\"Fossas do Calcolítico. Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2\", Relatório Final de Trabalhos Arqueológicos, aprovado por IGESPAR, Maio de 2010

May 23, 2017 | Autor: António Ginja | Categoria: Chalcolithic Pottery, Chalcolithic Archaeology, Chalcolithic, Calcolítico
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INTERVENÇÃO ARQUEOLÓGICA NO ÂMBITO DA CONSTRUÇÃO DA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DA TORRE DO LÓBIO, DO ADUTOR E DO RESERVATÓRIO DE SERPA NORTE

CASA BRANCA 2

Relatório Final

   

Índice   1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 2 2. ENQUADRAMENTO ESPACIAL......................................................................................... 3 3. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO....................................................................................... 4 3.1. O local da presente intervenção ............................................................................ 20 4. PERÍODO DE EXECUÇÃO/MEIOS MATERIAIS E HUMANOS .............................................. 24 5. METODOLOGIA ........................................................................................................... 24 6. DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS ARQUEOLÓGICOS .......................................................... 25 6.1. Sondagem 1 .......................................................................................................... 25 6.2. Sondagem 2 .......................................................................................................... 28 6.3. Sondagem 3 .......................................................................................................... 31 6.4. Sondagem 4 .......................................................................................................... 35 7. ‘FOSSAS’ 5 E 6............................................................................................................ 39 8. ESPÓLIO CULTURAL E AMOSTRAS RECOLHIDAS ........................................................... 40 8.1. Inventário ............................................................................................................... 41 8.1.1. Material cerâmico ............................................................................................... 41 8.1.2. Material lítico....................................................................................................... 63 8.1.3. Fauna.................................................................................................................. 65 8.1.4. Outros Materiais ................................................................................................. 66 8.1.5. Amostras............................................................................................................. 67 9. Considerações finais ................................................................................................ 68 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 72 ANEXO FOTOGRÁFICO .................................................................................................... 74 ANEXOS GRÁFICOS ........................................................................................................ 97 ANEXO CARTOGRÁFICO ................................................................................................ 106 Ficha de Sítio.............................................................................................................. 114      

1 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

1. INTRODUÇÃO

O presente relatório foi elaborado pela empresa MUNIS – Atelier de Arqueologia, Lda. e refere-se à intervenção arqueológica levada a cabo no sítio de Casa Branca 2, dentro da área afectada pelas obras de construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte. No local desta intervenção haviam já sido identificadas pelo Dr. Monges Soares quatro manchas de terra de tonalidade mais escura associadas a materiais cerâmicos, compatíveis com ‘fossas’ do Calcolítico, tendo às mesmas sido acrescidas uma quinta ‘fossa’ e uma laje calcária, detectadas no mesmo local pela equipa de arqueologia da referida obra. As ‘fossas’ e a laje encontravam-se implantadas nos taludes Este e Oeste de uma trincheira aberta para uma desactivada linha-férrea, sendo que quatro das ‘fossas’ se encontravam no talude Oeste e uma última, assim como a laje, se encontravam no talude Este. A abertura da trincheira afectou profundamente as ‘fossas’, tendo mesmo seccionado as mesmas, provocando desta forma danos irremediáveis nas suas estruturas e expondo o seu conteúdo às acções da erosão, como seja a escorrência de materiais motivada pelas chuvas. A trincheira, cuja linha-férrea há muito tinha sido desactivada, foi aproveitada, no âmbito da referida obra, como local de vazadouro de terras. Este propósito conduziu, inadvertidamente, ao depósito de terras sobre parte de três das ‘fossas’ e da laje, afectando-as superficialmente, impondo-se por este motivo a realização de medidas de minimização de impacte arqueológico (vide Relatório de Acompanhamento Arqueológico n.º 5, p. 17). Tais medidas passaram pela abertura de três sondagens arqueológicas, implantadas sobre três manchas de terra de tonalidade mais escura, uma no talude Este e duas no talude Oeste da já referida trincheira, que, ao se fazerem acompanhar por fragmentos de cerâmica manual grosseira, denunciavam a existência de ‘fossas’ da Pré-História recente.

2 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

Relativamente próximo do local onde destas manchas encontrava-se, como já referido, uma laje calcária de dimensões medianas, encostada ao talude Este da referida trincheira, tendo a mesma motivado a abertura de uma sondagem adicional. Os trabalhos foram, para o efeito, aprovados pelo IGESPAR a 25/02/2010, através do ofício 01835 (Ref. S-13300). Os trabalhos de campo ficaram a cargo do arqueólogo António Ginja, licenciado em Arqueologia e História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, signatário do presente relatório.

2. ENQUADRAMENTO ESPACIAL

O concelho de Serpa localiza-se no Baixo Alentejo, no distrito de Beja, distribuindo-se por sete freguesias: Brinches, Pias, Vila Nova de São Bento, Vila Verde de Ficalho, São Salvador, Vale de Vargo e Santa Maria. Serpa localiza-se na margem esquerda do rio Guadiana, fazendo fronteira com Espanha (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 17).

Situada no interior alentejano, Serpa caracteriza-se por uma paisagem dominada por terras aplanadas, relevo característico de Portugal Meridional (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 17).

Os solos desta região são geralmente profundos, derivados de rochas eruptivas básicas, do complexo gabro-diorítico de Beja, distinguindo-se três regiões diferentes ao nível da composição dos solos: a primeira contendo elevadas proporções de argila, em torno da vila, a segunda caracterizada por relevos ondulantes de natureza xistosa, em torno da Serra de Serpa a sul do concelho, e a terceira formada por três cristas calcárias, que se estendem desde a fronteira, formando a Serra de Ficalho (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 17).

Para além da agricultura, actividade que actualmente mais contribui para a economia local, também os minérios foram, ao longo dos séculos, profundamente explorados na região, nomeadamente nas minas de ferro, cobre, zinco e galenas argentiferas da Serra de Ficalho, Adiça e Preguiça, nas minas de cobre de Barrancos, e nas minas de cobre, chumbo e manganês de Mértola e do Rio Chança (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 18).

O Guadiana, localizado na margem Oeste do concelho, constitui a principal linha de água da região de Serpa, caracterizado por margens escarpadas e leito 3 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

profundamente encaixado na paisagem. A ribeira do Enxoé constitui o principal afluente do Guadiana no concelho, de resto desenvolvendo-se nas proximidades da área da presente intervenção (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 17). Localizado na freguesia de Santa Maria, o sítio de Casa Branca, onde decorreu a presente intervenção, desenvolve-se junto à confluência entre o barranco de Grafanes e a ribeira do Enxoé (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 37), tal como poderá observar-se na figura 1.

3. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO

Pré-História Contratando com os raros vestígios do Paleolítico Inferior, caracterizado pelas indústrias Acheulense e Levalloisense, e do Paleolítico Médio, com predomínio da cultura Languedocense, os testemunhos do Paleolítico Superior são algo mais abundantes na Península Ibérica, sendo vários os exemplos de sítios com predomínio das culturas Aurinhacense, Solutrense e Madalenense no litoral português e na região da Estremadura (ALARCÃO, 1990, p. 39 a 74). Ao espólio lítico do concelho de Serpa, há muito conhecido e tradicionalmente atribuído ao Paleolítico, está actualmente remetido para períodos pós-paleolíticos, sendo atribuído às comunidades humanas do Epipaleolítico, as primeiras a surgir nesta região (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 127). Alguns vestígios, de cronologia incerta, são geralmente remetidos para o período préhistórico. No sítio denominado por Monte dos Galeanos, na freguesia de Brinches, por exemplo, foi detectado um abrigo natural, dentro do qual se encontrava um monólito em granito exibindo ‘covinhas’ (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 25). Também em Santa Justa 3, freguesia de São Salvador, foi detectada uma concentração de dezenas de ‘covinhas’ pré-históricas, desta feita sobre afloramento rochoso ao ar livre (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 73). Materiais dispersos, como fragmentos de cerâmica manual e escassas lascas, remetem o sítio de Monte da Fonte Frade, assim como o de Moinhos Velhos e, eventualmente o de Coentros, da freguesia de Brinches, para o período pré-histórico, 4 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

tal como acontece em Testudos 2 e em Casa Branca 2, 4 e 5, Torre do Lóbio 3 e 4, Foz e em Lagarinho 1, da freguesia de Santa Maria, e em Bilheiro 1, da freguesia de São Salvador (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 26 a 87). Achados isolados denunciam também a passagem dos homens pré-históricos na região, como sejam o caso dos machados de pedra polida dos sítios de Madruco, de Monte Neto, Touril, Monte da Cigana e Esperança e de Palmela e Eira do Seixo, freguesias de Vila Verde de Ficalho, de Santa Maria e de São Salvador, respectivamente, ou a lasca retocada em sílex do sítio de Figueiras, freguesia de Vale de Vargo (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 51 a 58).

Neolítico É a partir do V milénio a.C. que as comunidades neolíticas oriundas do Litoral se começam a instalar junto às linhas de água do interior alentejano, em assentamentos abertos e planos, de curta duração. Seriam, eventualmente, comunidades de pastores e de agricultores incipientes, dedicados fundamentalmente à caça e à recolecção (ALARCÃO, 1990, p. 39 a 74).

A esta fase poderão remontar os fragmentos cerâmicos e os percutores detectados em Horta da Morgadinha, na freguesia de Brinches (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 47).

Em meados do III milénio a.C. surgem nas regiões do Alentejo, Algarve e Huelva os primeiros monumentos megalíticos, te tipologia e tamanho a variar consoante a sofisticação das populações que lhes davam origem, geralmente dependente do sucesso da agricultura praticada (ALARCÃO, 1990, p. 121). Em Boa Vista, freguesia de São Salvador, encontramos, por exemplo, um monumento megalítico constituído por anta de corredor curto (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 87).

Em Aldeia dos Testudos, na freguesia de Santa Maria, foi detectada a existência de um menir, por terra, que remontará ao período Neolítico, sendo provável que a este período remonte também o eventual monumento megalítico constituído por uma câmara em lajes graníticas detectada em Lagarinho 2, da mesma freguesia. Ainda na freguesia de Santa Maria, assinala-se a existência de uma anta com três esteios in situ, também de período Neolítico, no sítio de Arcins (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 44 a 94).

Ao Neolítico Médio/Final deverá remontar uma antela detectada em Sobralinho 1, também da freguesia de Santa Maria, com câmara de planta oval e sem corredor. Já a 5 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

anta detectada em Sobralinho 2 deverá remeter-se ao Neolítico Final (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 97).

Para o final do Neolítico remete-se igualmente o monumento megalítico de Monte da Velha 2, desta feita na freguesia de Vila Verde de Ficalho, de câmara subcircular e corredor abrindo ligeiramente em leque, coberto por mamoa pétrea, onde foram sepultados pelo menos cinco indivíduos, munidos de espólio diversificado. Já na freguesia de Vila Nova de São Bento, no sítio de Araújo, destacamos a existência de uma mamoa pétrea, bastante destruída, com uma laje central a denunciar um eventual monumento megalítico de cronologia neolítica. Existe ainda referência a um monumento megalítico em Moinho do Catalão, na freguesia de Pias, feita por Leisner e Leisner em 1959, embora no decurso da prospecção levada a cabo no ano de 1997, para elaboração da Carta Arqueológica do concelho de Serpa, já não tenham sido detectados vestígios do mesmo. De igual modo, Também Leite de Vasconcelos refere a existência de “duas pedras inclinadas”, que poderiam corresponder a dois esteios de monumento megalítico, no sítio de Pedra Longa, freguesia de São Salvador, local actualmente urbanizado (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 25 a 67).

Um pouco mais antigos são os materiais exumados da estrutura escavada na rocha, datada do IV milénio a.C., detectada por Monges Soares no sítio de Vila Verde de Ficalho 1 (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 88 e 90) No sítio de Canada, freguesia de Brinches, vestígios cerâmicos denunciam a existência de um sítio já do Neolítico Final/Calcolítico. Para período equivalente poderão remeter-se os vestígios detectados nos sítios de Foz do Enxoé e de Azougada 1, bem como os de Alto da Forca, onde foram detectados fragmentos cerâmicos, machados de pedra polida e três fossas, e os de Casa Branca 1, 6 e 7, da freguesia de Santa Maria, sendo que em Casa Branca 6 foram igualmente detectados vestígios de cronologia romana. Também nos sítios de Monte Luís Mendes, de Torre do Lóbio 1 e de Retorta 1, da mesma freguesia, o de Atalaia da Torre 1 e o de Alto de Brinches, da freguesia de São Salvador, e o de Cova dos Guerreiros, na freguesia de Vila Verde de Ficalho, foram detectados vestígios materiais que remontam ao do Neolítico Final/Calcolítico (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 32 a 62).

Calcolítico O Calcolítico, genericamente englobado entre o 2700/2500 e 1800/1700 a.C., caracteriza-se

pela

emergência

de

novos

comportamentos,

como

sejam

a 6

Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

hierarquização social, o estabelecimento de rotas comerciais supra-regionais e a valorização do espaço habitado como aglutinador cultural (ALARCÃO, 1990, p. 164). Paralelamente, o domínio da força de tracção animal e as primeiras experiências metalúrgicas surgem como as principais inovações tecnológicas deste período. Na região alentejana, as comunidades calcolíticas concentraram-se em torno de povoados de cumeada, geralmente amuralhados, explorando, ainda que de forma incipiente, o cobre, o ouro e a prata, produzindo artefactos de prestígio, e edificando novos monumentos sepulcrais, que utilizavam a par dos monumentos megalíticos erguidos em épocas anteriores (ALARCÃO, 1990, p. 163 a 165). Do Calcolítico, com reminiscências ainda do Neolítico final, chegam-nos diversos vestígios detectados na região do concelho de Serpa. Na freguesia de São Salvador foram detectados fragmentos cerâmicos de um habitat de cronologia a remontar ao Neolítico Final/Calcolítico. Da mesma freguesia provém a estela antropomórfica do sítio de Alçaria, hoje depositada no Museu Arqueológico de Serpa, datada já do período Calcolítico. (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 74 a 79).

Em Monte dos Galeanos, freguesia de Brinches, foram detectados fragmentos cerâmicos e líticos que Monge Soares relaciona com um povoado fortificado, enquanto que Victor Gonçalves considera o local dependente do povoado calcolítico de Salsa 1 (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 25).

A este período remontam também os achados dos sítios de Portela e de Serra Baixa, assim como o povoado temporário de Serra de Ficalho, freguesia de Vila Verde de Ficalho, e ainda os escassos fragmentos detectados por Monge Soares e J. Braga em intervenção levada a cabo no Castelo de Serpa (Serpa 1), na freguesia de Santa Maria, ou ainda o povoado de Atalaia do Peixoto, freguesia de São Salvador (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 59 a 78).

Nas imediações do povoado de São Brás 1, encontramos São Brás 3, ambos já na freguesia de Santa Maria, onde foram detectados diversos materiais cerâmicos que remontam igualmente ao Neolítico Final/Calcolítico, em quantidade e qualidade suficiente para sugerir uma ocupação intensa, embora não tenham sido detectados vestígios de fortificação (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 71 e 72). Embora ocupado até à Idade do Bronze e Bronze Final, o povoado de São Brás 1 remonta definitivamente ao período calcolítico, como parece sugerir o importante conjunto material dali exumado, testemunho de diversas actividades económicas incluindo metalurgia do cobre e do bronze (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 71). 7 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

O conjunto definido pelas duas muralhas concêntricas e a sua implantação estratégica sobre cabeço elevado fazem com que se destaque dentro do panorama socioeconómico dos povoados da região, contribuindo para tal a sua proximidade a minas de cobre e ao Guadiana, enquanto via privilegiada de comunicação (ALARCÃO, 1990, p.171).

Já do Calcolítico Final/Bronze Inicial, do designado ‘Horizonte da Ferradeira’, cheganos o pseudo-tholos do sítio de Monte da Velha 1, na freguesia de Vila Verde de Ficalho, um monumento megalítico constituído por câmara circular e corredor ortostático com um enterramento secundário (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 88).

Idade do Bronze e Idade do Ferro De uma forma geral, encara-se a Idade do Bronze, período compreendido entre 1800/1700 e 700 a.C., como um período de estreitamento das relações sociais nas comunidades agora fortemente centralizadas em torno de unidades sociopolíticas regionais constituídas pelas elites (ALARCÃO, 1990, p. 213). Os materiais culturais, agora dominados pela cultura cerâmica campaniforme e pelas técnicas já dominadas da metalurgia do cobre, da prata e do ouro, são detectados em contextos habitacionais e tumulares (ALARCÃO, 1990, p. 213). As novas comunidades calcolíticas deverão, com certeza, a sua ascensão ao domínio das rotas de procura de ouro e de cobre (ALARCÃO, 1990, p. 215). O calcolítico alentejano é ainda marcado pelo aparecimento de inumações individuais, associadas a cerâmica e artefactos de âmbito campaniforme. No Baixo Alentejo, as tumulações caracterizam-se pela reutilização de monumentos megalíticos préexistentes, bem como de cistas, associadas a espólio diversificado, do qual raramente faz parte a cerâmica campaniforme (ALARCÃO, 1990, p. 214). Em Montinho, freguesia de Vale de Vargo, Monge Soares teve a oportunidade de analisar uma cista de inumação, entretanto desaparecida, que o autor remeteu para o período do Bronze I SW, de planta trapezoidal, constituída por lajes de mármore impermeabilizadas com gordura animal (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 46). Também em Margalhos 3 e em Sobralinho 5, 6, 7 e 8, freguesia de Santa Maria, foram detectadas cistas de inumação do período do Bronze I SW, uma em cada um destes locais, desta feita de plantas rectangulares, sem que restassem nelas quaisquer vestígios de mamoa (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 71 a 98).

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Já em Margalhos 2, Sobralinho 3 e 4, na mesma freguesia, as cistas detectadas, de igual período e formato, encontravam-se em conjuntos de duas, de sete e de quatro, respectivamente, todas também sem vestígios de mamoa. Também em Santa Justa 2, freguesia de São Salvador, em Barranco Salto, freguesia de Vila Verde de Ficalho, e em Carapetal, freguesia de Vila Nova de São Bento, foram detectadas, em cada um destes locais, uma cista, desta feita de planta trapezoidal embora de igual cronologia. Ainda em Talho do Chaparrinho, onde foram detectadas três cistas, articuladas entre si sob a forma de um triângulo, do mesmo período. Na freguesia de Vila Verde de Ficalho, destacamos a existência de uma cista de planta rectangular detectada no sítio de Aldeia Velha, no local onde informações orais denunciaram a destruição de cinco núcleos de cistas, decorrida da plantação de um eucaliptal. Na freguesia de Vila Nova de São Bento foram ainda detectados vestígios do que poderá ter sido uma cista do Bronze I SW, no sítio de Cortesilhas, assim como a cista de Covão, munida de mamoa pétrea (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 71 a 98). Do Bronze Médio data uma sepultura escavada na rocha, descoberta em 1971 no sítio de Serra de Belmeque, freguesia de Vale de Vargo, onde dois indivíduos foram inumados com espólio bastante rico, entre o qual se destacavam uma faca em bronze com rebites de electrum e dois punhais (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 56). Igualmente da Idade do Bronze data um vaso de cerâmica descoberto durante a construção do edifício da alfândega, na freguesia de Vila Verde de Ficalho, perto do sítio do Bronze Médio de Cerro Abejas, já em Espanha, assim como um torque em ouro, pertencente ao espólio do Museu Nacional de Arqueologia, proveniente da freguesia de Vila Nova de São Bento (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 59 e 89). A uma I Idade do Ferro, desenvolvida sob a influência orientalizante do mundo tartéssico, seguiu-se uma segunda fase, cerca do I milénio a.C., motivada pela migração de populações oriundas do interior da Península Ibérica, estreitamente vinculadas à cultura da Meseta, com tradição funerária de incineração em urnas e de hábitos culturais caracteristicamente célticos (ALARCÃO, 1990, p. 293). Na freguesia de Vila Verde de Ficalho localiza-se o povoado de Passo Alto, “um dos povoados mais interessantes desta região e de todo o sudoeste da Península”, com sistema defensivo duplo de muralha e ‘cavalos de frisa’ e uma área de cerca de 3,5 hectares, atribuído ao Bronze Final/Idade do Ferro (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 92 e 93).

Numa plataforma sobranceira ao Guadiana, no sítio de Azenha do Laço, freguesia de Brinches, localiza-se uma linha de muralha que envolve uma área de cerca de 6 hectares, onde foram detectados fragmentos de cerâmica manual e de dormentes de 9 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

mó manual, compatíveis com o Bronze Final/ Ferro Inicial. Para período equivalente deverão remeter-se os achados de Santa Margarida 1, da freguesia de Santa Maria, relacionados com um povoado não fortificado (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 26 a 43).

Em Pantufe, freguesia de Santa Maria, foram identificados fragmentos cerâmicos que Monge Soares remeteu para um povoado do Bronze Final. O mesmo autor atribuiu também a este período alguns materiais detectados em Vila Verde de Ficalho 1, tendo exumado do mesmo local algumas cerâmicas datáveis já da II Idade do Ferro (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 40 e 90).

De igual modo, alguns fragmentos detectados por Monge Soares e J. Braga numa intervenção decorrida no Castelo de Serpa (Serpa 1) são datáveis da Idade de Bronze e da II Idade do Ferro (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 63). Em Azenha da Misericórdia, na freguesia de Santa Maria, localiza-se um povoado fortificado com ocupação balizada entre o período do Bronze Final/Ferro Inicial e a II Idade do Ferro, com alguns materiais a sugerir ocupação reduzida já em período romano (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 69). Ainda na freguesia de Santa Maria localizam-se os povoados fortificados de Crespo e de Pulo do Lobo 1, ambos com ocupação datada do Bronze Final/Ferro Inicial, o primeiro com troço de muralha e torreões aparentemente circulares e o segundo com sistema defensivo de muralha aparentemente reforçado com lajes de xisto ao cutelo (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 93).

Também de cronologia do Bronze Final/Ferro Inicial deverá ser o habitat de Espinhaço, igualmente na freguesia de Santa Maria, um esporão naturalmente defensável onde foram detectados alguns fragmentos de cerâmica manual (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 96).

Período Romano Os romanos chegaram à região alentejana na primeira metade do século II a.C., provocando grandes alterações na paisagem e na estrutura social locais (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 135).

Não obstante, da interpretação dos numismas latinos recuperados em Serpa, depreende-se que a região conhecia já ampla influência romana no ano de 485 a.C., cinco anos antes das guerras púnicas (AFFREIXO, 1884, p. 18). De acordo com Tito Lívio, Serpa terá sido subjugada ao poder de Roma no ano de 181 a.C., após derrota dos celtiberos junto de Évora. No local deverá ter-se erguido uma 10 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

cidade de origem militar, tal como se pode depreender pela análise do Itinerário de Antonino (AFFREIXO, 1884, pp. 20 a 22). Os testemunhos arqueológicos parecem corroborar a tese de que até ao século I a.C. a ocupação romana da região teria um carácter conjuntural, relacionada com a conquista do território e a exploração dos recursos de rendimento imediato, sem que tenha havido efectiva construção de estruturas de fixação antes desta época (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 135).

As alterações de reorganização administrativa da Hispânia, introduzidas por Augusto em 16 d.C., determinariam que Serpa, pela sua posição estratégica no eixo viário Pax Iulia – Onuba, se desenvolvesse como um dos importantes focos aglomerados secundários do vasto território de Pax Iulia, a actual Beja (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 136).

Ao território englobado na órbita de Pax Iulia, bem como ao de Myrtilis, atribuiu Augusta a tribo Galeria (ALARCÃO, 1990, p. 361). Os vestígios da ocupação romana na região de Serpa são vários e diversificados. Vestígios de cerâmica doméstica comum, assim como de tegulae e imbrices, foram detectados no sítio de Moinho de Catalão, onde Leisner e Leisner haviam localizado um monumento megalítico, denunciando a eventual existência de um casal e de uma necrópole romanos neste local (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 25). Outros possíveis casais romanos foram identificados, através de diversos vestígios cerâmicos de superfície, nos sítios de Lameiro e de Corte do Poço, freguesia de Brinches, na freguesia de Pias, em Corça 1 (associado aos pequenos sítios romanos de Corça 2 e 3), na freguesia de São Salvador, em Escalfa Cães 1, possivelmente correspondendo a villa, na freguesia de Vila Verde de Ficalho, em Ervancos 1, na freguesia de Santa Maria, em Horta do Lala, Barretos 1 e 2 e em Fonte da Baina 1, este último com ocupação continuada até ao período islâmico, e na freguesia de Vila Nova de São Bento, em Outeiro dos Vaqueiros (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 29 a 66).

Em Monte dos Galeanos, assim como em Malhada de Monte da Orada e Alpendres 1 e 3 (eventualmente relacionado com a villa de Entre-Águas), freguesia de Brinches, foram detectados fragmentos dispersos de cerâmica doméstica comum e de cerâmica de construção, compatíveis com pequenos sítios romanos, possivelmente destinados a actividades agro-pecuárias ou de fundição (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 25 a 85).

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A mesma tipologia e cronologia de sítio admite-se para Ervancos 2, freguesia de Vila Verde de Ficalho, Várzea 1, 2, 3 e 4, Almeida 1 e 2, Bragas de Ouro 2 (eventualmente relacionados com a villa de Loja 1), assim como para Cortes 1 e 2 e Escalfa Cães 2, também da freguesia de Brinches, e Quintinha, Barroso 1, 2 e 3 (eventualmente relacionados com a villa de Torre), Capela 1 e 2, Alvarrão, Monte da Igreja 1 e 2, Chilra 1 e 2, Santo Estêvão e Zambujeiro 3, da freguesia de Pias. Também nos sítios de Castelhanos, Lameiral 1 e Centirã (eventualmente relacionado com a villa de Horta da Aldeia), da freguesia de Brinches, Testudos 3 e 4 (eventualmente relacionados com a villa de Testudos 1), Casa Branca 3, Águas Livres 2, Horta da Quinta 1 e 2 (eventualmente relacionados com a villa de Santa Margarida 2), Torre do Lóbio 2, Folgão (eventualmente associado à villa de Olival da Peste 1 e 2), Santo António 1 e 2, Azougada 2, Horta do Jacob 1 e 2, Melrinas 1, Fonte da Baina 2, São Brás 2, Monte Novo da Ribeira, Sobralinho 9 e Amendoeira, da freguesia de Santa Maria, forma detectados indícios de pequenos sítios romanos, assim como em Judeu, Canivetes, El Rincon, Bracialinhos, Horta da Alçaria, Maria da Guarda 1 e 2, Cubo, Chaminé 1 e 2, Telheiro, Vale das Cruzes 1, 2 e 3 (o último constituindo eventual necrópole) e Monte Novo, da freguesia de São Salvador. O mesmo se poderá afirmar para os vestígios detectados em Pocilgões, freguesia de Vila Verde de Ficalho, Valadas, freguesia de Vale de Vargo, e ainda Tojosas de Baixo 2, Morenos 2 (associado à villa de Morenos 1), Monte do Pinto e Valverde, freguesia de Vila Nova de São Bento, onde fragmentos cerâmicos variados denunciam a existência de pequenas edificações romanas (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 25 a 85).

No sítio de Rosal, freguesia de Pias, foram detectados materiais de qualidade superior, entre os quais terra sigillata sudgálica e hispânica, ânforas, dolia e oppus signinum, cuja reduzida área de dispersão, contudo, parece mais compatível com um casal romano do que propriamente com uma villa. O mesmo se poderá afirmar dos materiais detectados em Lagarinho 1, freguesia de Santa Maria, em Figueira, freguesia de Vila Nova de São Bento, e dos sítios de Poço dos Hortelões, Peixoto 1 e 2, Outeiro 1 (associado aos pequenos sítios romanos de Outeiro 2 e 3), Fonte do Coxo 1 (associado ao pequeno sítio romano de Fonte do Coxo 2), Morenos 3 e Folha da Vereda 1 e 2, freguesia de São Salvador, estes últimos podendo ser um só, formando casal romano, e não dois pequenos sítios isolados. De igual modo casais romanos são admitidos para os sítios de Olival do Rogado, Ferragial de Filipe Monge Moron, Estercadinha, Ferragial do Barrinho, Talho de Nossa Senhora das Pazes, Val de Cardos 1 (possivelmente associado ao pequeno sítio romano de Val dos Cardos 2), Assento de Chico Roupa 1 e ainda Carrascalão 1 e 3 (casais eventualmente

12 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

associados à necrópole romana de Carrascalão 2), da freguesia de Vila Verde de Ficalho (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 25 a 91). Casos opostos, onde a qualidade e área de dispersão dos materiais aponta para a possibilidade de ocorrência de villa romana, parecem ser o de Sesmarias, de Torre, de Horta da Aldeia, de Casa dos Campinos, de Alpendres de Lagares 1 (possivelmente associado ao pequeno sítio romano de Alpendres de Lagares 2) e ainda os sítios de Zambujeiro 1 e 2 e de Monte Alvo, na freguesia de Pias. Já na freguesia de Brinches, encontram-se as importantes villae romanas de Salsa, onde foi detectada a existência de mosaicos, dolium com inscrição e estátua em mármore de Esculápio, e de Loja 1, relacionada com os pequenos sítios de apoio agro-pecuário de Loja 2, 3, 4 e 5 (distribuídos pelas freguesias de Santa Maria e de São Salvador), mas também a villa de

Entre-Águas,

que

apresenta

indícios

de

reocupação



em

Época

Medieval/Moderna (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 29 a 89). Na freguesia de Santa Maria, por seu turno, foram também identificados indícios de villae em Águas Livres 1, Retorta 2, Testudos 1, possivelmente ocupada de forma continuada até ao período islâmico tardio, Santa Margarida 2 (relacionada com os achados dos pequenos sítios romanos de Santa Margarida 3 e 4 e de Santa Ana), Aldeia do Grilo, Arouchas 1 (relacionada com os achados do pequeno sítio romano de Arouchas 2), Quinta de D. Luís, Horta dos Banhos (com vestígios que remontam igualmente às Épocas Medieval e Moderna), Horta de Santa Maria e ainda Olival da Peste, associada ao pequeno sítio romano de Folgão e apresentando também elementos de cronologia medieval/moderna (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 29 a 89).

Também na freguesia de Vale de Vargo, no sítio de Frades, foram identificados indícios da presença de uma villa romana, com a qual estará relacionado o pequeno sítio dedicado à forja de Chaparral, assim como da villa de Belmeque (eventual mutatio) e da villa de Borralho (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 29 a 89). Já na freguesia de São Salvador, no sítio de Courela do Arco, foram detectados diversos materiais, dos quais se destacava um numisma de Augusto, de 17 a.C., no local onde Mário Saa havia detectado vestígios dum arco que se assemelhava a uma entrada de templo. Nesta mesma freguesia, localizam-se ainda as villae de Fidalgos, Cabeça de Azinho, Palheirinhos, Monte das Oliveiras 1 (provavelmente em conexão com os pequenos sítios romanos de Monte das Oliveiras 2, 3 e 4 e com a barragem romana de Muro dos Mouros), Lage, Meirinho 1 (possivelmente associada aos pequenos sítios romanos de Meirinho 2 e Meirinho 3), Capela 3, Cidade das Rosas 1, com materiais datáveis igualmente do período islâmico (possivelmente relacionada 13 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

com o pequeno sítio romano de Cidade das Rosas 2 e com a necrópole de Cidade das Rosas 3), Morenos 1, Romeirinha, eventualmente Vale de Éguas, e Torre Velha, esta última com reocupação nos períodos medieval/moderno, assim como uma das villae mais importantes do concelho, no sítio de Espicharrabo 1, de onde são provenientes uma ara votiva e uma tampa de sepultura com escultura de Eros (estando com ela relacionados os pequenos sítios de apoio agro-pecuário de Espicharrabo 2, 4 e 5 e a eventual necrópole de Espicharrabo 3) (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 29 a 89). Na freguesia de Vila Nova de São Bento foram também identificados vestígios de villae romanas, nomeadamente no sítio de Abóboda, com indícios de ocupação até ao período visigótico, no sítio de Facho 1 (eventualmente associado ao pequeno sítio romano detectado em Facho 2 e à necrópole (?) romana de Facho 3) e no sítio de S. Bento. Também da freguesia de Vila Verde de Ficalho são conhecidos casos de villae romanas, como seja o sítio de Coelheiras (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 29 a 89).

Notícias de enormes blocos de mármore, de vestígios de calçada e de um miliário de Adriano indicando a milha VIII, estão associadas aos vestígios detectados em Corte do Alho 1, freguesia de Vale de Vargo, denunciando para este local a existência de uma importante villa romana, próxima do local onde Sillières supôs passar a via Onuba – Pax Iulia. Associados a este sítio estão com certeza os vestígios cerâmicos detectados em Corte do Alho 2 e em Corte do Alho 3, já na freguesia de Pias, que poderão corresponder a pequenos sítios agro-pecuários ou mesmo à necrópole daquela villa (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 45 a 58).

Parte integrante da via Onuba – Pax Iulia é, com certeza, o troço de calçada romana detectada no sítio de Bemposta, na freguesia de Santa Maria (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 60).

Ainda na freguesia de Vale de Vargo, foram identificados vestígios romanos, no sítio de Messangil 1 (relacionado com o pequeno sítio romano de Messangil 2), que Lima identifica como a cidade de Finis, mas que poderão corresponder afinal a uma villa ou a uma mutatio (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 45 a 58). Alguns vestígios detectados por Monge Soares e J. Braga numa intervenção decorrida no Castelo de Serpa (Serpa 1) denunciam a existência de algum tipo de aglomerado populacional secundário romano nesse local (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 63).

Monge Soares identificou ainda vestígios de um tanque, de canalizações e de uma basílica paleocristã no sítio de Vila Verde de Ficalho 1, assim como dois núcleos de necrópoles romanas, Vila Verde de Ficalho 2 e Vila Verde de Ficalho 3, vestígios que 14 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

reforçam a tese que atribui a Vila Verde de Ficalho a localização da antiga Finis (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 90).

De cronologia romana é também a necrópole de Santa Justa 1, na freguesia de São Salvador, escavada em 1995, nas imediações de um monte edificado sobre o que se estima ser uma antiga villa (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 71 e 73). Na freguesia de Vila Verde de Ficalho foram detectadas ainda duas necrópoles romanas, a primeira, em Ferragial de Manuel Correia, com sepulturas de incineração, datáveis do século I d.C., e a segunda, em Ermida de Nossa Senhora das Pazes 2, de inumação tardo-romana (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 91). Dispersos por várias unidades museológicas encontram-se múltiplas aras, arúlas e altares votivos, placas e cupas funerárias, lápides, epígrafes e miliários de cronologia romana, provenientes de diversos locais do concelho de Serpa (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 105 a 123).

Épocas Medieval e Moderna No início do século V d.C., a Lusitânia seria o palco de conflitos entre os imperadores Honório e Constantino III e, em 411, iniciavam-se as invasões dos povos bárbaros à Península Ibérica, dando início a um longo período de declínio que culminaria com o final do domínio romano da região (ALARCÃO, 1990, p. 351). Na região do concelho de Serpa, são testemunhos desta realidade alguns vestígios do período alto-medieval, como acontece no sítio de Alpendres de Lagares 1, freguesia de Pias, ainda de tradição romana, bem como estruturas tardo-romanas, entre as quais uma possível forja, identificadas em Porcariça, freguesia de Vila Verde de Ficalho (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 51). Na freguesia de Vila Nova de São Bento foram identificados indícios de ocupação no período visigótico, neste caso um pé-de-altar, associado aos vestígios da villa romana de Abóboda (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 78). Também em Malhadas Velhas, na freguesia de Vila Nova de São Bento há indícios da existência de uma piçarra visigótica (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 95). No início do século VIII a Península Ibérica seria novamente invadida, desta feita por povos oriundos do Norte de África. Os muçulmanos desembarcaram na Península Ibérica em 711, denominando os seus territórios ocidentais por Garbe al-Andaluz. Conquistariam Beja, cujo território incluia a região de Serpa, pela força das armas, estabelecendo aí várias tribos árabes. A região passaria então a albergar não só 15 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

árabes, mas também recém-convertidos (muladíes) e cristão (moçárabes), que mantinham a sua liberdade de culto mediante o pagamento de um imposto de capitulação (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 153). Testemunhos da presença islâmica na região são abundantes, como sejam o espólio identificado em Tojosas de Baixo 1, freguesia de Vila Nova de São Bento, datado de período compreendido entre o VIII/IX, a cerâmica detectada junto à importante villa romana de Salsa, freguesia de Brinches, datável século X/XI, ou as cerâmicas tardias, datáveis do século XI/XII, constatadas em Santa Ana, freguesia de Santa Maria. Mais antigas são as cerâmicas identificadas em Entre-Águas 2, também na freguesia de Brinches, que remontam aos séculos VII a X (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 33 a 76).

Também no Castelo de Serpa (Serpa 1), freguesia de Santa Maria, foram detectados fragmentos cerâmicos indicativos de ocupação islâmica, em intervenção levada a cabo por Monge Soares e J. Braga. Na ombreira da porta da muralha deste castelo encontrar-se-ia uma lápide, hoje no Museu Nacional de Arqueologia, também de cronologia islâmica (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 62 e 63). A partir de 755, o al-Andaluz romperia com o poder central de Damasco e permaneceria, até à segunda metade do século IX, sob a égide do emirado de Córdova. Entre os séculos IX e X o território cairia em guerra civil, desencadeada pela intenção de tornar independente o Garbe, formando-se então diversos principados, um dos quais instalado em Beja e chefiado por Ibne Málique. Será desta altura a reconstrução de diversas estruturas amuralhadas romanas, como seja o caso das muralhas de Serpa. Em 929, Abderramão III declara-se califa, dominando alguns chefes revoltosos e iniciando um longo período de pacificação. Serpa passaria então a configurar uma pequena urbe amuralhada com residência, a alcáçova, para o governador local (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 153 e 154). Após a queda do califado, já no século XI, formar-se-iam diversos reinos independentes, conhecidos por taipas, ficando Serpa sob a égide de Sevilha. Contudo, entre 1088 e 1090, os Almorávidas do Norte de África reunificariam estes reinos, que ficaram então sob o controlo da nova capital, situada em Marraquexe (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 154).

A partir de 1120, os Almóadas iniciariam a guerra contra os Almorávidas, conflito que, de resto, favoreceria bastante a reconquista cristã do al-Andaluz (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 155).

16 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

D. Afonso Henriques conquista a vila de Serpa em 1166, embora não de forma definitiva, dado que logo as investidas almóadas recuperariam toda a região a Sul do Tejo, dominando Serpa até nova conquista de D. Sancho II, em 1232 (PUBLICOOP, 1993, p. 4).

Em 1267, em tratado assinado entre D. Afonso III de Portugal e D. Afonso X de Castela, com vista à correcção da fronteira nacional, Serpa e a sua região seriam integrados no reino de Castela (PUBLICOOP, 1993, p. 4). No último decénio do século XIII, D. Dinis reclama Serpa para território nacional, onde permaneceria até à actualidade, atribuindo-lhe carta de foral e dotando-a de cerco amuralhado (PUBLICOOP, 1993, p. 5). Em 1295 têm inícios as obras de remodelação das muralhas da cidade, por iniciativa de D. Dinis, obras que decorreram a par da reconstrução do castelo. O conjunto, de perímetro ovalado, como é característico nas fortificações medievais, passou a ser defendido por um forte muro que envolvia também a Igreja de Santa Maria, matriz da vila, e a actual torre do relógio. Actualmente são várias as portas abertas na muralha, mas as entradas originais eram apenas três, a Porta de Beja, a Porta de Moura e a Porta de Sevilha. Posteriormente foram criadas a Porta da Corredoura e a Porta Nova (www.igespar.pt). Também o Palácio dos Melos (ou Palácio dos Condes de Ficalho), cuja capela tumular foi a capela-mor da Igreja de Santa Maria, assenta sobre um troço da muralha, a Este. O edifício é um exemplar erudito da arquitectura civil maneirista, delineada de acordo com os princípios classicistas da tratadística italiana do século XVI, tendo sido classificado como Monumento Nacional por decreto-lei de 2007. (www.igespar.pt). O mesmo monarca promoveu ainda o povoamento da região, através da doação das igrejas locais à Ordem de Avis, como de resto atestam as cruzes de Avis visíveis em quase todos os templos do concelho (AFFREIXO, 1884, p. 51). Sob a égide de D. Manuel I, instalou-se em Serpa, a partir do ano de 1502, o Convento de São Francisco de Serpa, em cuja igreja repousam várias figuras ilustres da região (AFFREIXO, 1884, p. 101). A construção do edifício, classificado como Monumento Nacional por decreto-lei de 1910, seria, contudo, iniciada ainda por D. Fernando, 1º Duque de Beja e pai do futuro rei D. Manuel, destinando-se a abrigar os frades franciscanos do convento lisboeta de Xabregas. A construção da Igreja de São Francisco de Serpa, integrada no convento do mesmo nome (mais tarde Convento de Santo António), contaria também com o

17 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

apoio dos Duques de Beja, senhores desta vila alentejana entre meados do século XV e meados do século XVI (www.igespar.pt). Onde presentemente se encontra instalado o Museu do Relógio, o edifício conhecido por Mosteirinho, constitui igualmente uma construção de características manuelinas, de fundação a remontar ao século XVI (www.igespar.pt). Também de características próprias da arquitectura manuelina alentejana, a Igreja de Santa Iria, edificada no início do século XVI, é um pequeno templo com contrafortes rematados por pináculos, que se destaca sobretudo pelo conjunto de pinturas murais quinhentistas que decoram a capela-mor (www.igespar.pt). Em princípios do século XVIII concluíam-se em Serpa as obras do convento dos paulistas, iniciadas em 1617, pese embora a antiga história desta ordem na região, que remonta a D. Leonor, filha de Inês de Castro (AFFREIXO, 1884, pp. 104 a 108). Serpa sofreria represálias castelhanas, dada a sua posição fronteiriça, por tomar partido de Portugal no conflito de 1383-85, assim ocorrendo de novo aquando da Guerra da Restauração, em meados do século XVII, e no decurso da Guerra da Sucessão, em 1708 (PUBLICOOP, 1993, p. 5). Em meados de seiscentos, no decurso da Guerra da Restauração, e por iniciativa de D. João IV, foi concebido um projecto da autoria de Nicolau de Langres destinado a reforçar os limites da fortificação ao modo de baluarte, incutindo-lhe características mais modernas e mais eficazes. Consequentemente foi erguido o forte de S. Pedro. Na sequência deste confronto, as muralhas seriam profundamente danificadas durante a ocupação espanhola de 1707, quando o Duque de Ossuna atacou a vila (www.igespar.pt). Durante a administração pombalina, o concelho de Serpa observaria importante desenvolvimento agrícola e industrial, em particular no caso de Brinches (AFFREIXO, 1884, p. 93).

Outros vestígios arqueológicos testemunham ainda a história dos séculos decorridos nas Épocas Medieval e Moderna no concelho de Serpa. De cronologia incerta, embora definitivamente de Época Medieval/Época Moderna, são os vestígios cerâmicos identificados em Figueirinha, freguesia de Pias, e em Lameiral 2, freguesia de Brinches. Na mesma freguesia, na já referida villa de EntreÁguas diversos indícios denunciam reocupação de locais ocupados em período romano, podendo ter acontecido o mesmo em Bragas de Ouro 1 e em Canivetes, já na freguesia de São Salvador. Em todos estes locais os fragmentos cerâmicos

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detectados datam de um intervalo cronológico definido entre os séculos XIV e XVI (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 29 a 49).

Já na freguesia de São Salvador, foram detectadas três atalaias medieval/modernas, de planta quadrangular, nos sítios de Atalaia das Sesmarias, Atalaia da Torre 2 e Atalaia do Peixoto. Na mesma freguesia, no sítio de Braciais, foram detectados vestígios estruturais e materiais de uma habitação de cronologia medieval/moderna, dos séculos XIV/XVI, com reaproveitamento de materiais construtivos provenientes da villa romana de Cidade das Rosas. Foi igualmente detectada cerâmica de construção de período medieval/moderno, no sítio de Bilheiro 2 (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 52 a 87).

Também em Vidigão, na freguesia de Vila Verde de Ficalho, foi detectada uma atalaia de cronologia medieval (?), desta feita de planta circular (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 92).

Outros fragmentos cerâmicos, cronologicamente balizados entre os séculos XIV e XVI, sugerem uma ocupação medieval/moderna no sítio de Vale da Figueira, na freguesia de Santa Maria (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 40). Uma pequena ermida, de cronologia medieval/moderna destaca-se no sítio de Santo Estêvão, freguesia de Pias, sendo possível que assinale o local da necrópole romana da villa de Monte Alvo, dado que no local foram também identificados vestígios de cronologia romana (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 56). De igual modo, é possível que a pequena ermida medieval/moderna de Nossa Senhora das Pazes 1 assente sobre as estruturas de uma villa tardo-romana (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 91).

No sítio de Colergos, freguesia de Santa Maria, foram detectadas as ruínas de uma habitação em cujas paredes se distinguiam símbolos judaicos, remetendo o lugar para uma cronologia medieval/moderna, não obstante a presença de alguns materiais de superfície denunciarem uma tradição romana para o local (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 60).

Ainda na freguesia de Santa Maria, foram detectados vestígios de uma forja em Fonte da Baina 3, de cronologia medieval/moderna, assim como cerâmicas de construção à superfície em Monte da Paz e em Poço D’el Rey 1, 2, 3 e 4. O mesmo tipo de vestígios foi identificado ainda em Vale de Frades 1, na freguesia de Vila Nova de São Bento (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 68 a 94).

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Época Contemporânea O século XIX traria consigo dois acontecimentos devastadores para Serpa: o saque levado a cabo pelas tropas napoleónicas, já em retirada, e a execução de vários filhos da terra durante as Lutas Liberais, a mando das tropas miguelistas (PUBLICOOP, 1993, p. 5).

O século XIX veria igualmente a ruína parcial de grande parte da muralha e das torres de Serpa (www.igespar.pt). Entre 1832 e 1834, Mouzinho da Silveira e Joaquim António de Aguiar promulgaram leis de cariz agrícola que muito estimularam o crescimento das ‘casas de lavoura’ da região, cujo desenvolvimento se reflectiu no engrandecimento arquitectónico da vila, mas também no aumento do proletariado rural. Este grupo social passou então a enfrentar cíclicas crises laborais, agudizadas durante os últimos anos da monarquia e reforçadas pelas políticas proteccionistas do Estado Novo, nomeadamente pela designada ‘Campanha do Trigo’ (PUBLICOOP, 1993, p. 6). Consequentemente, Serpa assistiria, como em toda a região alentejana, ao crescimento do associativismo e do movimento grevista, duramente reprimidos, e ao drástico crescimento da emigração (PUBLICOOP, 1993, p. 6).

3.1. O local da presente intervenção   Concluída a análise dos testemunhos arqueológicos e patrimoniais da região do concelho de Serpa, justifica-se que façamos uma análise mais aprofundada de tais vestígios nas imediações da presente intervenção. Da leitura da carta arqueológica do concelho, de onde extraímos o mapa que se segue, destacam-se, pela sua proximidade ao local da presente intervenção, os sítios 51, 52, 53, 54, 55, 59, 60 e 61. Estes correspondem, respectivamente, aos sítios de Testudos 4, de Casa Branca 1, 2, 3 e 4, de Monte de Luís Mendes, e ainda de Torre de Lóbio 1 e 2. Nos sítios de Testudos 4, de Casa Branca 3 e de Torre de Lóbio 2, foram, como já referido, identificados elementos cerâmicos concordantes com a tipologia de pequenos sítios de cronologia romana. Em Testudos 4, os autores da referida carta arqueológica propõem uma pequena edificação na dependência da villa identificada em Testudos 1, ao passo que em Casa Branca 3, os mesmos detectaram igualmente cerâmica manual (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 37), denunciando uma cronologia de ocupação

anterior ao período romano. 20 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Excerto da Carta Militar de Portugal – N.º 522. Fonte: LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997. Local da presente intervenção assinalado com seta vermelha.

Em Casa Branca 1, diversos materiais cerâmicos detectados à superfície denunciavam a existência de um povoado de cronologia do Neolítico Final/Calcolítico a Bronze Final, ainda que não tenham sido observados vestígios de fortificações. Nos sítios de Casa Branca 2 e 4, fragmentos cerâmicos observados à superfície do terreno apontavam para ocupações pré-históricas (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 37). Nos sítios de Monte de Luís Mendes e de Torre de Lóbio 1, os materiais detectados à superfície sugeriam, por seu turno, ocupações de cronologia do Neolítico Final/Calcolítico, sendo que em Torre de Lóbio 1 alguns materiais denunciavam também ocupação no período romano (LOPES, CARVALHO e GOMES, 1997, p. 40). A presente intervenção, localizada na antiga linha-férrea, assumiu precisamente o acrónimo do sítio de Casa Branca 2, dada a proximidade entre os dois locais, inferior a 40 metros, mas também porque a dispersão de fragmentos de cerâmica manual se observa de forma continuada entre os mesmos (www.igespar.pt).

21 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

Mancha de dispersão de materiais de cronologia préhistórica, romana e medieval 

Mancha de dispersão de materiais de cronologia pré-histórica, da Idade do Ferro e romano-medieval

Dispersão de materiais culturais nas imediações do local da presente intervenção, assinalado com seta vermelha. Fonte: EDIA – Relatório de Conformidade Ambiental das Estações Elevatórias de Pedrógão, Brinches e Torre do Lóbio, da Central Hidroeléctrica de Serpa e da Conduta Elevatória de Pedrógão.

  As quatro fossas, bem como a laje, que motivaram esta intervenção, haviam sido previamente identificadas pelo Dr. Monge Soares e referidas pela equipa de arqueologia da obra supra citada, que, decorrida a prospecção prévia, refere no Relatório de Acompanhamento Arqueológico n.º 4: “no talude Oeste da antiga linha férrea, localizada a cerca de 40 m a Este do Núcleo B do sítio arqueológico de Casa Branca 2, podem observar-se quatro fossas escavadas no afloramento geológico, (…) foi identificada outra no talude Este (…) assim como uma laje que se encontra no talude Este”. A Norte do sítio de Casa Branca 2, localiza-se ainda o sítio de Casa Branca 8, onde foram identificados vestígios materiais concordantes com um povoado da Idade do Bronze, incluindo várias fossas com materiais cerâmicos (EDIA – Relatório de Conformidade Ambiental das Estações Elevatórias de Pedrógão, Brinches e Torre do Lóbio, da Central Hidroeléctrica de Serpa e da Conduta Elevatória de Pedrógão).

22 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

Casa Branca 8 

Casa Branca 2 

Os sítios de Casa Branca 2 e Casa Branca 8, nas imediações do local da presente intervenção, assinalado com seta vermelha. Fonte: EDIA – Relatório de Conformidade Ambiental das Estações Elevatórias de Pedrógão, Brinches e Torre do Lóbio, da Central Hidroeléctrica de Serpa e da Conduta Elevatória de Pedrógão.

O sítio inicial de Casa Branca 2, a que se remete o já referido Núcleo B foi, de resto, sujeito a escavação arqueológica no ano de 2009 pela empresa de arqueologia ERA, tendo sido realizadas 6 sondagens no já mencionado núcleo e 3 sondagens no denominado Núcleo C (não foram realizados trabalhos no denominado Núcleo A). Numa fase posterior duas das sondagens realizadas no Núcleo B foram sujeitas a alargamento. Desta escavação resultou a identificação de vestígios de uma estrutura negativa de formato rectangular (1,30 m x 0,50 m), de um possível nível de pavimentação, de um aglomerado de pedra parcial ou totalmente imbricadas e de "barro de cabana" queimado (elementos eventualmente pertencentes a uma estrutura habitacional), bem como fauna mamalógica, cerâmica manual e lascas sobre quartzo e quartzito. Alguns materiais desconexos de contexto, de cronologia medieval/moderna foram igualmente identificados, em particular no Núcleo C. A escavação deste sítio confirmou, deste modo, uma ocupação humana durante a Pré-História recente, muito provavelmente durante o Calcolítico ou em fase precoce da Idade do Bronze.    

23 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

4. PERÍODO DE EXECUÇÃO/MEIOS MATERIAIS E HUMANOS   Os trabalhos foram executados no período compreendido entre as datas de 26 de Janeiro a 5 de Fevereiro de 2009. Para além do arqueólogo signatário, a equipa foi ainda constituída pelo arqueólogo Luís Fernandes e ainda por três trabalhadores indiferenciados.

5. METODOLOGIA   A metodologia para a escavação das quatro sondagens realizadas baseou-se no sistema de Unidades Estratigráficas preconizado por Harris, onde cada Unidade Estratigráfica (U.E.) foi devidamente identificada, descrita, desenhada, cotada, fotografada e registada em fichas caracterizadoras. Para a distinção de cada U.E. foram adoptados diversos critérios, tais como a cor, granulometria, compacticidade, composição, textura, quantidade e calibre dos elementos pétreos, quantidade e calibre de inclusões orgânicas, quantidade e calibre de inclusões culturais, etc. Habitualmente, a metodologia de Harris implica que a remoção das U.E.’s seja efectuada por ordem inversa à sua deposição. Contudo, o grau de afectação antrópica e natural que as estruturas escavadas ostentavam, levou-nos a adaptar a metodologia escolhida. Como referido, a abertura da trincheira destinada à instalação da linha-férrea seccionou as ‘fossas’, deixando-as à mercê dos elementos naturais ao longo de algumas décadas. Para mais, o depósito de terras efectuado no local no âmbito da presente obra, conduziu, inadvertidamente, ao aparecimento de uma nova U.E., directamente adossada às estruturas a sondar. Como tal, a metodologia habitual foi precedida por dois passos que nos possibilitaram restituir a todas as sondagens as suas sequências estratigráficas originais: - Remoção das terras depositadas no local no âmbito da presente obra. Dada a natureza destas terras, que incluía pedras de grande dimensão, esta operação realizou-se de forma mecânica, mediante o devido acompanhamento arqueológico. Os executantes deste processo tiveram o cuidado de remover a maioria das terras em torno dos locais de implantação das sondagens, mas não as que encostavam imediatamente aos taludes, que foram removidas de forma manual, de modo a preservar os contextos anteriores ao depósito destas terras. 24 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

- Limpeza das superfícies dos taludes, executada de forma manual, de modo a remover as terras que se foram depositando sobre estas superfícies desde a abertura da trincheira até ao presente. O registo gráfico foi elaborado à escala de 1:20, salvaguardando-se o rigor métrico e atendendo-se a todos os pormenores. Já o registo fotográfico foi efectuado com recurso a uma máquina fotográfica digital de 6.0 megapixeis. Terminada a escavação das sondagens, as estruturas nelas detectadas foram cobertas com manta geotextil e os seus locais de implantação sujeitos a aterro.

  6. DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS ARQUEOLÓGICOS

Dadas as semelhanças estratigráficas que viríamos a constatar existirem entre as quatro sondagens realizadas, optámos por atribuir uma sequência numérica paralela às U.E.’s nelas detectadas. Deste modo, a U.E. 1 da sondagem 1 corresponde às U.E.’s 1 das sondagens 2, 3 e 4, a U.E. 2 da sondagem 1 corresponde às U.E.’s 2 das sondagens 2, 3 e 4, etc. Pelo mesmo motivo poderá acontecer que determinada U.E. não esteja presente em algumas sondagens, como seja o caso da U.E. 3, detectada nas sondagens 2, 3 e 4 mas não na sondagem 1.

6.1. Sondagem 1

Implantada sobre o talude Este da trincheira, a abertura da sondagem 1 foi motivada pela detecção de uma laje calcária de significativas dimensões à superfície do solo. Pretendíamos com esta sondagem apurar a cronologia e a funcionalidade deste elemento, dado que apresentava características que aparentemente lhe conferiam uma origem antrópica. A sondagem 1 foi aberta com formato quadrangular, de 2 m x 2 m, totalizando uma área de 4 m2. Da escavação da sondagem foi obtida a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 0: Unidade térrea constituída por terra, de cor castanha e granulometria mediana, fraca compacticidade e textura argilosa, com muitos elementos pétreos, de dimensão reduzida a grande, sem elementos orgânicos e sem inclusões culturais. 25 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

Corresponde à terra depositada neste local já no decurso da presente empreitada, removida, como já referido, com recurso a meios mecânicos. Encostava às U.E.’s 2, 4 e 7 e cobria parcialmente a U.E. 5. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 1: Unidade térrea constituída por terra, de cor castanha-cinza e granulometria fina, fraca compacticidade e textura areno-limosa, com escassos elementos pétreos, de reduzida dimensão, muitos elementos orgânicos e poucas inclusões culturais. Corresponde ao actual nível de circulação, bastante alterado pelas acções mecânicas de lavra. Nela foram detectados alguns fragmentos de cerâmica manual de acabamento grosseiro, compatíveis com o período Calcolítico, isentos de decoração, à excepção de um fragmento munido de pega mamilar. Assentava sobre a U.E. 2 e era cortada pela U.E. 7. Cronologia: Apesar da antiguidade dos materiais culturais exumados desta U.E., ela encontrava-se profundamente alterada pelas já referidas acções de lavra. Por este motivo atribuímos uma cronologia contemporânea para a U.E.1.

U.E. 2: Unidade térrea constituída por terra, de cor amarela e granulometria fina, com compacticidade mediana e textura argilosa, com escassos elementos pétreos, de reduzida dimensão, escassas inclusões orgânicas e nenhumas inclusões culturais. Corresponde à degradação da superfície do substrato rochoso, arqueologicamente estéril. Poderá corresponder a um nível de circulação antigo, anterior à deposição da U.E.1. Assentava sobre a U.E. 4, era coberta pela U.E. 1, era encostada pelas U.E.’s 0 e 5 e era cortada pela U.E. 7. Cronologia: nível geológico, arqueologicamente estéril.

U.E. 4: Substrato rochoso, de fácil deterioração, de cor cinzenta e granulometria mediana, elevada compacticidade e textura saibrosa. Apresentava alguns veios horizontais de óxido de cálcio (cal). Estava coberta pela U.E. 2, era encostada pelas U.E.’s 0 e 5 e era cortada pela U.E. 7. Cronologia: nível geológico, arqueologicamente estéril. 26 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

U.E. 5: Laje calcária de cor cinzenta, de formato irregular, com aproximadamente 1,10 m de altura, 0,95 m de largura e cerca de 15 cm de espessura. Não se encontrava articulada

com

quaisquer

estruturas,

em

positivo

ou

negativo,

encostando

directamente sobre o substrato rochoso (U.E. 4). Este elemento foi removido do local em que se encontrava, com vista à análise de todas as suas superfícies, sem que se tenha, contudo, verificado quaisquer motivos de decoração. Era parcialmente coberta pela U.E. 0 e encostava às U.E.’s 2 e 4. Cronologia: Não existiam no local dados suficientes para apurar a cronologia de talhe deste elemento.

U.E. 7: Interface resultante da abertura da trincheira destinada a albergar a já mencionada linha-férrea. Cortava as U.E.’s 1, 2 e 4 e era encostada pela U.E. 0. Cronologia: Época Contemporânea.

0 Época Contemporânea

7 1 ?

5

2 Afloramento Rochoso

4 Diagrama 1: Matriz de Harris – Sondagem 1

27 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

6.2. Sondagem 2

Igualmente implantada sobre o talude Este da trincheira, a abertura da sondagem 2 foi motivada pela detecção de uma mancha de terra de tonalidade mais escura, na qual eram visíveis vários fragmentos de cerâmica manual. Pretendíamos com esta sondagem apurar a eventual existência de uma ‘fossa’, assim como esclarecer, através da exumação dos materiais depositados no seu interior, as suas características e a sua cronologia. Após a remoção da terra que havia sido vazada no interior da trincheira e a limpeza das terras escorridas pela superfície do talude, tornou-se evidente a existência de uma estrutura em negativo, que convencionámos denominar por ‘fossa’ 1. A sondagem 2 foi aberta com formato quadrangular, de 2 m x 2 m, totalizando uma área de 4 m2. Da escavação da sondagem foi obtida a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 0: Unidade térrea constituída por terra, de cor castanha e granulometria mediana, fraca compacticidade e textura argilosa, com muitos elementos pétreos, de dimensão reduzida a grande, sem elementos orgânicos e sem inclusões culturais. Corresponde à terra depositada neste local já no decurso da presente empreitada, removida, como já referido, com recurso a meios mecânicos. Encostava às U.E.’s 2, 3, 3a, 3b, 4 e 7. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 1: Unidade térrea constituída por terra, de cor castanha-cinza e granulometria fina, fraca compacticidade e textura areno-limosa, com escassos elementos pétreos, de reduzida dimensão, muitos elementos orgânicos e poucas inclusões culturais. Corresponde ao actual nível de circulação, bastante alterado pelas acções mecânicas de lavra. Nela foram detectados vários fragmentos de cerâmica manual de acabamento grosseiro, compatíveis com o período Calcolítico, isentos de decoração, e ainda lascas e núcleos de talhe em quartzito. Assentava sobre as U.E.’s 2, 3a e 3b e era cortada pela U.E. 7.

28 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

Cronologia: Apesar da antiguidade dos materiais culturais exumados desta U.E., ela encontrava-se profundamente alterada pelas já referidas acções de lavra. Por este motivo atribuímos uma cronologia contemporânea para a U.E.1.

U.E. 2: Unidade térrea constituída por terra, de cor amarela e granulometria fina, com compacticidade mediana e textura argilosa, com escassos elementos pétreos, de reduzida dimensão, escassas inclusões orgânicas e nenhumas inclusões culturais. Corresponde à degradação da superfície do substrato rochoso, arqueologicamente estéril. Poderá corresponder a um nível de circulação antigo, anterior à deposição da U.E.1. Assentava sobre a U.E. 4, estava coberta pela U.E. 1, era cortada pelas U.E.’s 3b e 7 e estava encostada pela U.E. 0. Cronologia: nível geológico, arqueologicamente estéril.

U.E. 3: Unidade térrea constituída por terra, de cor castanha clara e granulometria fina, compacticidade mediana e textura areno-limosa, com muitos elementos pétreos, de reduzida dimensão, poucos elementos orgânicos e várias inclusões culturais. Corresponde ao nível de enchimento da ‘fossa’ 1, no qual foram detectados vários fragmentos de cerâmica manual de acabamento grosseiro, compatíveis com o período Calcolítico, isentos de decoração, salvo alguns fragmentos que exibiam pegas mamilares e ainda lascas e núcleos de talhe em quartzito. Preenchia a U.E. 3b e era coberta pela U.E. 3a, era ainda encostada pela U.E. 0 e cortada pela U.E. 7. Cronologia: Calcolítico.

U.E. 3a: Nível estrutural, constituído por pedras calcárias de pequeno a médio porte, depositadas de forma aleatória, cujos interstícios se encontravam preenchidos por terra de cor castanha escura e por fragmentos de cerâmica manual. Corresponde ao nível de selagem da ‘fossa’ 1. Encontrava-se assente sobre a U.E. 3, encostava à U.E. 3b, estava coberta pela U.E. 1, encostada pela U.E. 0 e era cortada pela U.E. 7. Cronologia: Calcolítico. 29 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

U.E. 3b: Interface resultante da escavação da estrutura em negativo que constitui a ‘fossa’ 1. Era coberta pela U.E. 1, cortava as U.E.’s 2 e 4 e era encostada pela U.E. 3a, preenchida pela U.E. 3, era ainda encostada pela U.E. 0 e era cortada pela U.E. 7. Cronologia: Calcolítico.

U.E. 4: Substrato rochoso, de fácil deterioração, de cor cinzenta e granulometria mediana, elevada compacticidade e textura saibrosa. Apresentava alguns veios horizontais de óxido de cálcio (cal). Era coberta pela U.E. 2 e cortada pelas U.E.’s 3b e 7, era ainda encostada pela U.E. 0. Cronologia: nível geológico, arqueologicamente estéril.

U.E. 7: Interface resultante da abertura da trincheira destinada a albergar a já mencionada linha-férrea. Cortava as U.E.’s 1, 2, 3, 3a, 3b e 4 e era encostada pela U.E. 0. Cronologia: Época Contemporânea.

30 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

0

Época Contemporânea

7

1 3a

Calcolítico

3

3b

2 Afloramento Rochoso

4

Diagrama 2: Matriz de Harris – Sondagem 2

6.3. Sondagem 3

Implantada sobre o talude Oeste da trincheira, a abertura da sondagem 3 foi igualmente motivada pela detecção de uma mancha de terra de cor mais escura, na qual eram também visíveis vários fragmentos de cerâmica manual. Pretendíamos com esta sondagem apurar a eventual existência de uma ‘fossa’, assim como esclarecer, através da exumação dos materiais nela contidos, as suas características e a sua cronologia. 31 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

Após a remoção da terra que havia sido vazada no interior da trincheira e a limpeza das terras escorridas pela superfície do talude, tornou-se evidente a existência de uma estrutura em negativo, que convencionámos denominar por ‘fossa’ 2. A sondagem 3 foi implantada com formato rectangular, de 3 m x 2 m, totalizando uma área de 6 m2. No canto Noroeste da sondagem 3 viríamos a detectar uma segunda estrutura em negativo, que estimamos corresponder também a uma ‘fossa’, que se desenvolvia muito próxima à parede noroeste da ‘fossa’ 2, partilhando ambas o mesmo nível de selagem (U.E. 3a). Dado que a sondagem 3 incidia sobre uma área muito reduzida desta ‘fossa’, optámos por não proceder à sua escavação, motivo pelo qual não lhe foi atribuída qualquer numeração. A este assunto regressaremos atempadamente. Da escavação da sondagem 3 foi obtida a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 0: Unidade térrea constituída por terra, de cor castanha e granulometria mediana, fraca compacticidade e textura argilosa, com muitos elementos pétreos, de dimensão reduzida a grande, sem elementos orgânicos e sem inclusões culturais. Corresponde à terra depositada neste local já no decurso da presente empreitada, removida, como já referido, com recurso a meios mecânicos. Encostava às U.E.’s 2, 3, 3a, 3b, 4 e 7. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 1: Unidade térrea constituída por terra, de cor castanha-cinza e granulometria fina, fraca compacticidade e textura areno-limosa, com escassos elementos pétreos, de reduzida dimensão, muitos elementos orgânicos e poucas inclusões culturais. Corresponde ao actual nível de circulação, bastante alterado pelas acções mecânicas de lavra. Nela foram detectados vários fragmentos de cerâmica manual de acabamento grosseiro, compatíveis com o período Calcolítico, isentos de decoração, e ainda lascas e núcleos de talhe em quartzito. Assentava sobre as U.E.’s 2, 3 e 3a, encostava à U.E. 3b e era cortada pela U.E. 7. Cronologia: Apesar da antiguidade dos materiais culturais exumados desta U.E., ela encontrava-se profundamente alterada pelas já referidas acções de lavra. Por este motivo atribuímos uma cronologia contemporânea para a U.E.1.

32 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

U.E. 2: Unidade térrea constituída por terra, de cor amarela e granulometria fina, com compacticidade mediana e textura argilosa, com escassos elementos pétreos, de reduzida dimensão, escassas inclusões orgânicas e nenhumas inclusões culturais. Corresponde à degradação da superfície do substrato rochoso, arqueologicamente estéril. Poderá corresponder a um nível de circulação antigo, anterior à deposição da U.E.1. Assentava sobre a U.E. 4, estava coberta pelas U.E.’s 1 e 3a, era cortada pelas U.E.’s 3b e 7 e encostada pela U.E. 0. Cronologia: nível geológico, arqueologicamente estéril.

U.E. 3: Unidade térrea constituída por terra, de cor castanha clara e granulometria fina, compacticidade mediana e textura areno-limosa, com muitos elementos pétreos, de reduzida dimensão, poucos elementos orgânicos e várias inclusões culturais. Corresponde ao nível de enchimento da ‘fossa’ 2, no qual foram detectados vários fragmentos de cerâmica manual de acabamento grosseiro, compatíveis com o período Calcolítico, isentos de decoração, salvo alguns fragmentos que apresentavam pegas mamilares e ainda lascas e núcleos de talhe em quartzito. Preenchia a U.E. 3b, era coberta pelas U.E.’s 1 e 3a, era ainda encostada pela U.E. 0 e era cortada pela U.E. 7. Cronologia: Calcolítico.

U.E. 3a: Nível estrutural, constituído por pedras calcárias de pequeno a médio porte, depositadas de forma aleatória, cujos interstícios se encontravam preenchidos por terra de cor castanha escura e por fragmentos de cerâmica manual. Corresponde ao nível de selagem da ‘fossa’ 2, assim como da ‘fossa’, não sujeita a escavação, detectada no canto Noroeste da sondagem 3. Encontrava-se assente sobre as U.E.’s 2, 3 e 6, encostava à U.E. 3b, estava coberta pela U.E. 1, encostada pela U.E. 0 e era cortada pela U.E. 7. Cronologia: Calcolítico.

U.E. 3b: Interface resultante da escavação da estrutura em negativo que constitui a ‘fossa’ 1.

33 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Cortava as U.E.’s 2 e 4, era encostada pelas U.E.’s 0 e 3a, preenchida pela U.E. 3 e era cortada pela U.E. 7. Cronologia: Calcolítico.

U.E. 4: Substrato rochoso, de fácil deterioração, de cor cinzenta e granulometria mediana, elevada compacticidade e textura saibrosa. Apresentava alguns veios horizontais de óxido de cálcio (cal). Era coberta pela U.E. 2 e cortada pelas U.E.’s 3b e 7, era ainda encostada pela U.E. 0. Cronologia: nível geológico, arqueologicamente estéril.

U.E. 6: Unidade térrea constituída por terra, de cor castanha escura e granulometria fina, compacticidade mediana e textura areno-limosa. Corresponde ao nível de enchimento da ‘fossa’ detectada no canto Noroeste da sondagem, sem que tenha sido sujeita a escavação. Era coberta pela U.E. 3a. Cronologia: Calcolítico (?).

U.E. 7: Interface resultante da abertura da trincheira destinada a albergar a já mencionada linha-férrea. Cortava as U.E.’s 1, 2, 3, 3a, 3b e 4 e era encostada pela U.E. 0. Cronologia: Época Contemporânea.

34 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

0

Época Contemporânea

7

1

3a

Calcolítico

3

6

3b

Afloramento Rochoso

2

4 Diagrama 3: Matriz de Harris – Sondagem 3

6.4. Sondagem 4

Igualmente implantada sobre o talude oeste da trincheira, a abertura da sondagem 4 foi também motivada pela detecção de uma mancha de terra de tonalidade mais escura, na qual eram visíveis vários fragmentos de cerâmica manual. Esta sondagem, tinha, portanto, por objectivo apurar a eventual existência de uma ‘fossa’, assim como esclarecer, através da exumação dos materiais depositados no seu interior, as suas características e a sua cronologia. Após a remoção da terra que havia sido vazada no interior da trincheira e a limpeza das terras escorridas pela superfície do talude, tornou-se evidente a existência de duas estruturas em negativo, que convencionámos denominar por ‘fossa’ 3 e ‘fossa’ 4, 35 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

ou ‘fossa’ superior e ‘fossa’ inferior, respectivamente, conotando-as com a relação altimétrica entre elas constatada. A sondagem 4 foi inicialmente aberta com um formato rectangular, de 3 m x 2 m, totalizando uma área de 6 m2. Posteriormente, contudo, alargaríamos esta sondagem 1 metro para Sul, dado constatarmos que a dimensão inicial era insuficiente para abranger a totalidade da área das estruturas a escavar. A sondagem passou então a assumir o formato de um rectângulo de 4 m x 2 m, totalizando uma área de 8 m2. Da escavação da sondagem foi obtida a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 0: Unidade térrea constituída por terra, de cor castanha e granulometria mediana, fraca compacticidade e textura argilosa, com muitos elementos pétreos, de dimensão reduzida a grande, sem elementos orgânicos e sem inclusões culturais. Corresponde à terra depositada neste local já no decurso da presente empreitada, removida, como já referido, com recurso a meios mecânicos. Encostava às U.E.’s 2, 3, 3b, 3c, 4 e 7. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 1: Unidade térrea constituída por terra, de cor castanha-cinza e granulometria fina, fraca compacticidade e textura areno-limosa, com escassos elementos pétreos, de reduzida dimensão, muitos elementos orgânicos e poucas inclusões culturais. Corresponde ao actual nível de circulação, bastante alterado pelas acções mecânicas de lavra. Nela foram detectados vários fragmentos de cerâmica manual de acabamento grosseiro, compatíveis com o período Calcolítico, isentos de decoração, e ainda lascas e núcleos de talhe em quartzito. Assentava sobre as U.E.’s 2 e 3 e era cortada pela U.E. 7. Cronologia: Apesar da antiguidade dos materiais culturais exumados desta U.E., ela encontrava-se profundamente alterada pelas já referidas acções de lavra. Por este motivo atribuímos uma cronologia contemporânea para a U.E.1.

U.E. 2: Unidade térrea constituída por terra, de cor amarela e granulometria fina, com compacticidade mediana e textura argilosa, com escassos elementos pétreos, de reduzida dimensão, escassas inclusões orgânicas e nenhumas inclusões culturais.

36 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

Corresponde à degradação da superfície do substrato rochoso, arqueologicamente estéril. Poderá corresponder a um nível de circulação antigo, anterior à deposição da U.E.1. Assentava sobre a U.E. 4, estava coberta pela U.E. 1, era cortada pelas U.E.’s 3b, 3c e 7 e encontrava-se encostada pela U.E. 0. Cronologia: nível geológico, arqueologicamente estéril.

U.E. 3: Unidade térrea constituída por terra, de cor castanha clara e granulometria fina, compacticidade mediana e textura areno-limosa, com muitos elementos pétreos, de reduzida dimensão, poucos elementos orgânicos e várias inclusões culturais. Corresponde ao nível de enchimento da ‘fossa’ 3 e da ‘fossa’ 4, no qual foram detectados vários fragmentos de cerâmica manual de acabamento grosseiro, compatíveis com o período Calcolítico, isentos de decoração, excepto alguns fragmentos que apresentavam pegas mamilares e ainda lascas e núcleos de talhe em quartzito. Preenchia as U.E.’s 3b e 3c e era coberta pela U.E. 1, era ainda encostada pela U.E. 0 e cortada pela U.E. 7. Cronologia: Calcolítico.

U.E. 3b: Interface resultante da escavação da estrutura em negativo que constitui a ‘fossa’ 3. Cortava as U.E.’s 2 e 4, era preenchida pela U.E. 3, encostada pela U.E. 0 e cortada pela U.E. 7. Não ficou totalmente esclarecido se a U.E. 3b cortaria a U.E. 3c ou se, pelo contrário, seria a U.E. 3c a cortar a U.E. 3b. Na verdade, os dados recolhidos revelaram-se insuficientes para apurar a cronologia relativa da ‘fossa’ 3 e da ‘fossa’ 4, pelo que desconhecemos se terá sido a ‘fossa’ 3 a cortar a ‘fossa’ 4 ou se, pelo contrário, terá a ‘fossa’ 4 cortado a ‘fossa’ 3. A este assunto regressaremos atempadamente. Cronologia: Calcolítico.

U.E. 3c: Interface resultante da escavação da estrutura em negativo que constitui a ‘fossa’ 4.

37 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

Cortava as U.E.’s 2 e 4, era preenchida pela U.E. 3, encostada pela U.E. 0 e cortada pela U.E. 7. Como já referido, apuraríamos que as ‘fossas’ 3 e 4 se cortavam mutuamente, embora não tenha ficado claro se terá sido a ‘fossa’ 3 a cortar a ‘fossa’ 4 ou se, pelo contrário, terá a ‘fossa’ 4 cortado a ‘fossa’ 3. Por este motivo desconhecemos se a U.E. 3b cortava a U.E. 3c ou se, pelo contrário, seria a U.E. 3c a cortar a U.E. 3b. Os dados recolhidos durante o decurso da escavação da sondagem 4 não foram suficientes para apurar esta questão. Cronologia: Calcolítico.

U.E. 4: Substrato rochoso, de fácil deterioração, de cor cinzenta e granulometria mediana, elevada compacticidade e textura saibrosa. Apresentava alguns veios horizontais de óxido de cálcio (cal). Era coberta pela U.E. 2 e cortada pelas U.E.’s 3b, 3c e 7, era ainda encostada pela U.E. 0. Cronologia: nível geológico, arqueologicamente estéril.

U.E. 7: Interface resultante da abertura da trincheira destinada a albergar a já mencionada linha-férrea. Cortava as U.E.’s 1, 2, 3, 3b, 3c e 4 e era encostada pela U.E. 0. Cronologia: Época Contemporânea.

38 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

0

Época Contemporânea

7

1

Calcolítico

3

3b

Afloramento Rochoso

3c

2



Diagrama 4: Matriz de Harris – Sondagem 4

7. ‘FOSSAS’ 5 E 6

No talude Oeste da trincheira, a 5,57 e a 10,34 metros do centro da Sondagem 4, encontravam-se duas manchas de terra de tonalidade mais escura, acompanhadas de materiais culturais de cronologia compatível com o período Calcolítico, que convencionámos denominar por ‘fossa’ 5 e ‘fossa’ 6, respectivamente. As mesmas não foram porém sujeitas a escavação, por não terem sofrido qualquer tipo de afectação no decurso da utilização da trincheira como vazadouro.

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Não obstante, realizámos levantamentos gráficos (Estampa IX) e fotográficos (Fotografias 37, 38 e 39) destas estruturas, conscientes, contudo, dos limites impostos a tais levantamentos pelo estado em que se encontravam as estruturas, sendo muito difícil avaliar as suas características sem desenvolver qualquer acção de limpeza. De igual modo, foram recolhidos da ‘fossa’ 5 dois elementos culturais, por se encontrarem à superfície do talude e, portanto, em risco de escorrência. Tratam-se de um fragmento de dormente de mó manual, em granito, e um fragmento de lâmina em sílex, com retoques em ambos os gumes. Estes elementos foram limpos e acondicionados em saquetas plásticas, as quais se encontram providas de etiqueta identificativa. Optámos por não atribuir a estes elementos qualquer número de inventário, visto sermos da opinião de que tal deverá ocorrer na sequência de eventual escavação arqueológica incidente sobre a ‘fossa’ 5.

 

8. ESPÓLIO CULTURAL E AMOSTRAS RECOLHIDAS

Após limpeza apropriada, os materiais recolhidos em campo foram sujeitos a colagem e a marcação. Da marcação executada constou o acrónimo do sítio e o ano da intervenção, a sondagem e unidade estratigráfica de onde eram provenientes os materiais e ainda, para o caso da Sondagem 4 (onde, como referido, foram detectadas duas fossas), a identificação da fossa de origem dos materiais, tendo as duas fossas ali detectadas sido denominadas por ‘Fossa Superior’ e ‘Fossa Inferior’, de acordo com a relação de altitude existente entre ambas. Aos elementos culturais que exibiam particularidades formais, funcionais ou decorativas distintivas, foi ainda atribuído um número de inventário. Deste modo, e a título de exemplo, a marcação que se segue:

CB2 10 S4

[3]

FI N.I: 272

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diz respeito ao material cultural, neste caso fragmento cerâmico, inventariado com o número 272, recolhido na ‘Fossa Inferior’ da U.E. 3, da Sondagem 4. ‘CB2 10’, referese ao sítio: ‘Casa Branca 2’ e ao ano de intervenção: ‘2010’. Todos os materiais culturais, foram posteriormente embalados em saquetas plásticas e acondicionados em caixa plástica. A fauna recolhida foi também convenientemente limpa, tendo sido posteriormente embalada em saquetas plásticas. Cada saqueta foi então assinalada com a sondagem, a unidade estratigráfica e ainda, para o caso da Sondagem 4, a identificação da fossa de origem dos materiais, de acordo com a marcação já explicada. Sempre que possível, foram recolhidas amostras de solo e de carvões no decurso da intervenção, tendo para este efeito sido seleccionados contextos que julgámos encontrarem-se relativamente bem selados. Estas amostras, que recolhemos na eventualidade de um dia virem a ser convenientemente analisadas no âmbito de outros estudos, foram igualmente recolhidas em saquetas plásticas, assinaladas de modo semelhante à sinalização anteriormente exposta. Todos os elementos recolhidos no campo, culturais ou amostrais, se encontram descritos na listagem que se segue.

8.1. Inventário

8.1.1. Material cerâmico

Sondagem 1 - U.E.1 5 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozeduras oxidantes. N.I: 1 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 2 – Fragmento de bordo recto (?) de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio arredondado e pega mamilar cerca de 1 cm abaixo do lábio. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante.

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Sondagem 2 - Limpeza 3 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozeduras oxidantes. 1 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamento grosseiro, muito abundante em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura redutora. N.I: 3 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio ligeiramente biselado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 4 – Fragmento de prato (?) de cerâmica manual de acabamentos toscos, com bordo recto e lábio ligeiramente arredondado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante.

Sondagem 2 - U.E.1 21 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com raras micas. Cozeduras oxidantes. 7 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, raros em e.n.p.’s, alguns dos quais de grande dimensão, e com raras micas. Cozeduras oxidantes. 4 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com muitos e.n.p.’s, alguns dos quais de grande dimensão, e com raras micas. Cozeduras oxidantes. 9 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozeduras oxidantes. 1 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. 2 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozeduras redutoras.

Sondagem 2 - U.E.3a 4 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com bastantes micas. Cozeduras oxidantes. 1 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. 1 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. 1 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante.

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Sondagem 2 - U.E.3 18 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com bastantes micas. Cozeduras oxidantes. 81 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozeduras oxidantes. 21 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e raras micas. Cozeduras oxidantes. 13 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozeduras redutoras. 70 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, raros em e.n.p.’s e com raras micas. Cozeduras oxidantes. 4 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com muitos e.n.p.’s, alguns dos quais de grande dimensão, e com raras micas. Cozeduras oxidantes. N.I: 6 – Peso de tear de tipo ‘placa’, de cerâmica manual de acabamentos toscos, com perfurações em ambas as extremidades. Formato rectangular, ligeiramente abaulado ao centro, de secção subrectangular (7,5 cm comprimento x 3 cm largura x 0,8 cm espessura). Apresenta alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 7 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo almendrado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 8 – Fragmento de peso de tear de tipo ‘placa’, de cerâmica manual de acabamentos toscos, com extremidade perfurada. Formato rectangular e secção sub-rectangular. Apresenta raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 9 – Fragmento de bordo envasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 10 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo espessado, exibido estrangulamento abaixo do lábio em ambas as superfícies interna e externa. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 11 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo almendrado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 12 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo almendrado e base plana. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 13 – Fragmento informe, com arranque de asa, aparentemente anelar. Apresentava bastantes e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 14 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura redutora (?).

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N.I: 15 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo espessado e base plana. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 16 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 17 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 18 – Fragmento de peso de tear de tipo ‘placa’, de cerâmica manual de acabamentos toscos, com extremidade perfurada. Formato rectangular e secção sub-rectangular. Apresenta raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 19 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 20 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 21 – Fragmento de bordo envasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 22 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 23 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, exibindo perfuração, aparentemente destinada a sustentação do recipiente. Apresentava grande abundância em e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 24 – Fragmento lateral de peso de tear de tipo ‘placa’ (?), de cerâmica manual de acabamentos toscos. Formato rectangular e secção sub-rectangular. Apresenta muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 25 – Fragmento de bordo ligeiramente envasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 26 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 27 – Fragmento de pé plano. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 28 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 29 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio ligeiramente biselado. Exibia pega mamilar cerca de 3 cm abaixo do lábio. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 30 – Fragmento de prato (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de base plana. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante.

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N.I: 31 – Fragmento de taça carenada, de pé ligeiramente ônfalo. Apresentava grande abundância de e.n.p.’s, de média dimensão, e escassas micas. Cozedura oxidante. N.I: 32 – Fragmento de lábio (?) arredondado. Apresentava bastantes e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e escassas micas. Cozedura oxidante. N.I: 33 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 34 – Fragmento de bordo ligeiramente envasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 35 – Fragmento de taça ovóide (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 36 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo espessado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 37 – Fragmento de bordo ligeiramente envasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava poucos e.n.p.’s, alguns de grande dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 38 – Fragmento de bordo ligeiramente envasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura redutora. N.I: 39 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo almendrado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 40 – Fragmento de bordo ligeiramente envasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 41 – Fragmento de lábio (?) espessado. Apresentava bastantes e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e escassas micas. Cozedura oxidante. N.I: 42 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo almendrado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 43 – Fragmento de taça ovóide de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 44 – Fragmento de pega mamilar. Apresentava bastantes e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e escassas micas. Cozedura oxidante. N.I: 45 – Fragmento de bordo ligeiramente envasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 46 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, exibindo perfuração, aparentemente destinada a sustentação do recipiente. Apresentava escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante.

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N.I: 47: Caçoila rasa, fragmentada ao nível do bojo, subsistindo apenas o bordo completo. Bordo envasado e lábio arredondado. Exibia quatro pegas mamilares cerca de 0,5 cm abaixo do lábio, distribuídas mais ou menos uniformemente em torno da abertura, opondo-se duas a duas. Diâmetro da abertura: cerca de 25 cm. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e escassas micas. Cozedura redutora (?). N.I: 48 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio ligeiramente biselado. Exibia pega mamilar cerca de 2 cm abaixo do lábio. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 50 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, exibindo perfuração, aparentemente destinada a sustentação do recipiente. Apresentava bastantes e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 51 – Fragmento de taça ovóide de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 52 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura redutora. N.I: 53 – Fragmento central de peso de tear de tipo ‘placa’, de cerâmica manual de acabamentos toscos. Formato rectangular e secção sub-rectangular. Apresenta raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 54 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo almendrado e base plana. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 55 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo espessado e base plana. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 58 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo espessado e base plana. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 60 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 61: Caçoila rasa, de bordo sensivelmente recto e lábio ligeiramente biselado. Exibia quatro pegas mamilares cerca de 1 cm abaixo do lábio, distribuídas mais ou menos uniformemente em torno da abertura, opondo-se duas a duas, das quais uma encontrava-se totalmente amputada. Diâmetro da abertura: cerca de 22 cm. Altura das paredes laterais: cerca de 14 cm. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e escassas micas. Cozedura oxidante. Exibia vestígios de fuligem ao nível da superfície interna da sua base. N.I: 64: Prato comunitário de bordo espessado e com ligeiro estrangulamento abaixo do lábio, ao nível da superfície exterior. Diâmetro da abertura: cerca de 47 cm. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante.

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Sondagem 3 - Limpeza 4 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com bastantes micas. Cozeduras oxidantes. 2 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozeduras oxidantes. 2 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozeduras oxidantes.

Sondagem 3 - U.E.1 67 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com bastantes micas. Cozeduras oxidantes. 36 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozeduras oxidantes. 12 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e raras micas. Cozeduras oxidantes. 11 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozeduras redutoras. 2 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, raros em e.n.p.’s e com muitas micas. Cozeduras oxidantes. N.I: 67 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 68 – Fragmento de peso de tear de tipo ‘placa’, de cerâmica manual de acabamentos toscos. Fragmentado ao nível da perfuração na extremidade. Formato rectangular e secção sub-rectangular. Apresenta abundantes e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 69 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 70 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular. Apresenta-se fracturado ao nível da perfuração da extremidade. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 71 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 72 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 73 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura redutora (?).

47 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 74 – Fragmento de peso de tear de tipo ‘placa’, de cerâmica manual de acabamentos toscos, com extremidade perfurada. Formato rectangular e secção rectangular. Apresenta abundantes e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 75 – Fragmento de peso de tear de tipo ‘placa’, de cerâmica manual de acabamentos toscos, com extremidade perfurada. Formato rectangular e secção sub-rectangular. Apresenta abundantes e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 76 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com escassos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 77 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 78 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com escassos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 79 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 80 – Fragmento de peso de tear de tipo ‘placa’, de cerâmica manual de acabamentos toscos, com extremidade perfurada. Formato rectangular e secção sub-rectangular. Apresenta abundantes e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 81 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com poucos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 82 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular. Com alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 83 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com escassos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 84 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ (?) de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 85 – Fragmento de peso de tear de tipo ‘placa’, de cerâmica manual de acabamentos toscos, com extremidade perfurada. Formato rectangular e secção sub-rectangular. Apresenta abundantes e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 86 – Fragmento lateral de peso de tear de tipo ‘placa’ (?), de cerâmica manual de acabamentos toscos. Apresenta abundantes e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura redutora (?). N.I: 87 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 88 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular. Com alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 89 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular. Apresenta-se fracturado ao nível da perfuração da extremidade. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante.

48 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 90 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com raros e.n.p.’s, alguns de grande dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 91 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular. Com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 92 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 93 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com escassos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 94 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 95 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 96 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com escassos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 97 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 98 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 99 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 100 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 101 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 102 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 103 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ (?) de secção sub-circular. Com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 104 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com raras micas. Fragmentado ao nível da perfuração na extremidade. Cozedura oxidante. N.I: 105 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo almendrado e base plana. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 106 – Fragmento de bordo esvasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante.

49 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 107 – Fragmento de bordo esvasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 108 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 109 – Fragmento de bordo ligeiramente envasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 110 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 111 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 112 – Fragmento lateral de peso de tear de tipo ‘placa’ (?), de cerâmica manual de acabamentos toscos. Secção sub-rectangular (?). Apresenta abundantes e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 113 – Fragmento de bordo ligeiramente envasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura redutora (?). N.I: 114 – Fragmento de bordo ligeiramente envasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 115 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 116 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo almendrado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 117 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 118 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, exibindo decoração incisa, aparentemente com motivos geométricos. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante.

Sondagem 3 - U.E.3a 3 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com bastantes micas. Cozeduras oxidantes. 1 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com bastantes micas. Cozedura oxidante. 1 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com algumas micas. Cozeduras oxidantes.

50 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 120 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 121 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura redutora. N.I: 122 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante.

Sondagem 3 - U.E.3 27 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com bastantes micas. Cozeduras oxidantes. 3 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozeduras oxidantes. 2 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e raras micas. Cozeduras oxidantes. 6 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozeduras oxidantes. 6 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozeduras redutoras. 13 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, raros em e.n.p.’s e em micas. Cozeduras oxidantes. N.I: 123 – Fragmento extremo de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Exibia perfuração ao nível da extremidade subsistente. Cozedura oxidante. N.I: 124 – Fragmento extremo de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Exibia perfuração ao nível da extremidade subsistente. Cozedura oxidante. N.I: 125 – Fragmento de bordo recto, de lábio arredondado, com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 126 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular, com grande abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 127 – Fragmento extremo de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Exibia perfuração ao nível da extremidade subsistente. Cozedura oxidante. N.I: 128 – Fragmento de bordo recto, de lábio arredondado, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 129 – Fragmento de bordo recto, de lábio arredondado, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante.

51 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 130 – Fragmento extremo de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Exibia perfuração ao nível da extremidade subsistente. Cozedura oxidante. N.I: 131 – Fragmento de bordo com lábio ligeiramente biselado, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 132 – Fragmento de bordo recto, de lábio arredondado, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 133 – Fragmento de taça rasa (?), de bordo recto e lábio arredondado, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 134 – Fragmento de prato (?) de bordo espessado, com muitos e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 135 – Fragmento de bordo recto, de lábio arredondado, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 136 – Fragmento de taça rasa (?), de bordo recto e lábio ligeiramente biselado, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 137 – Fragmento de bordo recto, de lábio ligeiramente biselado, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura redutora (?). N.I: 138 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 139 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 140 – Fragmento de tacinha (?), de bordo recto e lábio arredondado, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 142 – Fragmento de prato de bordo espessado, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e escassas micas. Exibia fractura vertical ao nível de um orifício, possivelmente destinado a sustentação, implantado cerca de 0,5 cm abaixo do lábio. Cozedura oxidante. N.I: 143 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular, com raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 144 – Fragmento extremo de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular, com abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Exibia perfuração ao nível da extremidade subsistente. Cozedura oxidante. N.I: 145 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 146 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 147 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante.

52 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 148 – Fragmento extremo de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular, com raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Exibia perfuração ao nível da extremidade subsistente. Cozedura oxidante.

Sondagem 4 - Limpeza 9 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com bastantes micas. Cozeduras oxidantes. 1 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. 1 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura redutora. N.I: 149 – Fragmento de taça carenada de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com bordo recto, lábio arredondado e base plana (?), com abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 150 – Fragmento de bordo ligeiramente esvasado de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresenta abundantes e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 151 – Fragmento de vaso (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de base plana e paredes rectas, exibindo orifício, eventualmente destinado a sustentação do recipiente, a cerca de 1,5 cm da base. Apresenta abundantes e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 152 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio espessado para o interior. Apresenta abundantes e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 153 – Fragmento de vaso (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de base plana, com abundantes e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e escassas micas. Cozedura oxidante.

Sondagem 4 - U.E.1 4 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com bastantes micas. Cozeduras oxidantes. 1 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. 1 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com muitos e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. 2 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozeduras oxidantes. N.I: 154 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com fractura ao nível do orifício de uma das extremidades. Apresentava-se com grande abundância de e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante.

53 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 155 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura redutora (?). N.I: 156 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, exibindo orifício, eventualmente destinado a sustentação do recipiente. Apresenta abundantes e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante.

Sondagem 4 - U.E.3 - Fossa Superior 62 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com bastantes micas. Cozeduras oxidantes. 8 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e com bastantes micas. Cozeduras oxidantes. 17 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozeduras oxidantes. 75 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozeduras oxidantes. 22 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozeduras oxidantes. 21 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com algumas micas. Cozeduras redutoras. N.I: 157 – Fragmento de prato de bordo almendrado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, exibindo perfuração, eventualmente destinada a sustentação do recipiente, junto ao lábio. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 165 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 166 – Fragmento de taça ovóide de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura redutora. N.I: 167 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 168 – Fragmento de taça carenada de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 169 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com escassas micas. Cozedura oxidante. N.I: 170 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo esvasado e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante.

54 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 171 – Fragmento de prato de bordo espessado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com estrangulamento ao nível da superfície exterior, abaixo do lábio. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 172 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 173 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio arredondado, exibindo pega mamilar cerca de 1 cm abaixo do lábio. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 174 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio biselado (?). Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura redutora. N.I: 175 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 176 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 177 – Fragmento de taça ovóide de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 178 – Fragmento de fundo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros. Apresentava escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 179 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 180 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 181 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, exibindo decoração incisa, com riscas radiais. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 182 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com escassos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 183 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular, com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 184 – Fragmento de prato de bordo almendrado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura redutora (?). N.I: 185 – Fragmento de prato de bordo almendrado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 186 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante.

55 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 187 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 188 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 189 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 190 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 191 – Fragmento de peso de tear tipo ‘placa’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 192 – Fragmento de taça ovóide de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura redutora. N.I: 193 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade e fragmentado ao nível da perfuração. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 194 – Fragmento de tacinha rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 195 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 196 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio arredondado, exibindo pega mamilar cerca de 1 cm abaixo do lábio. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura redutora (?). N.I: 197 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura redutora (?). N.I: 198 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com escassas micas. Cozedura redutora (?). N.I: 199 – Peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível de ambas as extremidades. Com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 200 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ (?) de secção sub-rectangular, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante.

56 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 201 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 202 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 203 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo ligeiramente envasado e lábio biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 204 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 205 – Fragmento de prato (?) de bordo espessado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 206 – Fragmento de prato de bordo espessado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com ligeiro estrangulamento ao nível da superfície exterior, abaixo do lábio. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 207 – Fragmento de prato de bordo almendrado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 208 – Fragmento de prato de bordo almendrado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 209 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio arredondado. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 210 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 211 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-circular, com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 212 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 213 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com escassos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 214 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com escassos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 215 – Fragmento de prato de bordo espessado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com ligeiro estrangulamento ao nível da superfície exterior, abaixo do lábio. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante.

57 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 216 – Fragmento de taça de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio ligeiramente biselado. Exibia pega mamilar aplicada cerca de 2 cm abaixo do lábio. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 217 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio revirado para o exterior. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 218 – Fragmento de taça de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo ligeiramente envasado e de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 219 – Fragmento de taça de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 220 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio aplanado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante (?). N.I: 221 – Fragmento de taça de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto ligeiramente envasado (?) e de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e escassas micas. Cozedura oxidante. N.I: 222 – Fragmento de taça de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 223 – Fragmento de bordo recto (?) de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio arredondado e pega mamilar cerca de 1 cm abaixo do lábio. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 225 – Fragmento de taça ovóide (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 226 – Fragmento de prato de bordo espessado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 227 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 228 – Fragmento de taça rasa de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e escassas micas. Cozedura oxidante. N.I: 229 – Fragmento de prato de bordo espessado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 230 – Fragmento de taça de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 231 – Fragmento de peso de tear tipo ‘placa’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante.

58 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 232 – Fragmento de bordo de taça de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 233 – Fragmento de prato de bordo espessado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 234 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante (?). N.I: 235 – Fragmento de taça ovóide de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 236 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 237 – Fragmento de taça de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 238 – Fragmento de tacinha de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura redutora (?). N.I: 239 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio aplanado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 240 – Fragmento de taça ovóide (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo ligeiramente envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 241 – Fragmento de prato de bordo espessado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros. Exibia orifício, eventualmente destinado a sustentação do recipiente, cerca de 2 cm abaixo do lábio. Apresentava escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 242 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo almendrado e base plana. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 243 – Fragmento de taça rasa de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 244 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular, com poucos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 245 – Fragmento de bordo de tacinha de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 246 – Fragmento de taça ovóide de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante.

59 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 247 – Fragmento de taça ovóide (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 248 – Fragmento de peso de tear tipo ‘placa’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com alguns e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 249 – Fragmento central de peso de tear tipo ‘placa’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 250 – Fragmento de taça de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e de lábio arredondado. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 251 – Fragmento de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e lábio arredondado. Exibia fractura ao nível de um orifício, eventualmente destinado a sustentação do recipiente, implantado cerca de 2 cm abaixo do lábio. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 252 – Fragmento de taça ovóide (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 253 – Fragmento de prato de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo almendrado e base plana. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 254 – Fragmento de prato de bordo espessado, de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com ligeiro estrangulamento ao nível da superfície exterior, abaixo do lábio. Apresentava raros e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 255 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio arredondado e pega mamilar cerca de 1 cm abaixo do lábio. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 256 – Fragmento de taça rasa (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo ligeiramente envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 257 – Fragmento de taça ovóide de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 258 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de lábio revirado para o exterior. Apresentava escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozedura oxidante. N.I: 259 – Fragmento de fundo plano de taça (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura redutora (?). N.I: 260 – Fragmento de taça rasa de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo recto e de lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e escassas micas. Cozedura oxidante.

60 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 261 – Fragmento de taça de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de bordo envasado e lábio ligeiramente biselado. Apresentava poucos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante.

Sondagem 4 - U.E.3 – Fossa Inferior 42 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com bastantes micas. Cozeduras oxidantes. 38 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e com bastantes micas. Cozeduras oxidantes. 21 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e poucas micas. Cozeduras oxidantes. 31 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e algumas micas. Cozeduras oxidantes. 3 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, com alguns e.n.p.’s, de reduzida a grande dimensão, e algumas micas. Cozeduras oxidantes. 7 – Fragmentos informes de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, muito abundantes em e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com algumas micas. Cozeduras redutoras. N.I: 262 – Fragmento de base plana de recipiente de cerâmica manual de acabamentos toscos. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 263 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio arredondado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 265 – Fragmento de tacinha (?) de cerâmica manual de acabamentos toscos, de bordo recto e com lábio aplanado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 266 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio aplanado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 267 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio arredondado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 268 – Fragmento de bordo recto (?) de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio aplanado e pega mamilar cerca de 1 cm abaixo do lábio. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 269 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio biselado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 270 – Fragmento de taça carenada de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de paredes rectas e base côncava, bordo recto e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante.

61 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 271 – Fragmento de taça carenada de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de paredes rectas, bordo esvasado e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 272 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio arredondado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 273 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio aplanado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 274 – Fragmento de vaso (?) de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de base plana e paredes rectas. Apresenta alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 275 – Fragmento de bordo recto (?) de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio arredondado e pega mamilar cerca de 1 cm abaixo do lábio. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 276 – Fragmento de taça carenada de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de paredes rectas e base côncava, bordo envasado e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 277 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio arredondado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 278 – Fragmento de taça carenada de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de paredes rectas e base côncava, bordo esvasado e lábio biselado (?). Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura redutora. N.I: 279 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio aplanado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 280 – Fragmento de taça carenada de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de paredes rectas e base plana, bordo envasado e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 281 – Fragmento de pega de cerâmica manual de acabamentos toscos. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 282 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio biselado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 283 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 284 – Fragmento de taça carenada de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de paredes rectas e base ligeiramente ônfala, bordo recto e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 285 – Fragmento de bordo de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio arredondado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura redutora. N.I: 286 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio arredondado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante.

62 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

N.I: 287 – Fragmento de bordo espessado de cerâmica manual de acabamentos toscos. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 288 – Fragmento de taça carenada de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de paredes rectas e base côncava, bordo recto e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 289 – Fragmento de bordo recto de cerâmica manual de acabamentos toscos, com lábio arredondado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 295 – Fragmento de taça carenada de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de paredes rectas e base ligeiramente ônfala, bordo esvasado e lábio arredondado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 300 – Fragmento de taça carenada de cerâmica manual de acabamentos grosseiros, de paredes rectas e base côncava, bordo recto e lábio aplanado. Apresentava muitos e.n.p.’s, de reduzida a média dimensão, e muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 301 – Fragmento de tacinha (?) de cerâmica manual de acabamentos toscos, de bordo recto e com lábio aplanado. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 302 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos toscos, exibindo decoração incisa de tipo ‘penteada’. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 304 – Fragmento de peso de tear tipo ‘crescente’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se fracturado ao nível da perfuração da extremidade. Com escassos e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com muitas micas. Cozedura oxidante. N.I: 306 – Fragmento de peso de tear tipo ‘placa’ de secção sub-rectangular. Apresenta-se perfurado ao nível da extremidade. Com alguns e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 308 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos toscos, exibindo decoração incisa de tipo ‘penteada’. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 309 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos toscos, exibindo decoração incisa de tipo ‘penteada’. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante. N.I: 310 – Fragmento informe de cerâmica manual de acabamentos toscos, exibindo decoração incisa de tipo ‘penteada’. Abundância em e.n.p.’s, de reduzida dimensão, e com raras micas. Cozedura oxidante.

8.1.2. Material lítico

Sondagem 2 - Limpeza 1 – Núcleo (?) de talhe em quartzito branco. N.I: 5 – Fragmento de movente (?) de mó manual, de secção semi-circular, em quartzito vermelho.

63 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Sondagem 2 - U.E.3 2 – Núcleos (?) de talhe em quartzito vermelho. 4 – Núcleos (?) de talhe em quartzito branco. 1 – Núcleo (?) de talhe em quartzito cinzento. 1 – Núcleo (?) de talhe em calcário cinzento. 10 – Lascas (?) de talhe em quartzito branco. 1 – Lasca (?) de talhe em quartzito cinzento. 1 – Lasca (?) de talhe em quartzito vermelho. N.I: 56 – Polidor (?) de cerâmica, em quartzito castanho. N.I: 57 – Polidor (?) de cerâmica, em quartzito castanho. N.I: 63 – Polidor (?) de cerâmica, em quartzito vermelho. N.I: 62 – Polidor (?) de utensílios líticos, em calcário cinzento. N.I: 59 – Percutor, em quartzito castanho, evidenciando sinais de percussão ao nível de uma extremidade, assim como levantamento de lascas ao nível da extremidade contrária.

Sondagem 3 - U.E.1 1 – Núcleo (?) de talhe em quartzito vermelho. 1 – Núcleo (?) de talhe em quartzito branco. 1 – Lasca (?) de talhe em quartzito cinzento. 1 – Seixo em quartzito castanho fragmentado. 1 – Seixo em quartzito castanho.

Sondagem 3 - U.E.3a 1 – Seixo em quartzito branco. 1 – Lasca (?) de talhe em quartzito vermelho. N.I: 143 – Polidor (?) de cerâmica, em quartzito vermelho.

Sondagem 4 - Limpeza 1 – Lasca (?) de talhe em quartzito branco.

Sondagem 4 - U.E.3 – Fossa Superior 4 – Lascas (?) de talhe em quartzito vermelho. 3 – Lascas (?) de talhe em quartzito branco.

64 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

4 – Lascas (?) de talhe em quartzito castanho. 1 – Lasca (?) de talhe em quartzito cinzento. 2 – Núcleos (?) de talhe em quartzito branco. 1 – Núcleo de talhe em quartzito branco. 1 – Núcleo de talhe em quartzito (?) branco. 4 – Núcleos (?) de talhe em quartzito vermelho. N.I: 157 – Fragmento de dormente de mó manual (?). Bloco granítico exibindo duas superfícies facetadas. N.I: 158 – Fragmento de dormente de mó manual (?). Bloco granítico exibindo uma superfície facetada. N.I: 159 – Percutor, em quartzito castanho, evidenciando sinais de percussão ao nível de uma extremidade. N.I: 160 – Percutor, em quartzito castanho, evidenciando sinais de percussão ao nível de uma extremidade. N.I: 161 – Polidor (?) de cerâmica, em quartzito cinzento. N.I: 162 – Raspadeira sobre lasca, em quartzito castanho (4,5 cm de comprimento x 5 cm de largura). Apresentava bolbo resultante de percussão e retoques grosseiros ao nível do gume. N.I: 163 – Lâmina retocada, sobre quartzito (?) cinzento (5 cm de comprimento x 1,3 cm de largura x 0,6 cm espessura), de secção trapezoidal e com ambos os gumes retocados.

Sondagem 4 - U.E.3 – Fossa Inferior 2 – Lascas (?) de talhe em quartzito vermelho. 1 – Lasca (?) de talhe em quartzito castanho. 1 – Núcleo. Seixo em quartzito vermelho, com levantamento de uma lasca. 1 – Núcleo (?) de talhe em quartzito vermelho. 4 – Núcleos (?) de talhe em quartzito branco. N.I: 305 – Percutor (?), em quartzito vermelho. N.I: 309 – Polidor (?) de cerâmica, em quartzito vermelho. N.I: 307 – Pilão (?) em basalto (?) cinzento, fragmentado. Elemento cilíndrico, com evidentes sinais de desgaste por abrasão. Secção transversal sub-circular, com cerca de 6 cm de diâmetro.

8.1.3. Fauna

Sondagem 2 - U.E.3 8 – Fragmentos informes de osso de mamífero. 3 – Fragmentos informes de osso de ave (?).

65 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

1 – Dente de mamífero. 2 – Fragmentos de um mesmo chifre de mamífero. 1 – Fragmento de fauna malacológica.

Sondagem 3 - U.E.1 44 – Fragmentos informes de osso de mamífero. 3 – Fragmentos informes de osso de ave (?). 1 – Dente de mamífero. 2 – Fragmentos de um mesmo chifre de mamífero. 1 – Fragmento de fauna malacológica.

Sondagem 3 - U.E.3 12 – Fragmentos informes de osso de mamífero. 1 – Fragmento de dente de mamífero.

Sondagem 4 - U.E.3 – Fossa Superior 33 – Fragmentos informes de osso de mamífero. 2 – Dente de mamífero. 2 – Fragmentos de maxilar de mamífero, providos de dentição. 3 – Dentes de mamífero. 2 – Fragmentos de fauna malacológica.

Sondagem 4 - U.E.3 – Fossa Inferior 7 – Fragmentos informes de osso de mamífero. 1 – Dente de mamífero.

8.1.4. Outros Materiais

A sudeste do local da presente intervenção, a cerca de 100 metros da Sondagem 1, detectámos, casualmente, um depósito de pedras, seguramente decorrido de acções agrícolas de limpeza de solos. Neste aglomerado identificámos um fragmento de dormente de mó manual, em granito, bem como um seixo em quartzito aparentemente utilizado como movente de mó manual. 66 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

Estes elementos foram recolhidos, convenientemente limpos e embalados em saquetas plásticas, devidamente acompanhadas de etiquetas identificativas.

Sondagem 3 - U.E.1 N.I: 119 – Ponta de seta, em base de osso (?). Formato foliáceo, de base côncava e aletas longas, subsistindo apenas uma das aletas (4,2 cm comprimento x 1,4 cm de largura x 0,3 cm de espessura).

Sondagem 4 - U.E.3 – Fossa Superior N.I: 164 – Fragmento de barro de cabana, exibindo superfície alisada e superfície oposta com marcas em negativo da aplicação de galhos ou canas.

8.1.5. Amostras

Sondagem 2 - U.E.3 1 – Amostra de solo

Sondagem 3 - U.E.3 1 – Amostra de solo

Sondagem 4 - U.E.3 – Fossa Superior 1 – Amostra de solo

Sondagem 4 - U.E.3 – Fossa Inferior 1 – Amostra de solo 2 – Amostras de solo com carvões

67 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

9. Considerações finais  

Inicialmente motivada pela detecção de vários materiais cerâmicos à superfície, bem como por nítidas diferenças de tonalidade das terras que constituíam os taludes da trincheira, a realização das sondagens arqueológicas, objectos do presente relatório, veio a revelar quatro estruturas em negativo, comummente designadas por ‘fossas’, das quais se exumou um conjunto cultural compatível com o período Calcolítico. Duas destas ‘fossas’ encontravam-se praticamente frente-a-frente, nos taludes Este e Oeste. A primeira, a ‘fossa’ 1, localizava-se no talude Este e foi abrangida pela sondagem 2, tendo-se verificado que, apesar da afectação sofrida pela abertura da trincheira, mantinha o seu contexto interno praticamente intacto e selado ainda por uma couraça pétrea. A segunda, a ‘fossa’ 2, foi abrangida pela sondagem 3 e localizava-se no talude Oeste, encontrando-se profundamente afectada pela abertura da trincheira. Apresentava também uma couraça pétrea de selagem, embora da mesma subsistisse muito pouco. Esta couraça era partilhada por uma outra ‘fossa’, a ‘fossa’ 7, detectada no canto Noroeste da sondagem, por sua vez não sujeita a escavação, dado que a sondagem apenas abrangia uma parte reduzida da mesma. A Norte da sondagem 3, igualmente no talude Oeste, foi implantada a sondagem 4, alargada posteriormente de modo a abranger as duas ‘fossas’ ali detectadas. Na realidade a ‘fossa’ 3, ou ‘fossa’ superior, e a ‘fossa’ 4, ou ‘fossa’ inferior (assim denominadas pela relação altimétrica constatada entre ambas), seccionavam-se mutuamente. A posição relativa entre as duas ‘fossas’, sugeriu desde o início a possibilidade de constituírem um hipogeu, com a ‘fossa’ inferior como câmara funerária e a ‘fossa’ superior como antecâmara. Não obstante, a escavação destas estruturas levou-nos a descartar esta possibilidade, dado que não foram nelas detectados depósitos osteológicos ou mesmo cerâmica, ou outros elementos culturais, de carácter ritual. As duas ‘fossas’ constatadas na sondagem 4 encontravam-se profundamente afectadas pela abertura da trincheira, facto que impossibilitou averiguar a cronologia relativa das suas aberturas. De facto, ambas as ‘fossas’ se seccionavam mutuamente, não tendo ficado totalmente claro se terá a abertura da ‘fossa’ superior vindo seccionar a já existente ‘fossa’ inferior ou se terá ocorrido o contrário. A posição relativa das duas, porém, parece argumentar em abono da primeira possibilidade. 68 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

A Norte da sondagem 4, ainda no talude Oeste da trincheira, localizavam-se duas ‘fossas’, a ‘fossa’ 5 e a ‘fossa’ 6, não sujeitas a escavação por não incorrerem em risco de afectação decorrida da presente obra. A sua localização cartográfica e os registos possíveis constam do presente relatório. Apesar de não terem sido alvo de escavação, a análise dos materiais observados na superfície do talude sugere também uma cronologia calcolítica. Por seu turno, a laje que motivou a realização da sondagem 1, implantada no talude Este, revelou não passar de uma pedra vulgar, sem características antrópicas. Da observação da Fotografia 2, efectuada antes das acções de aterro decorridas no interior da trincheira, resulta a constatação de que esta pedra já não se encontrava na sua posição original aquando da realização da sondagem 1, mas antes havia deslizado ligeiramente sobre a superfície do talude. Não foram, no decurso da escavação da sondagem 1, detectados contextos arqueológicos ou patrimoniais relevantes, tendo sido recolhidos alguns fragmentos cerâmicos compatíveis com o Calcolítico, em nível estratigráfico já de cronologia contemporânea. Deduz-se que os mesmos tenham sido deslocados do seu contexto original através de acções de lavra. O espólio recolhido no decurso da presente intervenção é abundante e diversificado, apontando para um ambiente doméstico, e não ritual, como de resto seria de esperar em associação com ‘fossas’. Na verdade, raros eram os fragmentos cerâmicos decorados e alguns apresentavam ainda vestígios de fuligem, um claro sinal de terem servido para cozinhar alimentos ao lume. Escassos eram igualmente os materiais líticos, também eles característicos de um ambiente doméstico. A cerâmica detectada é, como já referido, consistente com a cerâmica do período Calcolítico, mais especificamente da fase inicial do Sudoeste, dado ser sobretudo lisa, em oposição à da Estremadura, profusamente decorada (SILVA, 1993, p. 208 e 209), abundando os pratos de bordo almendrado, pratos de bordo sem espessamento, taças de bordo espessado, taça ovóides, vasos, pesos de tear de tipo ‘crescente’, de secção transversal sub-rectangular ou circular com furo em cada uma das extremidades, pesos de tear paralelepipédicos (tipo ‘placa’) com um furo em cada extremidade e taças carenadas, como se verifica nesta fase. Também a ponta de seta exumada da sondagem 2 (Número de Inventário: 119), de aletas finas e alongadas, contribui para reforçar a nossa atribuição cronológica.

69 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

O denominado Calcolítico do Sudoeste abrange as províncias do Alto e Baixo Alentejo e também a do Algarve. As datações radiocarbónicas disponíveis balizam o Calcolítico do Sudoeste entre 5 500 a 3 800 B.P (SILVA, 1993, p. 206 e 207). Apesar dos esforços empreendidos para estabelecer ligações entre as diferentes ‘fossas’ escavadas, nenhum fragmento cerâmico tinha correspondência de ‘fossa’ para ‘fossa’, nem mesmo entre as duas ‘fossas’ detectadas na sondagem 4. Não obstante, parece-nos, dadas as semelhanças entre os materiais exumados das quatro ‘fossas’ escavadas, que as mesmas tenham sido abandonadas em períodos contemporâneos. Como é sabido, as comunidades do Calcolítico subsistiam da actividade agro-pastoril, complementando a sua alimentação com a recolecção. Da actividade agrícola resultavam colheitas cerealíferas que eram necessário armazenar. Desta necessidade resultava abundantemente a abertura de ‘fossas’ escavadas no afloramento geológico, que eram utilizadas para depósito de cereais. Uma vez ultrapassada essa necessidade, ou na sequência da inutilização destas estruturas, as ‘fossas’ eram abandonadas e frequentemente utilizadas como ‘lixeiras’, sendo nelas depositados recipientes cerâmicos fragmentados, restos faunísticos, lascas resultantes de talhe, etc., tal como verificámos nas ‘fossas’ agora detectadas em Casa Branca 2. Apesar dos vestígios detectados no Núcleo B do sítio inicial de Casa Branca 2, apontarem para um período mais tardio, eventualmente já de uma fase precoce da Idade do Bronze, assim como acontece em Casa Branca 8, onde foram detectados vestígios compatíveis com um povoado da Idade do Bronze, as características do espólio observado nas ‘fossas’ ora visadas apontam, como já exposto, para um período mais recuado. Será portanto plausível admitir para Casa Branca uma ocupação continuada, desde o início do Calcolítico até à Idade do Bronze, hipótese que novas intervenções arqueológicas poderá corroborar. Tracemos então o quadro geral da comunidade instalada em Casa Branca 2: 1 – Dada a implantação geográfica do sítio, assim como a proximidade a linhas de água, como seja a Ribeira do Enxoé, podemos inserir este sítio nos modelos identificados para o período Calcolítico (VELHO e VELHO, 1999, p. 249). Para mais, por se encontrar localizado em zona de encosta, este deverá ter pertencido a um sítio aberto, desprovido das construções amuralhadas que caracterizam os sítios calcolíticos fortificados erigidos no topo de proeminentes elevações (CARDOSO, 2007, p. 361); 70 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

2 – O espólio exumado aponta para uma fase inicial do Calcolítico, em detrimento de uma fase precoce da Idade do Bronze ou mesmo da Idade do Bronze plena, como parece ocorrer em Casa Branca 2 (Núcleo B) e Casa Branca 8; 3 – A localização espacial deste sítio denuncia igualmente o carácter agrícola da comunidade ali instalada. Na realidade, os sítios calcolíticos de encosta estão relacionados com actividades agrícolas, uma vez que ocupam normalmente áreas com solos de boa capacidade agrícola (CARDOSO, 2007, p. 361). Esta característica encontra-se atestada pela presença de alguns fragmentos de mó manual (dormentes e moventes), que só fazem sentido num contexto onde abundem os farináceos; Quanto à dieta nutritiva desta comunidade, só poderíamos tecer algumas considerações após uma análise microscópica das amostras de solo recolhidas durante o decurso da escavação. 4 – O facto de a esmagadora maioria dos fragmentos cerâmicos apresentar as suas superfícies internas e externas alisadas corrobora a hipótese de um ambiente doméstico deste sítio, em detrimento de um ambiente ritualizado, uma vez que objectos não decorados veiculam com menor eficácia informações de carácter social ou religioso e, por este motivo são potencialmente utilizados no interior das habitações ou no seio de um grupo mais restrito (CRUZ, 1993, p. 301). O fragmento de ‘barro de cabana’ queimado detectado na sondagem 4 reforça esta ideia; 5 – Para o período em questão admite-se correntemente uma estratificação demográfica, onde o topo era ocupado pelos povoados fortificados, instalados em áreas de solos pobres, enquanto a sua base era constituída por pequenos povoados abertos, localizados em áreas férteis e dedicados a actividades agro-pastoris. Ao povoado fortificado reportar-se-ia toda a população de um território mais ou menos vasto, de fronteiras bem estabelecidas e definidas pela compartimentação natural da paisagem (CARDOSO, 2007, pp. 361 e 362). Por este motivo, não será de estranhar que o nosso sítio estivesse também ele articulado com algum povoado fortificado centralizador;

Condeixa-a-Nova, 10 de Maio de 2010.

O arqueólogo responsável António Ginja 71 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

BIBLIOGRAFIA

CARDOSO, J. L. (2007) – Pré-História de Portugal, ed. Universidade Aberta, Lisboa. CRUZ, M. D. G. (1993) – Significado Social da Cerâmica Doméstica, Tese de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto. CRUZ, D. J. (1992) – A Mamoa 1 de Chã de Carvalhal (Serra da Aboboreira), ed. Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra. CRUZ, D. J. (1997) – “A necrópole do Bronze Final do "Paranho" (Molelos, Tondela, Viseu)”, Estudos Pré-históricos, vol. V, Viseu. CRUZ, D. J. (1999) – “A necrópole do Bronze Final do "Paranho" (Molelos, Tondela). Resultados das datações radiocarbónicas”, Estudos Pré-históricos, vol. VII, Viseu. CRUZ, M. D. (2007) – Cerâmica Utilitária - Normas de Inventário, ed. Instituto dos Museus e da Conservação, Lisboa. FERREIRA, S. D. (2003) – “Os Copos no Povoado Calcolítico de Vila Nova de São Pedro”, Revista Portuguesa de Arqueologia, vol. 6, n.º 2, pp. 181–228. FIGUEIRAL, I. (1997) – “Necrópole do Paranho (Molelos, Tondela). Resultados da análise dos carvões vegetais”, Estudos Pré-históricos, vol. V, Viseu. GOMES, M. V. (1993) – “O Marco de Anta ou Estela-menir de Caparrosa (Tondela, Viseu)”, Estudos Pré-históricos, vol. I, Viseu. KALB, P. (1994) – “Reflexões sobre a utilização de necrópoles megalíticas na Idade do Bronze”, Estudos Pré-históricos, vol. II, Viseu. MATALOTO, R. (2005) – “A Fortificação Calcolítica do Alto de São Gens”, Revista Portuguesa de Arqueologia, vol. 8, n.º 1, pp. 5–19. PINTO, Evaristo J. J. (2005) – Roteiro Arqueológico do Concelho de Carregal do Sal, ed. Câmara Municipal de Carregal do Sal, Carregal do Sal. SANTOS, A. T., AVELEIRA, A. J. (2001) – “A necrópole de “Caramêlo – Mazugueira” (Caparrosa, Tondela, Viseu)”, Estudos Pré-históricos, vol. IX, Viseu. SILVA, A. M., CUNHA, E. (1997) – “As incinerações da Necrópole do Paranho: abordagem antropológica”, Estudos Pré-históricos, vol. V, Viseu.

72 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

SILVA, A. M. (1995) – “Os restos humanos exumados da Anta da Arquinha da Moura (Tondela, Viseu)”, Estudos Pré-históricos, vol. III, Viseu. TEIXEIRA, C; CARVALHO, L. H. Brito de; BARROS, R. F. de; MARTINS, J. Ávila; HAAS, W. E. L. (1961) – Carta Geológica de Portugal, Noticia Explicativa da Folha 17 C, Santa Comba Dão, ed. Serviços Geológicos de Portugal, Lisboa. VELHO, A. L. e VELHO, G. L. (1999) – “A Estação Calcolítica da Quinta da Atalaia (Trancoso, Guarda)”, Estudos Pré-Históricos, vol. III, pp. 241–250.

SÍTIOS ON-LINE CONSULTADOS

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ANEXO FOTOGRÁFICO  

S4

F5

F6

S3

  Fotografia 1 – Vista geral sobre o talude Oeste da trincheira destinada à linha-férrea. Aspecto do local antes do depósito de terras derivadas da obra. Localização das sondagens 3 e 4 (S3 e S4), bem como das fossas 5 e 6 (F5 e F6). Perspectiva Sudeste.

 

S1

Fotografia 2 – Vista geral sobre o talude Este da trincheira destinada à linha-férrea. Aspecto do local antes do depósito de terras derivadas da obra. Localização da sondagem 1 (S1), destaque para a posição da laje que motivou esta sondagem. Perspectiva Sudoeste. 

74 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 3 – Panorama geral do local afecto à obra. Localização da área de implantação das sondagens (seta). Perspectiva Sudeste.

     

Fotografia 4 – Vista geral sobre a trincheira destinada à linha-férrea. Aspecto do local após o depósito de terras derivadas da obra. Perspectiva Sul.

75 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

  Fotografia 5 – Acompanhamento dos trabalhos de remoção de terras derivadas da obra, junto do local de implantação da sondagem 2. Perspectiva Sul.

Fotografia 6 – Aspecto geral do local de implantação da sondagem 1, aquando do início da presente intervenção arqueológica. Destaque para a posição da laje que motivou esta sondagem (seta).

76 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 7 – Aspecto geral da sondagem 1, após remoção das terras derivadas da obra.

Fotografia 8 – Aspecto geral da sondagem 1, terminados os trabalhos da sua escavação.

77 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 9 – Aspecto geral do perfil Norte da sondagem 1, terminados os trabalhos da sua escavação.

Fotografia 10 – Aspecto geral do local de implantação da sondagem 2, aquando do início da presente intervenção arqueológica.

78 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 11 – Aspecto geral da sondagem 2, após remoção das terras derivadas da obra.

Fotografia 12 – Aspecto geral da sondagem 2, após limpeza da superfície do talude.

79 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 13 – Aspecto geral da sondagem 2, após remoção da U.E. 1. Destaque para a couraça pétrea (U.E. 3a) que selava a ‘fossa’ 1.

Fotografia 14 – Aspecto geral da couraça pétrea (U.E. 3a) que selava a ‘fossa 1’ (sondagem 2).

80 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 15 – Detecção de um prato fragmentado, detectado no interior (U.E. 3) da ‘fossa’ 1 (sondagem 2): elemento inventariado com o n.º 64.

Fotografia 16 – Aspecto geral da sondagem 2, terminados os trabalhos da sua escavação.

81 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 17 – Vista de topo da sondagem 2, terminados os trabalhos da sua escavação.

Fotografia 18 – Aspecto geral do perfil Sul da sondagem 2, terminados os trabalhos da sua escavação.

82 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 19 – Aspecto geral do local de implantação da sondagem 3, aquando do início da presente intervenção arqueológica.

Fotografia 20 – Aspecto geral da sondagem 3, após remoção das terras derivadas da obra.

83 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 21 – Aspecto geral da sondagem 3, após limpeza da superfície do talude.

Fotografia 22 – Aspecto geral da sondagem 3, após remoção da U.E. 1. Destaque para a couraça pétrea (U.E. 3a) que selaria a ‘fossa’ 2, bem como uma outra ‘fossa’, parcialmente localizada no canto Noroeste da sondagem, não sujeita a escavação.

84 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 23 – Aspecto geral da couraça pétrea (U.E. 3a) que selaria a ‘fossa’ 2 (sondagem 3), bem como uma outra ‘fossa’, parcialmente localizada no canto Noroeste da sondagem, não sujeita a escavação.

85 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 24 – Aspecto geral da sondagem 3, após remoção da couraça pétrea que constituía a U.E. 3a. Destaque para a localização de uma ‘fossa’ não sujeita a escavação, detectada no canto Noroeste da sondagem (seta a negro).

Fotografia 25 – Pormenor da ‘fossa’ não sujeita a escavação, detectada no canto Noroeste da sondagem (seta a negro).

86 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 26 – Aspecto geral da sondagem 3, terminados os trabalhos da sua escavação.

Fotografia 27 – Aspecto geral do perfil Norte da sondagem 3, terminados os trabalhos da sua escavação.

87 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 28 – Vista de topo da sondagem 3, terminados os trabalhos da sua escavação.

Fotografia 29 – Aspecto geral do local de implantação da sondagem 4, aquando do início da presente intervenção arqueológica.

88 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 30 – Aspecto geral da sondagem 4, após remoção das terras derivadas da obra, num momento anterior ao alargamento desta sondagem.

Fotografia 31 – Aspecto geral da sondagem 4, após limpeza da superfície do talude, num momento posterior ao alargamento desta sondagem. Destaque para as duas ‘fossas’ ali detectadas, a ‘fossa’ 3, ou ‘fossa superior’, à esquerda, e a ‘fossa’ 4, ou ‘fossa’ inferior, à direita.

89 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 32 – Aspecto geral da sondagem 4, após remoção da U.E. 1.

Fotografia 33 – Aspecto geral da sondagem 4, terminados os trabalhos da sua escavação.

90 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 34 – Aspecto geral do perfil Sul da sondagem 4, terminados os trabalhos da sua escavação.

Fotografia 35 – Vista de topo da ‘fossa’ 3, ou ‘fossa’ superior (sondagem 4), terminados os trabalhos da sua escavação.

91 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 36 – Vista de topo da ‘fossa’ 4, ou ‘fossa inferior’ (sondagem 4), terminados os trabalhos da sua escavação.

   

S4

F5

F6

Fotografia 37 – Vista geral sobre o talude Oeste da trincheira destinada à linha-férrea, com posição das ‘fossas’ 5 e 6 (F5 e F6) relativamente à localização da sondagem 4 (S4). Perspectiva Este.

92 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 38 – Aspecto geral da ‘fossa’ 5, não sujeita a escavação. Destaque para o fragmento de dormente de mó manual ali detectado e recolhido por correr risco de escorrência para fora do seu contexto.

 

Fotografia 39 – Aspecto geral da ‘fossa’ 6, não sujeita a escavação.

93 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 40 – Recipientes cerâmicos recolhidos no interior da ‘fossa’ 1. Número de inventário, da esquerda para a direita: 64, 47 e 61.

   

  Fotografia 41 – Pesos de tear de diversos formatos. À esquerda: pesos de tear de tipo ‘crescente’, à direita: pesos de tear de tipo ‘placa’. No topo: dois pesos completos, número de inventário, da esquerda para a direita: 199 e 6.

94 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 42 – Utensílios retocados. Número de inventário, da esquerda para a direita: 163, 162 e 119.

   

  Fotografia 43 – Elementos recolhidos à superfície da ‘fossa’ 5. Da esquerda para a direita: fragmento de dormente de mó manual e fragmento de lâmina retocada.

95 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

Fotografia 44 – Elementos recolhidos em aglomerado pétreo detectado a cerca de 100 m Sudeste da Sondagem 1.

96 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

ANEXOS GRÁFICOS      

X = 246167.96 Y = 114547.87 N = 37º59’41.94” W = 7º36’22.79”

 

Casa Branca 2

ESTAMPA I

2010

Registo Gráfico da Sondagem 1 (situação final)

97 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

 

X = 246174.91 Y = 114571.03 N = 37º59’42.69” W = 7º36’22.50”

   

 

Casa Branca 2

ESTAMPA II

2010

Registo Gráfico da Sondagem 2 (situação posterior à limpeza) 

98 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

    X = 246174.91 Y = 114571.03 N = 37º59’42.69” W = 7º36’22.50”

   

 

Casa Branca 2

ESTAMPA III

2010

Registo Gráfico da Sondagem 2 (situação final) 

99 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

     

X = 246159.50 Y = 114578.04 N = 37º59’42.92” W = 7º36’23.13”

 

 

Casa Branca 2

ESTAMPA IV

2010

Registo Gráfico da Sondagem 3 (situação posterior à limpeza) 

100 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

           

X = 246159.50 Y = 114578.04 N = 37º59’42.92” W = 7º36’23.13”

   

Casa Branca 2

ESTAMPA V

2010

Registo Gráfico da Sondagem 3 (situação final) 

101 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

         

X = 246164.96 Y = 114604.28

 

N = 37º59’43.77” W = 7º36’22.90”

 

 

Casa Branca 2

ESTAMPA VI

2010

Registo Gráfico da Sondagem 4 (situação posterior à limpeza) 

102 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

 

X = 246164.96 Y = 114604.28

 

N = 37º59’43.77” W = 7º36’22.90”

       

Casa Branca 2

ESTAMPA VII

2010

Registo Gráfico da Sondagem 4 (situação final) 

103 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

 

   

Casa Branca 2

 

ESTAMPA

2010

Fossas 1 a 4 (secção)

VIII

104 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

   

X = 246171.21 Y = 114620.35 N = 37º59’44.29” W = 7º36’22.64”

   

      X = 246175.07 Y = 114629.31 N = 37º59’44.58” W = 7º36’22.48”

   

     

Casa Branca 2

ESTAMPA

2010

Fossas 5 e 6 (vista de Este) 

IX

105 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

 

      Casa Branca 2

2010

   

ESTAMPA

Principais formas cerâmicas:

X

N.I: 64 

106 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

     

         

       

Casa Branca 2

ESTAMPA XI

2010

Principais formas cerâmicas: N.I: 165 (peça no topo) NI: 276 (peça em baixo)

107 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

           

 

Casa Branca 2

2010

ESTAMPA

Principais formas cerâmicas:

XII

N.I: 61 

108 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

         

         

Casa Branca 2

2010

ESTAMPA

Principais formas cerâmicas:

XIII

N.I: 157 

109 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

   

       

     

Casa Branca 2

ESTAMPA XIV

2010 Pesos de tear:

N.I: 6 (peça no topo) NI: 199 (peça em baixo)

110 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

         

 

 

                        Casa Branca 2

2010 Utensílios retocados:

ESTAMPA XV

N.I: 163 (peça à direita, no topo) NI: 119 (peça à direita, em baixo) N.I: 162 (peça à esquerda) 

111 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

ANEXO CARTOGRÁFICO  

Ribeira de Enxoé

N    Figura 1 – Imagem de satélite sobre o local da intervenção arqueológica (seta amarela). Fonte: Google Earth.



. Figura 2 – Excerto da Carta Militar de Portugal nº 522, com localização do local da intervenção arqueológica (seta vermelha).

112 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

 

 

 

F6 F5 S4 S3 S2

S1

N    . Figura 3 – Levantamento topográfico da intervenção arqueológica. Legenda: Área da trincheira destinada a linha-férrea Sondagens arqueológicas Fossas não escavadas

113 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

Ficha de Sítio

Designação: Casa Branca 2 Distrito: Beja Concelho: Beja Freguesia: Serpa (Santa Maria?)

Lugar: Casa Branca

C.M.P. 1/25.000-folha n.º 522

Altitude (m): 114,95

Coordenadas: - 37º59’43,58”N – 7º36’22.91”W

(X = 246251.47 – Y = 114343.88)

Tipo de sítio: Fossas Período cronológico: Calcolítico Recursos hidrográficos: Ribeira de Enxoé Descrição do sítio (15 linhas): Trincheira de linha-férrea aberta entre campos de olival, em cujos taludes Este e Oeste foram identificadas fossas e uma laje. A trincheira, desenvolvida no sentido Norte/Sul e destinada a albergar uma linha-férrea já desactivada, localiza-se a Este da estrada EN265 e a Norte da ribeira de Enxoé, a Noroeste da barragem de Serpa. Proprietários: EDIA Classificação: inédito

Legislação: ----

Estado de conservação: mau

Uso do solo: Agrícola

Ameaças: risco de afectação pelas acções de vazadouro decorrentes da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte. Protecção/Vigilância: ---Acessos: O acesso a esta zona faz-se a partir de Serpa, pela estrada EN265, através da estrada que une a EN265 à barragem de Serpa.

Espólio: Escassos líticos e abundantes fragmentos de cerâmica manual de pasta e acabamento grosseiros. 114 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

 

   

 

Descrição: Vários fragmentos de recipientes de cerâmica manual de pasta e acabamento grosseiros, sem decoração, e de pesos de tear (de tipo ‘placa’ e de tipo ‘crescente’), lascas e núcleos de quartzito e escassos instrumentos líticos, entre os quais uma ponta de seta de aletas. Local de depósito: IGESPAR, I.P., extensão de Castro Verde.

Trabalho Arqueológico 2010 Arqueólogo responsável: António Ginja Tipo de trabalho: Escavação arqueológica Datas de início: 26 de Janeiro de 2009

de fim: 5 de Fevereiro de 2009

Duração (em dias): 9 Projecto de Investigação: ---Objectivos (10 linhas): Das sete fossas detectadas, apenas quatro se encontravam em risco de afectação pelas acções de aterro decorrentes da obra. De igual modo, também a laje calcária detectada corria o mesmo risco. Procedemos então à abertura de quatro sondagens, abarcando a totalidade dos vestígios a afectar, como forma de minimizar eventuais impactes arqueológicos. Quanto às fossas não afectadas pela obra, as mesmas foram registadas gráfica e fotograficamente e a sua localização cartografada. Resultados (15 linhas): Das quatro sondagens efectuadas resultou a escavação de quatro fossas, muito afectadas pela abertura da trincheira. Do seu interior foi exumado um conjunto material compatível com a fase inicial do período Calcolítico, ali depositado em fase de abandono das estruturas, duas delas ainda seladas por couraça pétrea. A laje abrangida pela sondagem 1 viria a comprovar-se desprovida de contextos ou características antrópicas.

** Preencher de acordo com a lista do Theasaurus do ENDOVÉLICO. Essa Lista poderá ser consultada no site do IPA:www.ipa.min-cultura.

115 Intervenção Arqueológica no Âmbito da Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, do Adutor e do Reservatório de Serpa Norte – Casa Branca 2  

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