Germinação de Sementes de Forrageiras em Diferentes Profundidades de Semeadura

June 1, 2017 | Autor: Paulo Roberto | Categoria: Experimental Design
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II CONGRESSO DE FORRAGICULTURA E PASTAGENS UFLA/NEFOR- LAVRAS-MG 14 a 16 de Junho de 2007

Germinação de Sementes de Forrageiras em Diferentes Profundidades de Semeadura Adauton Vilela de Rezende1, Hélio Henrique Vilela2, Geraldo Benedito de Souza Almeida3, Paulo Roberto Correa Landgraf1, Gustavo Augusto Andrade1, Paulo de Figueiredo Vieira1 1

Prof. DSc. da Faculdade de Agronomia e Zootecnia – UNIFENAS – e-mail: [email protected] Zootecnista, MSc. em Ciência Animal. 3 Aluno de graduação em Agronomia - UNIFENAS 2

Resumo: O experimento foi conduzido na Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS, em Alfenas, MG, com objetivo de avaliar a germinação de sementes de forrageiras em diferentes profundidades de semeadura. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com três repetições, sendo utilizadas quatro forrageiras e quatro profundidades de semeadura, totalizando 20 tratamentos. As sementes utilizadas foram das forrageiras Brachiaria decumbens, Brachiaria brizantha cv. Marandu, Panicum maximum cv. Tanzânia e Stylosanthes spp. cv. Campo Grande, semeadas a 2,5, 5,0, 10,0 e 15,0 cm de profundidade. Para análise dos dados foi considerada a germinação observada no 30o dia após a semeadura e para comparação das médias foi utilizado o teste de Scott-Knott a 5%. Para as sementes de B. decumbens, melhores germinações ocorreram nas profundidades de 2,5, 5,0 e 10,0 cm, enquanto que para a B. brizantha e Stylosanthes spp. cv. Campo Grande, foram observadas melhores germinações nas profundidades de 2,5 e 5,0 cm. Para as sementes de Tanzânia não foram observadas diferenças de germinação entre as profundidades. Concluiu-se que para as forrageiras B. decumbens, B. brizantha e Tanzânia, a melhor profundidade de semeadura foi a 5,0 cm e para o Stylosanthes spp. cv. Campo Grande, a 2,5 cm de profundidade. Palavras–chave: stylosanthes, germinação, semeadura Germination of Forage Seeds at Different Sowing Depths Abstract: The experiment was conducted at José do Rosário Vellano University - UNIFENAS, in Alfenas, MG, with the purpose of evaluating the germination of forage seeds at different sowing depths. The experimental design was in randomized blocks with three replicates, four forages plants and four sowing depths being utilized, amounting to 20 treatments. The seeds utilized were from the forages Brachiaria decumbens, Brachiaria brizantha cv. Marandu, Panicum maximum cv. Tanzania and Stylosanthes spp. cv. Campo Grande, sown at 2.5, 5.0, 10.0 and 15.0 cm deep. For the analysis of the data, the germination observed on the 30th day after sowing was considered and for comparison of the means, the 5% Scott-Knott test was utilized. For the seeds of B. decumbens, best germinations occurred at the depth of 2.5, 5.0 and 10.0 cm, while for B. brizantha and Stylosanthes spp. cv. Campo Grande, better germinations were found at the depths of 2.5 and 5.0 cm. For the Tanzania seeds, no germination differences were found among the depths. It follows that for forages B. decumbens, B. brizantha and Tanzania, the best sowing depth was at 5.0 cm and for Stylosanthes spp. cv. Campo Grande at 2.5 cm in depth. Key words: stylosanthes, germination, sowing Introdução A profundidade de plantio é um fator muito importante a ser analisado. É crença generalizada que o plantio de forrageiras deve ser feito na camada superficial. Esta crença provavelmente se origina do fato de que, realmente, algumas espécies como o jaraguá, braquiária, colonião e gordura estabelecem-se bem em plantios superficiais (EMBRAPA,1982). Outro motivo que tem levado a esta preferência pelo plantio superficial, são os próprios resultados de pesquisa, já que os experimentos de profundidade de plantio, na sua maioria, foram realizados em casas de vegetação, com controle de radiação, temperatura, umidade do ar e do solo (EMBRAPA,1982). Porém, o que ocorre no campo pode ser bem diferente. A deficiência hídrica do solo, por exemplo, principalmente nas camadas mais superficiais, que após algumas horas de insolação já estão ressequidas, impede a fixação das raízes da plântula. A temperatura do solo que frequentemente ultrapassa os 50°C, é outro fator negativo (EMBRAPA,1982). As instituições de ensino e pesquisa não recomendam o plantio de sementes em camadas mais profundas do solo pelo fato de possivelmente influenciar negativamente a 1

germinação, gerando-se uma grande dúvida da profundidade ideal de semeadura das forrageiras. Neste sentido, este experimento teve como objetivo avaliar a influência da profundidade de semeadura na germinação de sementes de forrageiras. Material e Métodos O experimento foi conduzido em canteiros de alvenaria do viveiro de produção de mudas florestais da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS, em Alfenas MG. O município de Alfenas está localizado na região sul de Minas Gerais e suas coordenadas geográficas são 210 23' latitude (S) e 45° 57' longitude (W), com altitude média de 880 m. Possui temperatura e precipitações médias anuais de 18 a 23oC e 1400 a 1800 mm, respectivamente, sendo o clima caracterizado subtropical úmido. Para a semeadura em campo foi utilizado o delineamento em blocos casualizados, em esquema fatorial 4x4, sendo quatro forrageiras e quatro profundidades de semeadura, com três repetições de 100 sementes, totalizando 16 tratamentos. Foram utilizadas sementes de três espécies de gramíneas: Brachiaria brizantha cv. Marandu, Brachiaria decumbens, Panicum maximum cv. Tanzânia e uma espécie de leguminosa: Stylosanthes ssp.cv. Campo Grande, semeadas a 2,5 cm, 5,0 cm, 10,0 cm e 15,0 cm de profundidade. A semeadura foi realizada manualmente no dia sete de novembro de 2006, em canteiros de alvenaria, com substrato composto por três partes de areia lavada e uma parte de solo de barranco, sendo efetuada em sulcos com as profundidades estabelecidas. Em cada sulco foram semeadas 100 sementes. A germinação foi acompanhada, colhendo-se os dados no sétimo, décimo quarto, vigésimo primeiro e trigésimo dias após a semeadura. Para análise dos dados foi considerada a germinação observada no trigésimo dia, sendo os dados submetidos à análise de variância pelo programa SISVAR (Ferreira, 2000) e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5%. Resultados e Discussão Pela análise de variância observamos que houve efeito significativo (p < 0,05) para a germinação das forrageiras estudadas, profundidade de semeadura e interação forrageira x profundidade. As porcentagens de germinação, no 30o dia após a semeadura estão representadas na tabela 1. TABELA 1. Porcentagem de germinação das sementes de Brachiaria decumbens, Brachiaria brizantha, Panicum maximum cv. Tanzânia e Stylosantes guimensis, em diferentes profundidades. UNIFENAS, Alfenas - MG, 2006. Profundidade (cm) Forrageira

2,5

5,0

10,0

15,0

Média

B. decumbens

23,66 Aa

32,66 Aa

17,66 Aa

3,33 Ab

19,33 A

B. brizantha

26,33 Aa

26,66 Aa

11,33 Ab

2,00 Ab

17,33 A

Tanzânia

7,33 Ba

12,00 Ba

1,33 Ba

0,00 Aa

5,16 B

Estilosantes

26,66 Aa

15,33 Ba

1,00 Bb

0,00 Ab

10,75 B

Média

21,00 a

22,41 a

7,83 b

1,33 b

13,42

CV (%)

62,47

* Médias seguidas da mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (p< 0,05).

Observou-se que de maneira geral as maiores porcentagens de germinação ocorreram com as sementes de Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha, sendo as maiores porcentagens de germinação observadas nas profundidades de 2,5cm e 5,0 cm. Para as sementes de Brachiaria decumbens, menor porcentagem de germinação foi observado na profundidade de 15,0 cm. No entanto para as profundidades de 2,5 cm, 5,0 cm e 10,0 cm não foram detectadas diferenças estatísticas. A menor porcentagem de germinação observada para a profundidade de 15,0 cm, possivelmente possa ser explicada pela menor oxigenação das sementes e pela baixa incidência de luz, uma vez que a maioria das sementes de gramíneas forrageiras são fotoblásticas positivas (RODRIGUES & REIS 1994). Para a forrageira P. maximum cv. Tanzânia não foi verificada diferenças sobre as porcentagens de germinação nas diferentes profundidades. 2

Em relação à germinação das sementes de Brachiaria brizantha e Stylosantes guianensis, as maiores porcentagens de germinação ocorreram nas profundidades de 2,5cm e 5,0 cm podendo ser explicado pelas melhores condições edafoclimáticas nestas profundidades. De maneira geral observou-se um baixo percentual de germinação nas sementes de Estilosantes. Para a profundidade de 2,5 cm observou-se que a menor germinação ocorreu para as sementes de Tanzânia, podendo se explicada pelo baixo vigor das sementes desta forrageira e também pelas condições edafoclimáticas desfavoráveis nesta profundidade, principalmente pela ocorrência de maior temperatura, levando a uma maior evaporação da água e, consequentemente, afetando a germinação das sementes. Nas profundidades de 5,0 cm e 10,0 cm, as sementes de Brachiaria brizantha e Brachiaria decumbens apresentaram melhores porcentagens de germinação, o que pode ser explicado pelo maior vigor das sementes. No entanto para a profundidade de 15,0 cm, não foi verificado diferenças sobre a germinação das sementes das forrageiras. Conclusões Houve influência da profundidade de semeadura na germinação das sementes das forrageiras, sendo que para as forrageiras B. decumbens, B. brizantha e Tanzânia, a melhor profundidade de semeadura foi a 5,0 cm e para o Estilosantes, a 2,5 cm de profundidade. Literatura citada EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte, Campo Grande, MS. Efeito de épocas, densidades e profundidades de semeadura sobre a formação de pastagens cultivadas. In: Projetos de Pesquisa, 1982. FERREIRA, D.F. SISVAR: Sistema de Análise de Variância. Lavras – MG:UFLA, 2000. RODRIGUES, L. R. A.; REIS, R. A. Estabelecimento de outras forrageiras em áreas de Brachiaria spp. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 11., 1994, Piracicaba. Anais... Piracicaba:FEALQ, 1994. p.299-325.

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