Formas da Água – Reflexão por transparência Patrícia Claro

June 1, 2017 | Autor: Rafael Raddi | Categoria: Landscape Ecology, Landscape Architecture
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Formas da Água – Reflexão por transparência Patrícia Claro Curadoria: Rafael Raddi e Xenia Bergman Com um conjunto que compreende pintura, fotografia, gravura, vídeo e instalação a exposição Patrícia Claro: Formas da Água – Reflexão por transparência no MARCO (MS) tratará de relações entre produção artística, meio ambiente e contexto hoje, homenageando um dos bens naturais mais preciosos. Entre as principais linhas curatoriais da mostra figuram a exemplificação de diversos tipos de imagéticas aquosas, traduzidas nas obras plásticas desta artista, concediendo destaque às características da água em particular, sua transparência, sua capacidade especular como reflexo, seu revelado múltiple de formas e cores, e todas estas notas acentuadas pela alta recepção participativa que a exposição propõe. O tema específico escolhido para o contexto mato-grossense do sul, Reflexão por transparência, nos fará também lembrar a qualidade de onde surgiu a imanência de Narciso, um dos mitos fundadores da pintura, no qual a beleza foi impreterivelmente retida na imagem. Assim mesmo na arte de Patrícia Claro o binômio arte e natureza – muitas vezes esquecido no passo avassalador da tecnologia –, convertem-se em geradores de sentidos, dos enlaces como reflexão/imagem, olhar/ consciência, compromisso social/ tecnologia os quais nos levam a refletir sobre o problema da água uma vez sublimada defronte o olhar. Sendo considerada uma artista multimídia, a artista chilena encontra com a diversidade dos reflexos produzidos pela água uma fonte infinita de imagens e as transforma em arte. No caso da pintura, Claro utiliza médios digitais, – onde os detalhes essenciais são recortados digitalmente – como preâmbulo de um processo que depois é plasmado no pigmento sobre o linho. Assim também realiza vídeos e põe em uso outras linguagens para mostrar as possibilidades artísticas da água. Algumas das obras ganham força com a música experimental do compositor chileno Max Zegers, com vasta experiência como criador de trilhas sonoras. Nesta ocasião se apresenta uma grande instalação, na sala do meio do Museu, composta da obra Sombras de água que utiliza como recurso a leveza do papel e que estará disposta lado a lado de um destes vídeos realizados recentemente pela artista e titulado 16 de Abril, um verdadeiro ensaio do que acontece num único dia quando situados num ponto estático frente ao rio. Com um trabalho que discute interface entre artes visuais e indústria já desde o próprio processo criativo foi importante aprofundar nestas obras o importante conceito da Economia Criativa. Daí que a oportunidade de exibir o seu trabalho em Brasil, o pais com maior concentração de água no mundo, sirva como espaço de reflexão sobre a diversidade e a unicidade dos biomas de cada lugar onde irá expor, sendo concedido também um alto significado a cada um dos ecossistemas autóctones. Correspondendo a este anseio a mostra propôs que em cada uma das cidades que percorrerá a exposição ganhe víeis curatoriais diferentes. Eis como foi concebido que mediante residências artísticas realizadas em diferentes cidades, a artista estabeleça nexos entre sua pesquisa minuciosa sobre a linguagem da água, e os biomas de Brasil que aportam algo surpreendente a ambos, natureza e cultura de cada região. Em Mato Grosso do Sul, resultado da sua residência realizada com o auspicio de ICMBIO – Instituto Chico Mendes a artista tomou como cenário o famoso ecossistema de Rio Bonito, e apresenta ao público série Águas Perdidas (2015). Essas cinco telas consistem em uma grandiloquente paisagem das chamadas Lagunas Perdidas, lugar escolhido pela artista após estudo das várias acepções que toma o

rio em seu trajeto. Justamente o nome a dado a este lugar, quase virgem, fundamentaria parte de seu objeto de dedicado estudo. Aqui ela por primeira vez tomou como tema um rio que não está situado em Chile, justamente por considerar-lo atípico, em quanto à tonalidade das águas, e isto ocorre por se tratar de um trecho que provém do Aquífero Guarani, o maior manancial de água subterrânea do mundo. As Lagunas Perdidas ostentam uma profundidade e transparência tamanha que chegam a ser – ao disser da artista –, “um verdadeiro mosaico com a capacidade extrema de absorver o entorno, e recriar, de tão invisíveis essas camadas aquosas, tudo o que está ao seu redor para transformar-lo em paisagem”. Ao representar esta qualidade na tela, o destaque foi concedido às cores e à ramagem formada pelos juncos, vegetação que oscila dentro e fora da água. Sendo seu método seguir a luz em verticalidade até o mais fundo passível de ser alcançado pela visão, em contrapartida com as águas sereníssimas da superfície, o resultado final é uma transparência de beleza estonteante e hipnótica. Além de Mato Grosso do Sul, a mostra já foi exposta em Brasília com grande sucesso de público, onde teve contabilizadas 37.158 visitações e 557.000 visualizações na internet. Seguirá posteriormente seu percurso por Campinas (SP), Belém do Pará (PR), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (Ceará), Campina Grande (PB), Florianópolis (SC) e Foz de Iguaçu (PR). A montagem da mostra Patrícia Claro: Formas da Água – Reflexão por transparência, tal e como foi concebida, é um dos seus maiores atrativos. Recursos tecnológicos de ponta permitirão ao visitante uma maior integração com as idéias da artista, além de ampliar a acessibilidade às informações e meios que ajudarão a configurar o evento como um todo. Os dados sobre as obras – tais como a descrição do processo, técnica, especificidades do local que recria e a motivação da artista em cada caso – estarão disponíveis por médio do QR-Code (código de barras bidimensional) utilizados por smart-phones. Ainda a exposição levará ao público um projeto pedagógico completo e inovador destinado a crianças que cursam na rede de escolas públicas e privada da capital mato-grossense. A idéia é trabalhar de forma lúdica com propostas e jogos inspirados na concepção artística da Claro. O programa incluirá também crianças e jovens com necessidades especiais. Além dos objetivos educacionais, o projeto pretende também estimular aos estudantes a deixar os registros de suas impressões sobre a exposição. Este apelo participativo também buscará o traçado de um paralelo com os diversos significados que a água adquiriu através da história da arte. Se por um lado tem momentos, em que esta se torna alegórica e mimética como na Renascença, carregada de ritmo e sentido segundo o barroco, ou já mais próximo no tempo, um tema preferido dos jogos visuais óticos do impressionismo, aqui ela será vista interpelada pelas diversas tendências, a partir dos métodos propriamente contemporâneos. O evento é uma realização do Instituto Plano Cultural, e contará com o patrocínio do CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina Sobre a artista Nascida em Santiago de Chile, em 1960, Patricia Claro se formou em Artes Visuais e Design pela universidade Católica de Santiago. Suas obras já tem sido exibidas em diversas galerias e museus nacionais e internacionais, como de Estados Unidos, China, Bélgica, entre outros países, onde sua obra já se tornou conhecida.Para mais informações visite seu sítio web: http://www.patriciaclaro.com

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