Fluxograma - Introdução à análise estrutural da narrativa de Barthes

June 13, 2017 | Autor: Nilthon Fernandes | Categoria: Semiótica, Formalismo Russo
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Descrição do Produto

Introdução à análise estrutural da narrativa Roland Barthes

Complexa aleatória

A língua da narrativa

As funções

As ações

A narração

1

2

3

4

Relação homológica entre a frase e o discurso

A determinação das unidades

Os níveis do sentido

Acima da frase

Existe Frase acima da Frase

Discurso: regras e gramática

Classes de unidades

A função é uma unidade de conteúdo

Teoria dos níveis

Classes de funções distribucionais

Estatuto estrutural dos personagens

Sintaxe funcional

Classes de funções integrativas

Exemplo: dados do estado civil e traços caracteriais

Informantes e índices podem combinar p.37

Entre a frase e o discurso há uma relação secundária

Simples combinatória

Distribucionais

Integrativas

Se as relações estão situadas em um mesmo nível

Se as relações estão estabelecidas de um nível a outro

Nível da descrição

Pressão desigual

Funções representadas por unidades superiores à frase

Nível das funções

Nível das ações

Significado imediato do enunciado

Funções representadas por unidades inferiores à frase

Funções

Correlato da utilização e correlato da colocação

Índices

Sentido no nível de uma tipologia geral dos actantes

As funções cardinais tem uma relação de solidariedade que as une

Uma relação de implicação une as catálises e os núcleos

Uma função de uma espécie obriga outra da mesma espécie e reciprocamente

Uma catálise implica uma função cardinal, mas não reciprocamente

Nível da narração Sanção sintagmática

Sanção paradigmática

Funções implicam metonímicos

Índices implicam metafóricos

Relação paramétrica

“preencher” a narrativa

Valery: a crença no tempo como agente e fio condutor é fundada sobre o mecanismo de memória e sobre o discurso combinado

Precupação aos que procuram estruturar a narrativa

Uma ação de catálise de notação: esperar

Beber uísque no hall do aeroporto

Correspondem a uma funcionalidade do SER

Descronologicizar o contínuo narrativo e a relogicizar, submetê-lo aos “raios da lógica”

(identificar, situar no tempo e espaço)

Segundo o que fazem (actantes)

Que participam da estutura de interlocução de segundo grau que é o diálogo

Greimas: actante

Actantes da narração (ou do enunciado)

Oposição aos actantes sintáticos (sujeito de estado e sujeito de fazer)

O segundo caminho é de StraussGreimas

Surgindo em sincretismo com os pragmáticos ou como atores autônomos: como informante

O tempo não pertence ao discurso, mas ao referente

Levando-se em conta o papel que ele desempenha, ao nível da semântica, diremos que o actante é individual, dual ou coletivo.

Distorção e expansão

Classificação dos modos de intervenção do autor, codificação dos começos e fins de narrativas, definição dos diferentes estilos de representação, estudo de “pontos de vista”

Signo do leitor são os Signos da narração p.49

Segunda concepção

A narrativa é emitida por uma pessoa (no sentido psicológico do termo)

ou reconhecível como posições implícitas com o actante observador

Esta pessoa tem um nome, é o autor, em que se trocam sem interrupção a “personalidade” e a arte de um indivíduo

A cobertura funcional da narrativa impõe uma organização de substituição

Terceira concepção

A narração não pode receber sua significação do mundo que usa, acima do nível narracional, começa o mundo, isto é, os sistemas sociais, econômicos etc.

O narrador deve limitar sua narrativa aos que podem observar ou saber os personagens

Faz do narrador uma espécie de consciência total que emite a história do ponto de vista superior (como Deus) p.50

O narrador é ao mesmo tempo interior a seus personagens (sabe tudo) e exterior (não se identifica mais com que com um que com outro

É necessário acrescentar a escritura no seu conjunto, pois seu papel não é o de “transmitir” a narrativa, mas de mostrá-la

Distaxia: quando as partes de um signo são separadas por outros signos ao longo da cadeia da mensagem

Cujos termos são de outra substância (fatos históricos, determinações, comportamentos etc.)

As unidades de uma sequência podem ser separadas umas das outras pela inserção de unidades que vêm de outras sequências

Aristóteles: a proairesis: escolha racional das ações a cometer, fundamenta a práxis

Modelo linguístico. Descobrir nas funções oposições paradigmáticas

Ações dos personagens. A regra pela qual as narrativas se combinam

Em cada ponto da história, tal personagem é submetido

Pôr às claras o que se poderia chamar lógica energética

cuja unidade de base é um agrupamento de funções.

Sequência

A lógica energética se apodera dos personagens no momento em que escolhem agir

A lógica fechada que estrutura uma sequência ligada ao nome

Toda função que inaugura uma sedução impõe, pelo nome, o processo interno da sedução

Para decidir que o próprio autor disponha de “signos” com os quais salpicam sua obra, é necessário supor entre a “pessoa” e sua

A sequência é uma unidade lógica ameaçada: é o que a justifica a mínino, mas também ao máximo

Quem fala (na narrativa) não é quem escreve (na vida) e quem escreve não é quem é

linguagem uma relação signalética que faz do autor um sujeito pleno e da narrativa a expressão instrumental desta plenitude

Por exemplo: oferecimento de cigarro (oferecer, aceitar, acender, fumar)

Nível infinitesimal

A epopeia é uma narrativa interrompida no nível funcional, mas unitária no nível actancial

O que foi separado em um certo nível (uma sequência) é reunido com mais frequência em um nível superior

ele ne nous a jamais pardonné

O signo sendo fracionado, seu significado está repartido em diversos significantes, distantes uns dos outros e em que cada um considerado à parte não pode ser compreendido

A narrativa é uma língua sintética

Oferta de cigarro, em suspenso, apresenta o paradigma perigo/ segurança

O paradigma suspeita/proteção, agressividade/ amizade

entretanto a instância pessoal invadiu pouco a pouco a narrativa, a narração estando relacionada ao hic et nunc da locução (é a definição do sistema pessoal)

Algumas narrativas misturam até o limite de uma mesma frase o pessoal e o apessoal

Benveniste: na narrativa ninguém fala

As três são concepções constrangedoras porque parecem todas três ver no narrador e nos personagens pessoas reais, “vivas”. Os signos do narrador são imanentes à narrativa e, por conseguinte, perfeitamente acessíveis a uma análise semiológica

A narrativa (ou código do narrador) só conhece dois sistemas de signos: pessoal e apessoal p.51

Conhecida a potência deste mito literário

“ele percebeu um homem...” é perfeitamente pessoal, a despeito do ele (Eu, J.Bond percebi)

“gelo contra o vidro pareceu...” o parecer não é pessoal porque é um signo apessoal

Goldfinger Seus olhos

pessoal

cinza-azulados apessoal estavam fixados sobre os de Du Pont

pessoal

pois este olhar fixo comportava um misto de candura, de ironia e de autodecepção

apessoal

A mistura dos sistemas é sentida como facilidade que leva à trucagem

Cinco e vinte e cinco. Agatha Christie

É esta pessoa formal que se tentar hoje em dia se fazer falar: trata-se de uma subversão importante, pois ela visa a fazer passar a narrativa...

da ordem constativa à ordem perfomativa

p.53

Todorov: exemplo clássico de performatiivo é o enunciado: eu declaro guerra, que não “constata” nem “descreve” nada, mas esgota sua significação na sua própria proferição (contrariamente ao enunciado: o rei declarou a guerra, que é constatativo, descritivo)

É a integração, sob formas variadas, que permite compensar a complexidade aparentemente indomável das unidade de um nível

Ela que permite orientar a compreensão de elementos descontínuos, contínuos e heterogêneos

É a isotopia, unidade de significação (a que, por exemplo, impregna um signo e seu contexto)

A integração narrativa, com frequência, uma mesma unidade pode ter dois correlatos

Um sobre outro nível (índice remetendo a um actante)

p.61

A criatividade da narrativa situase entre dois códigos: o da linguística e o da translinguística

p.57 Uísque, como unidade funcional,

Uísque, como índice, tem valor polissêmico, que se assemelha a diversos significados (modernidade, riqueza, ociosidade)

Sequência de um alto grau hierárquico, significação total de uma dispersão de índices, ação de uma classe de personagens

Um sobre um nível (função de uma sequência)

James Bond pede um uísque esperando o avião

Uma sequência é uma série lógica dos núcleos unidos entre si por uma relação de solidariedade

Conjunto homogêneo Consumação: operação nominativa

A língua narrativa comporta rubricas

Integração

Línguas analíticas (linear, lógica, monossemia)

Línguas sintéticas (onde predomina a Distaxia)

p.40 Sintaxe da narrativa humana. Traçar o trajeto das “escolhas

Inserir nessas distorções as expansões imprevisíveis

Distender os signos ao longo da história

Toda narrativa é tributária de uma “situação de narrativa”, conjunto de protocolos segundo os quais a narrativa é consumida

Tudo se passa como se cada personagem fosse um de cada vez o emissor da narrativa

Mimeses e significação

Formas do discurso

Sujeitos cognitivos

Primeira concepção

Tempo é uma ilusão cronológica

O terceiro caminho é de Todorov

Cada vez que o narrador relaciona fatos que conhece, mas que o leitor ignora, produzse, por carência significante, um signo de leitura

No que tange a duas dimensões discerníveis no discurso

Estrutura paradigmática: sujeito/objeto doador/destinatário - adjuvante/ oponente

Conjunto dos operadores que reintegram funções e ações na comunicação narrativa, articulada sobre seu doador e seu destinatário

p.55

A integração que recolhe essas unidades de um nível superior, é o sentido

A forma (articulação ou segmentação, que produz unidades

Nível narracional é ocupado pelos signos da narratividade

Descrever o código através do qual narrador e leitor são significados na narrativa

Há um doador da narrativa; há um destinatário da narrativa

Subsumem papéis actanciais de um percurso gerativo

São sujeito/ objeto, destinador/ destinatário

Lógica das funções

O primeiro caminho é de Bremond

Actantes funcionais (ou sintagmáticos)

Língua: dois processos

Situação da narrativa

A narrativa é alvo de uma comunicação

Três eixos semânticos que se encontram além disso na frase (sujeito, objeto, complemento de atribuição, complemento circunstancial

Os três eixos semânticos são a Comunicação, o Desejo (ou a busca) e a Prova

5

Comunicação narrativa

Sujeitos pragmáticos É a lógica narrativa a dar conta do tempo narrativo.

p.35

O índice de uma atmosfera (modernidade, descontração...

Predicados de base: amor, comunicação, ajuda

Derivação (conta e outras relações) e Ação (transformações das relações)

O “verdadeiro” tempo é uma ilusão referencial, “realista”

Strauss: a ordem de sucessão cronológica resolvese numa estrutura matricial atemporal

Informações

Correspondem a uma funcionalidade do FAZER

Cada personagem é o herói de sua própria sequência

Actantes da comunicacão (ou da enunciação)

São o narrador/ narratário, interlocutor/ interlocutário

Definição da armadura da narrativa

p.39

Catálises

Os personagens formam um plano de descrição O personagem não é definido como um SER, mas um PARTICIPANTE

(caráter, sentimento, atmosfera)

“importância” da narrativa

Personagens: dramatis personae ou actantes

As expansões são suprimíveis, mas não os núcleos

A narrativa instituía confusão entre consecução e a consequência: o tempo e a lógica

Índices

Funções cardinais

A literatura despersonalizou o “personagem”

O problema do sujeito

O sistema da narrativa

o pedido pode percorrer várias etapas (consumação, espera, partida) para encontrar sua significação final

Tempo lógico que tem pouca relação com o tempo real

Em toda narrativa, a imitação permanece contingente, a função narrativa não é representar, é de

p.59

A pessoa psicológica (de ordem referencial) não tem nenhuma relação com a pessoa linguística (definida pelo seu lugar codificado - no discurso)

A mesma pessoa tem uma consciência de testemunha, imanente ao discurso, e uma consciência de assassino, imanente ao referente

A literatura não é mais DESCRITIVA, mas TRANSITIVA. O logos sendo reduzido ou estendido a uma lexis

Escrever é “dizer que se conta” e relacionar todo o referente “o que se diz” a este ato de locução

Em Genette (Diegesis e mimesis) Platão: o domínio daquilo que ele chama lexis (ou maneira de dizer, por oposição a logos, que designa o que é dito)

De um lado, mantendo uma sequência aberta (por procedimentos enfáticos de retardamento e de adiantamento)

Reforça o contato com o leitor (ou ouvinte), detém uma função manifestamente fática

De outro lado, oferece-lhe a ameaça de uma sequência inacabada, de um paradigma aberto

uma perturbação lógica, angústia e prazer, um suspense, para arriscá-la ou glorificá-la

constituir um espetáculo que permanece enigmático, mas que não saberia ser de ordem mimética

BARTHES, R.; GREIMAS, A. J.; Divide-se em imitação (mimesis) e simples narrativa (diegesis)

BREMOND, C.; ECO, U.; MORIN, V.; GRITTI, J.; METZ, C.; TODOROV, T.; GENETTE, G. Análise estrutural da narrativa. Vozes, Petrópolis, RJ, 2013. Elaborado por Nilthon Fernandes Qualquer incentivo para melhorar ou apurar o trabalho é bem-vindo.

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