Fluxo de Caixa e Gestao Financeira

July 4, 2017 | Autor: RCezar Barros | Categoria: Management
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC

MESTRADO À DISTÂNCIA EM GESTÃO DE NEGÓCIOS COM ÊNFASE EM CONTROLE DE
GESTÃO – FUNCABCG1 (COLATINA)
DISCIPLINA: FINANÇAS I EM GESTÃO DE EMPRESAS

PROFS.: FRANCISCO DE RESENDE BAIMA











ARTIGO FINAL










"CONSIDERAÇÕES SOBRE A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA E SUA IMPORTÂNCIA
COMO INSTRUMENTO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA "


























RAIMUNDO CEZAR BARROS





VITÓRIA-ES, 2000



1. Introdução

A Administração Financeira ocupa-se da obtenção e aplicação dos
recursos financeiros necessários, bem como, em na distribuição eficaz dos
mesmos, para que a empresa opere de acordo com o planejado e os objetivos
previamente estabelecidos. Na busca da execução deste objetivos a
administração financeira convive com o dilema: liquidez versus
rentabilidade.

A liquidez corresponde à facilidade e rapidez com a qual os ativos
podem ser convertidos em dinheiro, e sua importância vem da necessidade
das empresas em possuir disponibilidades financeiras para saldar suas
obrigações em tempo hábil, evitando assim despesas com pagamento de multas
ou de juros resultantes do atraso na quitação de suas dívidas. Uma das
propriedades da liquidez é a divisibilidade, ou seja, a facilidade com a
qual um ativo pode ser dividido em partes.

A rentabilidade corresponde ao grau de retorno proporcionado por um
investimento. E o retorno sobre o investimento, por sua vez, é medido como
o total de ganhos ou prejuízos dos proprietários decorrentes de um
investimento durante um determinado período de tempo.

Ao analisarmos a relação entre liquidez e rentabilidade observamos
que um nível baixo de liquidez leva a empresa a incapacidade de cumprir
suas obrigações financeiras nas datas predefinidas, ao passo que liquidez
em excesso também não é desejável pois representa um desperdício, na medida
em que estes recursos poderiam ser aplicados no financiamento dos fatores
de produção da empresa, em sua expansão ou ainda no mercado financeiro, de
forma a garantir que os excedentes de caixa sejam geridos de maneira a
proporcionar maior rentabilidade.

Neste contexto tão rico em variáveis, enfoques e abordagens
apresentamos o fluxo de caixa como, segundo Zdanowicz (2000, p. 23) o
"instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de
apurar os somatórios de ingressos e desembolsos financeiros da empresa, em
determinado momento, prognosticando assim se haverá excedentes ou escassez
de caixa, em função do nível desejado pela empresa".



2. Administrador Financeiro

Segundo Gitman (1997, p. 4) "os administradores financeiros
administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas,
financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas
com ou sem fins lucrativos".

Na visão de Ross, Westerfield, Jaffe (1995, p. 28) "a tarefa mais
importante de um administrador financeiro é criar valor a partir das
atividades de orçamento de capital, financiamento e liquidez da empresa".
Para isto o administrador deve se basear nas premissas a seguir:

1. "A empresa deve procurar comprar ativos que gerem mais dinheiro do
que custam .

2. A empresa deve vender obrigações, ações e outros instrumentos
financeiros que gerem mais dinheiro do que custam".

Podemos observar a importância do fluxo de caixa para o administrador
financeiro com o auxilio de Zdanowicz, (2000, p. 29), quando afirma que
"através da elaboração do fluxo de caixa, o administrador procura conciliar
a manutenção da liquidez e do capital de giro da empresa, para que esta
possa honrar com as obrigações assumidas perante terceiros na data do
vencimento, bem como a maximização dos lucros sobre os investimentos
realizados pelos acionistas".

Ainda segundo Zdanowicz, (2000, p. 29), "o administrador financeiro
desempenha as seguintes funções:

Manter a empresa em permanente situação de liquidez;

Maximizar o retorno sobre o investimento realizado;

Administrar o capital de giro da empresa;

Avaliar os investimentos realizados em itens do ativo permanente;

Estimar o provável custo dos recursos de terceiros a serem
captados;

Analisar as aplicações financeiras mais interessantes para e
empresa;

Informar sobre as condições econômico-financeiras atuais e futuras
da empresa;

Interpretar as demonstrações financeiras da empresa;

Manter-se atualizado em relação ao mercado e às linhas de crédito
oferecidas pelas instituições financeiras".


3. Fluxo de Caixa

Para Zdanowicz (2000, p. 23) "o fluxo de caixa tem como objetivo
básico, a projeção das entradas e das saídas de recursos financeiros para
determinado período, visando prognosticar a necessidade de captar
empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas operações mais rentáveis
para a empresa".

Iudícibus e Marion (1999, p. 218) afirmam que o fluxo de caixa
"demonstra a origem e a aplicação de todo dinheiro que transitou pelo caixa
em um determinando período e o resultado desse fluxo".

Assaf Neto e Silva (1997, p. 38) explicam que o fluxo de caixa "é um
processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa
determinados pelas várias atividades desenvolvidas" pela empresa.

Nas palavras de Shoon Ledyard, controller da Charlotte Hornets, "O
planejamento de caixa é a espinha dorsal da empresa. Sem ele não se saberá
quando haverá caixa suficiente para sustentar as operações ou quando se
necessitará de financiamentos bancários. Empresas que continuamente tenham
falta de caixa e que necessitem de empréstimos de última hora, poderão
perceber como é difícil encontrar bancos que a financie." (Gitman, 1997, p.
586).

Podemos perceber então, que mediante a elaboração e correta análise
do fluxo de caixa teremos uma visão completa das operações de entrada ou
saída de todo dinheiro da empresa, bem como de onde se originaram tais
entradas e onde foram aplicadas as saídas, ou seja, teremos total controle
sobre as movimentações financeiras ocorridas na empresa bem como seu
impacto sobre a liquidez e rentabilidade dos ativos desta empresa.

O fluxo de caixa é um instrumento de programação financeira que
propicia a elaboração de um melhor planejamento financeiro de forma a:

Não ocorrer excesso de Caixa;

Saber quando buscar empréstimos para cobrir o caixa;

Saber quando aplicar o excesso de recursos.

Quando trabalhamos com fluxo de caixa, devemos ter em mente a
movimentação das contas que representam disponibilidades imediatas, como
caixa, bancos e também aquelas aplicações de resgate imediato da empresa;
em síntese, consiste em trabalharmos com o fluxo do disponível. Por este
motivo o fluxo de caixa também é conhecido como: orçamento de caixa, fluxo
de recursos financeiros, fluxo de capitais, fluxo monetário e movimento de
caixa.



4. FAS-95

O FAS-95 (Financial Accounting - n.º 95), de 1987, é um
pronunciamento, emitido pela FASB - Financial Accounting Standards Board,
entidade que regulamenta as políticas e procedimentos contábeis nos Estados
Unidos.

A partir do FAS-95 as empresas norte-americanas ficaram obrigadas a
apresentar a DFC- Demonstração do Fluxo de Caixa em substituição a DOAR -
Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos. No Brasil encontra-se
em discussão o anteprojeto de alteração da Lei 6.4040/76 (Lei das S.A.), o
qual também prevê a substituição da DOAR pela DFC.

O modelo FAS-95, que está se tornando um padrão mundial para
organização da DFC, dividiu-a em 4 grandes grupos:

Disponibilidades: abrange o dinheiro do Caixa, o saldo das contas
correntes nos bancos e as aplicações financeiras assemelhadas, com
prazo de vencimento em até três meses da data de aplicação. ;

Atividades Operacionais: na maioria das vezes referem-se àquelas
operações que envolvem produção e venda de produtos, ou a
prestação de serviços. Este grupo permite visualizar a atividade
que gera maior caixa operacional, quando comparados a diversos
períodos;

Atividades de Investimentos: dizem respeito à aquisição ou venda
de ativos não-circulantes, que representam a destinação que a
empresa dá aos seus recursos na compra de novos equipamentos ou na
ampliação de suas instalações;

Atividades de Financiamentos: estão relacionadas à obtenção de
empréstimos a curto e longo prazo, bem como à emissão de ações
representativas do capital e ao pagamento de dividendos aos
acionistas. Financiamentos inclui os recursos de terceiros e os
recursos próprios recebidos. Nesse conceito, quando os sócios
colocam dinheiro na empresa, a estão financiando. Aplicações
financeiras com prazo maior que três meses.


5. Métodos de elaboração da DFC

Existem dois métodos de elaboração do fluxo de caixa:

Método direto ;

Método indireto.



2 Método Direto


Para Braga (1999) "o método direto demonstra o fluxo de caixa das
atividades operacionais em termos de fluxo de caixa bruto, não distinguindo
entre o fluxo do período corrente e as mudanças do capital de giro".

Campos Filho (1999, p. 41) lembra que é recomendado às empresas
"relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente,
mostrando as principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais
(método direto)".

No método direto as entradas e saídas operacionais são apresentadas
de forma direta, isto é, primeiro as entradas, depois as saídas. Este
método proporciona um maior e melhor controle sobre as movimentações e o
saldo de caixa, permitindo desta forma que os ajustes necessários sejam
feitos com mais agilidade.

As principais vantagens do método direto, segundo Campos Filho (1999,
p. 48), residem em que este método:

"Cria condições favoráveis para que a classificação dos
recebimentos e pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais;

Permite a cultura de administrar pelo caixa seja introduzida mais
rapidamente nas empresas;

As informações de caixa podem estar disponíveis diariamente".

Ainda segundo Campos Filho (1999, p. 48) as principais desvantagens
do método direto são:

"O custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos;

A falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e
financeira em usar o método das partidas dobradas para classificar
os recebimentos e pagamentos";

Segundo Perez e Begalli (1999) "o método direto embora mais
trabalhoso em virtude da quantidade de informações, é mais simples e
elucidativo que o indireto", e, "é o mais utilizado por causa de sua
simplicidade e serventia".



1. Método Indireto

Para Perez e Begalli (1999, p.) "o método indireto parte do resultado
das operações sociais, isto é, o lucro líquido do período, ajustado pelas
despesas e receitas que não interferem diretamente no caixa ou
disponibilidades da entidade, tais como depreciações, amortizações e
exaustões".

Campos Filho (1999, p.41) explica que "as empresas que decidirem não
mostrar os recebimentos e pagamentos operacionais deverão relatar a mesma
importância de fluxo de caixa líquido das atividades operacionais
indiretamente, ajustando o lucro líquido para reconciliá-lo ao fluxo de
caixa líquido das atividades operacionais (método indireto ou de
reconciliação)".

Braga (1999, p. ) afirma que "o método indireto deriva do fluxo de
caixas das atividades operacionais, tomando-se o lucro operacional mais a
depreciação e as mudanças nos itens de capital de giro. Os valores dos
componentes são facilmente obtidos a partir da última demonstração do
resultado do período e dos dois últimos balanços patrimoniais".

O método indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades
operacionais de forma indireta, realizando ajustes ao lucro líquido do
exercício.

As principais vantagens do método indireto, segundo Campos Filho
(1999, p. 48), residem em que este método:

"Apresenta baixo custo. Basta utilizar dois balanços patrimoniais
(o do início e o do final do período), a demonstração de
resultados e algumas informações adicionais obtidas na
contabilidade;

Concilia lucro contábil com fluxo de caixa operacional líquido,
mostrando como se compõe a diferença".

Ainda segundo Campos Filho (1999, p. 48) as principais desvantagens
do método indireto são:

"O tempo necessário para gerar as informações pelo regime de
competência e só depois convertê-las para o regime de caixa. Se
isso for feito uma vez por ano, por exemplo, podemos ter surpresas
desagradáveis e tardiamente;

Se há interferência da legislação fiscal na contabilidade
oficial, e geralmente há, o método indireto irá eliminar somente
parte dessas distorções".


6. Planejamento Financeiro e Fluxo de Caixa

Para Gitman (1997, p. 588) "o planejamento financeiro é um aspecto
importante para o funcionamento e sustentação da empresa, pois fornece
roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas ações na consecução de
seus objetivos".

Segundo Ross, Westerfield, Jaffe (1995, p. 525) "o planejamento
financeiro formaliza o método pelo qual as metas financeiras devem ser
alcançadas".

Ainda segundo Ross, Westerfield, Jaffe (1995, p. 525) os elementos
básicos de política para o planejamento financeiro compreendem "(1) as
oportunidades de investimento que a empresa pretende aproveitar, (2) o grau
de endividamento que a empresa decide adotar, e (3) o montante de dinheiro
que a empresa considera necessário e apropriado pagar aos acionistas".

Na visão de Zdanowicz (2000, p. 125) "o processo de planejamento do
fluxo de caixa da empresa consiste em implantar uma estrutura de
informações útil, prática e econômica".

Zdanowicz (2000, p. 54) afirma ainda que "o fluxo de caixa é o
instrumento essencial para a administração do disponível e o sucesso da
empresa, em termos de planejamento e de controles financeiros, É o
instrumento mais preciso e útil para levantamentos financeiros a curto e
longo prazos".

O planejamento do fluxo de caixa abrange períodos de tempo diferentes
em função do porte e do ramo de atividade da empresa. Quando as atividades
previstas nos planejamentos estão sujeitas a grandes oscilações, a
tendência é para estimativas de curto prazo, enquanto as empresas que
apresentam fluxos de pagamentos e recebimentos estáveis tendem à projetar o
fluxo de caixa para períodos mais longos.

Muitas vezes a empresa opta por fazer, inicialmente planejamentos de
longo prazo, ou estratégicos, que iram orientar a elaboração de
planejamentos de curto prazo que serviram para controle, avaliação e
revisão do desempenho da empresa em relação as metas de longo prazo.




3 Planejamento do Fluxo de Caixa a Longo Prazo


Segundo Ross, Westerfield, Jaffe (1995, p. 525) "o planejamento
financeiro a longo prazo incorpora decisões tais como as de orçamento de
capital, estrutura de capital e política de dividendos. Essas decisões
envolvem oportunidades de investimento e esquemas de financiamento que têm
alcance superior ao prazo de um ano".

Para Gitman (1997, p. 588) "os planos financeiros (estratégicos) a
longo prazo são ações planejadas para um futuro distante, acompanhadas da
previsão de seus reflexos financeiros".

Para Zdanowicz (2000, p. 129) o planejamento financeiro a longo prazo
"tem por objetivo demonstrar a possibilidade de serem geradas as
disponibilidades de caixa, ou obtidos os recursos financeiros necessários à
manutenção da atividades planejadas para um dado período. Deverão indicar
as épocas em que as disponibilidades poderão ser insuficientes, a fim de
que o administrador financeiro fique apto a:

Incluir no planejamento de caixa o montante dos empréstimos ou
financiamentos com que a empresa deverá contar em curto, médio e
longo prazos;

Prever aumentos de capital social, mediante aproveitamento de
reservas ou subscrição de novas ações;

Analisar os efeitos que cada uma dessas maneiras de obter maiores
recursos terá na estrutura do capital da empresa;

Determinar para a alta administração os projetos que poderão ser
executados de acordo com os planos, quais serão adiados ou
alterados, e quais deverão ser inteiramente abandonados".

Quanto maior for o prazo do planejamento do fluxo de caixa mais
imprecisas serão suas estimativas, dadas as mudanças, muitas vezes
imprevisíveis, que podem ocorrem no ambiente externo à empresa e cujas
conseqüências forçam a empresa a também se readaptar a fim de garantir sua
sobrevivência. Desta forma é altamente recomendável que o planejamento seja
flexível e que possua pelo menos três planos alternativos:

1. Plano Pessimista: que será elaborado tendo por base um cenário
mais adverso possível aos negócios e projetos da empresa;

2. Plano Normal: que será elaborado levando em conta as previsões
mais prováveis em relação a empresa e a economia.

3. Plano Otimista: que será mediante a melhores hipóteses para os
negócios e projetos da empresa.



4 Planejamento do Fluxo de Caixa a Curto Prazo


Para Gitman (1997, p. 588) "os planos financeiros (operacionais) a
curto prazo são ações planejadas para um período curto acompanhadas da
previsão de seus reflexos financeiros".

Segundo Ross, Westerfield, Jaffe (1995, p. 534) "as finanças de curto
prazo envolvem uma análise de decisões que afetam os ativos e passivos
circulantes e freqüentemente exercem impacto sobre a empresa dentro do
prazo máximo de um ano".

Na visão de Zdanowicz (2000, p. 128) o planejamento financeiro a
curto prazo "fornecerá a posição dos recursos em função dos ingressos e
desembolsos de caixa, constituindo-se em poderoso instrumento de
planejamento e controle financeiros para a empresa".

O planejamento financeiro a curto prazo permite melhor controle do
fluxo de caixa uma vez que sua projeção é feita com base em períodos
menores, fato que também aumenta a precisão de suas estimativas uma vez
que períodos curtos estão menos sujeitos a mudanças de grande impacto às
atividades da empresa do que planejamentos a longo prazo.

5 Orçamento de Caixa


Para Ross, Westerfield, Jaffe (1995, p. 544) " o orçamento de caixa é
uma ferramenta indispensável para o planejamento de curto prazo. Permite ao
administrador financeiro verificar as necessidades (e oportunidades)
financeiras de curto prazo. Diz ao administrador qual é a necessidade de
financiamento no curto prazo".

Segundo Gitman (1997, p. 590) "o orçamento de caixa, ou projeção de
caixa, é um demonstrativo dos fluxos das entradas e saídas projetadas da
empresa, usado para estimar suas necessidades de caixa a curto prazo".

Ainda segundo Gitman (1997, p. 596) "o orçamento de caixa fornece os
valores que indicam o saldo final de caixa esperado, podendo este ser
analisado para determinar se um déficit ou um excesso de caixa é esperado
em cada um" dos períodos cobertos pela projeção.

Zdanowicz (2000, p. 125) explica que "o fluxo de caixa projetado,
pode ser expresso de forma genérica pela seguinte equação:

SFC = SIC + I - D


Onde:

"SFC = saldo final de caixa; "I = ingressos; "
"SIC = saldo inicial de caixa; "D = desembolsos. "


Nestes termos, o fluxo de caixa é o instrumento utilizado pelo
administrador financeiro, com a finalidade de detectar se o saldo inicial
de caixa adicionado ao somatório de ingressos e subtraído pelos
desembolsos, apresentará excedentes de caixa ou escassez de recursos
financeiros pela empresa".

Para determinar se existe necessidade de financiamento ou saldo
excedente de caixa Gitman a partir de abordagem um pouco diferente chega as
mesmas conclusões de Zdanowicz, como poderemos verificar nos próximos
parágrafos.

Gitman (1997, p. 595) define fluxo de caixa líquido como "a diferença
matemática entre os recebimentos e pagamentos de uma empresa, num dado
período".

Podemos representar esta definição de Gitman com a fórmula:

FCL = R - P


Onde:

"FCL = fluxo de caixa líquido; "P = pagamentos. "
"R = recebimentos; " "


Gitman (1997, p. 595) define saldo final de caixa como "a soma saldo
inicial de caixa com fluxo de caixa líquido de num dado período".

Podemos representar esta definição de Gitman com a fórmula:

SFC = SIC + FCL


Onde:

"SFC = saldo final de caixa; "SIC = saldo inicial de "
" "caixa; "
"FCL = fluxo de caixa líquido; " "


Finalmente Gitman (1997, p. 595) estabelece que "subtraindo do saldo
final de caixa o saldo mínimo de caixa, chega-se ao financiamento total
necessário ou ao saldo excedente de caixa.

Podemos representar a definição de Gitman da seguinte forma:


"Situação "Diagnóstico "
"SFC < SM "A empresa necessita de financiamento "
"SFC > SM "A empresa possui saldo excedente de "
" "caixa "


Onde SFC = saldo final de caixa e SM = saldo mínimo de caixa

Neste sentido o resultado da subtração do saldo final de caixa pelo
saldo mínimo de caixa pode ser:

Negativo: mostrando que a empresa não possui disponibilidades
suficientes para saldar suas obrigações nos prazos de vencimento,
necessitando desta forma buscar financiamento. Neste caso o
resultado de SFC – SM aponta o valor do déficit do caixa da
empresa;

Zero: situação bastante improvável, onde SFC – SM seriam iguais,
indicando um perfeito equilíbrio entre os ingressos e desembolsos
no caixa da empresa;

Positivo: mostrando que a empresa possui mais disponibilidades do
que o necessário para saldar suas obrigações nos prazos de
vencimento, devendo desta forma buscar a forma mais rentável para
investir este excedente de caixa. Neste caso o resultado de SFC –
SM aponta o valor do superávit do caixa da empresa;



7. Considerações Finais

A empresa deve ser entendida e tratada como uma entidade que
participa de um ambiente que vai muito além de suas paredes, onde ao mesmo
tempo que influencia é influenciada por agentes externos em constante
evolução que geram mudanças tecnológicas, sociais, políticas, econômicas,
ecológicas e jurídicas que em direta ou indiretamente afetam a vida da
empresa.

As constantes, e cada vez mais rápidas, mudanças ambientais trazem
tanto oportunidades quanto ameaças para as empresas, impondo a seus
gestores o desafio de se antecipar e reagir de forma a evitar ou sanar
problemas e maximizar o aproveitamento de novas oportunidades de maneira
eficaz.

Neste contexto este artigo enfocou a Demonstração do Fluxo de Caixa
como importante instrumento capaz de auxiliar o administrador financeiro em
seu desafio de prover os recursos financeiros necessários às atividades da
empresa e maximizar a rentabilidade do recursos excedentes.

O presente artigo também abordou a utilização da demonstração do
fluxo de caixa no plano internacional através do FAS-95 e os estudos para
sua adoção no Brasil, em substituição a DOAR - Demonstração das Origens e
Aplicações dos Recursos, prevista no anteprojeto de reformulação da Lei
6.404/76.

O trabalho enfocou também as metodologia de elaboração do fluxo de
caixa, os métodos direto e indireto, mostrando as vantagens e desvantagens
de cada um dos métodos. Analisando também as principais diferenças entre o
planejamentos de fluxo de caixa de curto e longo e mostrando também quando
o uso de um ou de outro é mais indicado.

Diante das pesquisas que conduziram a elaboração deste artigo ficou
claro a importância da elaboração e análise do fluxo de caixa, tanto como
dispositivo de controle das atividades da empresa, quanto como instrumento
capaz de testar e avaliar a ocorrência de cenários econômicos futuros e
como influiram nas finanças da empresa. O fluxo de caixa também permite
avaliar a viabilidade financeira dos projetos e metas traçados pela empresa
em seu planejamento estratégico de forma a prever a necessidade de
financiamento e as melhores formas de obte-los, assim como, os excedentes
de caixa e a melhor forma de aplica-los.

8. Referências Bibliográficas

BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações Contábeis: Estrutura, Análise e
Interpretação. São Paulo: Atlas, 1999.

BRASIL. Lei n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispões sobre as
sociedades por ações.

CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstração dos Fluxos de Caixa: Uma ferramenta
indispensável para administrar sua empresa. São Paulo: Atlas, 1999.

GITMAN, Lawrence J.. Princípios de Administração Financeira. São Paulo:
Harbra, 1997.

IUDÍCIBUS, Sérgio de, Marion, José Carlos. Introdução à teoria da
contabilidade: para o nível graduação. São Paulo: Atlas, 1999.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. São Paulo: Atlas, 1998.

PEREZ JUNIOR, José Hernandez, BEGALLI, Glaucos Antonio. Elaboração das
Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas, 1999.

ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., JAFFE, Jeffrey F..
Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1995.

ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e
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