Fotografia: do Vidro ao Pixel

July 15, 2017 | Autor: Wagner Cipri | Categoria: FOTOGRAPHY, Fotografia
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Artigo - Fotografia: um olhar

Fotografia: do vidro ao filme, do papel ao pixel A fotografia é uma jovem senhora de múltiplas nacionalidades: francesa, inglesa, americana e brasileira. Nasceu em uma câmera escura no século XIX, cresceu em um daguerreótipo (lâmina coberta de fina camada de prata polida, aplicada sobre uma placa de cobre e sensibilizada em vapor de iodo), envolveu-se em acetato, ampliou-se em papel, coloriu-se, transpareceu e digitalizou-se. Tudo isso em pouco mais de 170 anos. Assim como era para o fotógrafo francês Cartier-Bresson em 1932, ainda hoje - segunda década do sec. XXI - podemos considerar o ato de fotografar como o escrever em um caderno de rascunhos um esboço iluminado e colorido. Como o tocar de um instrumento transformador do efêmero intuitivo em devaneio concreto. Como o manipular de uma ferramenta singular, capaz de congelar o tempo e descontinuar o instante preciso. Mais que regular sensibilidades, ajustar velocidades de obturadores e combinar diafragmas, fotografar é viajar na fração do segundo; é prender a respiração, direcionar a câmera, focar e convergir energia para capturar a realidade fugidia e transformá-la em imagem. Fotografar é, segundo Bresson, num mesmo instante, reconhecer um fato e colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração. Fotografar é um estilo de vida. Para dar significado ao momento eternizado pela câmera fotográfica é necessário que o fotógrafo - principal agente da transformação - esteja plenamente inserido naquilo que é recortado do universo contemplado através do visor de seu equipamento. Este agente deve estar atento, equilibrado, concentrado em sua ação de registrar intencionalmente, dentre incontáveis temas apresentados diante de suas objetivas, um privilegiado fragmento da história. Deve conhecer e dominar conceitos, processos e técnicas, sensivelmente embalado pelo senso estético, ético e compositivo. Porém, acima de tudo, deve ser movido pela emoção, pelo olhar contemplativo, apaixonado e criativo, ao mesmo tempo que crítico e racional. Embora inserido no contexto ampliado, aconselhável se desprover de amarras do complexo e buscar o simples, a síntese, o exato, a foto única, ainda que reprodutível, produto de satisfação física e intelectual. Houve o tempo de considerar a fotografia - obra de técnica simples e potencial massificação como ameaça à arte - em especial à pintura. Hoje, não mais. Mesmo popularizada pelo advento das máquinas digitais de fácil manejo e preços acessíveis, a fotografia pode ser considerada como importante mecanismo de registro do mundo, das sociedades e dos indivíduos: o cotidiano da cidade, o encontro de amigos, as etapas de construção do estádio, o lance esportivo, a arquitetura incrível, a paisagem urbana, os detalhes da viagem, a cena do espetáculo, o acaso!

Wagner Cipriano jan/2015

Wagner Cipriano - jan/2015

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