto. Diz ele, em certo momento de seu relato, que o panorama era realmente curioso; um alto potencial de ódio pairava sobre uma massa, exigindo saída. Instável, saturado de ânsia para o movimento, em baixo agitavam-se braços, pernas e cabeças. Tinha a impressão de ver uma cena microscópica de bonecos desconjuntados, onde braços e pernas debatiam-se sem ponto de apoio e sem ligação com coisa alguma. Pareciam castigar uma natureza vazia. Eu tinha me esquecido que estava na situação em que estava. Minha percepção soltava fora da realidade, mas nenhuma visão era segura e meu organismo, sem dúvida, descobrindo isto, de uma maneira defensiva, inconsciente, reagira, empurrando-me dentro da realidade. Sentia que sair da realidade era o melhor meio de medir a queda entre o irreal e o fato concreto.2 ____________________ 1 Comunicação apresentada no evento “Coleções Literárias: texto/imagens” na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no dia 5 de junho de 2013, pelo aluno de mestrado em Teoria Literária Gustavo Ramos da Silva, sob orientação do professor doutor Raúl Hector Antelo. E-mail: [email protected]. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. 2 Cf. CARVALHO, Flávio de. A Experiência. In: _______. Experiência Número 2: realizada sobre uma procissão de Corpus Christi: uma possível teoria e uma experiência. Rio de Janeiro: Nau, 2001. p. 24. Grifo meu. A partir de agora, todas as citações desse livro virão apenas indicadas pelo número de página.

A percepção o tirara da realidade – as pessoas querendo linchá-lo – mas o organismo, ou, em outras palavras, o corpo, o colocara para dentro da realidade, ainda que ele, Flávio, sentira que “a realidade era o melhor meio de medir a queda entre o irreal e o fato concreto”, justamente quando ele percebe que a massa estava sedenta para ver um sacrifício, como bem afirma Flávio, algumas páginas adiante, quando diz que “alguma coisa precisava acontecer” (p. 25) No momento da escritura de seu texto, Flávio nos prefigura o que virá a acontecer anos mais tarde, com sua viagem à Europa. É no momento em que a transposição de vozes, a do homem andando na contramão, e a do autor escrevendo sobre essa experiência tempos depois que “é como me sinto no momento em que escrevo; visualizando a minha aventura, me parece visualizar a parte de um mundo estranho a mim, me sinto metade como um arqueólogo e metade como um cínico cético.” (p. 31) É aí que, em 1934, ele parte para um nova descoberta, a qual tanto pode ser pessoal como, e tão mais interessante, partindo do que vê, rearranjar os sentidos e significados fechados para abri-los e ressignificar a própria vida e a própria história. Sendo assim, podemos ver no primeiro parágrafo de “As Ruínas do Mundo”, escrito esse que está em seu livro “Os Ossos do Mundo”, em 1936, após sua viagem, uma teoria da história, do arquivo e da arqueologia. Museus, galerias, coleções, castelos, são coisas interessantes perfeitamente capazes de reviver o sopro das civilizações perdidas e esquecidas, e erguer a esperança do homem, e possuem a vantagem de oferecer ao observador distanciado, no tempo, uma visão maior e mais compreensível, que a visão de um observador colocado dentro da civilização e do tempo em que ela aconteceu.4

Mas aqui também estamos defronte de uma teoria do espelho na medida em que só posso me conhecer ao adquirir um ponto de vista, e só consigo um ponto de vista ao me distanciar para me ver e me conhecer, algo que, anos depois, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro levará às últimas consequências quando nos propõe a teoria da difer-onça, e não a difer-ença, ligada essa ao ser. No texto chamado “Se tudo é humano, então tudo é perigoso”, publicado na Cosmograms, catálogo integrante da Bienal de São Paulo de 2004, ele nos diz que ____________________ 4 Cf. CARVALHO, Flávio de. As Ruínas do Mundo. In: _______. Os Ossos do mundo. São Paulo: Editora Antiqua, 2005. p. 41.

Se eu sou um humano, então vejo as coisas como elas são para mim. Como peixe assado porque, para mim, o peixe é peixe. Eu sei que aquilo que vemos como vermes, os urubus veem como peixe assado. Ora, não sou um urubu; então, se começo a ver os vermes na carniça como peixe assado, isso quer dizer que estou me tornando um urubu. Em outras palavras, o espírito do urubu capturou meu espírito e começa a me transformar em urubu. Evidentemente, isso quer dizer que estou muito doente, porque um homem deve continuar sendo um homem. Eu sou um humano, devo ver as coisas como um humano as vê, não como as vê uma onça. Os xamãs têm o poder de ver como as diferentes espécies veem, mas é necessário que voltem dessa viagem. Se veem as coisas como as onças as veem e ficam presos nessa visão, isso quer dizer que se tornaram onças e que não poderão voltar para contar a história: em resumo, trata-se de um xamã inútil e perigoso, um xamã “de mão única”. Um xamã pode ver o mundo como uma onça, como um pecari e também, é claro, como um humano. Um humano normal não pode fazer isso, exceto em sonho ou quando toma drogas. Se começa a ver as coisas como as vê uma espécie animal qualquer, isso é um sinal evidente de que está muito doente e deve ser tratado precisamente por um xamã, que, ele sim, pode passar de um lado para o outro sem perder sua alma; literalmente, sem perder sua humanidade. O xamanismo indígena é organizado em torno da ideia de metamorfose corporal antes que da ideia de possessão espiritual. A possessão é um modelo poderoso de mudança ontológica em nossa tradição. Guarda-se a mesma forma corporal, mas algo mudou essencialmente, porque surgiu um outro espírito dentro desse corpo, uma divindade, o demônio, o diabo. Alguma subjetividade poderosa pode capturar nossa aparência corporal e se servir dela como seu instrumento. Somos marionetes dessa outra subjetividade que nos capturou. O xamanismo ameríndio é, ao contrário, maciçamente organizado em torno da noção da transformação somática. Isso quer dizer “vestir” o hábito da onça e poder comportar-se como uma onça – por exemplo, caminhar sem fazer barulho, subir nas árvores, comer carne humana. A possibilidade de trocar de corpo específico está sempre presente no mundo ameríndio. É sempre um perigo. Para nossa tradição culta (isso também vai mudando), ao contrário, é impossível. As espécies são ontologicamente, isto é, genotipicamente seladas. Mudar de “cabeça”, de mentalidade, é o centro em torno do qual se organizam nossas relações – a mudança de opinião.5

O que está por detrás da teoria da imagem de Carvalho e de Viveiros é o espelho e a imagem que essa lâmina devolve cuja significação perdurará pela vida inteira e que será nosso ponto de referência. Se sou um “humano” – ou o que os sentidos dizem sobre o que é um ser humano – não posso me comportar como um “animal”, não posso sair da linha de ficção que a imagem refletida no espelho me transmitiu, me retornou. É Jacques Lacan, em seu texto “Le Stade du Miroir”, cuja recepção ocorreu em 1949 no Congresso Internacional de Psicanálise, em Zurique, mas só publicado em 1966, na coletânea “Écrits”, traduzida ao português ____________________ 5 Cf. CASTRO, Eduardo Viveiros de. Se tudo é humano, então tudo é perigoso. In: _______. Eduardo Viveiros de Castro. Renato Sztuman (Org.). Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2008. p. 100-101.

em 1998 por Vera Ribeiro pela Editora Zahar, que nos apresenta sua teoria da imagem via interpretação do espelho. É sempre bom lembrar, entretanto, que tal texto foi escrito por Lacan em 1936, mesmo ano de publicação do livro de viagens de Flávio de Carvalho, o que pode nos levar para diversos caminhos. O psicanalista afirma que basta [...] comprendre le stade du miroir comme une identification au sens plein que l’analyse donne à ce terme: à savoir la transformation produite chez le sujet quand il assume une image – dont la prédestination à cet effet de phase est suffisamment indiquée par l’usage, dans la théorie, du terme antique d’imago.6

Quando a pessoa se olha no espelho, ela se identifica com aquela imagem e acha que ela, e aqui entendo a pessoa como uma corporalidade e não como um sujeito formado, fechado e inteiro, como pensa a Gestalt, é aquela imagem. Na criança se dá com a identificação corporal para saber se aquela imagem repete os mesmos gestos ou não da criança. Na pomba, a maturação da gônada se dá quando ela vê, frente a frente, um outra pomba, ou seja, quando ela vê “sua imagem” em outro da mesma espécie. É a partir desse encontro com o outro que ocorre a alienação do sujeito quando se cria a linha de ficção. Cette forme [du sujet] serait plutôt au reste à designer comme je-idéal, si nous voulions la faire rentrer dans un registre connu, en ce sens nous reconnaissons sous ce terme les fonctions de normalisation qu’elle sera aussi la souche des identifications secondaires, dont libidinale. Mais le point importante est que cette forme situe l’instance du moi, dès avant sa détermination sociale, dans uns ligne de fiction, à jamais irréductible pour le seul individu – ou plutôt, qui ne rejoindra qu’asymptotiquement le devenir du sujet, quel que soit le succès des synthèses dialectiques par quoi il doit résoudre en tant que je sa discordance d’avec sa prope réalité. ____________________ 6 Cf. LACAN, Jacques. Le Stade du Miroir comme formateur de la fonction du Je telle qu’elle nous est révélée dans l’expérience psychanalytique. Disponível em: http://espace.freud.pagespro-orange.fr/topos/psycha/psysem/miroir.htm . Acesso em: 10 de maio de 2013. [“Basta compreender o estádio do espelho como uma identificação, no sentido pleno que a análise atribui a esse termo, ou seja, a transformação produzida no sujeito quando ele assume uma imagem – cuja predestinação para esse efeito de fase é suficientemente indicada pelo uso, na teoria, do antigo termo imago.” Cf. LACAN, Jacques. O Estádio do Espelho como formador da função do Eu tal como nos é revelada na experiência psicanalítica. In: _______. Escritos. Trad. de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. p. 97.] A partir de agora, as citações do texto de Lacan, no original em francês, virão da mesma fonte na internet, sendo que a tradução ao português virá em nome de rodapé. 7 [“Essa forma, aliás, mais deveria ser designadas por [eu]-ideal, se quiséssemos reintroduzi-la

O que nos leva novamente a Viveiros de Castro, quando este afirma que mudar de cabeça é mudar de opinião, e também voltamos a Flávio de Carvalho quando lemos, em “Os Ossos do Mundo”, que o homem dentro de uma civilização tem os seus sentidos impregnados e afogados, ele quase que só emana e recebe do que existe imediatamente em redor, ele é um ser isolado pelos fatos que o rodeiam, um ser sem ponto de vista; não há julgamento porque não há contraste, e ele é, como o peixe dentro do mar, quase incapaz de apreciar os acontecimentos de uma vida vizinha, principalmente quando é simultânea. (p. 41)

É o que ocorre quando nos deparamos com uma imagem no espelho; ao nos identificarmos, criamos uma linha de ficção que, em outras palavras, é a nossa vida, nossos relacionamentos, pensamentos, enfim, nosso próprio lugar enquanto “sujeitos”. A saída encontrada para não vivermos em carne viva, como afirma reiteradas vezes Raúl Antelo, é a alienação com essa linha de ficção, com essa história construída a partir de uma imagem cuja significação é preenchida ao longo de vida e faz com que suportemos essa constante intervenção do Real em nossas vidas, sendo que a ficção surge no exato momento, no limiar, em que a pele começa a se tornar carne, via Real, mas retorna a ponto de sobrevivermos por anos. v Mas, alguns não conseguem, não suportam e, ao invés de serem tomados pelo Real, e pela carne viva, eles viram esse espelho para as outras pessoas, aquelas que estão a assistir, a ler e a ver tudo o que acontece: nós. Esse espelho não reflete, porém, nossas imagens, pois isso criaria a identificação imediata com aquilo que estamos olhando. Esse espelho reflete alguns acontecimentos, personagens e eventos bastante conhecidos, mas que, por algum motivo, continuam a nos provocar indiferença, medo e pavor. ____________________ num registro conhecido, no sentido em que ela será também a origem das identificações secundárias, cujas funções reconhecemos pela expressão funções de normalização libidinal. Mas o ponto importante é que essa forma situa a instância do eu, desde antes de sua determinação social, numa linha de ficção, para sempre irredutível para o indivíduo isolado – ou melhor, que só se unirá assintoticamente ao devir do sujeito, qualquer que seja o sucesso das sínteses dialéticas pelas quais ele tenha que resolver, na condição de [eu], sua discordância de sua própria realidade.] p. 97-98.

João Guimarães Rosa, em 1962, lança sua coletânea denominada “Primeiras estórias”, em que encontramos, dentre tantos textos, um que é justamente “O Espelho”. À maneira do conto de Machado de Assis sobre a teoria da alma humana, esse também é narrado por alguém, agora é sobre uma experiência. Conta ele que, certo dia foi num lavatório de edifício público, por acaso. Eu era moço, comigo contente, vaidoso. Descuidado, avistei... Explico-lhe: dois espelhos – um de parede, o outro de porta lateral, aberta em ângulo propício – faziam jogo. E o que enxerguei, por instante, foi uma figura, perfil humano, desagradável ao derradeiro grau, repulsivo senão hediondo. Deu-me náuseas, aquele homem, causava-me ódio e susto, eriçamento, espavor. E era – logo descobri... era eu, mesmo! O senhor acha que eu algum dia ia esquecer essa revelação?8

Aqui temos uma diferença em relação ao conto de 1882, publicado na Gazeta de Notícias e, no mesmo ano, na coletânea “Papéis Avulsos”. Se em Machado nós temos a não visão de alguém que se olha no espelho com uma das almas, – ou seja, a de Jacobina, ele só consegue enxergar quando coloca a farda de Alferes, como se aí sim assumisse uma posição de “sujeito” e pudesse, enfim, olhar e se ver no espelho – em Guimarães o personagem, pelo contrário, se vê no espelho, mas não se reconhece, acha aquele ser “desagradável ao derradeiro grau”. É o que podemos ver no final do conto sobre a alma humana quando vesti-a [farda de alferes], aprontei-me de todo; e, como estava defronte do espelho, levantei os olhos, e... não lhes digo nada; o vidro reproduziu então a figura integral; nenhuma linha de menos, nenhum contorno diverso; era eu mesmo, o alferes, que achava, enfim, a alma exterior. Essa alma ausente com a dona do sítio, dispersa e fugida com os escravos, ei-la recolhida no espelho. Imaginai um homem que, pouco a pouco, emerge de um letargo, abre os olhos sem ver, depois começa a ver, distingue as pessoas dos objetos, mas não conhece individualmente uns nem outros; enfim, sabe que este é Fulano, aquele é Sicrano; aqui está uma cadeira, ali um sofá. Tudo volta ao que era antes do sono.9

O que nos leva a crer que sua farda é a alma exterior, por isso que a imagem só aparece no espelho quando travestido de alferes. Em Guimarães, p. ex., a máscara ____________________ 8 ROSA, João Guimarães. O Espelho. In: _______. Primeiras Estórias. 1.ed. especial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. p. 115. A partir de agora, as citações desse texto virão indicadas pelo número de página. 9 ASSIS, Joaquim Maria Machado de. O Espelho – esboço de uma nova teoria da alma humana. In: _______. Contos. São Paulo: FTD, 2002. p. 99.

é utilizada para se ver o “rosto externo” (p. 117) e para sabermos se realmente existimos (p. 120). Contemporânea de Viveiros, é em Veronica Stigger que a questão do espelho e do corpo perante esse espelho é bastante trabalhada. No livro “O Trágico e Outras Comédias”, de 2007, nós nos deparamos com corpos despedaçados, cortados, modificáveis pela circunstância e pelos fatos narrados. São “personagens” que não se olharam no espelho, não tiveram essa experiência, não se identificaram com ninguém, e por isso estão pairando nessa teia de possibilidades. No escrito “Janice e o Umbigo”, p. ex., a dita personagem se enamora de seu próprio umbigo e, depois de um tempo, “entra” dentro dele e “vive feliz, inteira dentro de seu umbigo”10, o que nos é bastante interessante de analisar é que, além do significante “inteira” indicar que ela entrou toda dentro do umbigo, pode também ser lido como que ela, enquanto corpo, só se tornou inteira a partir do momento em que entrou dentro do próprio umbigo; ou em “O Mal de Mário Sérgio” em que o personagem tem suas partes do corpo aumentadas toda vez que precisa falar com um estranho; e em “No Teatro”, escrito esse cujo processo se dá de forma mais perturbadora, quando Josefina, que odeia teatro, só aceita o convite de sua amiga, pois o ator, gostoso, ficará nu. Sentam na primeira fileira e, durante uma cena, o ator, com uma espada na mão, corta a cabeça de Josefina, que sai rolando. A amiga, atônita, corre para recolhê-la e colocá-la no lugar de onde saiu. O ator continua a encenação e a plateia, “extasiada com a veracidade do número, aplaudia enfaticamente”11. Em 2010, quando o livro “Os Anões”, de Veronica, é lançado, muitos se perguntaram sobre o significado daqueles blocos pretos que estão intercalados entre um história e outra, como se estivessem ali para nos lembrar de algo, do espelho esquecido, e para nos lembrar do que possa vir a acontecer caso o espelho volte ao “normal” e reflita. O espelho preto está ali, mas também está perdido.

____________________ 10 STIGGER, Veronica. Janice e o Umbigo. In: _______. O Trágico e Outras Comédias. 2. ed. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007. p. 12. 11 STIGGER, Veronica. No Teatro. In: _______. O Trágico e Outras Comédias. 2. ed. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007. p. 23.

REFERÊNCIAS ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Contos. São Paulo: FTD, 2002. CARVALHO, Flávio de. Ossos do Mundo. São Paulo: Editora Antiqua, 2005. CASTRO, Eduardo Viveiros de. Eduardo Viveiros de Castro. Renato Sztuman (Org.). Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2008. LACAN, Jacques. Le Stade do Miroir comme formateur de la fonction du Je telle qu’elle nous est révélée dans l’expérience psychanalytique. Disponível em: http://espace.freud.pagespro-orange.fr/topos/psycha/psysem/miroir.htm . Acesso em: 10 de maio de 2013. _______. Escritos. Trad. de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. ROSA, Guimarães. Primeiras Estórias. 1.ed. especial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. STIGGER, Veronica. O Trágico e Outras Comédias. 2. ed. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007.

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