Gabriel García Márquez e o cinema

June 14, 2017 | Autor: Rodrigo Conçole | Categoria: Literature and cinema
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Curso de Promotoras Legais é realizado no Rio

Literatura, Pensamento & Arte

O cinema e a obra de García Marquez

Página 3 Página 6 Ano XXI- nº 225 - dezembro de 2014 - Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis

O real mundo dos sonhos Tradução de seminários de C. J. Jung desperta novas reflexões sobre o Inconsciente

“Então a brilhante Estrela de Jesus ergueu-se do horizonte sobre os israelitas, iluminando o mundo, até que a beleza da unidade foi ensinada a todas as seitas, credos e nações. Não pode haver melhor prova de que Jesus foi o Verbo de Deus.”

‘Abdu’l-Bahá

Feliz Natal e Próspero Ano Novo! São os votos do Jornal Poiésis.

Os sonhos são a porta de entrada para o conhecimento do Inconsciente e proporcionam farto material para aprofundar-se

na natureza do indivíduo. Elevado à condição de objeto de análise através da Psicanálise, o conteúdo onírico foi tema de vá-

rios seminários realizados pelo psicólogo suíço Carl Gustav Jung entre 1928 e 1930. Esse material, que ficou restrito a um peque-

no círculo de estudiosos durante muitos anos, agora está disponível em português, em lançamento da Editora Vozes. Página 7.

A arte de Antônia Lúcia e seus alunos O som vai rolar em Saquarema Fotos: Camilo Mota

Literatura Quatro poetas, quatro livros A diversidade de estilos e linguagens marcam a atual poesia brasileira. Nesta edição, o escritor Gerson Valle fala sobre os novos livros dos poetas Christiane Michelin, Daniel Mazza, Ivan Marinho e Márcio Negócio. Página 6.

Política Prefeitura de Araruama tem contas aprovadas pelo TCE

O ateliê Antoniarte, da artista plástica Antônia Lúcia, está com exposição de pinturas e desenhos até o dia 20 de dezembro, na

Casa de Cultura José Geraldo Caú, no Centro de Araruama. A mostra está aberta a visitação todos os dias da semana. Página 8.

Escritura da Casa de Caridade é assinada por Miguel Jeovani

Jazz, rock, MPB, bossa nova. Os estilos variados e a qualidade dos músicos são a certeza de sucesso em mais uma

edição do projeto Saquá Instrumental, que em dezembro acontece na Praça do Canhão, em Saquarema. Página 2.

Educação inclusiva é tema de encontro em Araruama

Em sessão plenária, os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado aprovaram as contas da Prefeitura de Araruama no ano de 2013. Página 3.

Programação Cultural Confira a agenda de eventos de Araruama e Saquarema A programação de dezembro nos dois municípios traz várias opções de exposição, música, dança e lançamento de livro. Página 2.

O prefeito de Araruama, Miguel Jeovani (PR), assinou no dia 27 de novembro a escritura de desapropriação amigável da Casa de Caridade, onde está prevista a instalação de um hospi-

tal voltado para o atendimento a mulheres e crianças. Durante a reunião também ficou acertada a doação de vários utensílios que fazem parte do patrimônio do prédio. Página 3.

O respeito pelas diferenças e as experiências de sucesso no campo da educação inclusiva foram temas discutidos durante o I Encontro Intermunicipal de Educação Inclusiva, realizado pela Secretaria Municipal

de Educação de Araruama. O evento reuniu cerca de 400 educadores de dez municípios da região, que assistiram a palestras e apresentações culturais de alunos da rede municipal de ensino. Página 3.

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nº 225 - dezembro de 2014

CARTA DO LEITOR

Dilma X Aécio Prezado Camilo, Quero deixar claro minha insatisfação com a matéria intitulada “A Elaboração do Brasil no Contexto Eleitoral” [Poiésis nº 224, novembro de 2014]. (...) Você fala que assistimos a um desfilar de rancores, é verdade, mas assistimos a um candidato mostrar a atual situação política e econômica do País contra uma candidata que afirmava serem essas situações somente falácias, mentiras. Pois logo após as eleições, medidas anunciadas pela candidata como tucanas foram realizadas pela situação, como aumento da taxa de juros na mesma semana após a vitória.(...) Distribuição de renda? Distribuir dinheiro como proposta social para melhorar a desigualdade? A própria candidata, que parece não conhecer o teor do Projeto Bolsa Família desde sua origem, negou veementemente que o mesmo tivesse origem no Governo PSDB....Veja no youtube o agradecimento de Lula a Marconi Perillo, em Goiás, por ter iniciado o processo, onde o atual programa é dito por Lula como uma junção de vários projetos iniciados por FHC. (...) Caro Camilo, crimes não podem ser comparados mas podem ser qualificados.....Para o País, qual foi o prejuízo que os roubos dos camaradas petistas causaram? Será que essas verbas não poderiam ter salvo alguma vida em um Hospital reformado? Ou será que se aplicado na educação não poderiam ter evitado uma evasão maior de alunos? Ou será que se aplicados em segurança, não poderiam ter evitado alguma morte inocente ao evitar o tráfico de armas neste País ou apreender uma maior quantidade de droga que, invariavelmente, foi parar nas mãos de um drogado que pode ter cometido um crime? Você fala que o Governo Aécio seria retrógrado, com política econômica ditada pelo mercado financeiro... Nunca os bancos particulares tiveram tanto lucro quanto no Governo PT, inclusive este ano foi record... O que falar dos desvios financeiros realizados por nossos camaradas? O que dizer dos negócios sujos e escusos realizados pelo Governo, como a Refinaria? O que falar dos escândalos da Petrobrás e outras empresas sucateadas pelo PT ao longo destes anos? O que dizer de um Governo que,

questionado sobre qualquer operação obscura, só saber dizer eu não sabia? O que dizer de um Governo que defende Governos ditatoriais e violentos como Venezuela, Cuba e Bolívia? O que dizer de um Presidente que defende um grupo terrorista que corta cabeças de seres humanos por conta de uma guerra santa? O que dizer... (...) Portanto, caro Camilo, por gostar de você e me orgulhar de saber da sua luta e da Regina em manter um jornal que sempre foi deixado de lado em Saquarema por conta de atitudes políticas de pessoas que se locupletam deste esquema mafioso que vivemos, é que escrevo estas palavras. Sua opinião será sempre sua mas como editor de um jornal que possui camadas diferentes de leitores, com valores e lutas variadas, é que peço uma reflexão sobre seu artigo. Você conversando em uma roda informal pode e deve defender suas opiniões mas enquanto editor de jornal, deve tomar cuidado pois entendemos, eu e 51.000.000, no mínimo, que seu artigo possa ser taxado de tendencioso..... Um abraço e continue sua luta! Marcos Fernandes Presidente do PPS em Saquarema NOTA DO EDITOR: Prezado Marcos, a proposta do texto era justamente a de levar à reflexão, convidando o leitor para o debate de ideias e a sua manifestação comprova isso. Naquele momento, ainda sob o calor das emoções acirradas, era necessário sair em defesa do estado democrático, alertando para o perigo de atitudes e conceitos claramente reacionários (havia e ainda há gente defendendo golpe militar, e eu não me importo de ser tendencioso em dizer publicamente que não concordo com isso. A situação é tão séria que eu cheguei a ver um senhor em Petrópolis andando pelas ruas empunhando orgulhoso um cartaz em que pedia que se jogasse uma bomba no Nordeste!). Fico extremamente feliz em saber que há pessoas como você em Saquarema que estão dispostas a debater e a propor novos pontos de vista, partindo do princípio de que devemos valorizar e defender a democracia. (Camilo Mota)

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MÚSICA

Saquá Instrumental faz apresentação na Praça do Canhão em Saquarema

Nascido pela iniciativa do músico e instrumentista Thiago Perninha, o Saquá Instrumental teve início no final de 2011. O que começou como simples ensaios na varanda tem tomado uma proporção maior a cada dia. Desde 2012 as apresentações começaram a ser realizadas no calçadão de Bacaxá, sempre levando o que há de melhor em Jazz, Blues, MPB e alguns clássicos do Rock and Roll. Uma tenda é montada para abrigar os músicos e cadeiras são espalhadas na calçada. Muito embora tenha ocorrido um imprevisto, justamente no Dia do Músico, comemorado em 22/11 em todo o mundo, quando os músicos ficaram à espera de uma estrutura para se apresentarem na Praça San-

Camilo Mota

O show acontece no dia 27 tendo no repertório muito jazz, blues, mpb e rock

to Antônio, em Bacaxá, as solicitações para os shows não param e eles continuam em busca de um único sonho: levar alegria ao público através da música. No dia 6 de dezembro o

Saquá Instrumental se apresentará em Cabo Frio. Já no dia 27 de dezembro será na Praça do Canhão, no Centro de Saquarema, a partir das 19h30. Estão confirmadas as participações de hiago

Perninha, Lucas Moreira, Vaneci dos Santos, Gustavo Cadimo, Juninho Monteiro, Daniel Matias, Alexandre Mello, Andrei Batera, Alexandre Percusion e Luizinho Rocha

CULTURA

Confira o que é destaque na programação cultural de dezembro em Saquarema e Araruama

DANÇA Hollywood é aqui - Espetáculo de fim de ano da Daumas Academia no Teatro Municipal Mario Lago em Saquarema. Dias 12 e 13 às 20 horas, e dia 14 às 16 horas. Primeiro Passo - Apresentação de ballet clássico, jazz e moderno. Teatro Mario Lago, Saquarema, dia 20 às 20 horas, e 21 às 19 horas. EXPOSIÇÃO Exposição do Ateliê Antoniarte - Mostra da artista plástica Antônia Lúcia da Motta Pereira e seus alunos, na Casa de Cultura José Geraldo Caú, em Araruama, até 20 de dezembro. Visitação: segunda a sexta-feira, das 9h às 18h; sábado das 15h às 21h e domingo das 10 às 14h. Flores da Minha Aldeia - Exposição fotográfica de Wilson Viveiro, no Espaço Cultural Caio Mourão, na Praça Antônio Raposo, em Araruama, até 20 de dezembro. Raízes Concretas - Exposição permanente na Casa de Cultura José Geraldo Caú, em Araruama.

A mostra tem por objetivo trazer à tona a memória do município, através de documentos, fotos e objetos. Além da urna funerária, um precioso símbolo das raízes culturais da região, a exposição traz ainda dezenas de reproduções de documentos históricos, fotografias de época, mobiliário estilizado, e objetos como uma pá usada em casas de farinha, máquina fotográfica de fole e até um celular dos anos 90, trazendo para bem perto dos visitantes aspectos diversificados, criando um verdadeiro mosaico do tempo. Visitação: segunda a sexta-feira, das 9h às 18h; sábado das 15h às 21h e domingo das 10 às 14h.

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Daumas Academia faz apresentação de 12 a 14 em Saquarema Camilo Mota

MÚSICA Concerto de piano - O pianista Carlo Penza faz apresentação gratuita em Araruama na Casa de Cultura José Geraldo Caú, nos dias 5, 12, 13 e 19, sempre a partir das 19 horas. Cantata de Natal - Toda sexta e sábado a partir das 19 horas na Árvore de Natal montada em frente à Praça Antônio Raposo, em Araruama. Banda Protocolo - Sho-

Banda Protocolo se apresenta na MacBel e no Garota de Itaúna

ws dias 13 e 20 no Restaurante Mac Bel. Dia 27, no Restaurante Garota de Itaúna. Sempre a partir das 21h30. LIVRO Noite de autógrafos - A escritora Yara Santos (Cici) lança seu livro autobiográfico “Meu nome, minha vida” na Casa de Cultura Walmir

Ayala, em Saquarema, no dia 12, às 19 horas. O livro c onta a história

da mulher que foi dada como morta e teve que lutar durante vários anos para provar que estava viva. O caso chegou às paginas dos jornais no final dos anos 90 e foi reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo.

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EXPEDIENTE O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb.

Diagramação: Camilo Mota. CAIXA POSTAL 110.912 SAQUAREMA - RJ CEP 28990-970 ( (22) 98818-6164 ( (22) 99982-4039 ( (22) 99770-7322 E-mail: [email protected] Site: www.jornalpoiesis. com.br. Facebook: www.facebook.com/jornalpoiesis Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis.

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

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nº 225 - dezembro de 2014

SAÚDE Prefeito Miguel Jeovani assina escritura da Casa de Caridade de Araruama Marcelo Figueiredo

Desapropriada em agosto do ano passado, a Casa de Caridade de Araruama agora está oficialmente sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal. O prefeito Miguel Jeovani assinou a escritura de desapropriação amigável do imóvel no último dia 27, em reunião que contou com a presença do provedor da Casa de Caridade, Luiz Henrique Pereira da Cunha, acompanhado pela tesoureira Regina Jardim e pelo advogado Carlos Alberto Victor do Espírito Santo. Considerada um importante patrimônio do município, tanto pelo valor histórico-cultural quanto por sua condição de unidade de saúde localizada em ponto estratégico, a Casa de Caridade foi desapropriada pela Prefeitura em agosto de 2013 através do decreto nº 068. Na época, o prédio estava em vias de ser leiloado, e a decisão garantiu a manutenção do hospital para servir à população, ampliando a rede de atendimento. “Com a assinatura da escritura, a Casa de Ca-

ridade está entregue de fato e de direito à nossa população. Vamos investir agora em sua reestruturação, criando um novo centro cirúrgico e CTI com dez leitos, conforme projeto já em andamento. Também estamos aguardando emendas e investimentos do Governo Federal para a aquisição de novos equipamentos, resultado das reuniões que mantive em Brasília quando em visita ao Ministério da Saúde”, disse Miguel Jeovani. Os representantes da Casa de Caridade também irão formalizar a doação dos utensílios e equipamentos que já foram inventariados na unidade de saúde. “A intenção é que todo esse material permaneça no edifício, vindo a compor o patrimônio do hospital e não seja utilizado em outras unidades. O prédio hoje está em boas condições, com capacidade para 100 leitos, necessitando apenas das melhorias que serão desenvolvidas a partir de agora pela Prefeitura”, informou o provedor.

DIREITOS HUMANOS Empoderamento da mulher é tema de curso de promotoras legais

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EDUCAÇÃO

Encontro em Araruama aprofunda discussões sobre a inclusão no contexto escolar na Região dos Lagos Com a participação de cerca de 400 educadores, aconteceu no dia 28 de novembro o I Encontro Intermunicipal de Educação Inclusiva no campus da Universidade Cândido Mendes, promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Araruama. Marcado por momentos de grande emoção e ao mesmo tempo de incentivo à reflexão sobre os vários níveis de inclusão no contexto escolar, o evento contou com representantes dos municípios de Araruama, Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Rio Bonito, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim. A chefe de Divisão de Educação Inclusiva de Araruama, Rita de Cássia Scaramella, chamou a atenção para o impacto na família que recebe o diagnóstico de uma criança portadora de necessidades especiais. “Quem trabalha com essa vertente na educação sabe desse significado. A mãe joga toda sua esperança na escola, ela visu-

A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro realizou nas sextas-feiras do mês de novembro o Curso de Formação de Promotoras Legais, na sede da Subsecretaria de Políticas Para as Mulheres – SPM/RJ, no Centro do Rio. O curso teve como objetivo prover o acesso à cidadania, a incorporação de novos conceitos de igualdade e respeito, onde as mulheres tenham tanta importância quanto os homens no seu valor humano, social, político e econômico. Aulas e seminários foram ministrados por magistrados e gestores sobre temas relevantes para a formação

de novos pensamentos e ideias às participantes. Feminismo na História, Direitos Humanos, Direitos das Mulheres, Violência Contra a Mulher, Saúde e Sexualidade e a Luta Pela Igualdade dos Direitos Humanos foram assuntos abordados durante o curso. O intuito também foi de promover acesso à justiça e o empoderamento das mulheres na sociedade. Estiveram presentes no Curso de Promotoras Legais representantes do MAMAS – Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema e da Secretaria Municipal da Terceira Idade e Desenvolvimento Humano de Araruama.

aliza que a professora no contexto escolar vai trazer o desenvolvimento e uma evolução muito grande para essa criança. E nós (professores) é que somos esses responsáveis, nós que temos a responsabilidade de abraçar essa criança, dar apoio e fazê-la crescer com dignidade”, disse. De acordo com Lycia Porto, diretora do Departamento de Educação, a questão da inclusão não está restrita ao ambiente escolar, mas dele faz parte como elemento de forte significado. “Somos todos diferentes e é um grande desafio aceitarmos o outro, compreender as diferenças e as suas necessidades específicas. Este desafio social está ainda mais eminente no ambiente da escola, e é nosso trabalho tentar no cotidiano escolar manter o direito de

todos terem acesso a uma educação de qualidade”, ressaltou. A secretária municipal de Educação, Miryam Inez de Lima, destacou a importância de uma política educacional voltada para a inclusão. “É fundamental enquanto gestores darmos as melhores condições para que os professores desenvolvam seu trabalho no campo da inclusão. Atualmente no município temos cerca de 500 alunos inclusos e a formação continuada é um dos meios para melhorarmos o atendimento a eles”, destacou. A fonoaudióloga Fátima Maria Oliveira Alves realizou a principal palestra do dia, destacando aspectos importantes na abordagem do tema, como a superação dos limites e o envolvimen-

to de todos no trabalho de inclusão. Alunos da Escola Municipal Nair Valadares fizeram apresentação musical que causou emoção entre os participantes. No período da tarde, aconteceu a mostra de ações inclusivas, com a apresentação de experiências nos vários setores do espaço pedagógico. Ligia de Faria Souza falará sobre a coordenação do Atendimento Educacional Especializado. Vyvian Steffanie da Fontoura aborda a coordenação da Formação Continuada. A deficiência auditiva é o tema abordado por Eduardo Fontoura. Alessandra Damasceno Santos falará sobre a orientação aos casos de deficiência física. A professora Alessandra Santarém Ramos apresenta o trabalho realizado na Sala de Recursos.

DIREITOS HUMANOS

CEPIA realiza Curso de Direitos Humanos das Mulheres no Rio de Janeiro

Aconteceu de 24 a 28 de novembro na sede da OAB/ RJ o VII Curso de Direitos Humanos das Mulheres, que reuniu representantes de várias cidades do Estado, escolhidas por estarem envolvidas em trabalhos que estão sendo feitos com a classe feminina em suas cidades. Araruama foi representada pela secretária municipal da Terceira Idade e Desenvolvimento Humano, Lourdes Belchior, e Saquarema pela jornalista Regina Mota, membro do Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema – MAMAS. A programação seguiu na seguinte ordem: Panorama dos Direitos Humanos Internacional e Nacional, pela socióloga Jacqueline Pitanguy e pela

POLÍTICA A secretária da Terceira Idade de Araruama, Lourdes Belchior, a jornalista e representante do MAMAS Regina Mota, e a superintendente de Políticas Intersetoriais para Mulheres Débora Jane Serrano Ramos

Marcelo Figueiredo

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advogada Leila Barsted, ambas coordenadoras executivas da CEPIA; Enfrentamento da Violência Contra as Mulheres: Panorama Regional e Nacional, pela defensora pública Arlanza Rebello e Leila Linhares; Gênero Estereótipos Sexuais e Construção de Identidade, pela historiadora Malu Heilborn; Os Serviços Previstos na LMP para Homens Autores de Violência, pela psicóloga

Cecília Soares; Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos, pela enfermeira Ruth Mesquita; As Mulheres e a Política, pela socióloga e antropóloga Clara Araújo; Mulheres e as Políticas Públicas, pela socióloga Adriana Mota; Diversidade Racial e Étnica e Relações de Gênero, pela socióloga Rosana Heringer; Gênero, Trabalho e Renda, pelos economistas Barbara Cobo e Marcelo

Paixão; As Mulheres e a Midia, pela filósofa Jacira Mello; Estratégias e Metodologias para o Empoderamento das Mulheres, pela bióloga Andrea Romani e por Mariana Barsted, advogada, ambas coordenadoras de projetos da CEPIA. O evento foi organizado pela CEPIA – Cidadania Estudo Pesquisa Informação Ação, Organização Não Governamental, sem fins lucrativos, voltada para a realização de projetos que contribuem para a ampliação e a efetivação dos direitos humanos e o fortalecimento da cidadania, o evento teve o apoio da OAK Foundation, Ford Foundation e a Global Fund For Women, com parceria da Escola Superior de Advocacia e da OAB/RJ.

TCE aprova contas da Prefeitura de Araruama

Em sessão plenária do Tribunal de Contas do Estado realizada no dia 2 de dezembro, as contas da administração financeira da Prefeitura de Araruama no ano de 2013 foram aprovadas. De acordo com o secretário municipal de Controladoria, Geneval Marins Nogueira, uma pauta especial foi aberta no último dia 18, quando foi feita a sustentação oral com a argu-

mentação sobre os critérios utilizados na administração financeira do município. “A partir da apresentação, houve pedido de vistas e o processo foi reavaliado e devidamente aprovado, tendo em conta o rigor com que a administração pública tratou a gestão do dinheiro das verbas seguindo as orientações das portarias editadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação”, disse o secretário.

O prefeito Miguel Jeovani comemorou a decisão e ressaltou a importância do trabalho responsável que vem sendo desenvolvido pela equipe técnica da Prefeitura. “A aprovação das contas pelo TCE demonstra com clareza que estamos trabalhando com responsabilidade na gestão da verba pública. Apesar das muitas dificuldades enfrentadas no primeiro ano de mandato,

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conseguimos reverter a situação e terminamos o ano numa situação muito melhor. Quando assumimos o governo em 2013, encontramos a Prefeitura com um déficit em torno de seis milhões de reais. Fechamos o ano com superávit financeiro de cinco milhões. Isso mostra que a administração pública teve rigor com as contas e procurou ter responsabilidade com os gastos”, destacou o prefeito.

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nº 225 - dezembro de 2014

RELIGIÃO

Primeiro templo Bahá’í da América do Sul será no Chile Em reconhecimento à natureza espiritual do homem e à importância da oração, da meditação e da reflexão para nutrir essa natureza estabeleceram-se os Templos Bahá’ís em diferentes pontos do planeta. Chamados, também, de Casas de Adoração foram construídos e abertos ao público interessado no propósitodo desenvolvimento espiritual. Os templos bahá’ís são construções simbólicas onde os visitantes podem orar e meditar em um ambiente sereno e, às vezes, escutar as escrituras sagradas de religiões do mundo sendo recitadas e entoadas. Um conceito integral de cada templo é que, no devido momento, ele tornar-se-á um centro espiritual ao redor do qual agências e instituições de serviços social, humanitário e educacional serão estabelecidos para a atender à população circunvizinha. Oferecendo um espaço de paz e tranqüilidade, cada templo tem um desenho arquitetônico distinto. Todos os nove templos, entretanto, apresentam nove entradas e uma cúpula central representativo da convergência dos povos de todas as partes do planeta encontrando-se em um espaço comum.

São edifícios de atmosfera silenciosa onde se pode orar, meditar e contemplar na ausência de rituais, clero ou palestras, o que os tornam acolhedores para pessoas de todos os credos, que podem usar seus próprios livros sagrados. Nenhuma taxa de entrada é cobrada e a construção e a manutenção dos templos são de responsabilidade exclusiva da Comunidade Bahá’í. Os templos bahá’ís convidam o visitante a imergir-se em um ambiente lindamente ornamentado, que combina inovação arquitetônica com belos jardins e extensas áreas verdes concebidas para tocar a alma e proporcionar o encontro com Deus e consigo.

Atualmente, existem sete casas de adoração bahá’ís no mundo. O último templo continental a ser estabelecido é o Templo Bahá’í da América do Sul, em construção no Chile. Os outros sete encontram-se na Austrália, na Alemanha, nos Estados Unidos, na Índia, no Panamá, na Samoa e em Uganda. Para conhecer mais detalhes da construção do templo no Chile acesse o site templo.bahai.cl. Para saber mais sobre a Fé Bahá’í e seus princípio acesse o site oficial em www.bahai.org.br. Se quiser participar de reuniões devocionais e de meditação Bahá’í em Saquarema, entre em contato através do telefone (22) 99982-4039.

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MULHER

MAMAS se articula para 2015 Camilo Mota

O Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema – MAMAS se reuniu em sua sede para discutir sobre a programação dos eventos que deverá desenvolver no próximo ano. O grupo, que existe há cerca de seis anos, trabalha em prol da classe feminina e procura através dos seus atos priorizar o atendimento às mulheres, in-

dependente de sua etnia, religião ou classe social. Para tal, conta em seu quadro de integrantes com a participação de advogadas, assistentes sociais, empresárias e uma médica psiquiatra. Independente, o MAMAS não recebe apoio financeiro de nenhuma pessoa que não esteja inserida no grupo. São mulheres unidas em um mesmo propósito de trabalhar em benefício da-

quelas que necessitem do apoio da instituição. Para 2015 várias atividades já foram agendadas, incluindo palestras. A Lei Maria da Penha é um dos assuntos que sempre entra em pauta. Vale a pena ressaltar que o MAMAS foi a instituição que mais incentivou a instalação do NUAM – Núcleo de Atendimento à Mulher Vítima de Violência em Saquarema.

Dicas de Saúde e Qualidade de Vida. Curta! Compartilhe! Divulgue! www.facebook.com/reikiepsicanalise

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Se você não aguenta mais ser jogado de um lado pro outro pelo SAC, ligue pra gente. Aqui, vamos ouvir e acompanhar suas reclamações sobre leis que não estão sendo cumpridas e até mesmo de serviços mal prestados por empresas privadas.

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nº 225 - dezembro de 2014

CORAGEM

UMA OITAVA

ANTIELEGIA

Christiane Michelin

Daniel Mazza

João Carlos Taveira

Diante da pequenez que a mim cabe Sinto-me repleta de alvoroço e medo pelo novo que serpenteia à porta. Pouco importa se real ou imaginário Estremece o corpo Enternece a alma Afaga o ego e se afoga em desassossego. Clama por ser chama Arde na pele E nas entranhas Domina a mente Que mente Finge Refuga E foge Ah, coragem... Responde... Onde te escondes?

Ser coveiro é mais que apenas Ter alguma profissão: É ao mesmo tempo da terra Ser empregado e patrão. Saber que embaixo da terra Não há empregado ou patrão. Saber que a maior das alturas Nunca é mais alta que o chão.

POEMAS

Manoel de Barros está morto. Mas eu já faço um reparo: Manoel de Barros não morreu. Morrer, como, se ainda está vivinho da silva no coração das crianças, no desvelo de bichos, de pássaros e de homens puros? Hoje, 13 de novembro, chove fininho e devagar na cidade de Lúcio Costa, no mesmo instante em que Manoel de Barros se transformou em nuvem, borboleta ou qualquer coisa de encantar bem-te-vis. Este homem, meus amigos, não é de morrer assim sem mais nem menos. Traz no seu jeito de menino tímido qualquer coisa de espanto, qualquer silêncio de pedra.

O poema acima é uma oitava do segmento denominado “Morte” do livro “A sinfonia do tempo - primeiro livro de Filosofia”, de Daniel Mazza, cuja resenha apresentamos na página 6 desta edição.

DE GRÁTIS II Ivan Marinho A quem interessa as nuvens, A quem interessa o mar, A quem interessa algo Que não se possa comprar.

Christiane Michelin reside em Petrópolis, o poema acima faz parte de seu mais recente livro “Flor improvável”, cuja resenha está publicada na página 6 desta edição

A quem interessa a vida, A quem interessa o amor, A quem interessa algo Que não de mede o valor.

O poeta, nele, há muito se eternizou e está solidificado em pérola, feito diamante incrustado na tristeza da ostra.

A quem interessa a mão Que solícita se empresta A construir noite e dia Um motivo para festa.

Outra coisa: Manoel de Barros aprendeu a esperteza dos caramujos e deve estar destecendo palavras de beleza para inventar estrelas no chão áspero da rua.

A quem interessa então A luz do sol no poente, Que além da claridade Põe no vento um sopro quente Sem aferir quantidade.

ESCRITO

Afirmo e reafirmo, minha canção é de alegria para festejar a metamorfose: Manoel de Barros escapou da irmandade dos homens e virou passarinho.

Camilo Mota No mural, a grafitagem se impõe. É um som, dizer, colorir, rabisco. No entanto, eles olham sem saber o que ali está. Será sombra ou luz? Rastros de mim, veias de outro, encontro de tudo. E no campo das descobertas, desertos sonham o sol. Aridez aparente, um grafite na areia conta histórias de vento.

Brasília, 13 de novembro de 2014.

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Há um rumor de que o Amor Irá voltar... Ginecologia - Homeopatia Diz-se, aqui e lá, que Ele logo vem, CRM 52-42685-2 E que dá para ouvir-Lhe a canção Desde já... Vou correndo arrumar o coração, ARARUAMA: Av. Brasil, 10 SL 709 - ( 2665-6320 Limpar, S. VICENTE: R. Farmacêutico Faria, 20 Varrer a sujeira de Tua ausência, ( 2666-4576 Abrir velhas janelas e portas, Rasgar As cortinas que não são minhas... Virá? A mesa é posta, tem vinho e pão, E flores do campo... Administração, Venda Vem lá? e Locação de Imóveis Só me falta Você, Amor, No coração... Advocacia em Geral Virá. Dra. Emygdia Melo Dra. Eulenir M. A. Magioli

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Camilo Mota é poeta, editor do Jornal Poiésis, psicanalista e terapeuta holístico, autor de “Para viver a sinceridade”

João Carlos Taveira é natural de Caratinga-MG (1947), com vários livros de poesia publicados, entre os quais “O prisioneiro” (1984) e “Arquitetura do homem” (2005) ASSISTÊNCIA MÉDICA ALBUQUERQUE MAGIOLI

O poema aqui transcrito faz parte do livro “Sortilégio possível”, cuja resenha publicamos na página 6.

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Quando eu comecei a te amar Quinhentas mulheres vieram morar em mim E nessa eu engordei quatro quilos Hoje eu já não sei Sequer acho que posso saber Se eu comia de felicidade Ou se eu comia de angústia Quando eu deixei de te amar Mil mulheres deixaram de viver em mim E nessa eu emagreci oito quilos Hoje eu já não sei Sequer consigo lembrar Se o que eu sentia por você era mesmo amor Ou se era só fome Quando eu morri Mil e quinhentas almas saíram do meu corpo Envolvendo-se nas areias do universo Hoje eu já não sou Sequer consigo lembrar Se me fui mesmo Ou se delirei toda uma vida Ana Suy é psicóloga e professora universitária, colaboradora do blog literário Confraria dos Trouxas. Ortopedia - Traumatologia Fisioterapia Medicina Desportiva Pilates Studio - Psicologia

Dr. Newton Oliveira Valladão R. Com. Bento José Martins, 297 sl. 406 ( (22) 2665-3425 - Araruama

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nº 225 - dezembro de 2014

LITERATURA

QUATRO LIVROS DE POESIA DE 2014

Gerson Valle

“Flor improvável”, de Christiane Michelin, edição da autora, com o seguinte prefácio assinado por mim: O espaço da bailarina A coreografia poética faz um arranjo de flores de onde saltam as palavras que se arrumam num palco imaginário (“Sonho é matéria etéria / da qual se alimentam os poetas”). É o espaço da bailarina nos versos que tocam a materialidade de seus passos leves, precisos, e a espiritualidade de voos por variados cenários (“Recortes de mar / Rabiscos de sol”). Por onde quer que avancem os escritos de Christiane Michelin vai se fazendo a poesia, marcando seus gostos e tendências com a sensibilidade nítida, personalidade forte, entrecortada das dúvidas eternas da humanidade (“Como suprir a falta que faz / O que se desfez? / Como estancar / O que vem com o vento? Como parar o vento?”). A metapoesia de alentar a satisfação própria de passear com palavras no espaço de seu imenso palco-mundo, palco-imaginação, palco-conhecimento, palco-indagação, palco-integração, palco-cósmico (“o navegar por lonjuras abissais / dentro de nós”), palco substancial para a existência da Bailarina das palavras, com suas aliterações (“O vento / volteou a vila”), rimas internas, imagens transportadoras (“Dependências: Tanto a vela que vela o sono / Leva e eleva a oração / Quanto aquela que leva o barco / E define sua direção / Dependem do vento. / Uma para manter o lume / A outra para nortear o prumo. // Enquanto uma acende luares / A outra / rasga mares em mim // Uma depende do sopro / A outra, da maré. / Eu, da poesia / Para manter-me de pé.”). Certeza de pisar certo na ambiguidade de todo chão, por ser poeta e com sua Poesia perpassar as possibilidades de vários lugares metafóricos ou físicos (“Gosto da poesia que ecoa / E ganha vida / Na vida que voa.”), explodindo contradições como a atmosfera dos lugares, nitidamente mostrada no poema “Caleidoscópio”, havendo mesmo “hora de voar”: “Faz-se inútil mentir / Quando o amor rompe a carne / E revela a veia.” E “metades inteiras” para pouso de todos: “No meio fio do dia / Pousa trôpega / A andorinha”. No poema “Contingência” o cenário evoca o passado onde “Era tudo sonho

e magia / Até que um dia / O véu desfez-se em chuva / E a menina cresceu.” O cenário do presente precisa fixar-se rapidamente, sob pena de se tornar diferente (“Resolvi escrever um poema / rapidamente / antes que me transforme em outra”). É a mulher que se conscientiza de sua força adulta corajosa (“Gosto de Ser mulher / E poder dar voz / Ao clamor de todas nós”). “Foi preciso vestir-se de mulher / tomar na mão as rédeas da vida / e, armadura em punho / trotar / traçando metas / em direção ao amanhã”. A Bailarina rodopia seu passe mágico ao futuro, com a garra do desafio: “Que o amanhã nos reserve taças repletas de néctar / E luz / Para que possamos transpor os azuis / e amanhecer, novamente”. Passado, presente e futuro são os emblemáticos signos por onde a Bailarina deixa fluir “apenas paixão”: “Nas trilhas trôpegas do tempo / O timbau de embira / Contramarcava seu ritmo / Em ciclópica melodia”. E tem consciência dos ciclos universais nesses dois versos transcendentais: “Alimento o lamento / a um só tempo”. No poema “Intensamente” (que deixo o leitor esperar a delícia de sua leitura integral) encontra “Em uma espécie de diáspora do amor”, “no diapasão das horas”, “a melodia mais perfeita”. Algumas danças das palavras da Bailarina são reservadas à sua percepção transcendental das crenças e pesquisas de outras paisagens onde seus passos se integram na Criação. Mas, em qualquer espaço onde ela poetize, suas características sempre se avivam: “E no lento adágio / Da ágil bailarina / A entrega definitiva / À luz matutina.” “Sortilégio Possível”, de Ivan Marinho, Bagaço, Recife-Pe (com introduções de Mário Hélio e João Carlos Taveira).

Entre a palavra bem encontrada em versos formalmente bem armados (“Sem nada pronto / Evoca-se a palavra: / A mais simples / E a mais necessária”) Ivan Marinho compõe um belo livro com sua poesia e sua arte pictórica em fotos coloridas de seus quadros que parecem mandalas inspirados por aldeias indígenas, balõezinhos de festas juninas, cangaceiros, dando-lhe um ar de alegria festiva brasileira (“Num turbilhão de alegria, / Cortado por cores quentes, / Mas também por cores frias / Em tons claros, inocentes, //

Seguem linhas em sentidos / Que tanto faz ir ou vir, / Mas paralelas nos giros / Que dão em volta de si”). Sua forma mais usada é a de 3 quadras seguidas por um verso solto, e uma quadra final. São 17 versos que parecem compor, como o soneto dos 14 versos usualmente para tantos, o seu equilíbrio próprio necessário ao ritmo e ao dizer. Há também poemetos em quadras, dístico ou hai-kais, como o que lembra a ironia de Paulo Leminski, denominado “Nefelibata”: “Autores inentendíveis, / Cuidado leitor, / São profundos ou terríveis”. Percorre, como ocorre com mais frequência em nossos artistas de vivência nordestina (Ivan é de Maceió), uma brasilidade que nunca se afasta, por mais que se diversifiquem seus conhecimentos, que é marcada por temas como o carnaval, como no precioso poema “Sem Fantasias (Lendo Oscar Wilde)”: “Sempre cri no carnaval / Como alguém sem fantasia. / Quando tudo é real / E o real, alegoria”. Este quarteto é só uma mostra de quantas outras reflexões/ poesia o leitor encontrará ao ler o novo livro de Ivan Marinho, que é, curiosamente, dividido nas 3 “partes-metades”: I Metade, II Metade, e III Metade. “A sinfonia do tempo - primeiro livro de Filosofia”, de Daniel Mazza, Escrituras, São Paulo (com prefácio de Alexei Bueno).

A construção poética pode ser apontada de forma simples. Trata-se de um único poema, dividido em duas partes (“Diálogo”, com três subdivisões: “O morto”, “O coveiro” e “A morte”, e “Monólogo”, constituído de um único segmento: “Silêncio”), em estrofes de oito versos (oitava) heptassílabos (redondilha maior), invariavelmente, que dão, devido a colocações conceituais objetivas certo reflexo da “maneira” de João Cabral, como em: “Por isso, um morto por bala, / Ou morto por faca seja, / Dá sempre a estranha impressão / De que morto não esteja. É que a vida é tão presente, / É tão viva em todo vivo, / Que é como se toda morte / Fosse não mais que um equívoco”. Porém, a concepção estética apenas cobre a reflexão filosófica que parte de colocações pré-socráticas de correntes contrárias, para encontrar algumas considerações do próprio poeta. A meditação sobre a morte, que percorre o volume, e que no posfácio o autor lembra ser,

para Platão, a própria razão da filosofia, justifica o título do livro: “Som inaudível da música / Do tempo que continua, / Mesmo depois que a dança / Da vida já não mais flua. E se revela o segredo / Que é a dança crua / Àqueles que saem da roda / Da dança que continua...” O leitor atento, amante da filosofia e da poesia, encontrará em Daniel Mazza excelentes momentos que com certeza lhe serão caros “Porque o tecido branco / É a voz do silêncio puro. / E o morto, em silêncio, fala / Com o silêncio absoluto”. “Minha Nau Catarineta e outros colhidos...”, de Marcio Negócio, edição do autor (com apresentação de Sylvio Costa Filho)

O autor é “ator, músico, compositor, artista plástico e educador popular”. Naturalmente a Poesia transita no âmbito geral de suas atividades. E, como não podia deixar de ser, ela se afeiçoa ao pós-modernismo de seu tempo e vivência. “Às vezes descasco um poema como a uma laranja, à faca, / Circundando-o até surgir a parte branca, puída de amarelo...” A Poesia está no ar, e a sente quem a permeia culturalmente. “O átimo mais vagaroso do mundo chama-se... Dor. // A eternidade mais veloz de todas é aquela que ainda não sei, o Amor...” Da vida em Petrópolis aparecem lugares como a praça da Liberdade (cujo nome ninguém conhece, e, por isto, para um petropolitano, é até piada: praça Ruy Barbosa), o Palácio Amarelo com sua praça que tem grama verde, e onde o poeta imagina a história da cidade, que já teve escravos ao tempo de dom Pedro... No poema “Flor da Mosela” relembra que Manuel Bandeira escreveu poemas naquele bairro de Petrópolis. E toca o lirismo de Bandeira num expressivo poema: “Que queres de mim, Passarim, queres o sonho? / - Quero sim, Querubim, quero-quero! / O sonho não vos posso dar, tens que construí-lo...” O pós-modernismo relembra Guerra Junqueira e Fernando Pessoa ao lado de experiência concretista da disposição de página inteira com “palavra” e “lavra”. No poema “Meu filho” a metáfora bem encontrada do carinho de um pai: “Deram-me asas para voar nos voos teus!” E o livro abre-se sugestivo... Gerson Valle é escritor e poeta, membro titular da Academia Petropolitana de Letras.

Gabriel García Márquez e o cinema Rodrigo Conçole Lage Com o nascimento do cinema surgia a necessidade de histórias a serem filmadas. Assim, foi natural que essa nova forma de arte se associasse a literatura. Todavia, ao longo do tempo, a relação entre as duas formas de arte se tornou mais complexa e deu origens a diferentes tipos de relação. Inicialmente tínhamos a literatura como fonte de histórias para o cinema (romances, novelas, contos, peças de teatro e poemas foram adaptados). Nesse sentido, vamos encontrar escritores que foram contratados para elaborar roteiros a partir dessas obras (temos, por exemplo, o caso do escritor William Faulkner que escreveu o roteiro de “Uma Aventura na Martinica” a partir do romance “Ter e Não Ter”, de Ernest Hemingway). Posteriormente, vamos encontrar roteiros originais, isto é, que não foram baseados em nada que tenha sido publicado antes, que foram produzidos por escritores (temos, por exemplo, o roteiro original do “The Counselor”, do escritor Cormac McCarthy). Por fim, existe o caso mais raro de um filme transformado em livro (como exemplo temos o filme “O Manuscrito Perdido” (2010), roteiro de José Barahona e dirigido por Nelson Pereira dos Santos (autor do prefácio), adaptado em livro pela Editora Alaúde, em 2012). Gabriel García Márquez e sua obra também estão relacionadas com o cinema, sendo esta uma das facetas menos conhecida de sua obra, no Brasil, apesar do grande sucesso de seus livros. Alguns erroneamente afirmam que Márquez escreveu somente dois roteiros. O primeiro, “El secuestro: guion cinematográfico”, de 1982 (publicado pela Record com o título “O sequestro – um filme inédito”, em 1983, e nunca mais reeditado), é um roteiro original baseado em um fato histórico. Ele trata do assalto do comando guerrilheiro “Juan José Quezada” à casa de José Maria Castillo, realizado com o objetivo de conseguir a libertação de vários militantes da FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional) que estavam presos. O segundo, “Erendira” (1983), é uma adaptação de “A incrível e triste história da Cândida Eréndira e da sua avó desalmada”. Contudo, existem outros filmes, cujos roteiros foram muitas vezes escritos em parceria. Temos o curta-metragem “La langosta azul” (1954), dirigido e escrito por Álvaro Cepeda Samudio, Enrique Grau Araújo, Luis Vicens e Gabriel García Márquez. Foi seu único trabalho como diretor. “El gallo de oro” (1964), de Roberto Gavaldón, foi escrito juntamente com Juan Rulfo e Carlos Fuentes. Ele também escreveu junto com o escritor mexicano Carlos Fuentes o roteiro de “Tiempo de morir” (1964), cuja primeira versão para o cinema foi de 1965, dirigido por Arturo Ripstein. A primeira metade do roteiro de “Juego peligroso” (1966), “H. O.”, também foi escrita por ele. Assim como o de “Patsy, mi amor” (1969). “Presagio” (1974) foi escrito

em conjunto com o diretor Luis Alcoriza. “El año de la peste” (1979) com José Agustín e Juan Arturo Brennan. “Cartas del Parque” (1989) com Eliseo Diego. Sozinho escreveu o de “Edipo Alcaide” (1996) e o de “Los niños invisibles” (2001) escreveu com o diretor Lisandro Duque Naranjo. Nos trabalhos em conjuto é impossível saber separadamente quais foram suas contribuições, o que não quer dizer que não devam ser vistos como parte de sua obra. Por fim, temos as muitas adaptações de Márquez para o cinema. Temos o filme “En este pueblo no hay ladrones” (1965), dirigido por Alberto Isaac. Há o “La viuda de Montiel” (1979), dirigido por Miguel Littin. “María de mi corazón” (1979) foi escrito juntamente com o diretor Jaime Humberto Hermosillo. “Vida, pasión y gloria de Remedios La Bella” (1979), de María Victoria Vélez. “El mar del tiempo perdido” (1980), de Solveig Hoogesteijn. “Erendira” (1983) foi feito a partir do roteiro do escritor e dirigido pelo cineasta português Ruy Guerra. Deve-se destacar, neste filme, a participação da atriz brasileira Claudia Ohana, no papel de Erendira. “Crónica de una muerte anunciada” (1987), dirigido por Francesco Rosi. “Un señor muy viejo con alas enormes” (1988), dirigido por Fernando Birri. Em 1988 escreveu com o diretor Lisandro Duque Naranjo o de “Milagro em Roma”. “El coronel no tiene quien le escriba” (1999), do diretor Arturo Ripstein. “El amor en los tiempos del cólera” (2007), do diretor Mike Newell. “Del amor y otros demônios” (2009), dirigido por Hilda Hidalgo. “Memoria de mis putas tristes” (2011), do diretor Henning Carlsen. Ficam de fora dessa lista algumas adaptações e roteiros originais para minisséries e novela, pois são produções para televisão. Outro fato interessante sobre a relação de Gabriel García Márquez com o cinema é o fato de ter trabalhado como ator em alguns desses filmes. Ele atuou em “En este pueblo no hay ladrones”, “Juego peligroso” (de Luis Alcoriza e Arturo Ripstein), “Patsy mi amor” (de Manuel Michel) e em “El año de la peste” (de Felipe Cazals). Assim, podemos ver como foi forte a relação do escritor com o cinema. Algo que, lamentavelmente, ainda é pouco conhecido e apreciado no Brasil. Isso acontece porque muitos desses filmes não estão disponíveis ao público brasileiro, não tendo ocupado espaço nos cinemas e/ou nos canais de TV. O cinema latino-americano, de modo geral, ainda precisa ser descoberto no Brasil. Esperemos que essa parte de sua obra venha a ser melhor conhecida entre nós no futuro e para isso a divulgação e exibição desses filmes é fundamental. Rodrigo Conçole Lage é Professor de História, de Itaperuna-RJ, atualmente fazendo especialização em História Militar pela UNISUL, com artigos e resenhas sobre História e Literatura publicados em revistas acadêmicas.

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nº 225 - dezembro de 2014

PSICOLOGIA

A análise dos sonhos e o conhecimento da natureza humana

Camilo Mota Desde a publicação de “A interpretação dos sonhos” de Sigmund Freud, em 1900, a compreensão sobre a natureza humana ganhou novos significados. Ao incluir o conceito de Inconsciente no paradigma científico, o médico austríaco abriu as portas para a desconstrução de mitos e formalidades que ainda persistiam na sociedade de seu tempo. Seguindo um princípio determinista, típico da ciência forjada em fins do século XIX, Freud colocou o Inconsciente no centro das ações humanas, sendo tal componente o responsável pela configuração mesma do ser, influenciando todo o seu psiquismo e suas ações no mundo. Nesse contexto, os sonhos tomam papel primordial para o conhecimento do verdadeiro homem, de sua natureza profunda, que molda toda sua realidade exterior. O que até então era apenas objeto de especulação ou de interpretações alegóricas ou místicas, de cunho popular, passa a fazer parte do rol de estudos de base objetiva. Segundo Freud, “Os sonhos nunca dizem respeito a trivialidades: não permitimos que nosso sono seja perturbado por tolices. Os sonhos aparentemente inocentes revelam ser justamente o inverso quando nos damos ao trabalho de analisá-los” (FREUD, 1996, P. 213) Como bem afirma FROMM, Freud “reconheceu, pela primeira vez, o sintoma neurótico como algo determinado por forças dentro de nós mesmos, como algo que faz sentido quando se possui a chave para entendê-lo”. (FROMM, 1973, P. 45) Ainda que marcada por uma forte sexualização em

sua interpretação e restrita à ideia de que os sonhos sempre são realizações de desejos, a teoria freudiana serviu de base para desenvolvimento de novos caminhos para se chegar ao Inconsciente a partir do reconhecimento das imagens geradas nos períodos de sono. Um desses novos caminhos interpretativos foi proposto por Carl Gustav Jung, cujos seminários sobre interpretação de sonhos realizados em língua inglesa no período entre 1928 e 1930 chegam agora ao Brasil pela Editora Vozes (Seminários sobre análises de sonhos: notas do seminário dado em 1928-1930 por C.G. Jung. Organização de William McGuire. Tradução de Caio Liudvik. Petrópolis, Vozes, 2014). Durante muitos anos, esse material ficou restrito a um pequeno e seleto grupo e só tinham acesso a ele aqueles analistas que tivessem aprovação das instituições que os mantinham. Graças ao trabalho de organização desenvolvido inicialmente por R.F.C. Hull e complementado por William McGuire, os apreciadores da obra de Jung, estudantes e profissionais de psicologia e psicanálise têm em mãos um material riquíssimo em conteúdo para aprofundamento numa das áreas mais controversas da psicologia. Como ser objetivo com algo tão subjetivo? Nesse contexto, JUNG aponta um sinal: “O sonho é uma tentativa de assimilar coisas ainda não digeridas. É uma tentativa de cura” (JUNG, p. 43). E ao longo dos seminários, ele apresenta um conjunto de sonhos de seus pacientes e os coloca em discussão com o grupo de estudos. A cada página ele vai descortinando possibilidades, abrindo caminhos de interpretação, partindo de referen-

ciais do próprio sonhador, bem como estabelecendo ligações com temas universais (um sonho com um touro, por exemplo, leva Jung a fazer uma digressão sobre a relação com Mitra e a elaboração da vida social). Um detalhe interessante desta obra é a manutenção de certo tom mais trivial do discurso. As transcrições feitas mantiveram a fluência da palavra do médico suíço, o que nos permite acompanhar o raciocínio e, ao mesmo tempo, sentir como as ideias iam sendo construídas na medida em que apresentadas pelo autor. Também são mantidos os diálogos e intervenções dos participantes. Há momentos em que é possível perceber a sutileza do humor de Jung ao abordar algumas questões. Em outros, flui um conjunto de citações históricas e conhecimentos de culturas diversas que embasaram e deram sustentação a muito do que Jung desenvolveu

em suas teorias. É como se estivéssemos frente a frente com ele, sentindo também nosso Inconsciente mobilizado pelo conjunto sistêmico de seu raciocínio. Como citado anteriormente, há traços referenciados à teoria freudiana, mas Jung já aponta novos rumos em seu trabalho, desconstruindo a abordagem de seu iniciador na Psicanálise. Enquanto Freud postulava que nos sonhos certas imagens oníricas seriam expressões disfarçadas de algum sentimento (ao invés do paciente sonhar com o próprio médico, no sonho apareceria outra pessoa para representá-lo, como um mecanismo de disfarce, um ocultamento que precisaria ser desvendado), Jung já busca uma concretude maior em seu objeto de estudo: “Afirmo que o inconsciente diz o que quer dizer. A natureza nunca é diplomática. Se a natureza pro-

duz uma árvore, é porque quis fazer uma árvore, não se enganou querendo fazer um cachorro. E assim o inconsciente não busca disfarces, nós é que o fazemos”. (JUNG, p. 51) Ele extrapola o conceito de sexualidade e apresenta uma abordagem que vai do simbólico ao histórico, objetivando a construção de uma nova imagem do sujeito, que se vê frente a frente com sua realidade interior querendo ser conhecida. Jung apresenta nesses seminários praticamente todos os temas com que trabalhou ao longo de sua trajetória na construção da Psicologia Analítica: anima, animus, inconsciente coletivo, sombra, entre outros. É num destes seminários que ele apresenta pela primeira vez o conceito de Sincronicidade, que somente em 1930 viria a ser desenvolvido formalmente em livro. Os “Seminários sobre análise de sonhos” vêm enriquecer sobremaneira a literatura de psicologia disponível em língua portuguesa, acrescentando valiosas informações à tão vasta obra de Carl Jung e abrem um leque de opções para o estudo sistemático deste componente tão essencial em nossas vidas, o sonho, e que tantas vezes tratamos como uma coisa engraçada ou sem sentido. Para além desta compreensão, os seminários mergulham a fundo na dinâmica do Inconsciente e sua profusão de imagens que revelam seus significados na medida em que compreendemos sua dinâmica, seu movimento, sua historicidade: “São pequenos dramas, cada um com seu preâmbulo, situação dramática, catástrofe e solução, embora de certa forma estáticos. Porém, se analisarmos uma série de sonhos, descobriremos que há um

movimento, um movimento circular, ou melhor, uma espiral. E ainda, isto nos dá uma maior sensação de certeza e segurança em saber que uma suposição equivocada poderá ser corrigida ou verificada nos sonhos seguintes; e conseguimos ter uma muito melhor impressão da análise de sonhos quando podemos seguir uma série de sonhos da mesma pessoa”. (JUNG, p. 293) Provocador e perturbador de nossas consciências com seus conceitos que foram tidos por muitos como mais místicos do que científicos, Jung é uma referência fundamental para quem deseja se aprofundar no conhecimento da mente humana e trabalhar no sentido de levar o homem a sua individuação, fazendo a integração completa de todo o seu ser. REFERÊNCIAS

FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos I. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: edição standart brasileira. Volume IV. Rio de Janeiro, Imago, 1996. FROMM, Erich. A linguagem esquecida: uma introdução ao entendimento dos sonhos, contos de fadas e mitos. 4ª edição. Tradução de Octavio Alves Velho. Rio de Janeiro, Zahar, 1973. JUNG, Carl G. Seminários sobre análises de sonhos: notas do seminário dado em 1928-1930 por C.G. Jung. Organização de William McGuire. Tradução de Caio Liudvik. Petrópolis, Vozes, 2014.

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nº 225 - dezembro de 2014

Exposição de Antônia Lúcia e alunos prossegue até dia 20 em Araruama

Em Foco com Regina Mota

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Camilo Mota

Fotos: Camilo Mota

Embaixo da árvore - Na Praça Antônio Raposo, em Araruama, esse é o lugar mais aconchegante para apresentações de alguns estilos musicais, como é o caso do velho e nobre Rock and Roll. Atendendo a pedidos, a banda Os Caravelhos se apresentou no dia 20/11. Os fãs do grupo se divertiram muito e terminaram a noite com a esperança de ver o show se repetir mais vezes. Fica a dica.

Pecadores se despedem da antiga sede - No dia 28/11 o Pecadores Moto Clube, de Saquarema, fez uma festa de despedida da antiga sede do Pin Point. Eles irão aguardar o término das obras da nova sede. Enquanto isso os encontros deverão acontecer na rodoviária, que fica em frente das futuras instações do Purgatório.

Exemplo de escola - A Escola Municipal Honorino Coutinho, de Morro Grande, Araruama, sob a direção de Ricardo Adriano, respira cultura em todos os cantos. É um lugar que vale a pena ser visitado. Os trabalhos belíssimos dos alunos são orientados pela professora Meire Arcanjo, na foto ao lado de Ricardo, do prefeito Miguel Jeovani e da primeira dama e deputada estadual eleita, Marcia Jeovani.

Aniversário de Serguei - No mesmo dia 28/11 foi comemorado o aniversário do ícone do Rock and Roll, Serguei. Os 81 anos do roqueiro deram direito a muita música pelas bandas Vira Latas Groove e Santuarium. O bolo, presente dos Pecadores, trazia sua foto estampada na parte superior. A equipe do Jornal Poiésis deseja saúde, paz e sucesso... sempre!

Marcelo Figueiredo

Regina Mota

A artista plástica Antônia Lúcia e seus alunos do ateliêr Antoniarte estão com trabalhos em exposição na Casa de Cultura José Geraldo Caú, em Araruama até o dia 20 de dezembro. Com apoio da Prefeitura de Araruama, através da Secretaria de Cultura, a mostra reúne trabalhos

de 16 alunos além de pinturas de artistas da região que ministraram oficinas no atelier em 2014. A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h; sábado das 15h às 21h e domingo das 10 às 14h. Aprenda a pintar e desenhar O Ateliê Antoniarte aceita alunos de todas as idades e funciona na Avenida Getúlio Vargas, 221 sala 203 - Edifício da Renault, no Centro de Araruama. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 26654139 e 99993-8023.

Que o Menino Jesus, com sua Luz, ilumine os corações de todos e renove a esperança de um mundo de paz.

Feliz Natal e Próspero Ano Novo! Aulas de Italiano - Tiveram início em novembro as aulas de Italiano na Secretaria da Terceira Idade e Desenvolvimento Humano de Araruama. É sempre uma alegria muito grande poder traduzir em palavras o amor que se tem pelo belíssimo idioma do Mediterrâneo. Estou realizando o sonho de ensinar o que aprendi e plantar o amor pela Itália nos corações dos dedicados alunos.

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Musa da Terceira Idade - Um dos eventos de destaque da SETID Araruama é a escolha da Musa, que ocorre todo final de ano. Independente do resultado, o meu voto foi para todas elas. São exemplos de determinação, luta, força de vontade, simpatia e todos os bons adjetivos que existem. Parabéns!

Ó Filho do Espírito! Rompe tua gaiola e, assim como a fênix do amor, alça voo para o firmamento da santidade. Renuncia a ti mesmo e, prenhe do espírito da misericórdia, habita no reino da santidade celestial.

São os votos da deputada estadual eleita Marcia Jeovani

Feliz Natal e um 2015 cheio de realizações!

Bahá’u’lláh (1817-1892)

www.bahai.org.br

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“Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. (João 8, 12) Que a Luz de Deus abençoe todos os lares, traga conforto para os humildes e inunde os corações com amor.

São os votos do vereador Bruno Pinheiro

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