Fundamentos e Práticas de LIBRAS II

June 9, 2017 | Autor: Gabriel Barbosa | Categoria: Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
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Fundamentos e Práticas de LIBRAS II. Gabriel Barbosa

Resumo: O presente trabalho tem a finalidade de sintetizar os conteúdos apresentados pela disciplina de Fundamentos e Práticas de LIBRAS II). Explorando o uso das LIBRAS em um contexto escolar o texto apresenta as várias facetas dessa forma de aprendizagem: desde a legislação vigente sobre a questão dos surdos até a aquisição das LIBRAS em um ambiente escolar.

O

reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como uma linguagem visual-gestual daqueles que são surdos é recente no Brasil. Seu reconhecimento se deu a partir da Lei 10.436/2002, que normatizou o uso da Língua Brasileira de Sinais(LIBRAS). A partir da criação dessa lei a surdez passou a ser tratada de outra maneira, não mais como uma mera “deficiência”, mas sim como uma “diferenciação”, pelo fato de que pode ser sanado o problema de comunicação, logo que se usa de uma linguagem própria, rompendo assim barreiras que impediam esses cidadãos de trabalhar e/ou estudar. Antes da Lei 10.436/2002, a constituição referia-se a algumas condições, em seu capitulo destinado à educação, sobre pessoas consideradas deficientes e que necessitavam de tratamento especial. No rol dessas deficiências estava inclusa a surdez, que até este momento era tratada como uma deficiência de fato. Desse modo entende-se que o surdo era tratado como diferente , anormal, ou seja, não se enquadrava nos aspectos considerados “normais” de nossa sociedade e por essa “anormalidade” era um deficiente que precisava dos mesmos cuidados que os demais. Esse contexto nos revela a importância da Lei 10.436/2002 como um mecanismo jurídico que possibilitou aos surdos um meio pelo qual podem ser inseridos em vários setores da sociedade, promovendo assim sua inclusão como pessoas “diferentes” e “normais”. O surdo merece ser tratado como qualquer cidadão, entendendo que a diversidade de pessoas e suas diferenças ou subjetividades se esbarram a todo instante por qual motivo o surdo é “anormal”? Simplesmente por que esse mesmo sempre foi chamado de “deficiente”, alguém que carece de ajuda alheia, como se não fosse capaz de viver em sociedade. Porém esse erro foi de certo modo corrigido tendo o governo brasileiro considerado as LIBRAS como um segundo idioma – visual-gestual é claro – diminuindo o distanciamento entre ouvintes e surdos. A partir dessas leis os surdos passaram a ter o direto de frequentar a escolar regular com aparelhos de aprendizagem que facilitem sua compreensão e socialização mediante aos professores e alunos. Essa aprendizagem se dá no âmbito da escola regular quando essa

possibilita que um interlocutor de LIBRAS acompanhe o aluno na sala de aula. É o interlocutor que irá fazer a ponte entre os conteúdos ensinados pelos professores e a aquisição deles pelo aluno que ele acompanha, não podendo alterar os conteúdos, pois o seu papel nesse contexto escolar é o de auxiliar o aluno para que ele aprenda de maneira satisfatória as competências, habilidades e conteúdos. Compreende-se então que para o aluno alcançar seus objetivos quanto aos conteúdos ele primeiramente precisa aprender LIBRAS e também ser alfabetizado para que possa usar a língua escrita (que para o surdo é seu segundo idioma, pois o primeiro deve ser a linguagem visual motora). Para que a criança surda seja alfabetizada é necessário usar da alfabetização-sinalizada, que é divindade em quatro fases: Primeira fase, quando a criança tenta fazer gestos que representem algo mesmo que esses gestos não estejam de acordo com a linguagem de sinais; Segunda fase, a criança começa a produzir suas primeiras “palavras” visuais motoras; Discurso e Identidade Cultural, nessas fases a criança começa a ter noção de morfologia à passa a produzir frases mais complexas. Como ferramenta para uma alfabetização concreta usa-se de imagens e recursos tecnologicos para possibilitar um aprendizado mais apurado, lembrando aqui que o uso de tecnologias não está relacionado a um lazer ou algo para aliviar o stress do aluno, as tecnologias são imprescindíveis para o aprendizado da criança surda, pois o “surdo desenvolve uma língua imagética, ou seja, visual motora. Isso significa que se ele apreende o mundo e desenvolve seu universo linguístico por meio das imagens, ele desenvolverá uma língua visual. A imagem para o surdo é o meio como ele aprende o mundo e interage na sociedade”, como afirma Campos-Garcia (2012). A leitura também é facilita com o uso de tecnologias pelo fato que o uso de imagens pode conduzir a criança surda a uma leitura adequada da língua portuguesa. Junto à alfabetização realiza-se o letramento da criança. Quando uma criança ouvinte é letrada, não quer dizer que ela apenas sabe ler e escrever, mas sim que ela pode interpretar imagens e códigos no âmbito social. Do mesmo modo o surdo deve ser letrado adquirindo assim as seguintes habilidades: decifrar o código escrito da Língua Portuguesa, a sinalização, habilidade leitora, escrita da Língua Portuguesa, desenvolve e entende os processos tecnológicos de seu tempo e conhece a oralização (por vontade própria). Ele possui um amplo letramento funcional. O uso da linguagem de sinais é um direto cultural do surdo que precisa ser evidenciado em escolas para que a criança se desenvolva por completo. Desse modo diminui-se o risco de uma exclusão no ambiente escolar e o surdo pode-se comunicar e fazer parte de atividades curriculares e extracurriculares, que auxiliarão em sua aprendizagem e no seu desenvolvimento quanto cidadão.

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