Gêneros Literários no Novo Testamento

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Gêneros literários do novo testamento
BASES PARA UMA EXEGESE DO NT
Cartas
21 dos 27 livros do Novo Testamento são cartas – comunicação espontânea e ocasional
Gênero epistolar
As cartas de Paulo são todas de ocasião. Tratam de diversas situações e problemas locais, formulam diversas doutrinas. Paulo não se preocupou muito profundamente com questões de estilo, embora às vezes se eleve à eloquência e força poética.
Paulo usa como fórmula litúrgica palavras que se referem a um evento central na vida de Cristo (e.g. 1 Co.11:23-26), às vezes fala de sua própria vida, ou se refere a episódios do Antigo Testamento (Rm. 9), e usa de alegoria para explicar alguns destes textos (Gl.4).
Com Paulo, narrativas geram teologia.
"O pensamento de Paulo é inteiramente não-histórico..." (Karl Barth)
Hebreus
Tipologias mais elaboradas
Estrutura quiástica
Transformação de material do Antigo Testamento

Não contém qualidades narrativas dos evangelhos, opera com suas próprias figuras, mais abstratas, mais intelectuais
Apocalipse
Gênero apocalíptico – o mesmo de Daniel
Faz referência a algum estado de coisas contemporâneo ao autor, mas o material é apresentado como pertencente a uma época mais remota.
Representado como se ocorresse em sonho ou visão
As figuras do sonho são artificiais e obscuras – ao estilo da poesia onírica medieval
Texto deliberadamente vago com simbologia múltipla
Os números permitem uma seleção de datas possíveis para o cumprimento dos eventos profetizados - o que permite que a obra seja adaptada a quase qualquer conjunto de circunstâncias
Literatura de crise: passado conhecido encaminhado para um futuro catastrófico
"Pequenos Apocalipses"

Marcos 13
Mateus 24
Lucas 21
1 Tessalonicenses 4:16-17
Pleroma - Plenitude
Passado

Plenitude da revelação de Jesus Cristo inaugurando um sacerdócio e mensagem do Reino de Deus (Gl.4:4)

Presente: intervalo de crise, entre a partida e a parousia de Cristo
Aplicação da Teoria da Estética da Recepção a Lucas 9:57-62
O contexto apresenta a temática que dá sentido à viagem de Jesus para Jerusalém:
é uma caminhada em direção ao cumprimento de sua missão – morrer e ressuscitar, e todo aquele que deseja segui-lo deve estar disposto a compartilhar tal destino. É a partir dessa compreensão que o texto escolhido deve ser lido.
Jesus dialoga com três pessoas a respeito do discipulado. Todos eles, de alguma forma, não compreendem o real sentido de associar-se a Jesus e são rejeitados.
De que maneira o narrador se refere aos personagens que dialogam com Jesus?
Eles são simplesmente indicados pelos pronomes indefinidos "alguém" (tis - v. 57) e "outro" (héteron - v. 59 e 61)
Como explicar, esclarecer o sentido dos textos antigos para os leitores modernos?
Layout de Título e Conteúdo com Lista
Leon Morris (Vida Nova)
Enquanto Jesus viajava, Lucas nos conta que alguns anunciaram sua intenção de segui-lo [...] o primeiro homem expressa sua disposição para seguir [...]
O segundo homem foi chamado por Jesus [...]
O terceiro homem, como o primeiro, ofereceu seus serviços" .


William Hendriksen (Cultura Cristã)
Com respeito ao primeiro aspirante, o que ele disse a Jesus é na realidade uma declaração notável, especialmente vinda, segundo afirma Mateus, de um escriba.
Enquanto o primeiro aspirante ofereceu-se a seguir Jesus, a este homem Jesus pede que o siga.[...] No sentido mais amplo do termo, ele, portanto, era um discípulo de Jesus.
E agora o terceiro aspirante, aquele cujo caso se acha descrito somente em Lucas.
Layout de Título e Conteúdo com Lista
É preciso
considerar o aspecto estético do texto
questionar o motivo da ausência de nomeações, não considerando a mesma como um problema
analisar o texto em seu processo comunicativo (presença e ausência de informações são elementos deste processo)
Indagar o impacto que o texto tem no interlocutor (A ausência de nomes desperta que tipo de reação?)
Ao utilizar o texto paralelo de Mateus para complementar as informações ausentes, Hendriksen demonstra, mesmo que não declaradamente, que o texto de Lucas não possui unidade interna, necessitando, dessa forma, de um apoio externo.
Se os personagens não são nomeados, isso significa que eles, em lugar de representarem apenas um sujeito histórico que desconheço, podem, no plano narrativo, representar "qualquer" sujeito?
Referências Bibliográficas
ALAND, K. et al (Eds). The Greek New Testament. 4 ª . ed. rev. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 1994, p. 241.
ALTER, Robert. A arte da narrativa bíblica. Tradução de Vera Pereira. São Paulo: Cia. das Letras, 2007.
BERKHOF, Louis. Princípios de interpretação bíblica. 2. ed. Tradução de Merval Rosa. São Paulo: JUERP, 1981.
HENDRIKSEN, William. Lucas. v. 2. Tradução de Walter Graciano Martins.São Paulo: Cultura Cristã, 2003 (Série: Comentário do Novo Testamento), p. 49, grifo do autor.
KERMODE, Frank. Introdução ao Novo Testamento. In: ALTER, Robert; KERMODE, Frank (Org.). Guia literário da Bíblia. São Paulo: UNESP, 1997, pp.403-415.
Cartas na ordem em que foram escritas
1 e 2 Tessalonicenses
Gálatas
1 e 2 Coríntios
Filipenses
Filemom
Romanos
Colossenses
Efésios
Hebreus
1 a 3 João
Tiago
Judas
1, 2 Timóteo e Tito
Atos dos Apóstolos
Mais propagandístico – em suas narrativas, Lucas trata continuamente de questões urgentes de política da Igreja contemporânea, tais como as relações entre judeus e gentios.

Com vínculos helenísticos mais fortes que nos evangelhos, Atos é o último dos livros inteiramente narrativos do Novo Testamento.
Diferenças e semelhanças entre os evangelhos
Isso pode ser atribuído a atitudes teológicas diferentes mas também são diferenças de estilo pessoal.
Narrativa é extremamente importante nos Evangelhos.

Marcos usa com frequência o dispositivo de intercalação com objetivos específicos

a figueira e o Templo em Mc.11)
Gêneros Textuais
O gênero textual é a forma como a língua é empregada nos textos em suas diversas situações de comunicação, de acordo com o seu uso temos gêneros textuais diferentes.
Os textos, tanto orais quanto escritos, que têm o objetivo de estabelecer algum tipo de comunicação, possuem algumas características básicas que fazem com que possamos saber em qual gênero textual o texto se encaixa. 
Algumas dessas características são: o tipo de assunto abordado, quem está falando, para quem está falando, qual a finalidade do texto, qual o tipo do texto (narrativo, argumentativo, instrucional, etc.).


Distinguindo...
Gênero Literário – nestes os textos abordados são apenas os literários, diferente do gênero textual, que abrange todo tipo de texto. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma, podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, narrativo, entre outros.

Tipo textual – este é a forma como o texto se apresenta, podendo ser classificado como narrativo, argumentativo, dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma dessas classificações varia de acordo como o texto se apresenta e com a finalidade para o qual foi escrito.
A importância da Teoria Literária para a Exegese Bíblica
Intencionalidade da escolha por cada gênero.

Intencionalidade de presença e ausência de elementos.

Estética da Recepção - leva em conta:
a dinâmica comunicativa
o interlocutor primário e seu contexto
Introdução ao Novo Testamento
Sequência cronológica e sequência de disposição dos livros.
As epístolas Paulinas foram as primeiras a ser escritas
– a primeira, dentre elas, a carta aos Tessalonicenses.
Relações entre os quatro Evangelhos.
Identificação de técnicas específicas em domínio cultural da língua grega
Técnicas judaicas
Estrutura Literária do Novo Testamento
Evangelhos (40 a 65 d.C.)
Parábolas
Narrativas (relatos)
Controvérsias
argumentação
Poesia
Paralelismo
quiasmo
Profecia
Discurso


Atos dos Apóstolos (57 a 62 d.C.)

Cartas

Apocalipse
Evangelhos
O que é um evangelho?
do grego evangelion "as boas novas" – usado em proclamações imperiais
originalmente proclamações orais
Proclamação oral dos ensinamentos e da ressurreição de Jesus
Os meios existentes de escrever biografia afetariam os meios pelos quais isso poderia ser feito sem força-los a ser biografias em nenhum sentido formal – já que mistura narrativa e legislação
Caracteriza sua construção sobre a estrutura do Antigo Testamento
Emprego de técnicas judaicas
A Bíblia dos autores do Novo Testamento era a Bíblia Hebraica (e suas traduções e paráfrases gregas e aramaicas) – portanto, o Antigo Testamento molda as narrativas do Novo Testamento.
Mistura de narrativa e legislação
Texto escrito em grego com disposição lírica judaica (quiasmo)
Lucas 9
Carta aos Hebreus
Os tipos do Antigo Testamento são coroados por seus antítipos
Moisés por Jesus
Melquisedeque por Cristo
A lei e Cristo
Sentido tipológico da narrativa mosaica nas cartas paulinas (1 Co.10; 2 Co. 3)
Emprego de técnicas judaicas
Em Mateus prega a lei transformada e cumprida, com o maior número de citações do Antigo Testamento.
A narrativa da paixão apoia-se com muito mais peso nas Escrituras Hebraicas. Os últimos cinco capítulos de Marcos contêm 57 citações do Antigo Testamento e 160 alusões a ele, sem mencionar 60 passagens onde há influência do Antigo Testamento.
Midrash – atualização as antigas histórias, ajustando-as às necessidades do momento. Os evangelistas praticaram o que se conhece como proto-midrash. Mesmo assim, as narrativas não perdem seu tom realista, e com isso criaram um gênero literário específico e único.
Diferenças e semelhanças entre os evangelhos
João nega a seu livro o título de Evangelho. Relata o encontro de Jesus com Nicodemos, a ressurreição de Lázaro.
Mateus modera o que em Marcos é impetuoso e abrupto (Mc.6; Mt.13 ou Mc.4 e Mt.13).
Na narrativa da tentação, Marcos é conciso e misterioso, Mateus e Lucas lhe dão expansão narrativa.
Mateus tem 3 tentações no estilo do conto folclórico
Lucas aperfeiçoa a sequência, reforçando sua conexão com a história toda e seu aspecto exemplar
Referências Bibliográficas
MORRIS, Leon. Lucas. Introdução e comentário. Tradução de Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 1983 (Série Cultura Bíblica), p. 170-171.
LEONEL, João. Estudos literários aplicados à Bíblia: dificuldades e contribuições para a construção de uma relação. In: ______. ZABATIERO, Júlio. Bíblia, literatura e linguagem. São Paulo: Paulus, 2011.ALTER, Robert. A arte da narrativa bíblica. Tradução de Vera Pereira. São Paulo: Cia. das Letras, 2007.
VIRKLER, Henry A. Hermenêutica: princípios e processos de interpretação bíblica. Tradução de Luiz Aparecido Caruso. São Paulo: Editora Vida, 1990.
ZILBERMAN, Regina. Estética da Recepção e História da Literatura. São Paulo: Ática, 1989. MORRIS, Leon. Lucas. Introdução e comentário. Tradução de Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 1983 (Série Cultura Bíblica), p. 170-171.
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça,
para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.

2 Timóteo 3:16,17


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