FRANK, Bruno; GABRIEL, Kelton; YAMAKi, Humberto. PAISAGEM ETNOGRÁFICA - POR UMA TÉCNICA DE ESTUDO DE TIPOLOGIA SEGUNDO A ESCALA

September 30, 2017 | Autor: Bruno Frank | Categoria: Paisagem Cultural, Metodos cuantitativos aplicados a la Geografia
Share Embed


Descrição do Produto

I Simpósio Nacional de Métodos e Técnicas da Geografia e XXII Semana de Geografia

Maringá, 22 a 25 de outubro de 2013 p. 000-000 ISBN:

PAISAGEM ETNOGRÁFICA - POR UMA TÉCNICA DE ESTUDO DE TIPOLOGIA SEGUNDO A ESCALA Bruno Frank (Mestrando em Geografia, Pesquisador do Laboratório de Paisagem da UEL) Kelton Gabriel (Doutorando em Geografia, Pesquisador do Laboratório de Paisagem da UEL) Humberto Yamaki (Coordenador do Laboratório de Paisagem UEL, Pesquisador CNPq)

RESUMO O trabalho pretende apresentar uma técnica de estudo de paisagem que se organiza através da lógica escalar dos elementos da paisagem, partindo do particular em campo (paisagem vista ao nível do chão) ao geral, expresso em mapas ou fotografias aéreas (bird’s eye view). Baseando-se em autores específicos da área sobre análise de paisagem e em reflexões próprias o grupo desenvolveu uma técnica de estudo em que os elementos que devem compor uma ordem que caracteriza uma paisagemtipo ocorrem primordialmente de trabalho de campo, ou seja, é através do estudo in loco que escalarmente define-se um regionalismo etnográfico na paisagem. Isto ocorre porque os elementos etnográficos se expressam de imediato no estudo de campo, e só podem ser compreendidos como “existentes” através de uma paisagem de chão e não são visíveis facilmente através de fotos aéreas. Palavras-chave: Paisagem, Etnográfica, Região.

ABSTRACT The paper aims to present a methodology in the study of landscape through a organized “logic scale” of landscape elements, relying from particular experiences on fieldwork (groundscape) to general, as expressed in maps or aerial photographs (bird’s eye view). Based on specific authors in the area of landscape analysis and reflections, our study group has developed a technique to comprehend the elements that compound an order featuring a landscape-type that occurs primarily on fieldwork, that is, through study spot that scales defines a ethnographic landscape region. This occurs because the ethnographic elements are expressed immediately in the field, and can only be understood as "existing" through a groundscape and not easily seen through aerial photos. Keywords: Landscape, ethnographic, Region.

I Simpósio Nacional de Métodos e Técnicas da Geografia e XXII Semana de Geografia

Maringá, 22 a 25 de outubro de 2013 p. 000-000 ISBN:

INTRODUÇÃO

Com vista à regionalização de áreas de estudo centradas ao longo desta temática que melhor se enquadra como “paisagem etnográfica”, propõe-se aqui uma técnica de pesquisa de campo onde uma rotina deve ser assegurada, assim como uma necessária discussão metodológica. Visando o interesse da pesquisa geral abordaremos questões como definição de tipologias e discussões acerca dos conceitos caros à ciência geográfica, como forma de viabilizar a tarefa de regionalização e sua essencialidade calcada na análise da paisagem. E é sobre esta premissa que este trabalho está assentado. O grupo de estudo do laboratório de Paisagem da Universidade Estadual de Londrina vem desenvolvendo técnicas para o estudo da paisagem etnográfica norte paranaense De acordo com Wachowicz (2001), existiriam três Paranás ou áreas históricoculturais: um Paraná tradicional representado por Curitiba e seus arredores, proveniente das primeiras etapas da colonização (séc XVII), outro a Norte, influenciado pelo estado vizinho e também alvo de diversas empreitadas de colonização dirigida (primeiros núcleos a partir de 1840). E, uma terceira área que compreende o oeste paranaense, oriunda das frentes sulistas. Este método vem sendo aplicado no estudo da paisagem etnográfica ao longo da linha férrea São Paulo Paraná. O objetivo, dentre outros, é demonstrar não só o papel da linha férrea para a dinâmica de colonização, mas sua influência na ordenação da Paisagem Cultural do Norte do Paraná. Sabendo-se que a ação humana desempenha forte influência no molde do meio natural, questões etnográficas assim como os projetos de colonização dirigida, decorrentes do processo de alocação de imigrantes e migrantes de diversas origens tem no papel de definição de caráter da Paisagem, e os mesmos só eram passíveis de reflexão através do estudo inicial em campo. A primeira parte do artigo trabalha sobre a importância da definição de um esboço sobre a delimitação da área de pesquisa, com o recorte espacial consolidado após levantamento de campo, sendo que só se sabe sobre o limite do espaço de um fenômeno quando já temos sua definição conhecida. Outra parte do artigo discorre sobre conceitos como região, classificação e modelos espaciais, como a definição de clusters. Serão também, incorporadas às experiências de planejamento paisagístico experimentadas na Europa,

I Simpósio Nacional de Métodos e Técnicas da Geografia e XXII Semana de Geografia

Maringá, 22 a 25 de outubro de 2013 p. 000-000 ISBN:

especialmente no Reino Unido, através da metodologia utilizada no LCA (Landscape Character Assesment). 1. Vistas, lugares e orientação no estudo da “paisagem vista a nível do chão”

Tomando como ponto principal o eixo ferroviário, podemos estabelecer os limites da experiência do projeto visual da paisagem, ou até onde os “olhos alcançam”. Para tal, um mapeamento geomorfológico pode ser delineado, partindo-se dos pontos onde o relevo é mais alto, formando uma espécie de zona visual, que virá a ser analisada pela metodologia apropriada (no caso, a LCA). Sendo assim, o limite ao campo visual obedeceria a certa lógica espacial, onde poderíamos, por exemplo, procurar padrões na tipologia da paisagem, semelhante aos grandes levantamentos realizados na Europa. Cabe ressaltar que, o conceito de região é intelectualmente produzido através de uma seletividade temática (LENCIONI, 2003), e que os critérios para a sua definição são variados inexistindo uma receita correta, dependente do que procura-se colocar em primeiro plano, no caso do grupo de pesquisa: a Ferrovia. A paisagem é um aglomerado de elementos que são inter-relacionados na cognição de quem a percebe. A realidade não é uma paisagem, no entanto a paisagem pode ser a representação de uma realidade se bem selecionada e interpretada. Para tanto, é preciso um método de “leitura da paisagem” que forneça uma compreensão dos dados imediatos da percepção. Para tanto, países como Inglaterra e Escócia desenvolveram modelos de leitura da paisagem que proporcionam à cognição uma ordem classificatória de compreensão da complexidade aparente da paisagem imediata.

I Simpósio Nacional de Métodos e Técnicas da Geografia e XXII Semana de Geografia

Maringá, 22 a 25 de outubro de 2013 p. 000-000 ISBN:

Figura 1 - "O Que é Paisagem?" Desmontando os elementos da paisagem segundo o guia para análise de paisagem "Landscape Character Assesment" (Fonte: SWANWICK, 2002, p. 2) Um exemplo de compreensão e legibilidade da paisagem está no manual da LCALandscape Character Assesment (Fig. 1), que propõe uma divisão da paisagem em natural, cultural/social e perceptiva/aestético Em cada um destes tipos, há atributos que envolvem a totalidade dos elementos da paisagem, e colocam uma ordem no pensamento perante a complexidade da paisagem.

Facilita sua compreensão que poderá guiar na análise do

conjunto dos elementos que constituem um todo na paisagem, que se pode ser entendido como a totalidade expressa da “paisagem de chão” (groundscape1) e da “paisagem aérea” (bird’s eye view), obtida por fotos aéreas. Sua qualidade reside no conhecimento como pretexto para o julgamento desta paisagem.

Define-se

em

função

de

algumas

características

básicas,

como

a

avaliação/caracterização, a identificação de Landscape areas (com base em caracteres similares) e a construção de tipologias de paisagem (a partir de fatores físicos, biológicos e culturais). 1

Tradução literal de Paisagem de chão

I Simpósio Nacional de Métodos e Técnicas da Geografia e XXII Semana de Geografia

Maringá, 22 a 25 de outubro de 2013 p. 000-000 ISBN:

Princípios-chave para a LCA (GISSI, 2011, p.31): (1) ênfase na caracterização da paisagem e não na qualidade ou no valor, que já se pressupõem que tenham sido avaliados; (2) Separação entre o processo de caracterização da emissão de um julgamento, tanto que a caracterização é anterior a elaboração deste, sendo uma construção dividida entre os atores, portadores de interesse e a comunidade local, integrando componentes objetivos e subjetivos no processo; (3) a potencialidade da aplicabilidade do método em diversas escalas (nacional 1:250.000; escala regional 1:50.000 e escala local 1:10.000). Constitui-se posteriormente uma fase de “conhecimento”, de caráter avaliativo composta pelos seguintes elementos (Idem, Ibidem. p.31):  O caráter da paisagem, definido anteriormente (Landscape Character).  O estado ou condição da paisagem, entendida como condição, ou como integridade do ponto de vista visual, funcional ou ecológico. Indicando o estado dos elementos singulares que contribuem para dar ao lugar o “caráter” de lugar.  O valor das paisagens (Landscape Value), que interessam aos valores relativos atribuídos a diferentes paisagens, presença de vínculos de vários gêneros, assim como o reconhecimento público dos valores de um território, fazendo parte destes, tanto os de um grupo de sujeitos/comunidade (ex.: aspectos perceptivos como beleza, tranquilidade ou vastidão de uma paisagem) ou pela presença de interesse na conservação, ou na existência de um consenso acerca da importância da paisagem a nível local ou nacional.  A capacidade de uma paisagem (Landscape capacity), que faz referência ao grau em que certas paisagens acolhem as transformações sem efeitos significativos em seus caracteres, ou sem uma mudança substancial em sua fisionomia. A definição da capacidade depende do tipo ou da natureza da transformação, assim como das mudanças propostas.

2. Acepção de “paisagem aérea” do estudo da região

De acordo com Bertrand (2007, p. 267), as principais qualidades necessárias na construção de uma análise paisagística seriam: (a) Exaltar a polissemia; (b) associar o material e o imaterial; (c) reconhecer a dimensão material da paisagem é territorializá-la. Isto é, em suma, reconhecer sua geograficidade.

I Simpósio Nacional de Métodos e Técnicas da Geografia e XXII Semana de Geografia

Maringá, 22 a 25 de outubro de 2013 p. 000-000 ISBN:

As pesquisas sobre paisagem flutuam em meio a grandes debates, que segundo Bertrand (2007) possuem pouco interesse prático e essa multiplicidade de receitas impedem um método com capacidade de se reproduzir. A procura de um percurso metodológico comum é fundamental na estruturação de nossa pesquisa, sendo assim primordial um levantamento (ou uma grade de leitura prépaisagística, como sugere Bertrand) que conste três tipos de fichário: (a) um fichário com os “atores da paisagem”; (b) um fichário de “locais”; (c) um fichário ”tempo”. A elaboração da monografia regional, deve se diferenciar das abordagens clássicas, no sentido de que deve ser construída, acompanhada por trabalhos similares a fim de que se possam exercer comparações, respeitando-se, porém a dois imperativos, a valorização do que garante a paisagem o seu valor identitário e por outro lado “lhe aplicar uma grade de leitura, espécie de passarela metodológica para um tratamento sistemático e sistêmico” (BERTRAND 2007, p.269).

3. Modelos para regionalizações das Paisagens-tipo

No modelo de GRIGG (CHORLEY, 1974) o delineamento de regiões é essencialmente um processo de classificação, da qual se constrói uma série de analogias, em muito similares ao processo de taxonomia, tão cara a biologia. Obedecendo, como posto pelo autor, a alguns esboços de classificação (p.40-42), onde o número total de indivíduos é possuidor de determinadas propriedades (a sua totalidade dá-se o nome de universo). Procedendo-se a classificação da seguinte forma: (a) Uma propriedade comum a todos os indivíduos, que se torna conhecida como característica diferenciadora e que possa ser mensurável (b) realização da classificação de maneira indutiva ou dedutiva; (c) Esquematização destas. Tal classificação pode-se basear tanto nas semelhanças das propriedades inerentes dos objetos assim como nas relações entre eles. As individualidades são por ele interpretadas como equivalentes aos “lugares” dentro de um sistema de classificação. Ressalva, porém, que a tarefa de regionalizar suprime o indivíduo (no caso, o individuo geográfico entendido como pedras, árvores, etc.), utilizando-se do mapa para representa-lo. David Grigg (GRIGG In. CHORLEY, 1974, p.40) sugere um modelo de hierarquia adaptado em ordem e classes. Ainda o autor separa os “sistemas” de região como sintéticas (áreas menores) ou analíticas. Um dos pontos altos de sua argumentação é a conceituação que realiza (p.43) entre “regiões nodais” que possui como base as relações entre as partes da

I Simpósio Nacional de Métodos e Técnicas da Geografia e XXII Semana de Geografia

Maringá, 22 a 25 de outubro de 2013 p. 000-000 ISBN:

região (indicada para áreas industriais) em contraponto com as “regiões uniformes”, que predominaram até a década de 1930 (considerada melhor para áreas rurais). Sua abordagem, embora ligada a uma tradição mais quantitativa da Geografia se mostra útil na esquematização e no preparo de uma metodologia apropriada à pesquisa, assim como na discussão das várias obtidas que venham a caracterizar as tipologias da paisagem. A ideia de hierarquia e classes pode ser útil como forma de organizar as informações obtidas em campo (paisagem vista a nível do chão). Como exemplo, pode-se utilizar tal hierarquia com fins de demonstrar como as unidades de Paisagem se mantêm coesas, através da persistência de certos elementos. A construção desta hierarquia está ligada à questão da avaliação das Paisagens, abordada no tópico seguinte.

4. Avaliação de paisagens-tipo

O English Heritage (2009, p. 8) define alguns passos importantes na metodologia de estudo e avaliação das paisagens. Sendo que a maioria delas pode ser facilmente representada através de elementos visuais e anotações nos planos, da mesma forma, as fotografias devem ser marcadas no plano ou diagrama inicial. Seriam estes passos: Área e o contexto ambiental; Limites; Padrões culturais e desenvolvimento histórico; Distribuição de elementos; Elementos; Fatores adicionais relacionados com os processos de registro das avaliações; Área e o contexto ambiental; Limites; Padrões culturais e desenvolvimento histórico; Distribuição de elementos; Elementos; Fatores adicionais relacionados com os processos de registro das avaliações. Acerca da documentação necessária ao processo de avaliação, o material gráfico, na forma de fotografias, mapas e plantas ou diagramas das localidades são recomendáveis. No caso das avaliações específicas das paisagens, plantas detalhadas das localidades, demonstrando as características mais relevantes. Para o reconhecimento das paisagens (CALIFORNIA, 1999) como verificabilidade sugere-se novos trabalhos de campo além de outras investigações documentais, histórias orais e investigações arqueológicas “podem revelar características definidoras e prover evidências das relações visuais, espaciais e contextuais das paisagens históricas” (Idem, p.3). Parte então para uma definição das paisagens-tipo através de uma genealogia dos indicativos. De acordo com Elena Gissi (2011, p.24): Indicadores são construções, operam os fenômenos e os comportamentos observáveis, detectáveis ou indiretamente consideráveis mediante simbolização ou medidas padronizadas, singulares ou agregadas que de sua ausência, presença

I Simpósio Nacional de Métodos e Técnicas da Geografia e XXII Semana de Geografia

Maringá, 22 a 25 de outubro de 2013 p. 000-000 ISBN:

ou intensidade de tais fenômenos ou comportamentos registram a dimensão do conceito. (tradução livre)

Indicadores seriam assim, pressupostos obrigatórios a qualquer discussão ou projeto a espera de aprovação, sendo suas características principais constituídas a partir da relação dos indicativos, ou seja, entre o informe/correspondência do indicador (ele mesmo) e a propriedade observada. A autora define três modelos de indicadores mais conhecidos (idem, ibidem, p.25), a Landscape ecology, os indicadores de paisagem das políticas agrícolas e a Landscape Character assessment (LCA), interessando-nos esta última. 5. O procedimento de Overlap

A análise das informações tem como fundamento base o procedimento de juxtaposition overlap ou sobreposição. Neste sentido, há uma sobreposição de levantamentos e informações sobre um mapa base. Tal procedimento permite analisar permanências e continuidades, assim como a integridade do ponto de vista natural e histórico. Em nosso caso, por se tratar de uma área de influência de uma “tipologia” típica das Invernadas, é importante considera-la dentro de outras classificações, sendo a unidade morfoestrutural a mais indicada. Assim podemos abstrair informações de caráter geral e compreender quais as potencialidades daquele tipo de Paisagem. A sobreposição de informações, tanto as coletadas informalmente quanto as já mapeadas são transpostas para um mapa base. No caso de assentamentos de caráter orgânico, esse trabalho é fundamental, uma vez que não planejados inicialmente estão sujeitos a uma lógica de organização espontânea, que sofre maior influência dos caracteres naturais e das redes de estradas já existentes. Nesta fase devem-se observar questões de escala, confiabilidade dos dados e do conhecimento por parte do pesquisador dá área-problema. É neste sentido, demasiado importante confiar nas curvas de nível e na hidrografia, que possuem uma lógica natural, explicável a partir dos processos naturais de seu desenvolvimento. Quanto aos elementos constituintes da Paisagem, como estradas, edificações e marcos de delimitação, por exemplo, possuem um tipo de implantação que concilia o fator humano e o relevo natural, variando de acordo com o período histórico e o grau de técnica. No processo de overlay de acordo com adaptação a partir de (SWANWICK, 2002) é importante associarmos:

I Simpósio Nacional de Métodos e Técnicas da Geografia e XXII Semana de Geografia

Maringá, 22 a 25 de outubro de 2013 p. 000-000 ISBN:

Principais fatores Naturais e Artificiais associados à Paisagem Fatores Naturais Formas no relevo

Devem ser observados, principalmente quanto à implantação de redes de estradas e pontos de reconhecibilidade São as formas mais "resistentes" em termos de modificação. Independente do tipo de ocupação, ainda há legibilidade Rios e sistemas de Drenagem Servem como delimitação de área úteis Distância, altitude e nomenclatura dos rios e corrégos indicam utilidade no passado Tipo de solo Indica potencialidades de uso agrícola A questão da potencialidade está diretamente associada a estruturação dos assentamentos Cobertura vegetal Indicam idade do Assentamento e grau de antropização de uma determinada área. Árvores antigas, espécies transpostas, etc. Fatores culturais/sociais Solo Indicam formas passadas e presentes de utilização Padrões de Assentamento Indica antecedentes culturais, a quem servia e para quê. Traçado antigo e recente: formas de estruturação do assentamento. Permite conciliar permanências e continuidades Densidade Histórica Dimensão histórica da Paisagem Áreas de uso utilitário Referente à utilização atual Formas resilientes Estruturas que tenham resistido ao tempo ou permanecem

Tabela 01- Principais Fatores associados à Paisagem de acordo com SWANWICK (2002).

6. A caracterização das paisagens

Em razão das transformações ocorridas na Europa, uma grande diversidade de agências desenvolveram procedimentos e instrumentos para a valorização do caráter das paisagens. Tais iniciativas foram reunidas na forma de relatórios ELCAI-European Landscape Character Assesment (2003-2005), derivando deste um mapa das tipologias de paisagem na Europa, o LANMAP, cujo objetivo foi o de construir uma linguagem em comum para o monitoramento das transformações da paisagem. Entre as diferentes metodologias empregadas pelos vários países, ficou patente que existem vínculos entre os fatores que definem a caracterização, podendo-se dividir em fatores mais humanos tais como a experiência da paisagem, aspectos perceptivos e estéticos e o ponto de vista da comunidade e dos sujeitos.

7. Definição de regiões e Paisagens-tipo: Questões de Escala. Meyer et al (2008) assim define a abordagem quanto à escala: Complexos de Paisagem Cultural (≤ 1:50.000), Conjuntos de Paisagem Cultural e Elementos de Paisagem Cultural (1:25.000-1:5.000) e as partes constituintes dos elementos da Paisagem Cultural (≥ 1:5.000). Os Complexos de Paisagem Cultural (Cultural Landscape Complex), identificáveis como as paisagens de assentamentos, as formas tradicionais urbanas, os conjuntos (Cultural Landscape Ensemble) estão conectados aos quarteirões de vilarejos, de igrejas e de estabelecimentos rurais. Os elementos da Paisagem Cultural (Cultural Landscape ElementsCLE) dizem respeito às edificações, como lojas, casas de fazenda, igrejas, etc. Já as partes

I Simpósio Nacional de Métodos e Técnicas da Geografia e XXII Semana de Geografia

Maringá, 22 a 25 de outubro de 2013 p. 000-000 ISBN:

constituintes (Constituent parts of CLE), incluem elementos, tais como: Portões, lápides, cercas, entre outros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo de campo para análise de paisagem etnográfica é essencial não apenas pela verificação, mas primordialmente pela constatação da existência de áreas-tipo de Paisagem que podem ser subdividas de maneira apropriada. É no campo que verificamos questões mais subjetivas no mapeamento inicial, ou que permaneçam em “zonas cinzentas” durante os estudos prévios. Estes procedimentos mostraram-se eficazes no decorrer do grupo de estudos, tanto como orientação geral dos trabalhos, tanto quanto forma de orientar os estudos realizados no campo.

Referências:

BERTRAND, Georges; BERTRAND, Claude. Uma geografia transversal e de travessias: o meio ambiente através dos territórios e das temporalidades. Ed. Masón: Maringá, 2007. CALIFORNIA. General Guidelines for Identifying and Evaluating Historic Landscapes. California Department of Transportation, Sacramento: 1999. CHORLEY, Richard. Hagget, Peter. Modelos Integrados em Geografia. Livros Técnicos e científicos: Rio de Janeiro, 1974. ENGLISH HERITAGE. Landscape Assessment Guidelines. 2009. GISSI, Elena. Conoscere e comunicare il paesaggio:Linguaggi, metodi e strumenti per l’integrazione tra l’ecologia del paesaggio e la pianificazione territoriale . Editora Franco Angeli: Milão, 2011. HUMBERTO YAMAKI ; FRANK, B. J. R. ; DIAS, M. ; GABRIEL, K. . Metodologia de Inventario e Avaliação de Paisagem Etnográfica: Estudo da Fazenda Três Barras e Patrimônio Assahilandia. In: 2o. Colóquio Ibero Americano de Paisagem Cultural, Patrimônio e Projeto, 2012, Belo Horizonte. Anais do 2o. Colóquio Ibero Americano de Paisagem Cultural. CD-ROM. Belo Horizonte: UFMG, 2012. v. 1. p. 1-10. LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. EDUSP: São Paulo, 2003. PAOLINELLI, Gabriele. Apresentação de Power Point. “INTEGRARE” IL PAESAGGIO: Il disegno del PTRC come piano paesaggistico di nuova generazione. Veneto, 2007.

I Simpósio Nacional de Métodos e Técnicas da Geografia e XXII Semana de Geografia

Maringá, 22 a 25 de outubro de 2013 p. 000-000 ISBN:

SWANWICK, Carys. Landscape Character Assessment: guidance for England and Scotland. The Countryside Agency: Cheltenham, 2002. VENETO. Quaderno n. 1 Prontuario Tecnico per il Paesaggio: La Verifica di Compatibilità Paesaggistica. Direzione Urbanistica e Paesaggio: Regione del Veneto: Veneto, 2004. WACHOWICZ, Ruy. História do Paraná. 9. ed. Curitiba: Imprensa Oficial, 2001.

Agradecimentos: Ao Laborátorio de Paisagem da Universidade Estadual de Londrina e ao apoio da CAPES/CNPQ

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.