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May 25, 2017 | Autor: V. Araújo dos Santos | Categoria: Inovação tecnológica, Inovação, Empreendedorismo, Questionário, Incubadoras De Empresas
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE DE MACAÉ – ICM DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

ORIENTADOR: LUCIANO JOSÉ DE OLIVEIRA ALUNO: VICTOR ARAÚJO DOS SANTOS

GESTÃO DA INOVAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A INCUBADORA DE EMPREENDIMENTOS TECNOLÓGICOS DE MACAÉ

MACAÉ DEZEMBRO, 2016

GESTÃO DA INOVAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A INCUBADORA DE EMPREENDIMENTOS TECNOLÓGICOS DE MACAÉ

VICTOR ARAÚJO DOS SANTOS

Monografia apresentada ao curso de Bacharel em Administração da Universidade Federal Fluminense – Macaé, RJ, apresentado à Universidade

Federal

Fluminense



Macaé/RJ, como requisito parcial para conclusão de Curso, sob orientação do professor Luciano José de Oliveira.

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MACAÉ 2016

GESTÃO DA INOVAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A INCUBADORA DE EMPREENDIMENTOS TECNOLÓGICOS DE MACAÉ

VICTOR ARAÚJO DOS SANTOS

Monografia apresentada ao curso de Bacharel em Administração da Universidade Federal Fluminense – Macaé, RJ apresentado à Universidade

Federal

Fluminense



Macaé/RJ, como requisito parcial para conclusão de Curso, sob orientação do professor Luciano José de Oliveira.

Avaliada em: __/__/____ Comissão Examinadora:

__________________________________________________ Prof. Ailton da Silva Ferreira, D.Sc. – UFF/Macaé

_____________________________________________________ Prof. Denise Cristina de Oliveira, D.Sc. - UFF/Macaé

_____________________________________________________ Prof. Luciano José de Oliveira, D.Sc. – UFF/Macaé ORIENTADOR

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha mulher, Lívia, com quem tenho sorte de estar, pelo fundamental apoio durante mais esta etapa em minha vida.

AGRADECIMENTOS

Não posso expressar com devida justiça a dimensão da minha gratidão à minha família, minha mãe Marilene, meu pai Joseilson e meu irmão Felipe, por todo o suporte e amparo fornecido durante toda a minha vida até aqui. Agradeço, com igual intensidade, minha mulher, Lívia, pelo incessante apoio e pela constante presença ao meu lado, nos momentos menos e nos mais felizes. Às amizades, essenciais nesta caminhada, que tive o prazer de fazer neste período de faculdade, e que espero levar para o futuro. Aos ótimos professores com quem tive a satisfação de aprender durante esta formação, que me proporcionaram a oportunidade de absorver alguma fração de seus conhecimentos, expressados com dedicação e zelo na nobre atividade da docência. Manifesto meus agradecimentos aos servidores públicos, funcionários da incubadora, que me receberam com total abertura e prestatividade em minhas visitas ao local. Aos representantes das empresas incubadas que, muito prestativamente, se disponibilizaram para o levantamento dos dados e se propuseram a fornecer os insumos necessários para a realização da pesquisa. E, finalmente, estendo meus agradecimentos ao meu orientador, professor Luciano Oliveira, pelo direcionamento durante a execução deste trabalho.

“É a mudança, mudança contínua, mudança inevitável, que é o fator dominante na sociedade hoje. Nenhuma decisão sensata pode mais ser tomada sem levar em conta o mundo não apenas como ele é, mas o mundo como ele será.” (Isaac Asimov)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANPROTEC ARPA-E BIC BIS

Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores Advanced Research Projects Agency-Energy (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada em Engergia) Business Innovation Centers (Centros de Inovação em Negócios) Department for Business, Innovation & Skills (Departamento de Negócios, Inovação e Competências)

BNDES

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CDT

Centros de Desenvolvimento Tecnológico

CERN

Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire (Conselho Europeu para a Pesquisa Nuclear)

CERNE

Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos

CNPJ

Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

CNPQ

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

DARPA

Defense Advanced Research Projects Agency (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa)

DTI

Department of Trade and Industry (Departamento de Comércio e Indústria)

FINEP

Financiadora de Estudos e Projetos

IMCT

Instituto Macaé de Ciência e Tecnologia

ITS

Information Technology Services (Serviços de Tecnologia da Informação)

KfW Bank

Kreditanstalt für Wiederaufba Bank (Banco do Instituto de Crédito de Reconstrução)

MCTI

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

MEI

Microempreendimentos Individuais

OCDE

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

P&D

Pesquisa e Desenvolvimento

SBDC

SBIR

Small Business Development Centers (Centros de Desenvolvimento de Pequenos Negócios) Small Business Innovation Research (Pesquisa em Inovação para Pequenos Negócios)

SEBRAE

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

TIC

Tecnologias de Informação e Comunicação

UFRJ

Universidade Federal do Rio de Janeiro

UK

United Kingdon (Reino Unido)

US

United States (Estados Unidos)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Crescimento da Indústria Mundial de Incubadoras................................................... 29 Figura 2: Evolução anual do número de incubadoras em operação no Brasil .......................... 30 Figura 3: Impacto teórico de uma incubadora no crescimento de uma empresa ...................... 31 Figura 4: Evolução das incubadoras no contexto internacional ............................................... 32 Figura 5: Níveis de Abrangência do Modelo............................................................................ 34 Figura 6: Elementos do Modelo CERNE ................................................................................. 35 Figura 7: Lógica de Organização dos Níveis de Maturidade ................................................... 37 Figura 8: Estrutura de Credenciamento e Certificação ............................................................. 38 Figura 9: Modalidades de Participação .................................................................................... 44 Figura 10: Número de funcionários da empresa. ...................................................................... 49 Figura 11: Tempo de existência do empreendimento ............................................................... 49 Figura 12: O que a empresa oferece. ........................................................................................ 50 Figura 13: Tipo de inovação oferecida ..................................................................................... 50 Figura 14: Área de atuação da empresa .................................................................................... 51 Figura 15: nível de qualidade dos recursos e estrutura física da incubadora ........................... 52 Figura 16: Nível de qualidade dos treinamentos e capacitações oferecidos............................. 52 Figura 17: A incubadora favoreceu a aquisição de algum novo cliente? ................................. 53 Figura 18: Houve influência da incubadora na diretriz estratégica do empreendimento? ....... 53 Figura 19: Maior diferencial dentre os recursos oferecidos pela incubadora. .......................... 54 Figura 20: Crescimento percebido desde a entrada na incubadora .......................................... 54 Figura 21: Impacto da incubação para o desenvolvimento do negócio. ................................... 55 Figura 22: Empresas que possuíam um plano de negócios anterior à incubação ..................... 56 Figura 23: Empresas que possuem atualmente um plano de negócios ..................................... 56

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ......................................................................................................................... 4 AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... 5 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................................ 7 LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ 9 SUMÁRIO ................................................................................................................................ 10 RESUMO ................................................................................................................................. 12 ABSTRACT ............................................................................................................................. 13 CAPÍTULO I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................... 14 1.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 15 1.2.1 OBJETIVO PRINCIPAL ......................................................................................... 15 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 16 1.3 PROBLEMÁTICA ......................................................................................................... 16 1.4 HIPÓTESE...................................................................................................................... 16 1.5 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 17 1.6 DELIMITAÇÃO ............................................................................................................. 18 1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 19 CAPÍTULO II - REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 20 2.1 INOVAÇÃO ................................................................................................................... 20 2.1.1 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ............................................................................... 23 2.1.2 GERENCIAMENTO DA INOVAÇÃO .................................................................. 25 2.2 EMPREENDEDORISMO .............................................................................................. 26 2.3 INCUBADORAS DE EMPRESAS................................................................................ 28 2.3.1 MODELOS DE REFERÊNCIA PARA INCUBADORAS ..................................... 32 2.3.2 MODELO CERNE ................................................................................................... 33

CAPÍTULO III - METODOLOGIA ........................................................................................ 41 3.1 TIPO DE PESQUISA ..................................................................................................... 41 3.2 COLETA DE DADOS.................................................................................................... 42 3.3. LIMITAÇÕES DO MÉTODO ...................................................................................... 42 CAPÍTULO IV – CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO..................................................... 43 4.1 A INCUBADORA DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES DE MACAÉ .......... 43 4.1.1 ESTRUTURA E RECURSOS ................................................................................. 43 4.1.2 MACAÉ TECHNO PARK ...................................................................................... 44 4.1.3 PROCESSO SELETIVO ......................................................................................... 46 CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 47 5.1 RESULTADOS .............................................................................................................. 47 5.1.1 ASPECTOS GERAIS .............................................................................................. 47 5.1.2 PERFIL DAS EMPRESAS INCUBADAS ............................................................. 48 5.1.3 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE INCUBAÇÃO ............................................... 51 5.2 DISCUSSÃO .................................................................................................................. 57 CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 60 5.1 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 60 5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......................................................... 61 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 62 APÊNDICE I – QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS EMPRESAS INCUBADAS ................. 65

RESUMO

O crescente reconhecimento da importância da inovação enquanto aspecto fundamental para o desenvolvimento econômico tem situado este tema no topo das agendas empresariais e governamentais. A fim de colaborar com este movimento, diferentes iniciativas de suporte e incentivo a empreendimentos inovadores têm se multiplicado em todo o país. O presente trabalho tem como objetivo investigar a atuação das incubadoras de empresas no processo de fomento à inovação, através de um estudo de caso realizado tendo como objeto uma incubadora municipal de empreendimentos tecnológicos no estado do Rio de Janeiro. A partir de pesquisa exploratória teórica e de campo e de dados coletados através de questionário estruturado, buscou-se elucidar os principais aspectos relevantes acerca da gestão eficiente e apoio aos novos empreendedores com potencial inovador. Baseado em um estudo de caso sobre a Incubadora, avaliou-se de que maneira o suporte oferecido se relaciona com o sucesso dos negócios geridos e, finalmente, de que maneira trabalhar para a melhoria da atuação da incubadora ante a seus objetivos, além de permitir verificar a carência de elementos que permitem classificá-la dentro dos primeiros níveis em função de modelo de referência para incubadoras a nível nacional.

Palavras-chave: inovação, inovação tecnológica, empreendedorismo, incubadora de empresas, questionário.

ABSTRACT

The increasing recognition of the importance of innovation as a key aspect of economic development has placed this theme at the top of business and government agendas. In order to collaborate with this movement, different initiatives of support and incentive to innovative enterprises have multiplied throughout the country. This study aims to investigate the performance of business incubators in the process of promoting innovation, through a case study carried out with the purpose of a municipal incubator of technological enterprises in the state of Rio de Janeiro. From theoretical and field exploratory research and data collected through a structured questionnaire, it is sought to elucidate the main relevant aspects about efficient management and support to new entrepreneurs with innovative potential. Based on a case study about the Incubator, it is evaluated how the support offered is related to the success of the managed business and, finally, how to improve the incubator's performance in view of its objectives, besides allowing to check the lack of elements that allow to classify it in the first levels according to reference model for incubators at national level.

Keywords: innovation, technological innovation, entrepreneurship, business incubator, questionnaire.

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CAPÍTULO I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este capítulo introduz de maneira breve o conceito de inovação, que será referenciado no decorrer deste trabalho, situando-os e relacionando-os na apresentação da discussão a ser realizada a cerca das incubadoras de empresas. Além disso, apresentará o tipo de trabalho realizado, os objetivos, problemática, hipótese e justificativa que o fundamentam.

1.1 INTRODUÇÃO

Acompanhado do desenvolvimento econômico acelerado, do acirramento de competitividade em mercados globais e dos avanços técnicos e em gerenciamento, o debate acerca da inovação vem se intensificando nos ambientes acadêmico, empresarial e governamental. Neste sentido, o esforço para a implementação de políticas eficazes de estímulo à inovação tornou-se um dos eixos estruturantes da atuação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE (PLONSKI, 2005). Não por acaso, o tema passou a figurar na agenda de governos em diferentes níveis, com a elaboração de políticas industriais e econômicas que não apenas o incluíssem, mas se orientassem por este fim. A OCDE (Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento), em 1992, em consonância com sua diretriz que estabelece a promoção de políticas que busquem alcançar o mais alto nível de desenvolvimento econômico sustentável e de emprego e um padrão de vida progressivamente melhor nos países membros, mantendo ao mesmo tempo a estabilidade financeira e contribuindo, por conseguinte, para o desenvolvimento da economia mundial (OCDE, 1961) elabora e divulga o Manual de Oslo, uma proposta de diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação tecnológica (OCDE, 2004). No Brasil, apesar da existência de um banco nacional de desenvolvimento (BNDES) e de um ministério da União (MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) dedicado a este propósito, ainda é recente a discussão a respeito deste tema. Com efeito, apenas no ano de 2004 o Manual de Oslo foi traduzido para o português brasileiro e difundido nacionalmente, numa parceria com a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) (PLONSKI, 2005).

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Neste sentido, com a crescente importância dedicada ao tema da inovação, o número de incubadoras de empresas e de parques tecnológicos tem aumentado no mundo, como um esforço de organizações públicas e privadas com o objetivo de estimular o desenvolvimento de novas tecnologias e de empreendimentos inovadores. No Brasil, de acordo com dados de 2015, o faturamento estimado de empresas incubadas e graduadas superou os 15 (quinze) bilhões de reais, sendo cerca de 13,8 bilhões por impacto das empresas já graduadas e cerca de 1,5 bilhão por parte das empresas ainda sob o processo de incubação (ANPROTEC et al., 2016c). Estes números demonstram o acelerado crescimento do movimento de incubadoras no país e seu enorme impacto na economia nacional. Baseados neste quadro, gestores em diferentes níveis da administração pública, em especial a níveis locais, iniciaram a adoção de políticas que se orientem por este fim, criando incubadoras, parques tecnológicos e outros órgãos de fomento à inovação que colaborem na produção de riquezas, na geração de empregos, na concepção e aplicação de conhecimentos e de tecnologias de maneira útil para a sociedade. Este trabalho baseou-se neste contexto para realizar um estudo de caso tendo com objeto a Incubadora Municipal de Empreendimentos Inovadores da cidade de Macaé. Foi realizada uma pesquisa de campo para coleta de dados, bem como elaborado um referencial teórico para sustentar a análise crítica destes.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO PRINCIPAL

O objetivo principal deste trabalho consiste em apresentar os conceitos da inovação e um dos diferentes formatos de sistemas de incentivo à inovação tecnológica existentes nas organizações e na sociedade, as incubadoras de empresas. Para tanto, realiza-se um estudo de caso tendo como objeto a Incubadora de Empreendimentos Tecnológicos da cidade de Macaé.

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1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Desta forma, são relatados os objetivos específicos que balizam a busca pelo atingimento do objetivo central do trabalho, a saber: 1. Apresentar o processo de constituição da incubadora e o período de incubação das empresas, descrevendo cada etapa e sua correlação com os avanços esperados nas etapas de maturação do negócio, buscando identificar os fatores cruciais que colaboram para o êxito dos empreendimentos; 2. Comparar a estrutura da Incubadora, seus processos internos e as atividades com modelos de referência existentes a nível nacional; 3. Analisar criticamente o trabalho conduzido pela Incubadora, listando os principais pontos fortes e os itens passíveis de melhoria a serem aprimorados, utilizando referências conceituais como o Modelo de Referência Para Apoio a Novos Empreendimentos do CERNE (Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos).

1.3 PROBLEMÁTICA

O processo de incubação, aliado à capacitação das empresas, técnicas de aprendizagem organizacional e da convivência no ambiente de um ecossistema inovador colaboram de forma crucial para o sucesso destes empreendimentos? Quais as virtudes e quais pontos que carecem de melhorias na Incubadora Municipal de Macaé, a fim de aprimorar sua função de catalisadora de inovações?

1.4 HIPÓTESE

A Incubadora de Empreendimentos Tecnológicos de Macaé se mostrou uma iniciativa promissora em seu objetivo de promover a capacitação e maturação de novos negócios inovadores no município, mostrando-se como um diferencial competitivo no processo de amadurecimento destes empreendimentos, aumentando a sua capacitação e expertise em conhecimentos fundamentais para o sucesso do negócio e, por consequência, elevando suas

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chances de sucesso no mercado. Existem, no entanto, aspectos passíveis de avaliação neste processo, elencando elementos carentes de ações corretivas e melhorias.

1.5 JUSTIFICATIVA

No atual cenário econômico dinâmico e globalizado e com o avanço tecnológico cada vez mais acelerado, a inovação, cada vez mais, deixa de ser uma vantagem “extra” e passa a figurar como condição fundamental para a competitividade nos mais variados mercados. Esta configuração justifica os cada vez mais vultosos investimentos financeiros no setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) por parte das organizações públicas e privadas. Assim, começa a tornar-se um assunto recorrente na produção bibliográfica acadêmica a discussão acerca da importância estratégica da inovação e do desenvolvimento tecnológico para empresas, indústrias, setores, países, blocos econômicos e até mesmo para a economia global. A necessidade de uma reforma econômica que não apenas inclua, mas se oriente a partir de um modelo viável em termos de sustentabilidade social, econômica, ambiental, etc., apenas torna esta questão mais relevante e urgente. Com esta evolução, cada vez mais grandes empresas passam a possuir um departamento exclusivamente dedicado a este fim (os setores de P&D) e a valorizar sua atuação coordenada com a visão e os objetivos organizacionais. Na esfera pública, alguns países possuem órgãos de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, sejam ministérios, empresas estatais, agências ou semelhantes. Internacionalmente, a discussão começa a ganhar terreno, com o debate acerca do funcionamento e da atuação de órgãos e programas como o DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency), a ARPA-E (Advanced Research Projects Agency-Energy) e o SBIR (Small Business Innovation Research) nos EUA, o CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire) na União Européia, BIS (Department for Business, Innovation & Skills) no Reino Unido, KfW (Kreditanstalt für Wiederaufba) Bank na Alemanha, entre outros. Não são ainda tão fartos, todavia, análises objetivas destes órgãos e de suas ações e programas em relação aos objetivos alcançados, isto é, no que se refere efetivamente às inovações realizadas e seus efeitos. A relevância acadêmica deste trabalho justifica-se principalmente pela carência de pesquisas prévias que abordassem o tema em questão na cidade de Macaé, com a devida importância, em especial sob a ótica gerencial e expressão estratégica que o tema confere. A escassez de estudos e referenciais sobre o assunto mostra-se incompatível com a

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proeminência deste para a melhoria desta política pública da administração municipal, bem como para o melhor aproveitamento por parte das empresas submetidas ao processo de incubação.

1.6 DELIMITAÇÃO

O presente trabalho avalia um estudo de caso sobre a atuação da Incubadora de Empreendimentos Tecnológicos da cidade de Macaé (RJ) como catalisadora de negócios inovadores no município, sua efetividade no alcance do sucesso por parte destas empresas submetidas ao processo de incubação, através de uma pesquisa de campo in loco, um questionário aplicado e de densa pesquisa bibliográfica para embasamento teórico.

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1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO

Esta monografia está dividida em 6 (seis) capítulos, a saber:

CAPÍTULO I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS: Neste capítulo apresentam-se, de forma introdutória, alguns conceitos básicos referentes ao tema, além de constar as principais diretrizes da pesquisa: os objetivos, a problemática, a hipótese, a delimitação, a justificativa e a própria estrutura do trabalho. CAPÍTULO II - REFERENCIAL TEÓRICO: Neste capítulo, fundamentam-se os conceitos mais importantes e requeridos durante a pesquisa, relacionados à inovação, ao empreendedorismo e às incubadoras de empresas, compondo a base teórica em que se respalda o trabalho. CAPÍTULO III – METODOLOGIA: Neste capítulo, expõe-se o tipo de pesquisa realizada e como se deu a coleta dos dados. CAPÍTULO IV – CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO: Neste capítulo, apresentase a incubadora estudada, descrevendo brevemente sua atuação e outras características relevantes. CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÃO: Neste capítulo, apresentam-se os dados levantados e discute-se os resultados obtidos, desenvolvendo o estudo de caso que compõe este trabalho. CAPÍTULO VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS: Neste capítulo são apresentadas as conclusões da pesquisa quanto aos seus objetivos e a análise das questões pertinentes a esta.

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CAPÍTULO II - REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão apresentados os diferentes conceitos de inovação, inovação tecnológica, empreendedorismo e de incubadoras de empresas, suportados por pesquisa bibliográfica em autores destes temas, solidificando uma base teórica sobre a qual se apoiará o desenvolvimento do presente estudo.

2.1 INOVAÇÃO

Mazzucato (2014, p. 110) defende que “não existe uma relação linear entre os gastos com P&D (...) e o nível de inovação em uma economia”. Não obstante, afirma que “a inovação pressupõe a existência de uma economia altamente interconectada (...) entre indivíduos e organizações que possibilitem o compartilhamento do conhecimento e a expansão de seus limites” (MAZZUCATO, 2014, p. 110). Desta forma, entende-se que o fomento eficaz à inovação não se dá pura e simplesmente através de maiores aportes em P&D, mas por via de um sistema de gestão do conhecimento que seja fortemente difundido e interconectado. A ausência desta estrutura bem definida e pragmaticamente atuante dificulta e emperra o trabalho de pesquisadores que trabalham, isoladamente, nas fronteiras do conhecimento científico e tecnológico. Acompanhando estas tendências, “os programas de incubação de empresas têm se espalhado pelo mundo e encontrado um fértil campo para se desenvolver, adaptando-se às realidades locais e auxiliando empreendedores a acessar conhecimento, recursos e mercados. Assim, tornaram-se uma importante ferramenta no desenvolvimento do ecossistema empresarial e na geração de negócios inovadores” (ANPROTEC et al., 2016c, p. 06). Desta forma, esforços da gestão pública neste sentido são crescentes e se espalham pelos diferentes níveis de governo, assim como os cada vez mais presentes e relevantes estudos e esforços de coordenação destas iniciativas. Faz-se necessário, portanto, a elaboração de arcabouços de avaliação dessas iniciativas, que mensurem sua eficácia e sua efetividade, fornecendo insumos em dados para o aprimoramento da relação entre custo e benefício destas políticas e da maximização de seus efeitos positivos para a sociedade. A relevância da inovação, em especial a de caráter tecnológico, é reconhecida no debate econômico desde o seu início, mesmo em diferentes vertentes do pensamento. Adam Smith (1982, p. 15), teórico do liberalismo econômico, relata:

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Todos devem ser sensíveis acerca do quanto o trabalho é reduzido e facilitado pela aplicação da maquinaria apropriada. Por meio do arado, dois homens com o auxílio de três cavalos vão cultivar mais terra do que vinte homens poderiam conseguir com a pá. Um moleiro e seu servo, com um moinho de vento ou água, irão facilmente moer mais milho do que oito homens poderiam moer, com trabalho mais intenso em moinhos manuais.

Ao passo que Karl Marx (1985, p. 592) defende que: É uma análise de base científica, juntamente com a aplicação das leis mecânicas e químicas, que permite que a máquina possa realizar o trabalho antes feito pelo próprio trabalhador. O desenvolvimento de máquinas, no entanto, apenas segue este caminho uma vez que a indústria pesada atinja o estágio avançado, e as várias ciências tenham sido postas a serviço do capital... As invenções tornam-se então um ramo de negócios, e aplicação da ciência à produção imediata visa determinar as invenções, ao mesmo tempo que as solicita.

A fim de elucidar as habituais imprecisões associadas ao termo ‘inovação’, diferentes autores empenham-se em definir de forma clara o que é e o que abrange este conceito. A variedade de interpretações, especialmente a típica relação com a invenção ou com inovações radicais ou revolucionárias, nem sempre estão incorretas, contudo tornam imprecisas as noções inferidas pelo público. O Departamento de Comércio e Indústria (Department of Trade and Industry – DTI) do Reino Unido em seu relatório do ano de 2003 define, de forma mais elementar e abrangente, a inovação como “a exploração bem sucedida de novas ideias”. O mesmo relatório defende, ainda, que a inovação “importa porque pode fornecer melhores produtos e serviços, novos e mais eficientes processos de produção e melhores modelos de negócios” (DTI-UK, 2003). Segundo definição do Information Technology Services, vinculado à Universidade de Yale, a inovação pode ser definida como o processo de implementação de novas ideias para criar valor para uma organização. Isso pode significar a criação de um novo serviço, sistema ou processo, ou melhorar os já existentes. A inovação pode, ainda, assumir a forma da interrupção de um ineficiente ou superado serviço, sistema ou processo (ITS – Yale, 2016). A clássica definição schumpeteriana busca diferenciar as habituais variações de interpretação do conceito da ‘inovação’, ao afirmar que inovações radicais provocam grandes mudanças no mundo, enquanto inovações ‘incrementais’ preenchem continuamente o processo de mudança (SCHUMPETER, 1934). Esta definição se construiu no contexto dos efeitos da então incipiente Revolução Industrial, ao início do século XX, e serviu como fundamento para o desenvolvimento do conceito e estudos reproduzidos ao longo das décadas seguintes. Christopher Freeman (1982) aprimora o conceito, afirmando que inovação é o processo que inclui as atividades técnicas, concepção, desenvolvimento, gestão e que resulta

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na comercialização de novos (ou melhorados) produtos, ou na primeira utilização de novos (ou melhorados) processos, ou mais simplesmente, que inovação é o processo de tornar oportunidades em novas ideias e colocar estas em prática de uso extensivo. A partir de sua contribuição, o entendimento do conceito pôde ser melhor desenvolvido, o que colaborou para o estudo do fenômeno e da aplicação do método científico em sua observação empírica. De acordo com Plonski (2005), três equívocos comuns são praticados na interpretação do termo ‘inovação’, a saber: 

Reducionismo: considerar inovação apenas a de base tecnológica;



Encantamento: considerar inovação tecnológica apenas a espetacular;



Descaracterização: relaxar o requisito de mudança tecnológica dessa inovação.

Entende-se, desta forma, que há uma comum e deficiente interpretação do significado do termo ‘inovação’, ao passo que, em geral, o que se pretende é referir-se à inovação tecnológica e/ou derivadas de pesquisas científicas ou do avanço técnico. O teórico da Administração Peter Drucker (1986, p. 41) afirma: A inovação [...] não precisa ser técnica, não precisa sequer ser uma ‘coisa’. Poucas inovações técnicas podem competir, em termos de impacto, com as inovações sociais, como o jornal ou o seguro. As compras a prazo literalmente transformaram as economias. [...] A inovação baseada no conhecimento é a ‘superestrela’ [...].Ela é o que as pessoas normalmente querem dizer quando falam sobre inovação. [...] As inovações baseadas no conhecimento diferem das demais inovações em suas características básicas [...] e nos desafios que apresentam para o empreendedor. E, como a maioria das ‘superestrelas’, a inovação baseada no conhecimento é temperamental, caprichosa e difícil de controlar.

Conclui-se, portanto, que não são recentes os estudos sobre a inovação e sua importância para a sociedade, destacadamente sob o viés econômico. Joseph Schumpeter, um dos mais importantes economistas da primeira metade do século XX, foi um dos primeiros a considerar as inovações tecnológicas como motor do desenvolvimento capitalista, seja a descoberta de novo método de produção ou de comercialização de mercadorias, a conquista de novas fontes de matérias-primas, ou mesmo a alteração da estrutura de mercado vigente, como a quebra de um monopólio (PLONSKI, 2005). Com o advento da ‘economia baseada no conhecimento’, expressão utilizada para se referir às economias mais avançadas e sua mais intensa relação de dependência de conhecimentos, dados, competências e da necessidade de fácil e rápido acesso a tudo isto, o papel desempenhado pela inovação passou a ser essencial. Mais do que isso, percebeu-se que a inovação é um fenômeno muito mais complexo e sistêmico do que se imaginava anteriormente (OCDE, 2004).

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Faz-se necessário, também, destacar a variedade de entendimentos que as pessoas costumam ter do termo ‘inovação’, o que fatalmente dificulta a tarefa de geri-la. É comum que se confunda com o conceito de invenção, embora estes termos não sejam sinônimos, verdadeiramente (FREEMAN, 1982, apud PLONSKI, 2005), ou ainda que apenas se considere as chamadas ‘inovações radicais’, ignorando ou subestimando o valor das chamadas ‘inovações incrementais’. O esclarecimento destes conceitos e definições é fundamental para o avanço do estudo e dos esforços no intuito de gerir adequadamente a inovação. Davila et al. (2006, apud KOTLER; DE BES, 2011) destacam este aspecto, ao argumentarem que, devido à sua característica deslumbrante, as inovações radicais tendem a ofuscar todo o resto. No entanto, pode ser contraproducente para uma organização focar apenas neste tipo, uma vez que estas dependem de vultosos investimentos, levam tempo para gerar retorno em lucro e são, invariavelmente, uma grande aposta, devido ao alto grau de insucesso. Neste sentido, Kotler e De Bes (2011) defendem que uma cultura de inovação se estabeleça a partir da valorização das pequenas e graduais inovações incrementais, considerando-as tão importantes e necessárias quanto a versão radical, uma vez que estas são a que realmente tornam o negócio sustentável e favorecem o surgimento de inovações mais fascinantes. O desenvolvimento desta cultura de inovação deverá, portanto, favorecer a produção e viabilização comercial de um fluxo constante de inovações menores e incrementais.

2.1.1 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Para efeitos de delimitação conceitual, entende-se por inovação tecnológica a introdução de produtos ou processos tecnologicamente novos e melhorias significativas que tenham sido implementadas em produtos e processos existentes. Considera-se uma inovação tecnológica de produto ou serviço aquela que tenha sido implementada e introduzida no mercado – inovação de produto – ou utilizada no processo de produção – inovação de processo. Desta forma, pode-se dizer que uma inovação tecnológica de produto é a implantação/comercialização de um produto com características de desempenho aprimoradas de modo a fornecer objetivamente ao consumidor serviços novos ou aprimorados. Outrossim, uma inovação de processo tecnológico é a implantação/adoção de métodos de produção ou comercialização novos ou significativamente aprimorados (OCDE, 2004).

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Ainda de acordo com as diretrizes do Manual de Oslo (OCDE, 2004), a inovação tecnológica pode, então, se manifestar de duas maneiras distintas: a inovação tecnológica de produto e/ou a inovação tecnológica de processo. Aplicando o termo “produto” para cobrir tanto bens como serviços, a inovação tecnológica de produto pode assumir duas formas abrangentes: 

Produtos tecnologicamente novos: um produto que difere do que era produzido anteriormente. Pode se basear em tecnologias inteiramente novas, em nova combinação de tecnologias existentes em novas aplicações ou envolver uso de novos conhecimentos. Pode-se utilizar os primeiros microprocessadores ou os gravadores e reprodutores de videocassete, que utilizava tecnologias inteiramente novas. Já o primeiro toca-fitas portátil foi um produto tecnologicamente novo que utilizava tecnologias existentes numa combinação e aplicação inovadora.



Produtos tecnologicamente aprimorados: lançamento de nova versão de um produto já existente cujas funcionalidades tenham sido substancialmente aprimorada. A evolução dos automóveis, o incremento do desempenho do motor combustível, a introdução de itens de segurança, entre outras funcionalidades, é um exemplo de inovação tecnológica que se manifesta no aprimoramento de produtos existentes.

A inovação tecnológica de processo, por sua vez, consiste na adoção de novos ou consideravelmente aprimorados métodos produtivos de bens ou serviços já existentes. Tal inovação pode se relacionar com o equipamento utilizado, com o modo de produção, de gestão, etc., que acarrete numa forma melhorada, mais barata e/ou mais eficiente da geração do produto em questão. Plonski (2005), ao ressaltar que toda inovação tecnológica envolve mudanças desta natureza em bens e/ou serviços ou na forma em que estes são produzidos, geridos, distribuídos, etc., também destaca que inovações em produto e processo não são exclusivas, podendo, pelo contrário, combinar-se em frequentes situações, como por exemplo na venda de um pen-drive (produto inovador) por meio de um website na internet (processo inovador).

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2.1.2 GERENCIAMENTO DA INOVAÇÃO

De acordo com Drucker (2001), a inovação pode ser gerenciada de forma racional e planejada, ao afirmar que grande parte das inovações resulta de uma busca objetiva e coordenada. Defende, ainda, que são três as condições fundamentais para a inovação e que, embora pareçam óbvias, não raramente são negligenciadas: 

Inovação é trabalho: inovação exige conhecimento e expertise na área em questão. No limite, a inovação consiste em um trabalho difícil, centralizado e intencional que faz grandes exigências de diligência, persistência e de empenho.



Inovadores têm que se basear nos seus pontos fortes: é necessária a capacidade de fazer uma leitura precisa da gama de oportunidades presentes no ambiente social econômico em questão, contudo é também preciso que se analise em quais destas oportunidades a organização tem melhores chances de obter sucesso. Não há melhor ou pior oportunidades, existem as mais adequadas para cada contexto e cada empreendimento. Apenas assim o agente inovador estará disposto a investir num trabalho árduo e muitas vezes frustrante que o sucesso no processo de inovação exige.



A inovação é um efeito da economia e da sociedade: mudanças de comportamento de grupos sociais ou de uma sociedade inteira alteram a dinâmica do mercado e redirecionam a economia. Normalmente, estas mudanças associam-se direta ou indiretamente à forma como se trabalha ou se produz algo determinado bem ou serviço. Desta forma, o processo de inovação deve sempre se orientar não apenas para, mas também a partir do mercado, sendo impulsionado por este.

Não obstante, Drucker (1998) salienta que a importância de ocorrências inesperadas durante a busca pela inovação que tendem a ser subvalorizadas, ao afirmar que os sistemas de informações e registros das organizações tendem a negligenciar o que ocorre fora do padrão, destacando que “os sucessos e os fracassos inesperados são fontes extremamente produtivas de oportunidades de inovação, pois a maioria dos negócios não lhes presta atenção, negligencia-os e até os insulta” (DRUCKER, 1998, p. 85).

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Drucker (1998) estabelece que existem determinados tipos de oportunidades para o surgimento da inovação, podendo estas serem internas ou externas às empresas e à indústria, sendo as internas: 

Ocorrências inesperadas;



Incongruências;



Necessidades de processo;



Alterações no mercado e na indústria.

E as externas: 

Alterações demográficas;



Alterações na percepção;



Novos conhecimentos.

Estes fatores podem, contudo, se sobrepor. Devido aos diferentes níveis de risco ou complexidade, o potencial poderá residir mais em algum dos fatores, não devendo, no entanto, ser negligenciado o seu conjunto (DRUCKER, 1998).

2.2 EMPREENDEDORISMO

Derivado do vocábulo latino imprehendere, o termo ‘empreender’ literalmente traduzido indica a ideia de “aquele que está entre” ou “intermediário”. Sua definição mais arcaica se referia a indivíduos que tentavam estabelecer rotas comerciais ao adquirir determinada mercadoria por um preço certo num ponto para vendê-la a um preço incerto em outro ponto, assumindo os riscos intrínsecos de tal atividade (Pinheiro, 2011). Ao longo dos anos, o conceito e a visão do papel do empreendedor evoluíram, até sua conceituação dentro do contexto econômico moderno, como dito por Ely e Hess (1937, p. 488): Dito de modo breve, o empreendedor organiza e opera uma empresa para lucro pessoal. Paga os preços atuais pelos materiais consumidos no negócio, pelo uso da terra, pelos serviços de pessoas que emprega e pelo capital de que necessita. Contribui com sua própria iniciativa, habilidade e engenhosidade no planejamento, organização e administração da empresa. Também assume a possibilidade de prejuízo e de lucro em consequência de circunstâncias imprevistas e incontroláveis. O resíduo líquido das receitas anuais do empreendimento, após o pagamento de todos os custos, são retidos pelo empreendedor.

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Hisrich e Peters (2004, p. 18) definem o empreendedorismo como “processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o tempo e o esforço necessário, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal”. São fartas as defesas tecidas por economistas sobre a importância do indivíduo empreendedor para o funcionamento das economias de mercado em sociedades capitalistas. Chiavenato (2004) caracteriza o empreendedor como a energia da economia, a pessoa que inicia ou operacionaliza um negócio, a partir de uma oportunidade observada, assumindo riscos e responsabilidades. Schumpeter (1934) defende que as inovações dos empresários são o impulso da economia de mercado e o fator de sustentação do seu crescimento no longo prazo, onde novos produtos são gerados e lançados no mercado, levando à superação de modelos e versões anteriores. Assim, diz-se que produtos inovadores “destroem” empresas antigas e velhos modelos de negócio, estabelecendo-se no lugar destas. Empreendedores são, não raramente, os responsáveis por efetivamente executar este processo denominado “destruição criativa”, como argumenta Barreto (1998) ao descrever que “empreendedorismo é habilidade de criar e constituir algo a partir de muito pouco ou de quase nada”. Segundo Dornelas (2008), alguns aspectos estão necessariamente presentes no caráter do empreendedor, a saber: 

Ter iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz;



Utilizar os recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente social e econômico onde vive;



Aceitar assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar.

Baggio (2014) destaca que o empreendedor de sucesso não depende exclusivamente de competências técnicas e administrativas, ao salientar a importância fundamental das chamadas “habilidades empreendoras pessoais” (HISRICH & PETER, 2004). A tabela 1, que segue, apresenta algumas destas habilidades exigidas:

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Tabela 1: Habilidades necessárias dos empreendedores

Fonte: Hisrich & Peter, 2004.

O empreendedor é analisado, na literatura das ciências sociais, a partir de duas visões que baseiam as teorias econômica e comportamentalista. A primeira apresenta o empreendedor sob o ponto de vista da economia, seu impacto nas relações econômicas, sua percepção e aproveitamento de novos negócios e oportunidades, num novo uso ou um uso sob um novo arranjo dos recursos existentes, sujeitos a novas combinações ou novos resultados. A teoria comportamentalista, por sua vez, aborda o fenômeno a partir da visão dos especialistas em comportamento humano: psicólogos, sociólogos, etc., atribuindo ao agente empreendedor características pessoais tais como criatividade, intuição, anseio por realização pessoal, persistência, entre outras (Baggio e Baggio, 2014).

2.3 INCUBADORAS DE EMPRESAS

Em recente estudo publicado por ANPROTEC e SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) (2016c, p. 6), define-se que as incubadoras “têm como propósito auxiliar os empreendedores na maturação de seus negócios, por meio de ações que

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permitam adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades de gestão empresarial, bem como conferir ao empreendimento características fundamentais à competitividade”. Os produtos finais esperados do programa de incubação seriam, portanto, “empresas financeiramente viáveis, com gestão adequada e bem posicionadas em seus mercados de atuação”. O conceito da incubação baseia-se na ideia de acompanhar o negócio desde seus estágios iniciais, ou até mesmo embrionário, antes de seu início formal. O termo ‘incubadora’ é uma referência ao aparato hospitalar que oferece suporte aos recém-nascidos em suas primeiras semanas de vida, até que estes atravessem esse período de maior vulnerabilidade e possam, então, se desenvolver ser tal auxílio (ROCHA, 2011). O mecanismo é fruto da experiência realizada em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 1959. Relata-se que quando uma fábrica de uma grande empresa fechou as portas, deixando um grande número de trabalhadores desempregados, o comprador de suas instalações físicas optou por sublocar o espaço para pequenas empresas iniciantes, de modo que elas podiam compartilhar o espaço físico, equipamento, serviços e outros recursos. Já nos anos 70, na região conhecida como Vale do Silício, incubadoras começaram a surgir como forma de incentivar os universitários e recém-graduados daquele local a disseminar e suas ideias de inovação e estimular o empreendedorismo. (ANPROTEC, 2016a.). O crescimento mundial do movimento de incubadores desde o seu início na década de 1980 é substancial, conforme dados do gráfico exposto na figura 1 que segue:

Figura 1: Crescimento da Indústria Mundial de Incubadoras Fonte: NESTA, 2011.

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No Brasil, o movimento das incubadoras começa a se estabelecer em meados da década de 80 quando, por iniciativa do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), foram criadas 5 (cinco) fundações tecnológicas, em Campina Grande (PB), Manaus (AM), São Carlos (SP), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC). Em 1984, com a implantação do ParqTec (Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos) no estado de São Paulo, foi inaugurada a primeira incubadora de empresas do país, também a mais antiga da América Latina. Até o fim da década de 80 também foram constituídas incubadoras nas cidades de Campina Grande, Florianópolis e Rio de Janeiro (RJ). Com a realização do primeiro Seminário Internacional de Parques tecnológicos, em 1987, no Rio de Janeiro, e o surgimento da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (ANPROTEC), as incubadoras se consolidaram e o movimento vem crescendo no país desde então (ANPROTEC, 2016a.). A figura 2 a seguir apresenta um gráfico com a evolução anual do número de incubadoras em operação no Brasil no período compreendido entre os anos de 1988 e 2006:

Figura 2: Evolução anual do número de incubadoras em operação no Brasil Fonte: SOUZA, 2015.

Em estudo publicado em 2011 no Reino Unido, foram apresentadas conclusões sobre o impacto do processo de incubação nos novos empreendimentos e em sua curva de crescimento no tempo. De acordo com a pesquisa, quatro fatores influenciam o crescimento mais acelerado dos empreendimentos submetidos à incubação: (i) desenvolvimento de credibilidade; (ii) encurtamento da curva de aprendizado dos empreendedores; (iii) resolução de problemas de forma mais rápida; e (iv) acesso a uma rede de relacionamentos de empreendedores (ANPROTEC et al., 2016c). O impacto percebido pelo processo de incubação é apresentado no gráfico reproduzido na figura 3 à frente:

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Figura 3: Impacto teórico de uma incubadora no crescimento de uma empresa Fonte: NESTA, 2011.

O processo de inovação numa economia pode ser influenciado, positivamente ou negativamente, por fatores do ambiente em que o agente inovador se encontra inserido. O objetivo das incubadoras é de prover os fatores que colaborem favoravelmente ao processo inovador, contribuindo para a maturação dos negócios, o que pode ser crucial para o sucesso do empreendimento e, possivelmente, o lançamento de uma inovação que pode representar um rompimento de paradigmas em sua área. Um exemplo bastante representativo é o da, hoje, bilionária e gigantesca Apple, que foi beneficiária do programa SBIR (Small Business Innovation Resarch) do governo americano, em seus estágios iniciais (MAZZUCATO, 2014), o que lhe deu o suporte financeiro necessário para vencer as barreiras preliminares de um empreendimento inovador que acabou se desenvolvendo para tornar-se um dos maiores símbolos da revolução tecnológica contemporânea. O SBIR é um programa do governo federal americano que busca incentivar pequenos negócios potencialmente inovadores a se engajarem em P&D, de seus estágios iniciais até sua completa maturação e entrada efetiva no mercado. Seus principais objetivos são estimular a inovação tecnológica; atender às necessidades nacionais de P&D; encorajar a participação de cidadãos social e economicamente desfavorecidos nas atividades de empreendedorismo e inovação; e intensificar a comercialização pelo setor privado de inovações derivadas da pesquisa federal e de fundos de desenvolvimento (US SBIR, 2016).

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2.3.1 MODELOS DE REFERÊNCIA PARA INCUBADORAS

Para ser bem-sucedida em seu propósito, uma incubadora de empresas, além de possuir um programa de incubação qualificado, depende de um elevado grau de sintonia com o ambiente e as estratégias de inovação do ambiente em que se encontra inserida. Em outras palavras, a incubadora precisa fazer parte do “ecossistema de inovação”, termo utilizado para se referir a um complexo arcabouço de elementos participantes que contribuem para a existência de um ambiente empreendedor que favoreça a geração de inovações, incluindo empreendedores, investidores, pesquisadores, incubadoras, parques, aceleradoras, instâncias de governos, etc (ANPROTEC et al., 2016c). Ademais, o alinhamento de sua atuação com as boas práticas de gestão adotadas no país e no exterior é de suma importância para as incubadoras. Neste sentido, é desejável que elas atendam aos requisitos para atuarem como uma “Incubadora de Terceira Geração”, conforme apresentado na figura 4 que segue:

Figura 4: Evolução das incubadoras no contexto internacional Fonte: ANPROTEC, 2016c.

Onde:

Primeira Geração: Consiste basicamente na oferta de espaço físico de boa qualidade a um custo acessível para os novos empreendimentos, incluindo recursos compartilhados como auditórios, salas de reunião, equipamentos de uso comum, etc. A definição de Allen (1988) descreve este modelo como “uma estrutura física que oferece a novas e pequenas empresas aluguéis acessíveis, escritórios compartilhados, serviços de logística e organiza gestão de

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negócios e assistência financeira”. Também é visto como um ambiente ou uma estrutura básica que permita a operacionalização comercial das tecnologias geradas em universidades, isto é, sua transformação em negócios efetivamente viáveis. Segunda Geração: Adicionalmente à estrutura básica do modelo de Primeira Geração, este possui maior foco em apoio ao desenvolvimento empresarial, ao ofertar treinamentos, mentorias, coaching, etc. A definição de Duff (2016) se aproxima do modelo ao afirmar que “uma incubadora de empresas pode ser definida como uma organização que oferece uma variedade de serviços de desenvolvimento empresarial e acesso a pequenos espaços em termos flexíveis, de forma a atender as necessidades de novas empresas. O pacote de serviços oferecidos é projetado para melhorar as taxas de crescimento e de sucesso das novas empresas, com consequente aumento do impacto sobre a economia da região”. Esse modelo evolui do método technology push para o market pull, ao passar a considerar demandas de mercado e relacioná-las em potenciais oportunidades. Terceira Geração: Além de incluir a estrutura das duas gerações anteriores, as incubadoras de terceira geração tem especial atenção na geração e manutenção de uma rede de acesso a recursos e conhecimentos, o que de fato situa a incubadora dentro do seu ecossistema de inovação. Uma bom conceito deste modelo é apresentado pelo infoDev (2010), definindo-o como uma organização que acelera e sistematiza o processo de criação de empreendimentos bem-sucedidos, por meio do fornecimento de um conjunto de apoios abrangentes e integrados incluindo espaço físico, serviços de suporte e oportunidades de networking e integração com clusters.

2.3.2 MODELO CERNE

Dentro do contexto do acelerado crescimento do movimento de incubadoras no país, a ANPROTEC e o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) iniciaram o processo de construção de um modelo de referência para as incubadoras brasileiras. O denominado Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendedores – CERNE tem por objetivo promover um incremento em termos de qualidade e de quantidade para a atuação das incubadoras de empresas de diferentes áreas no Brasil. O CERNE possui como referência modelos como o norte-americano SBDC (Small Business Development Centers) e BICs (Business Innovation Centers) europeus, iniciativas inovadoras no apoio às micro e pequenas empresas com potencial inovador naqueles mercados (CERNE, 2016).

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Tendo surgido a partir da necessidade de um modelo de referência para a gestão padronizada e sistemática de incubadora e a geração de empreendimentos bem-sucedidos, o CERNE é uma plataforma de “boas práticas” e soluções que tem por objetivo elevar o nível de sucesso das empresas apoiadas. O conteúdo foi elencado a partir de um processo coletivo e participativo realizado com a cooperação de diversas incubadoras em atuação no país, sintonizando suas estruturas e criando um arcabouço de compartilhamento de informações relevantes e troca de conhecimento que favoreça o desenvolvimento de uma gestão profissional aprimorada destas (ANPROTEC, 2016b). De acordo com o documento oficial, o CERNE é “é um modelo de referência que identifica os sistemas, elementos e práticas-chave que uma incubadora deve implantar para gerar, sistematicamente, um número cada vez maior de empreendimentos inovadores de sucesso”. O modelo possui três diferentes níveis de abordagem: a empresa, o processo de incubação e a incubadora. A construção a partir destes níveis visa garantir que todos os elementos relevantes ao sucesso na geração de empreendimentos inovadores fossem considerados. Sua relação é explicitada na figura 5, em sequência:

Figura 5: Níveis de Abrangência do Modelo Fonte: CERNE, 2016. 

Empresa Incubada: neste nível, são considerados os elementos necessários para o desenvolvimento do produto, do perfil da equipe, da gestão da empresa, do acesso ao capital e aos mercados.



Processo de Incubação: neste nível, consideram-se os estágios para o desenvolvimento de uma empresa incubada, desde a prospecção e seleção, a capacitação dos empreendedores e o acompanhamento das empresas incubadas.

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Incubadora: neste último nível, são considerados os elementos para a gestão da incubadora como um “empreendimento” em si, além da ampliação de seus limites de atuação.

Os níveis inferiores se inserem dentro dos superiores, conforme indicado no esquema apresentado na figura 6 a seguir. O modelo que adota a visão a partir do maior nível deve necessariamente incluir os elementos propostos nos níveis inferiores.

Figura 6: Elementos do Modelo CERNE Fonte: CERNE, 2016.

Para o bom funcionamento desta estrutura sistemática apresentada e o alcance do objetivo de incremento quanti-qualitativo na gestão das incubadoras, o modelo CERNE também fundamenta-se sobre um conjunto de princípios que devem ser compreendidos e implantados, que darão suporte ao arcabouço proposto. A conformidade com estes princípios garantirão a sintonia entre as incubadoras que adotarem o modelo CERNE: 

Foco nos clientes: o objetivo principal do CERNE é tornar os empreendimentos

incubados

bem

sucedidos.

Sendo

assim,

qualquer

implementação de sistema, processo ou qualquer elemento novo só deve ser adotado se agregar valor para as empresas incubadas, isto é, auxiliar na

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identificação e no saneamento das dificuldades enfrentadas por estas e maximizar suas chances de sucesso. 

Foco nos processos: para gerenciar apropriadamente o programa de incubação, é essencial que se monitore a relação entre as “boas idéias” (entradas) e os “negócios de sucesso” (saídas) gerados. Em outras palavras, deve se avaliar constantemente de forma quantitativa e qualitativa os processos implantados responsáveis por efetuar esta transformação e a sua efetividade nesta tarefa.



Ética: a incubadora deve atuar dentro do código ético e moral da sociedade em que se insere. Desta forma, deve garantir que suas ações e sua atuação proporcione benefícios à sociedade e atenda ao interesse público.



Sustentabilidade: o modelo de gestão de qualquer incubadora deve ser sustentável, de modo que preocupe-se com sua continuidade no tempo, do ponto de vista econômico, social, cultural e ambiental.



Responsabilidade: a incubadora deve responder por suas ações e omissões, de modo a contribuir para a melhoria do ambiente externo onde se encontra e garantir que não haja externalidades negativas de sua atuação.



Melhoria contínua: a incubadora deve, permanentemente, preocupar-se em aprimorar os seus processos e, com isso, seus resultados.

A partir da percepção da necessidade da implantação de um grande número de sistemas e processos por parte das incubadoras, definiu-se que alguns precisariam ser implantado antes, de modo a criar uma base que sustenta a implantação dos mais avançados. Assim, estabeleceu-se uma prioridade nos níveis da estrutura do modelo CERNE, explicitado através dos chamados Níveis de Maturidade, orientados a partir de eixos norteadores, conforme demonstrado na figura 7 que segue:

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Figura 7: Lógica de Organização dos Níveis de Maturidade Fonte: CERNE, 2016.

A partir desta lógica, cada nível corresponde e compreende a um determinado conjunto de elementos, a saber: 

CERNE 1: neste nível, o foco é a implantação de todos os sistemas e processos diretamente relacionados ao desenvolvimento dos empreendimentos, tais como

capacitação, assessoria, seleção,

gestão financeira, gestão

da

infraestrutura física e gestão tecnológica. Neste nível, a incubadora deve possuir capacidade de selecionar boas ideias e converte-las em negócios inovadores bem sucedidos, de forma sistemática e constante. 

CERNE 2: neste nível, além de garantir os elementos propostos no CERNE 1, o objetivo é assegurar um gerenciamento efetivo da incubadora em si mesma como uma organização, isto é, sob o mesmo padrão de monitoramento de desempenho e gestão dos resultados obtidos perante os objetivos estabelecidos.



CERNE 3: neste terceiro nível, a meta aponta para a consolidação de uma rede de parceiros, que auxilie na ampliação das chances de sucesso dos empreendimentos apoiados. Neste nível, a incubadora se apresenta a partir da perspectiva do ecossistema de inovação, levando em consideração os demais elementos do ambiente em que se insere.



CERNE 4: compreendendo toda a estrutura organizada dos três níveis anteriores, entende-se que a incubadora possui a maturidade necessária para se auto-gerir como um sistema que gera e/ou incentiva as inovações. A partir desta ótica, deve-se trabalhar a ideia de melhoria contínua, estimulando inovações dentro dos próprios processos internos da incubadora e em sua atuação no contexto externo.

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Atualmente, o CERNE tem por objetivo assegurar que todas as incubadoras em operação no país tenham condições de reunir os requisitos necessários para implantar o nível CERNE 1, de modo a garantir melhoria em sua atuação e seus resultados, além de pavimentar o caminho de evolução para os níveis subsequentes. No entanto, é possível que já existam incubadoras que reúnam estes elementos. Outras podem mesmo possuir os requisitos dos níveis superiores. Contudo, não existe estudo formal com dados confiáveis que apure quantas e quais incubadoras estão em que nível. Portanto, o CERNE propõe e conduz a criação de avaliação e certificação, que permita apurar em que nível determinada incubadora se encontra. Para isso, são credenciadas instituições que podem certificar as incubadoras aos níveis do CERNE, conforme esquema apresentado na figura 8 a seguir:

Figura 8: Estrutura de Credenciamento e Certificação Fonte: CERNE, 2016.

Neste sentido, houve um esforço para, primeiramente, garantir que os elementos exigidos no CERNE 1 fossem implantados em um número de incubadoras e que houvesse a certificação das que os possuíssem, com o objetivo de avaliar as dificuldades enfrentadas e sua eficácia na geração de empreendimentos exitosos. Em vista disto, o CERNE 1 implementa elementos

relacionados

ao

processo

de

incubação

e

ao

desenvolvimento

dos

empreendimentos, além de elementos básicos de gestão, distribuídos em sistemas. Os sistemas do CERNE 1 são os seguintes:

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Sistema de Planejamento: uma sistematização formal dos processos da incubadora pautados de forma a permitir um planejamento em relação aos seguintes eixos: empreendedores, produto, mercado, capital e gestão.



Sistema de Capacitação: formalização de um programa de capacitação geral que aborde os aspectos relacionados à atividade: os empreendedores, os produtos e serviços, o capital, o mercado e a gestão.



Sistema de Assessoria: a manutenção de um conjunto de consultorias especializadas, que se oriente a partir dos principais desafios da incubadora: desenvolvimento dos empreendedores, melhoria dos produtos e serviços, captação dos recursos, acesso a mercados e aprimoramento da gestão.



Sistema de Acompanhamento, Orientação e Avaliação: manter um processo sistematizado e permanente de documentação, monitoramento e avaliação de desempenho, considerando seus eixos principais de atividade: empreendedores, produto, recursos, mercado e gestão.



Sistema de Apoio à Graduação e Projetos Futuros: processo sistemático e documentado que defina adequadamente o momento de graduação dos empreendimentos e o estabelecimento de uma relação futura entre a incubadora e as empresas graduadas. Para a definição do momento da graduação, os indicadores devem considerar: a maturidade dos empreendedores, o grau de desenvolvimento dos produtos, o volume de capital e a sustentabilidade financeira, a participação no mercado e a qualidade na gestão.



Sistema de Prospecção e Sensibilização: a manutenção de um constante processo

de

sensibilização

da

comunidade

ao

redor

quanto

ao

empreendedorismo, visando captar novos empreendimentos. Ademais, é importante manter um processo de avaliação dos impactos positivos para a incubadora e para a região a partir desse mecanismo. 

Qualificação do Empreendedor: é fundamental que a incubadora possa oferecer o suporte elementar aos potenciais empreendedores, através de cursos, palestras, workshops, consultorias, etc.



Seleção: uma metodologia sistematizada para a triagem de empreendimentos potenciais, contendo métodos, recursos, técnicas e indicadores a serem utilizados.

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Contratação: a incubadora deve aplicar um modelo de contrato padronizado e bem definido, estabelecendo regras claras do processo de incubação.



Modelo Institucional: a incubadora deve portar a documentação necessária que ateste a sua existência formal, sua relação com outros órgãos aos quais eventualmente seja associada, mantenedores, parceiros, explicitando seus relacionamentos interinstitucionais.



Gestão Financeira e Sustentabilidade: um controle sistemático de suas atividades financeiras, contendo fluxo de caixa, contas a pagar, contas a receber, indicadores econômicos e financeiros e plano de sustentabilidade no tempo.



Infraestrutura Física e Tecnológica: um sistema que contenha a infraestrutura básica necessária a se oferecer para os potenciais empreendimentos, incluindo espaço de uso comum, espaço para atendimento, espaço para eventos e estrutura tecnológica, incluindo recursos de informática, telecomunicações, etc.



Gestão de Pessoas: um sistema formalizado de gerenciamento de equipe, incluindo funções hierárquicas (de autoridade) e departamentais (de funções). Adicionalmente, é importante que haja um sistema de avaliação por desempenho, plano de desenvolvimento de carreiras e de salários.



Sistemas de Apoio à Gestão: conjunto de serviços de apoio que dão suporte ao funcionamento e as operações cotidianas da incubadora, incluindo vigilância, limpeza, manutenção, secretaria, etc.



Sistemas de Comunicação e Marketing: um plano de ação para comunicação externa, assessoria de imprensa, relações públicas, que preze por sua imagem e visibilidade.

Assim, a construção coletiva do CERNE almeja prover as incubadoras do país de um modelo de referência que permita nortear o aprimoramento de sua atuação e fornecer informações para a contínua auto-avaliação de suas atividades e elevar os seus níveis de qualidade. Hoje, segundo dados da ANPROTEC, são 123 incubadoras que adotam o modelo CERNE, beneficiando um total de 702 empresas em todo o país.

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CAPÍTULO III - METODOLOGIA

Neste capítulo, expõe-se o tipo de pesquisa realizada e como se deu a coleta dos dados. 3.1 TIPO DE PESQUISA

Quanto à pesquisa, o presente trabalho trouxe os seguintes métodos:

1. Consulta bibliográfica, através de livros, revistas, teses, dissertações e artigos selecionados; 2. Consulta a sites relacionados ao tema da inovação tecnológica, do empreendedorismo e das incubadoras; 3. Pesquisa de campo in loco para observação da realidade a ser analisada 4. Elaboração e aplicação de questionário estruturado; 5. Apuração dos dados e elaboração do estudo de caso; 6. Análise comparativa a partir dos dados levantados com modelos de referência; 7. Pesquisa exploratória para construção de hipóteses.

A base teórica para a análise das questões referentes ao tema da inovação e do empreendedorismo será fornecida pela pesquisa bibliográfica realizada, com especial enfoque na atuação de incubadoras neste fim. Para Minayo (1993), constituem as atividades da pesquisa qualitativa a aproximação sucessiva da realidade e a interação entre teoria e prática. Ainda neste método, Vergara (2006) define que a preocupação com os aspectos da realidade que não podem ser quantificados o definem. Quanto à forma de abordagem ao questionamento proposto, a presente pesquisa é de natureza qualitativa. A princípio, realizar-se-á pesquisa descritiva, a partir da coleta de dados primários para a exposição de características do ambiente de estudo (VERGARA, 2006). Assim, pretende-se que seja viabilizado o oferecimento de respostas e proposições que contextualizem o cenário em que o fenômeno observado se insere. Gil (1991) define a pesquisa como um procedimento sistemático e racional tendo como finalidade responder a um questionamento proposto. Quanto ao seu objetivo, a presente pesquisa é de natureza exploratória.

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3.2 COLETA DE DADOS

A coleta da primeira parte dos dados foi realizada a partir da técnica de observação, assistemática e individual (MORESI, 2003), em outras palavras, de maneira não previamente planejada e controlada, a partir de visitas realizadas às instalações da incubadora. Além disso, foi aplicado um questionário estruturado, que consta na forma de apêndice I do presente trabalho, com questões abertas e fechadas para o levantamento dos dados a serem avaliados. Foram analisadas as atividades realizadas pela incubadora e pelas 9 (nove) empresas macaenses incubadas no período de junho a dezembro do ano de 2016.

3.3. LIMITAÇÕES DO MÉTODO Durante a pesquisa teórica a respeito do assunto, houve certa dificuldade em encontrar material sintetizado acerca do tema da inovação. Verifica-se que esta é uma temática sobre a qual muita literatura é produzida, contudo em grande parte de maneira pouco sistematizada e desalinhada com a metodologia científica e acadêmica. Ademais, há uma incipiência na literatura acadêmica produzida a respeito de incubadoras de porte menor, como é o caso do alvo deste estudo. A maior parte da bibliografia encontrada nesta temática aplica-se a incubadoras de maior porte e dificulta a replicação mediante modelos menores. Quanto à pesquisa de campo, houve limitação devido ao reduzido período de tempo de existência tanto da incubadora quanto dos empreendimentos associados, o que restringe o alcance do estudo de caso realizado. A restrição do acesso a dados financeiros e estratégicos das empresas, que são de natureza sigilosa, também conteve a extensão da análise produzida.

43

CAPÍTULO

IV



A

INCUBADORA

DE

EMPREENDIMENTOS

INOVADORES DE MACAÉ

4.1 APRESENTAÇÃO DA INCUBADORA

4.1.1 ESTRUTURA E RECURSOS

O objeto do estudo de caso do presente trabalho é a Incubadora de Empreendimentos Inovadores de Macaé, vinculada ao Instituto Macaé de Ciência e Tecnologia (IMCT), uma autarquia da administração municipal, que atua em cooperação com universidades e associações da região. De acordo com a apresentação oficial do projeto denominado “Macaé Techno Park”, o município possui alto potencial de geração de novos negócios devido à vigorosa atividade industrial ocorrente na localidade e no entorno e, por consequência, dos altos níveis de estoques de conhecimento tecnológico de que dispõem as empresas ali situadas. Deste modo, visando favorecer o desenvolvimento econômico, social e ambiental da cidade a médio e longo prazo, o projeto foi desenhado para aproveitar os níveis de capital intelectual e de potencial inovador dos empreendimentos da cidade para transformar o arranjo produtivo atualmente instalado num sistema sustentável. A Incubadora de Empreendimentos Tecnológicos pretende, assim, fornecer as condições e recursos necessários para impulsionar ideias e projetos inovadores de modo a torna-los viáveis economicamente e competitivos para ingressar e atuar no mercado. No intuito de cumprir com tais objetivos, são oferecidos os seguintes recursos às empresas que se submetem à incubação: 

Espaço físico compartilhado (“coworking”);



Sala de reuniões e treinamentos com recursos audiovisuais;



Serviço de recepção e copa;



Banheiros;



Acesso à internet;



Participação em cursos, palestras, workshops e consultorias especializadas voltadas para: Empreendedorismo e Inovação, Modelo de Negócio, Gestão da

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Tecnologia, Gestão Financeira e Contábil, Gestão Estratégica, Marketing e Captação de Recursos; 

Apoio na identificação de parcerias que possam aprimorar os produtos e serviços da empresa;



Divulgação do link, resumo de atividades e notícias da empresa em mídias sociais;



Interface com as instituições científicas e tecnológicas, a exemplo de universidades e centros de ensino, para formação de parcerias estratégicas;



Incentivo ao Networking entre empresas vinculadas ao programa, órgãos governamentais, associações de classe, agências financeiras e mercado consumidor.

São oferecidas, também, três diferentes modalidades de participação a quem deseja fazer parte do projeto de incubação, conforme exposto na figura 9 que segue:

PRÉ-INCUBAÇÃO • Pessoas com ideias e projetos empreendedores que ainda não tem CNPJ.

INCUBAÇÃO • Empresas nascentes que buscam se desenvolver e entrar no mercado.

ASSOCIAÇÃO • Empresas já maduras que querem desenvolver projetos em parceria.

Figura 9: Modalidades de Participação Fonte: IMCT, 2015.

Desde o início de 2016, a incubadora possui 9 (nove) empresas incubadas, com um relacionamento regido por um contrato de um ano de duração, passível de renovação por mais um ano. Desta forma é gerenciada institucionalmente a relação das empresas com a incubadora.

4.1.2 MACAÉ TECHNO PARK

Com efeito, faz-se necessário salientar que o plano do estabelecimento da incubadora na cidade de Macaé faz parte de um projeto maior. A Incubadora seria parte do macro-projeto

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Macaé Techno Park, ainda não executado por limitações e contingências circunstanciais. A ideia proposta pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico era a construção de um parque tecnológico que ocuparia uma área de 258.000 m² próxima ao pólo empresarial e à cidade universitária, compreendendo: 

Incubadora de Empreendimentos Tecnológicos: espaço destinado a abrigar e apoiar empresas nascentes de perfil tecnológicos oriundas do setor produtivo e/ou das universidades;



Centros de Desenvolvimento Tecnológico (CDT): centros de pesquisa das empresas, das universidades ou de eventuais parcerias entre empresas e universidade.



Núcleos de Inovação: grupos temáticos de desenvolvimento de inovação e tecnologia vinculados às universidades;



Centro Empresarial: Estrutura destinada a empresas de base tecnológica interessadas em se instalar no município e que sejam consideradas aderentes ao projeto do Parque;



Museu do Petróleo e Espaço da Ciência: espaço para a divulgação da história e dos avanços científicos e tecnológicos relacionados à indústria e à cultura do petróleo, bem como de divulgação do ensino e do conhecimento das ciências para o conjunto da população;



Jardim Botânico: parceria entre a Secretaria de Ambiente, Subsecretaria de Ciência e Tecnologia, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro, e a UFRJ, para integrar a grande área verde contígua ao Parque, gerando um espaço para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas às áreas de Biologia, Botânica, Biotecnologia, Farmácia e áreas correlatas.

A despeito da não concretização do projeto original em sua integralidade, a Incubadora de empresas opera junto ao IMCT, onde os representantes das empresas incubadas se reúnem e exercem suas atividades produtivas, participam das sessões de treinamento e capacitação com o SEBRAE e de demais eventos ocasionalmente realizados.

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4.1.3 PROCESSO SELETIVO

A seleção de empreendimentos de base tecnológica para a incubadora se dá por meio de editais semestrais. A Incubadora de Empreendimentos Inovadores de Macaé privilegia, sobretudo, projetos inovadores e com potencial de rápido crescimento. As propostas inscritas no processo de seleção deverão atender aos critérios de elegibilidade da Incubadora: 

Público alvo: Empresas recém criadas, formadas por pesquisadores, estudantes, cientistas ou empreendedores, e outras empresas que estão desenvolvendo novos projetos, produtos e serviços baseados em tecnologia inovadora;



Perfil

da Empresa:

Empresas

formalmente

constituídas, com plena

regularidade fiscal; 

Setor de atividade: As empresas responsáveis pela proposta devem ter por objetivo o desenvolvimento de negócios inovadores preferencialmente em uma das seguintes áreas do conhecimento: Petróleo, Gás e Energia, Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), Logística, Engenharia, Automação, Sustentabilidade e Entretenimento.

Através destas etapas, a incubadora busca selecionar para o seu apoio os empreendimentos que demonstrem os requisitos demandados com o objetivo de maximizar a eficácia de sua atuação e as chances de sucesso dos negócios, estabelecendo vínculo contratual de 1 (um) ano com as empresas selecionadas.

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CAPÍTULO V – ANÁLISE DA INCUBADORA DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES DE MACAÉ

5.1 RESULTADOS

5.1.1 ASPECTOS GERAIS

Dada a complexidade do fenômeno a ser avaliado e de suas dinâmicas, optou-se por realizar um estudo de caso empírico, possuindo como fontes de informação a fundamentação teórica apresentada até este ponto e fazendo uso de ferramentas como a observação direta e indireta e de entrevistas aplicadas aos agentes do objeto. A meta do presente trabalho é realizar uma análise comparativa com o referencial teórico levantado que possibilite situar em passo encontra-se a Incubadora de Empreendimentos Tecnológicos de Macaé dentro do contexto apresentado, de modo a enumerar quais são elementos que a condicionam e classificam para ocupar o nível em que está. Assim, pretende-se fornecer o arcabouço de informações necessárias ao preenchimento das lacunas explicitadas e do consequente incremento na efetividade da Incubadora em sua atuação na comunidade. Inicialmente, foram realizadas visitas acompanhadas à sede da Incubadora, a fim de proporcionar uma familiarização do pesquisador com a estrutura formal e física desta. Pôde-se observar, então, alguns dos recursos de que a incubadora dispõe e, por sua vez, oferece aos empreendedores incubados. Complementarmente, foi aplicado um questionário estruturado com perguntas abertas e fechadas com o propósito da extração de informações de maneira mais profunda e formal. Um primeiro problema observado é o de que o atual espaço que a incubadora dispõe é bastante reduzido, resumindo-se basicamente a uma sala ampla que é utilizada para o coworking e para os encontros de treinamentos e workshops com o representante do SEBRAE e numa sala de reuniões que dispõe de recursos audiovisuais, que, no entanto, é compartilhada com o restante dos ocupantes do IMCT, não estando, portanto, disponível integralmente. Não existem salas individuais separadas onde as empresas possam dispor de um espaço particular e de privacidade completa para suas operações cotidianas. Apenas podem ocupar a sala de reuniões, caso a reservem previamente e por um período de tempo limitado. Da mesma forma, as empresas dispõem de forma coletiva do serviço de recepção, copa, banheiros e acesso à

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internet, elementos de uma estrutura modesta para que tenham o suporte mais elementar para a realização de atividades esporádicas no local. Quanto à capacitação, os empreendedores contam com uma espécie de consultoria do SEBRAE, que regularmente realiza treinamentos, workshops e atividades de capacitação do seu pessoal e do seu negócio. Os encontros costumam ser quinzenais, onde um representante do SEBRAE aborda diversos conteúdos úteis para as empresas e disponibiliza o seu tempo e know-how para auxiliar no esclarecimento de dúvidas, no apoio a alguma nova atividade, etc. Através da aplicação de um questionário estruturado, apurou-se inicialmente as características de cada empresa incubada e, posteriormente, avaliou-se, entre outros pontos, a percepção que seus representantes têm da relevância e dos impactos do processo de incubação, bem como as atividades relacionadas com o desenvolvimento do empreendimento. Dentre as 9 (nove) empresas associadas atualmente à incubadora, 8 (oito) responderam o questionário aplicado pelo pesquisador e apenas 1 (uma) não forneceu as respostas até o fechamento do presente trabalho.

5.1.2 PERFIL DAS EMPRESAS INCUBADAS

A partir das respostas obtidas dos 8 (oito) respondentes, algumas características das empresas foram observadas. O gráfico apresentado na figura 10, mostra o número de funcionários de cada empresa participante do processo de incubação. Nota-se que metade destas possuem um único funcionário, isto é, são microempreendimentos individuais (MEI). Profissionais informais que trabalham de maneira independente costumam regularizar-se nesta modalidade de formalização, o que lhes confere facilidades se comparados ao registro formal de uma empresa tradicional, tais como enquadramento no Simples Nacional e isenção de alguns tributos federais, embora ainda conceda benefícios que possuidores do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) dispõem, como emissão de notas fiscais, abertura de conta bancária, acesso a financiamentos, entre outros. Dentre as demais, 3 (três) delas possuem de 2 (dois) a 5 (cinco) funcionários e apenas 1 (uma) das empresas possui mais do que 10 (dez) empregados. Esta distribuição é representada no gráfico da figura 10.

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Figura 10: Número de funcionários das empresas. Fonte: elaborado pelo autor.

A questão seguinte tratou do tempo de existência dos empreendimentos avaliados. Neste ponto, foi retratado que a maior parte das empresas (cerca de 60%) possui menos de dois anos de idade, sendo uma constituída há menos de seis meses, duas entre seis meses um ano de idade e outras duas que estão operando há mais de um ano. Em contrapartida, três dos empreendimentos já existem por período superior a dois anos. O gráfico exposto na figura 11 revela esta classificação:

Figura 11: Tempo de existência do empreendimento Fonte: elaborado pelo autor.

Quanto ao segmento de atividade das empresas, a maior parte atua no setor de serviços, sendo que 62,5% destas operam exclusivamente neste ramo. Dentre as demais, 12,5% oferecem produtos e serviços, enquanto as 25% restantes são do segmento de produtos, conforme exposto no gráfico da figura 12.

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Figura 12: Segmentos das empresas emcubadas. Fonte: elaborado pelo autor.

A partir desta análise, buscou-se avaliar de que maneira a empresa se mostrrou inovadora ou potencialmente inovadora em sua atuação, no fornecimento do seu produto ou na prestação do seu serviço. Quanto ao tipo de inovação oferecida pelas empresas, 2 (duas) empresas alegaram oferecer produtos ou serviços que já existem no mercado. As 6 (seis) demais dizem oferecer produtos ou serviços existentes, porém com nova versão, que possua algum aprimoramento ou novo recurso. Destas 6 (seis), 1 (uma) alega ainda oferecer este produto ou serviço existente com nova versão também por um menor custo, de acordo com o que se observa no gráfico da figura 13.

7 6 5 4 3 2 1 0 Produto/serviço já Produto/serviço já Produto/serviço já Produto/serviço existente no existente com nova existente com menor inteiramente novo mercado versão custo

Figura 13: Tipo de inovação oferecida Fonte: elaborado pelo autor.

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Quanto ao ramo de atuação das empresas, pode-se dizer que, conforme o gráfico mostrado na figura 14, são de áreas variadas. Muitas delas se enquadram em mais de uma área simultaneamente. Os setores de atuação mais comuns são os de automação, energia e tecnologia da informação, com respectivamente 25%, 37,5% e 37,5% das empresas operando nestas áreas:

Figura 14: Área de atuação da empresa. Fonte: elaborado pelo autor.

5.1.3 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE INCUBAÇÃO

A partir destas informações importantes acerca das empresas, buscou-se identificar a partir da declaração de seus representantes quais são os efeitos percebidos e as impressões causadas pela incubadora neste período de atuação. As perguntas elaboradas buscaram elucidar estes elementos de maneira mais evidente. Dois itens específicos avaliados foram os recursos de estrutura física da incubadora e o nível de qualidade dos treinamentos e capacitações oferecidos em parceria com o SEBRAE. Quanto ao primeiro item, metade dos respondentes declararam-se razoavelmente satisfeitos com os recursos, ao passo que a segunda metade dividiu-se entre muito satisfeitos e pouco satisfeitos. Não houve nenhuma classificação para a opção ‘insatisfatório’, conforme pode ser observado na figura 15.

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Figura 15: Nível de qualidade dos recursos e estrutura física da incubadora. Fonte: elaborado pelo autor.

Posteriormente, avaliou-se o nível de qualidade dos treinamentos e capacitações oferecidos pela incubadora em parceria com o SEBRAE. Quanto a estes, a avaliação foi consideravelmente melhor. Todos declararam-se satisfeitos, havendo cerca de 38% apontado a opção ‘muito satisfatório’ e os 62% restantes a alternativa ‘razoavelmente satisfatório.

Figura 16: Nível de qualidade dos treinamentos e capacitações oferecidos Fonte: elaborado pelo autor.

Outro aspecto avaliado foi que tipo de influência direta que a incubadora proporcionou às empresas. Um primeiro exemplo observado foi o de que, de acordo com mais da metade dos respondentes, fazer parte da incubadora não favoreceu a aquisição de novos clientes. Apenas 3 (três) empresas relataram ter conseguido um novo cliente por intermédio da incubadora, enquanto as 5 (cinco) demais responderam negativamente a esta questão. A dispersão das respostas está apresentada no gráfico exibido na figura 17.

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Figura 17: Grau de satisfação das empresas quanto à influência da incubadora na aquisição de novos clientes. Fonte: elaborado pelo autor.

Um segundo aspecto de influência direta verificada, foi a intervenção causada na gestão interna das empresas incubadas. Neste tópico, a grande maior parte das empresas (cerca de 87,5%) relatou ter havido mudança em suas diretrizes estratégicas por influência do processo de incubação ou das consultorias recebidas no processo. Apenas uma alegou não ter mudado nenhum direcionamento deste aspecto. Este aspecto pode ser melhor observado npo gráfico da figura 18.

Figura 18: Influência da incubadora na diretriz estratégica do empreendimento. Fonte: elaborado pelo autor.

Ademais, pode ser notado que a assessoria e consultoria oferecida, bem como, as sessões de treinamento e capacitação, são consideradas os recursos com maior diferencial dentre tudo o que a incubadora oferta, superando totalmente demais elementos como a

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infraestrutura, participação em eventos e networking. Segundo o gráfico mostrado na figura 19, 75% das empresas elegeram as assessorias e consultorias como o maior diferencial, enquanto os 25% restantes apontaram os treinamentos e capacitação.

Figura 19: Maior diferencial dentre os recursos oferecidos pela incubadora. Fonte: elaborado pelo autor.

A partir deste ponto, buscou-se analisar de que forma os representantes das empresas incubadas avaliam a evolução do seu negócio desde a entrada na incubadora e de que maneira e em que medida estes relacionam estes efeitos com o processo de incubação. Primeiramente, avaliou-se em que medida o negócio cresceu se comparado ao estágio anterior à incubação. Nesta questão, todos os respondentes declararam ter havido crescimento no período. Não obstante, cerca de 62% declararam ter havido um crescimento moderado, enquanto os outros 38% relataram um pequeno crescimento. Esta distribuição é melhor observada no gráfico da figura 20.

Figura 20: Crescimento percebido desde a entrada na incubadora Fonte: elaborado pelo autor.

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Em seguida, foi perguntado como a empresa avalia o impacto do processo de incubação para o crescimento do seu negócio e quanta diferença fez estar participando da incubadora. Nesta questão, metade dos respondentes afirma ter havido uma diferença ‘razoavelmente significativa', enquanto a outra metade diz ter havido uma diferença ‘muito significativa’, tal qual pode ser observado no gráfico apresentado na figura 21. Isso mostra, que o processo de encubação, teve efeito no desenvolvimento do negócio de todas as empresas avaliadas.

Figura 21: Impacto da incubação para o desenvolvimento do negócio. Fonte: elaborado pelo autor.

Finalmente, averiguou-se quais das empresas possuíam um plano de negócios estruturado antes do ingresso na incubadora e, em seguida, quais passaram a possuir um a partir da incubação. Inicialmente, 5 (cinco) das empresas declararam já possuir um plano de negócios anterior à entrada na incubadora, enquanto 3 (três) das empresas ingressaram ainda sem possuir o seu, conforme exposto no gráfico da figura 22.

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Figura 22: Empresas que possuíam um plano de negócios anterior à incubação. Fonte: elaborado pelo autor.

Atualmente, após pouco mais de 11 (onze) meses dentro da incubadora, 7 (sete) empresas já possuem o seu plano de negócios e apenas 1 (uma) permanece sem, tendo declarado, contudo, que está em desenvolvimento. O gráfico da figura 23 expõe, esta relação. Desta forma, ainda que se desconsidere a empresa que ainda possui o seu plano de negócios em elaboração, observa-se um expressivo crescimento de cerca de 25% (62,5% para 87,5%) das empresas que atualmente dispõem de um plano de negócios.

Figura 23: Empresas que possuem atualmente um plano de negócios. Fonte: elaborado pelo autor.

Além destas, foram aplicadas duas questões abertas para que os representantes falassem livremente acerca de quais são os pontos mais positivos e satisfatórios da incubadora e quais são as principais lacunas, pontos carentes de melhorias, que precisam ser trabalhados. Como aspectos positivos, todos mencionaram os treinamentos recebidos e as consultorias com o SEBRAE, pela oportunidade de ter acesso a um recurso valioso com que não teriam

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condições de arcar. Boa parte dos respondentes declarou que as sessões tiveram uma importância fundamental no amadurecimento e no planejamento estratégico do negócio. Em contrapartida, os aspectos negativos assinalados foram mais variados. Alguns queixaram-se da insuficiente infraestrutura física, que conta apenas com o espaço de coworking, não havendo salas privativas para o trabalho das empresas. Outros mencionaram algumas dificuldades burocráticas enfrentadas para a aquisição de recursos, atribuindo este problema à vinculação da incubadora a um órgão público municipal. Houve ainda críticas à falta de apoio financeiro e ao pouco apoio na inserção e participação em eventos tais como feiras de negócios e outros. Uma última crítica que merece destaque foi à falta de metas bem definidas, que prejudica o controle e acompanhamento da evolução das empresas bem como da atuação da incubadora frente aos seus objetivos.

5.2 DISCUSSÃO

Algumas aspectos podem ser analisados, com base nas respostas obtidas a partir do questionário aplicado. Nota-se, por exemplo, que, para 37,5% das empresas, estar na incubadora favoreceu a aquisição de novos clientes e que para 87,5% delas, o processo de incubação influenciou mudanças na diretriz estratégica ou na forma de gerenciamento do empreendimento. Podem ser elencadas como possíveis consequências desta realidade verificada fatos como o de que todas as empresas afirmaram ter auferido um crescimento do negócio no período avaliado, com 37,5% relatando um crescimento ainda ‘pequeno’ e 62,5% um crescimento ‘moderado’ e, para mais, o relato de que a participação na incubadora fez diferença significativa para este crescimento, diferença esta considerada ‘razoavelmente significativa’ por 50% dos respondentes e ‘muito significativa’ pelos 50% restantes. Ademais, é pertinente verificar as diferenças entre o nível de satisfação dos usuários em relação à estrutura física oferecida pela incubadora e aos treinamentos e capacitações ministrados, apresentados nas figuras 16 e 17, respectivamente. Para o primeiro caso, 50% dos usuários declararam-se apenas ‘razoavelmente satisfeitos’ com as instalações físicas que lhe são dispostas, com os demais divididos entre os 25% que avaliaram como ‘pouco satisfatório’ e os 25% restantes que qualificaram este item como ‘muito satisfatório’. Quanto ao segundo aspecto mencionado, uma expressiva fração de cerca de 38% dos respondentes se disseram muito satisfeitos com o nível dos treinamentos e capacitações oferecidos, enquanto os 62% restantes avaliam este ponto como ‘razoavelmente satisfatório’. Esta maior

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valorização dos treinamentos e capacitações em comparação aos recursos de estrutura física é especialmente evidenciada no gráfico da figura 20, onde 75% dos usuários destacam como o maior diferencial o primeiro elemento, enquanto nenhum assinala a opção de ‘infraestrutura’. Há, ainda, os 25% restantes que classificam as assessorias e consultorias prestadas como o maior diferencial oferecido pela incubadora. A despeito da incipiência da Incubadora, que opera plenamente há apenas pouco menos de um ano, faz-se necessário classificá-la em conformidade com as categorias de incubadoras de empresas expostas no referencial teórico do presente trabalho. É importante ressaltar, que a Incubadora de Empreendimentos Tecnológicos de Macaé é dotada, ainda que de maneira incompleta, dos elementos de estrutura física que caracterizam as incubadoras de primeira geração, sob a classificação da ANPROTEC apresentada no referencial teórico. Em adição, possui também, o foco no apoio ao desenvolvimento empresarial e à oferta de treinamentos e mentorias, típicas das incubadoras de segunda geração. Quanto à rede de recursos e conhecimento, o chamado ‘ecossistema de inovação’ em que a incubadora se inseriria na Terceira Geração, esta ainda não possui na prática esta configuração, não obstante haja a intenção da construção desta cadeia, manifestada em projetos ainda não concretizados do poder público municipal. A despeito da presença de elementos da segunda geração e de um horizonte para os da terceira geração, a recorrente insatisfação das empresas incubadas para com os elementos básicos de infraestrutura física, que, embora presentes, não satisfazem as necessidades dos usuários, não permite que se situe a incubadora no estágio da primeira geração, não sendo possível, tampouco, posicioná-la na segunda ou na terceira, uma vez que as suas substâncias abarcam os elementos dos estágios anteriores. Quanto à classificação sob os estágios do modelo CERNE, igualmente exposta na fundamentação teórica deste trabalho, o nível de amadurecimento da incubadora estudada, também não possui a totalidade dos elementos mínimos requeridos para ser considerada de maneira plena uma incubadora do nível CERNE 1. Isto é, apesar de possuir parte dos sistemas e processos diretamente relacionados ao desenvolvimento dos empreendimentos, tais como capacitação, assessoria e seleção, carece de incrementos para possuir gestão financeira, da infraestrutura física e tecnológica que satisfaçam as necessidades operacionais. Faz-se necessário rever e examinar, se estes elementos estão presentes e como sua presença ou ausência se manifesta para o processo de amadurecimento e viabilização dos empreendimentos. As lacunas podem comportar-se como restrições que dificultam este desenvolvimento. Para garantir que isto não ocorra, a incubadora deve buscar adquirir os

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elementos ausentes e incrementar os insuficientes, para que atenda às especificações dos modelos de referência, o que, além de favorecer o seu próprio processo de autogestão, eleva a incubadora a um patamar de padronização no qual demais incubadoras estão inseridas, além de diferentes agentes relacionados ao ecossistema de inovação.

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CAPÍTULO VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.1 CONCLUSÕES

A pesquisa realizada foi de considerável valia na busca de informações que fundamentassem o estudo pretendido. Através da visita ao local, da observação direta das atividades da incubadora, de relatos pessoais dos participantes e do questionário respondido pelas empresas, foi possível elencar os dados necessários na busca do alcance dos objetivos estabelecidos. O primeiro objetivo específico, de apresentar o processo de constituição da incubadora e o período de incubação das empresas, da descrição das etapas e de sua correlação com os avanços esperados na maturação do negócio foi cumprido, haja vista que foram elucidados estes processos no decorrer no estudo de caso. O segundo objetivo, da mesma forma, foi alcançado nas conclusões do estudo de caso, ao tecer comparação da realidade encontrada na incubadora pesquisada com os modelos de referência existentes e praticados no país. A listagem dos elementos presentes, ausentes ou carentes de melhoria na incubadora permitiu esclarecer onde estão os pontos positivos, que deverão ser mantidos, e negativos, que deverão ser trabalhados. O terceiro e último objetivo, por sua vez, foi alcançado parcialmente, considerando que foram elencados alguns dos elementos que são carentes de melhorias e indicado o modelo de referência que deve ser seguido a fim de sanar tais lacunas. Um estudo mais aprofundado, no entanto, é necessário a fim de elaborar um plano de ação concreto que atue na resolução destes pontos. Até onde foi possível verificar, a hipótese mostrou-se verdadeira, tendo em vista que a maior parte das empresas incubadas relatou um crescimento no seu negócio e reconheceram a importância da incubadora em seu processo de maturação. De acordo com as informações obtidas no estudo, foi verificado que as atividades de treinamento e capacitação somadas às assessorias e consultoria prestadas colaboraram fundamentalmente neste processo de prosperidade dos negócios até este ponto. Tais deduções não são completamente conclusivas, entretanto, uma vez que o processo de incubação ainda está em andamento e as empresas estão, majoritariamente, no início de sua atuação no mercado. Um acompanhamento por um período mais longo é primordial para confirmar estas inferências no futuro.

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6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Sugere-se, finalmente, que trabalhos futuros permaneçam acompanhando as atividades da Incubadora de Empreendimentos Tecnológicos de Macaé, a implementação das ações corretivas necessárias e sua evolução no tempo, bem como o desenvolvimento das empresas incubadas. Ademais, sendo possível documentar um período de tempo maior da atuação da incubadora, tornar-se-ia viável realizar estudos de natureza quantitativa, utilizando os dados obtidos em comparação com estudos já realizados acerca do impacto real quantificável do processo de incubação em empresas inovadores em estágios iniciais. Recomenda-se, também, que estudos semelhantes sejam realizados em outras incubadoras da região e/ou de porte e outros aspectos comparáveis, a fim de tornar a discussão mais aderente à realidade observada no município de Macaé.

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65

APÊNDICE I – QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS EMPRESAS INCUBADAS

Universidade Federal Fluminense - UFF Instituto de Ciências da Sociedade de Macaé – ICM Departamento de Administração e Ciências Contábeis

Questionário para elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso

Dados do Respondente Empresa: _________________________________________________________________ Ramo/segmento de atuação: __________________________________________________ Representante: ______________________________________________________________ Cargo/posição dentro da empresa: ______________________________________________

[OBS: O preenchimento dos dados de identificação acima é opcional, apenas solicito que limitem a 1 (um) respondente por empresa. Em todo caso, nenhuma empresa ou funcionário será citado nominalmente no trabalho. Os dados fornecidos serão apenas utilizados para controle, categorização e organização das informações colhidas por parte do pesquisador.]

Questões:

1.

Quantos funcionários o empreendimento possui?

( ) Apenas 1 (um) – Empresa individual ( ) De 2 (dois) até 5 (cinco) ( ) De 6 (seis) até 10 (dez) ( ) Mais de 10 (dez)

2.

Há quanto tempo o empreendimento existe/funciona?

( ) Menos de 6 (seis) meses ( ) De 6 (seis) meses a 1 (um) ano ( ) De 1 (um) ano a 2 (dois) anos ( ) Mais de 2 (dois) anos

66

3.

Como a empresa avalia o processo de incubação a que está submetida e seu impacto

para o seu negócio? Quanta diferença fez/faz para o negócio estar participando da Incubadora?

( ) Insignificativa ( ) Pouco significativa ( ) Razoavelmente significativa ( ) Muito significativa

4.

Houve crescimento do negócio/empreendimento desde o início do programa de

incubação?

( ) Não houve crescimento / houve crescimento insignificativo ( ) Houve um pequeno crescimento ( ) Houve um moderado crescimento ( ) Houve um grande/enorme crescimento

5.

Como a empresa avalia o nível de qualidade dos recursos oferecidos pela Incubadora

em termos de espaço e estrutura física?

( ) Insatisfatório ( ) Pouco satisfatório ( ) Razoavelmente satisfatório ( ) Muito satisfatório

6.

Como a empresa avalia o nível de qualidade dos treinamentos e capacitações

oferecidos pela Incubadora / Sebrae?

( ) Insatisfatório ( ) Pouco satisfatório ( ) Razoavelmente satisfatório ( ) Muito satisfatório

67

7.

Área em que a empresa atua (marque mais de uma opção, caso aplicável):

( ) Agronegócio

( ) Mobilidade

( ) Automação

( ) Telecomunicações

( ) Biotecnologia

( ) Nanotecnologia

( ) Construção Civil

( ) Quimica

( ) Educação

( ) Recursos hídricos

( ) Eletroeletrônicos

( ) Resíduos e reciclagem

( ) Energia

( ) Serviços de Consultoria

( ) Equipamentos

( ) Serviços Sociais

( ) Fármacos

( ) Tecnologia da Informação

( ) Indústria extrativa

(Softwares, Informática, etc)

( ) Medicina e saúde humana

( ) Veterinária

( ) Meio ambiente (Ecologia,

( ) Outro. Especifique: ______________

sustentabilidade)

8.

A empresa oferece:

( ) Produtos ( ) Serviços ( ) Ambos

9.

A incubadora favoreceu a aquisição de algum novo cliente?

( ) sim ( ) não

10.

O processo de incubação influenciou alguma mudança de diretriz estratégica ou forma

de gerenciamento da empresa ou do empreendimento?

( ) sim ( ) não

68

11.

A empresa oferece:

( ) produto/serviço já existente no mercado ( ) produto/serviço já existente no mercado, porém com nova versão ( ) produto/serviço já existente com menor custo ( ) produto/serviço inteiramente novo

12.

O que a empresa incubada considera como maior diferencial a respeito do processo de

incubação dentre os recursos que a incubadora oferece:

( ) infraestrutura ( ) assessoria/consultoria ( ) treinamento ( ) participação em eventos ( ) networking

13.

Qual é o principal ponto ou aspecto positivo (highest) experimentado pela empresa

através do processo de incubação? Comente.

__________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

14.

Qual é o principal ponto ou aspecto negativo ou mais insatisfatório (lowest)

experimentado pela empresa no processo de incubação (qual é a lacuna, a restrição, o que faz mais falta)? Comente.

__________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

69

15.

A empresa possuía um plano de negócios antes de ingressar na incubadora?

( ) sim ( ) não

16.

A empresa possui hoje um plano de negócios?

( ) sim ( ) não

Caso haja intenção de complementar alguma das respostas fornecidas ou de adicionar alguma informação que julgar relevante, utilize o espaço a seguir:

__________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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