GHANEM, Elie (Ed.). 3. Seminário Educação como Desenvolvimento Local: Repensar Práticas e Unir Esforços: informe final. São Paulo, 3 de outubro de 2015.

May 22, 2017 | Autor: Elie Ghanem | Categoria: Educação Integral, Desenvolvimento Regional
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Comunidade Educadora da Zona Leste

3º SEMINÁRIO EDUCAÇÃO COMO DESENVOLVIMENTO LOCAL REPENSAR PRÁTICAS E UNIR ESFORÇOS INFORME FINAL

SÃO PAULO - OUTUBRO DE 2015

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3º SEMINÁRIO EDUCAÇÃO COMO DESENVOLVIMENTO LOCAL REPENSAR PRÁTICAS E UNIR ESFORÇOS INFORME FINAL*

Apresentação O 3º Seminário Educação como Desenvolvimento Local: Repensar Práticas e Unir Esforços foi organizado pela Comunidade Educadora da Zona Leste, composta por um grupo de órgãos públicos estaduais e municipais e de organizações da sociedade civil que se uniu pelo desenvolvimento local de vários distritos da Zona Leste do município de São Paulo. A Comunidade Educadora da Zona Leste realiza reuniões e seminários, num processo de aprendizagem aberto à participação de outros órgãos públicos e organizações privadas, assim como de indivíduos. As pessoas que estiveram mais diretamente engajadas na organização do 3º Seminário Educação como Desenvolvimento Local resolveram orientá-lo para: i) compartilhar informações sobre práticas e subsídios teóricos; ii) favorecer a visualização de traços comuns e linhas de afinidade das práticas; iii) estimular a manifestação de todas as pessoas participantes e o uso igualitário dos tempos de fala. Optou-se por realizar o seminário na USP Leste, tanto porque é um lugar público com boas instalações quanto porque essa unidade da USP foi também resultado de movimentos de reivindicação por universidade pública na Zona Leste. Constitui-se, portanto, em um símbolo e uma inspiração. Decidiu-se ainda personalizar o convite a participantes, dividindo tarefas para convidar pessoas e não instituições genéricas. A divulgação por esses convites foi concentrada em setembro de 2015. Ana Paula Correia elaborou arte de folheto com ficha de inscrição para divulgação por email e foi responsável pela criação de um evento no Facebook. As inscrições foram feitas online e se inscreveram 201 pessoas. Participaram 122 pessoas: 116 em 2 de outubro de 2015 e 35 no dia seguinte. Foram 27 as que estiveram nos dois dias, 89 apenas no primeiro e 6 pessoas somente no segundo dia. Renato Márcio do Nascimento e Teresa de Souza Andrade fizeram uma proposta a respeito da forma de coordenação dos trabalhos durante o seminário.

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Informe redigido por Elie Ghanem. 2

Objetivos Geral - Reunir pessoas que se dedicam à luta pelo direito à educação na Zona Leste para refletir sobre os sentidos, consequências e alcance do que vêm fazendo como atividade profissional, de estudo e política. Específico 1 - Reexaminar ideias que têm nos orientado tais como a de comunidade de aprendizagem e a de educação como desenvolvimento local. Específico 2 - Manter entendimentos para potencializar esforços e gerar conquistas mais amplas e efetivas.

PROGRAMA

2 de outubro de 2015 14h-14h20 Abertura: grupos e instituições aos quais pertencem as pessoas participantes. Coordenação: Teresa de Souza Andrade. Histórico da iniciativa e forma de funcionamento do seminário. Coordenação: Maria Cláudia Vieira Fernandes e Zilda Borges da Silva. 14h20-16h Grupos menores: integrantes respondem às perguntas: 1. O que meu projeto/órgão público/organização tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste? 2. Com quais objetivos? 3. Quais são os pontos fortes do meu projeto/órgão público/organização? 4. Quais são os pontos fracos do meu projeto/órgão público/organização? 5. Quais são as condições favoráveis com que meu projeto/órgão público/organização conta? 6. Quais são as condições desfavoráveis que meu projeto/órgão público/organização enfrenta? 16h-16h20 Intervalo 16h20-18h Plenária: resultados dos grupos menores. Coordenação: Renato Márcio do Nascimento e Teresa de Souza Andrade. 18h-18h30 Plenária: A experiência do projeto Integrar pela Educação (1999-2002). Apresentação: Elie Ghanem. 18h30-19h Plenária: A experiência da Comunidade São Francisco de Assis (2005-2015). Apresentação: integrante da Comunidade (não foi apresentada).

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3 de outubro de 2015 9h-10h Plenária: palavra aberta sobre as experiências apresentadas. Coordenação: Rosângela de Almeida Costa. 10h-11h Grupos menores: propostas de ação conjunta em educação pelo desenvolvimento da Zona Leste 11h-12h Plenária. Coordenação: Elie Ghanem. i) apresentação das propostas de ação conjunta ii) palavra aberta iii) encerramento

1. Informações recolhidas no Seminário 1.1 O que a Diretoria Regional de Educação Itaquera (DRE-IQ) tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Articulação das universidades com escola pública de educação básica. Investimento no fortalecimento dos colegiados (gestão democrática). Fórum permanente para estudar o território e desenvolver publicações (livros, artigos) 2013 - Congresso Currículo, Território e Meio Ambiente (com DRE São Matheus, DRE Guaianases, DRE Penha, DRE Itaquera, DRE São Miguel, Diretoria de Ensino Leste I e Diretoria de Ensino II): estimular produção de conhecimento sobre o território para pensar em intervenções na realidade local. 2014 - Congresso Currículo, Território e Direitos Humanos (com DRE São Matheus, DRE Guaianases, DRE Penha, DRE Itaquera, DRE São Miguel, Diretoria de Ensino Leste I e Diretoria de Ensino II): refletir e estimular produção de conhecimento sobre educação para a cidadania. 2015 - Congresso Currículo, Território e Direitos Humanos (com DRE São Matheus, DRE Guaianases, DRE Penha, DRE Itaquera, DRE São Miguel, Diretoria de Ensino Leste I e Diretoria de Ensino II): trazer os conhecimentos do congresso para o currículo das escolas. Projeto sobre a Copa de Futebol: quais os impactos da Copa na região. Visita ao estádio. Reforma curricular: educação emancipatória. Atividades de formação para interdisciplinaridade com planos de ação e Ciclo Autoral. Lançamento de livros com temas locais e de reflexão sobre a cidade com foco na Zona Leste. 4

Articulação do Crece (Conselho Regional de Conselhos de Escola) – Comissão provisória em março de 2015. Participação na redação do decreto que regulamenta lei do Crece. Atividades de formação para integrantes de conselhos escolares em parceria com a Universidade Federal de São Carlos. Exemplos destacados: professor escola Municipal de Ensino Fundamental Benedito Calixto ganhou prêmio Professores do Brasil (projetos e práticas); Jornada Estudantil sobre os TCA (Trabalhos Colaborativos Autorais). Em 2015, essa jornada contou com alunos que saíram da rede municipal ano anterior, foram os pioneiros de TCA e compartilharam a experiência com quem fará o TCA neste ano.

1.2 O que o Centro Educacional Unificado Azul da Cor do Mar tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Até 2013, o CEU tinha dificuldade de articulação interna, entre a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef), a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei), a área de esportes e a Escola Técnica (Etec). A partir da participação de seminários na DRE-IQ, visualiza-se a necessidade de conhecer o território para articular programação cultural que vá ao encontro dos interesses da comunidade. Adotou a concepção de CEU como cidade educadora. Problema: o CEU foi construído em cima de um campo utilizado pela comunidade. Solução: fazer uma homenagem a moradores que tinham uma história com aquele lugar antes do CEU, conferindo-lhes um certificado de Amigos do CEU, valorizando a comunidade. Trazendo-a para dentro, ela se tornou parceira. O CEU era visto apenas como um equipamento e não como um lugar integrado ao território. O resultado foi a mudança da visão da comunidade, mostrando que o CEU é para todos e quem trabalha lá está apenas administrando um espaço em comum para todos. Hoje, a comunidade acolhe e defende o CEU. Ampliou-se a integração para além do conselho gestor, fazendo eventos, saraus (tudo incluindo a comunidade e fazendo escutas, inclusive sarau intergeracional). Há uma horta comunitária em parceria com a ONG Entre o Céu e a Terra, fornecendo alimentos para as crianças. A ideia é ampliar para que a comunidade também possa colher. A horta é aberta e ninguém destrói ou usa para “guerra de comida”. O MSU (Movimento dos Sem Universidade) oferece um curso preparatório para exames vestibulares de instituições de educação superior. Todos os meses, há matrícula aberta para atividades que contemplam a comunidade. Para o uso da quadra externa, o conselho gestor convidou “moradores que dominavam o território para o mal”. Resultado: sorteio com os times da região a cada três meses para reorganizar a agenda da quadra.

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1.3 O que a Escola Estadual José Righetto Sobrinho tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Uma professora mediadora (no ciclo 1 e no ciclo 2) faz mediação de conflitos intraescolares e extraescolares, em trabalho com famílias, analisa faltas e faz parcerias com outras instituições: Centro de Referências em Assistência Social (Cras), Centro de Atenção Psicossocial (Caps) infantil, Casa de Isabel, Centro Social Marista (Cesomar) Irmão Lourenço, na Vila Progresso, conselho tutelar, psicólogos individuais. 1.4 O que a Escola Estadual Diogo de Faria tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Professora mediadora do ensino médio trabalha com alunos e comunidade. Desafios: tirar “manias” de outras escolas. Drogas e bebidas são focos principais. Condições favoráveis com que a Escola Estadual Diogo de Faria conta - Equipamentos da prefeitura em um governo que olha para questão democrática e quebra barreiras políticas. Condições desfavoráveis que a Escola Estadual Diogo de Faria enfrenta - A segmentação ainda pode melhorar. Resquícios da política representativa e não participativa. 1.5 O que a Faculdade de Educação da USP tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste A Feusp (Faculdade de Educação da USP) tem cursos de pedagogia e outras licenciaturas, além da pósgraduação. No que se refere ao direito à educação, o professor Elie Ghanem tem participado da Comunidade Educadora da Zona Leste, oferecendo aportes teóricos, propostas de ação, comunicação com docentes da USP e instalações da USP Leste. Outra contribuição são cursos de extensão universitária. Em 2011, um curso sobre conselhos de escolas, em conjunto com a Diretoria Regional de Educação São Miguel (DRE-MP) e com a Diretoria de Ensino Leste 2. Em 2012, o curso Políticas Públicas e Comunicação, em conjunto com a Emef Armando Cridey Righetti, a Diretoria de Ensino Leste 2 e o Instituto Alana. Em 2013, o curso Praticando Direitos na Comunidade, em conjunto com a unidade de São Miguel da Defensoria Pública do Estado de são Paulo e com o Instituto Alana. Este curso foi replicado em 2014, com a unidade de Itaquera da Defensoria e o Instituto Alana. Em 2015, foi realizado o curso Participação Social na Defesa de Direitos, em conjunto com a Coordenadoria Regional de Saúde Leste, a Controladoria Geral do Município, a DRE-MP e o Instituto Alana. Todos com o objetivo de fortalecer a capacidade da sociedade civil para dialogar com autoridades do poder público quanto a políticas que assegurem direitos. Dar munição para grupos, pessoas e organizações para conseguirem negociar com mais informações e em pé de igualdade com o poder público. De 2011 a 2015, veio sendo realizado o curso Aprendizado com Pesquisa de Opinião: Educação como Desenvolvimento Local, em conjunto com a ONG Ação Educativa, para docentes de escolas públicas de educação básica. Pontos fortes da Feusp - Potencial de engajamento de estudantes da USP para participarem de projetos de intervenção através da extensão universitária.

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Pontos fracos da Feusp – A direção da universidade (reitoria) é autoritária e alheia às iniciativas de docentes; dispersão do corpo docente, que está voltado para carreiras individuais, sendo que a estrutura e a tradição não valorizam o trabalho coletivo; caráter secundário atribuído à extensão universitária frente às aulas de graduação e à pesquisa. Condições favoráveis com que a Feusp conta – Laços de colaboração e amizade entre centenas de ativistas por direitos, construídos em cerca de 20 anos, marcadamente profissionais de escolas públicas de educação básica; um número significativo de gestores de órgãos públicos advindos desses grupos de ativistas, sensíveis ao diálogo com a sociedade civil em torno de políticas públicas adequadas. 1.6 O que a Escola Estadual Adolpho Pluskati tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Há um trabalho de professor mediador, muito limitado. Visa a resolver conflitos. Pontos fortes da Escola Estadual Adolpho Pluskati - Estar próximo do aluno e conseguir tirá-lo de situação de risco. Pontos fracos da Escola Estadual Adolpho Pluskati - O trabalho se resume à escola, por mais que se saia para ver a situação de um aluno que mora perto. Não tem autonomia para aplicar sanções e recebe crítica por ser “amigo de aluno”. As pessoas “acham que a escola é como um presídio”. O aluno não tem interesse nenhum de ir para a escola. O maior problema é o uso de drogas. Olham os professores mediadores como inspetores de luxo. Condições desfavoráveis que a Escola Estadual Adolpho Pluskati enfrenta - As leis que “atam nossas mãos”. O professor mediador demanda da USP Leste mais oportunidades para docentes da rede pública se qualificarem. 1.7 O que a Escola Estadual Alberto Schweitzer tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Condições favoráveis com que a Escola Estadual Alberto Schweitzer conta – A professora mediadora atende o ensino médio noturno. “Nós ficamos de mãos atadas”. A comunicação é importante, é importante ouvir. Se acontece alguma coisa, chama o aluno, conversa, ouve e, dependendo da situação, chama a família. Às vezes, os laços de família estão desfeitos, a exclusão está dada para além da escola. A família e a comunidade são importantes dentro da escola. É importante o projeto da escola e o envolvimento de todos, mas, só o gestor pode aplicar sansões. Às vezes, você tem tudo para resolver a situação, mas, “temos a lei nos olhando”. 1.8 O que a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Keralux tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Na UBS Jardim Keralux, a comunidade participa do conselho gestor. A gerente está sempre organizando os funcionários para capacitar. São 12 agentes para fazer cadastro e ver a situação das famílias. Eles fazem a 7

mediação entre comunidade e órgãos públicos, trabalham em áreas de risco, levando a prevenção e acolhendo. O principal objetivo é a comunicação. Condições favoráveis com que a UBS Jardim Keralux conta - Tem melhorado a comunicação com a Coordenadoria Regional de Saúde Leste, que era um ponto fraco. Há projetos da USP com jovens e com idosos. Há uma boa comunicação “com a educação” (Escola Estadual Irmã Anete Fernandes e o Centro de Educação Infantil). O trabalho cresceu e tem tido acolhimento para o grupo se unir. Condições desfavoráveis que a UBS Jardim Keralux enfrenta - A dificuldade é com a participação da comunidade. Temos associações, mas cada uma “puxando a sardinha” para o seu lado, são desunidas e concorrem. A UBS está muito pequena para dar conta de toda a comunidade. Por causa da invasão, não conseguem mais cadastrar. 1.9 O que a Escola Técnica (Etec) Tatuapé tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste A Etec Tauapé pertence ao Centro Paula Souza e tem projetos para abrir a escola para a comunidade: Biblioteca Ativa, saraus, trabalho com pessoas idosas e espaço para associações, principalmente de moradores de favela próxima. Condições desfavoráveis que a Etec Tatuapé enfrenta - As escolas do Centro Paula Souza não têm comunicação entre si e não têm recursos para trabalhos com a comunidade. Há muitos entraves postos por gestores do Centro. 1.10 O que a Escola Estadual Pedro Brasil Bandechi tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Pontos fracos da Escola Estadual Pedro Brasil Bandechi - As pessoas, os professores, policiais, estão muito desmotivados. Por isso, há muita evasão: “tem dias em que saímos mais cedo porque não dá para continuar”. Condições favoráveis com que a Escola Estadual Pedro Brasil Bandechi conta - A direção é “muito aberta e parceira”. Condições desfavoráveis que a Escola Estadual Pedro Brasil Bandechi enfrenta - O maior desafio é trazer a comunidade para dentro da escola. A maioria dos pais não é participativa, só vem com ameaças: “se não comparecer, vamos enviar seu filho para o Conselho Tutelar”. Os pais não querem ter responsabilidade sobre os filhos. A comunidade é difícil, com muita droga, muita violência. 1.11 O que a Emef Carlos Chagas tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Desde 2002, a Emef Carlos Chagas faz trabalho de educação midiática, com o projeto Currículo e Território. Seu objetivo é trazer o currículo para o território da escola, a bacia do Aricanduva, e imigrantes de diferentes origens que ali se radicam. Iniciou com o mapeamento do que estudantes “gostam e não gostam” no entorno 8

da escola. Em 2014, o projeto foi Direitos Humanos, uma Questão de Respeito. Conta também com o Projeto Rádio e com o Projeto Aluno Monitor. Pontos

fortes

da

Emef

Carlos

Chagas

-

Mantém

um

blog

com

muitos

acessos

http://carloschemef.blogspot.com.br/. Pontos fracos da Emef Carlos Chagas - A resistência de professores com relação a interdisciplinaridade. A escola não consegue ser irradiada. Não se reconhece o trabalho dedicado e tratar aluno com respeito é visto como descompromisso. Condições desfavoráveis que a Emef Carlos Chagas enfrenta - Integrantes da comunidade não frequentam a escola. Não se consegue contato com uma série de ONGs e serviços para que trabalhem na escola. Predomina o amadorismo, por falta de verba. Falta de interesse da comunidade. 1.12 O que a Escola Estadual Dom Pedro I tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Pontos fortes da Escola Estadual Dom Pedro I - Projetos de inclusão na escola. Pontos fracos da Escola Estadual Dom Pedro I - Dificuldade de presença dos pais. 1.13 O que a Escola Estadual Reverendo Mattathias Gomes dos Santos tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Na Escola Estadual Reverendo Mattathias Gomes dos Santos, todos incentivam os alunos a aprender. Pontos fracos da Escola Estadual Reverendo Mattathias Gomes dos Santos – Violência. Pais não comparecem. Falta de material escolar (canetas, papel etc.). 1.14 O que a Escola Estadual Roger Jules de Carvalho Mange tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Pontos fracos da Escola Estadual Roger Jules de Carvalho Mange - Situada na Encosta Norte, onde se instalaram muitas habitações sem unidades de saúde suficientes, não há posto policial. Condições favoráveis com que a Escola Estadual Roger Jules de Carvalho Mange conta – Parceria com o Centro de Integração e Cidadania (CIC) Leste e com a Fábrica de Cultura. Condições desfavoráveis que a Escola Estadual Roger Jules de Carvalho Mange enfrenta – Falta de segurança. Drogas no entorno da escola e no Parque Santa Amélia, única alternativa de lazer (o Parque das Águas, ao lado da escola, está abandonado). “Se chama a mãe porque a menina vem com short curto, a mãe vem com um menor ainda”.

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1.15 O que o Fórum Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Luta por políticas setoriais básicas (educação, saúde etc.). Seu objetivo é discutir a defesa dos direitos da criança e do adolescente. Pontos fortes do Fórum Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente – Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Pontos fracos do Fórum Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente – Ausência de políticas públicas básicas, o que não possibilita qualificar a educação, uma vez que há famílias sem habitação e sem alimentação. “Quando o poder público não está, outros poderes assumem”. Condições favoráveis com que o Fórum Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente conta – Capacidade de mobilização. O Fórum é composto por representantes das Secretarias Municipais, além de educadores e ativistas. Condições desfavoráveis que o Fórum Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente enfrenta – Dificuldade de participação da comunidade (por que está ocupada trabalhando). O ECA é visto como obstáculo à ação (“a lei impede”). 1.16 O que José Luís Pontes (voluntário) tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Trabalho isolado de prevenção ao uso de drogas por meio de visitas às famílias moradoras do Jardim Helena. Seu objetivo é melhorar o diálogo com o poder público. Condições favoráveis com que José Luís Pontes (voluntário) conta – As pessoas querem mudança. Condições desfavoráveis que José Luís Pontes (voluntário) enfrenta – Aliciamento de traficantes de drogas ilegais. Pouco tempo que pais dispõem para estar com os filhos. Burocracia. Baixíssima disponibilidade de equipamentos públicos para uma população muito numerosa, ausência de articulação intersetorial. 1.17 O que a Emef Vinícius de Morais tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Situada no Conjunto Habitacional Promorar, em Sapopemba, a equipe da Emef Vinícius de Morais funciona de forma democrática para fazer uma educação pública escola adequada em um bairro de alta vulnerabilidade (pobreza, crime organizado, sociabilidade “muito difícil”). Atua com 700 crianças. Visam a uma educação básica para romper com o ciclo de pobreza no qual se encontram. A proposta é abrir o diálogo e que os alunos tenham protagonismo. Tem como foco a educação integral, pois a educação escolar não é tudo. Pontos fortes da Emef Vinícius de Morais - Parcerias com todos os atores que atuam na região (igrejas, ONGs etc.), compondo uma Rede de Proteção. 10

Pontos fracos da Emef Vinícius de Morais - Aprendizagem dos alunos: o entorno e a situação não ajudam e, nas avaliações, os alunos vão muito mal. Dificuldade em criar um ambiente na escola que favoreça a aprendizagem. Muitos alunos não se alfabetizam, os problemas se misturam: pedagógicos, de saúde, de assistência social. Não conseguem fazer uma educação escolar de qualidade para todos. As relações de convivência com o entorno as vezes tornam-se muito violentas. Alta rotatividade dos profissionais. Baixo interesse dos pais. 1.18 O que a Fundação Tide Setúbal tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste A Fundação Tide Setúbal tem como missão o desenvolvimento local e sustentável de S. Miguel e adjacências. Para isso, articula a “potência local”: atores e pautas políticas coerentes com o território. Realiza também trabalhos culturais e comunitários em dois centros: Clube da Comunidade Tide Setúbal, no Jardim São Vicente; Galpão da Cultura e da Cidadania, no Jardim Lapenna. Quanto à educação escolar apoia ações no sentido da educação integral e da melhoria da convivência no ambiente escolar. Pontos fortes da Fundação Tide Setúbal – Articulação entre currículo escolar e território (educação integral) e de rede de proteção social. Trabalho com famílias de alta vulnerabilidade (Programa Ação Família) e trabalho cultural, especialmente a Feira de Livros de São Miguel (50 polos de atividades em 2015). Pontos fracos da Fundação Tide Setúbal – Equipe reduzida. Condições desfavoráveis que a Fundação Tide Setúbal enfrenta – Cultura local muito marcada por paternalismo e assistencialismo. 1.19 O que a Ação Educativa tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste A ONG Ação Educativa focaliza educação, cultura e juventude. Especificamente quanto à Zona Leste, realiza formação de docentes de escolas públicas de educação básica, em cursos de extensão universitária junto com a Faculdade de Educação da USP. A cada ano, há uma edição do curso Aprendizado com Pesquisa de Opinião: Educação como Desenvolvimento Local. Nesse curso, aprende-se a orientar estudantes a formular e executar pesquisas de opinião sobre temas de seu interesse. Condições favoráveis com que a Ação Educativa conta – Disposição de docentes e estudantes de escolas públicas de educação básica para ressignificar a escola e as relações com seu entorno. Condições desfavoráveis que a Ação Educativa enfrenta – “Estrutura engessada”. Vontade de mudança nas escolas paralisada pelo medo de mudanças.

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1.20 O que a Massage Soul tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste A ONG Massage Soul oferece diversos cursos de artes e idiomas, inclusive no programa Escola da Família (nas escolas estaduais). Orienta-se pela ideia de que a escola deve ser um espaço de interação com a comunidade local para fomentar a própria comunidade local. 1.21 O que o Movimento Nossa Itaquera tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Desde 2010, o Movimento Nossa Itaquera tem um grupo de trabalho sobre educação. Visa a “apropriar-se do local”. Facilitou oferta de curso de extensão universitária da Unifesp Guarulhos (professor Marcos César de Freitas) para docentes da região. 1.22 O que a Fundação Projeto Travessia tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste Parceria em face das demandas dos adolescentes e crianças em situação de rua. Trabalha com verba pública, doações e mantenedores. É uma função gratuita em comunidades da cidade de São Paulo e outras cidades. Tem o projeto de Centro de Acolhida e Entrada para adolescentes e crianças em situação de risco: perdidas, abandonadas. Da Penha ao Itaim Paulista. Em seu mapeamento, no Viaduto da Chin, no Itaim Paulista, há mais de 200 crianças em situação de rua. Com o projeto Protagonismo, na Penha, descobriram várias mulheres que se propuseram a fazer bolos para os jovens que faziam aniversário. O menino em situação de risco deve reconquistar espaços físicos, mentais, emocionais etc., quando reinserido na escola. Com o projeto Meu Grêmio, Minha Escola, o objetivo da Fundação é trabalhar com modelos colaborativos na escola e conselhos tutelares, cujo papel é reivindicar direitos, encaminhar, fazer parte da rede de professores etc. Pontos fortes da Fundação Projeto Travessia – As tentativas de articulação e mobilização entres os diversos atores da região. Pontos fracos da Fundação Projeto Travessia – Poucos apoios de um modo geral. Reflexão sobre segurança e educação. Vulnerabilidade da região. Condições favoráveis com que a Fundação Projeto Travessia conta - A criação da Comissão de mediação, projetos ligados à gestão democrática, projetos de parceria com universidades. Condições desfavoráveis que a Fundação Projeto Travessia enfrenta - As instituições ainda têm visões fechadas e não se dão a oportunidade e abertura para o diálogo para enxergar as possibilidades e não somente as dificuldades. A região é geograficamente muito extensa e nem sempre as iniciativas são visíveis. As pessoas ainda têm dificuldade de encarar a sua co-participação na resolução dos conflitos.

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1.23 O que a Escola Estadual Prof. Dulce Leite da Silva tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste A Escola Estadual Prof. Dulce Leite da Silva faz um trabalho preventivo contra acidentes com crianças da comunidade Tijuco Preto. A escola promove palestras com funcionários do Samu (Serviço de Assistência Móvel de Urgência). 1.24 O que a Escola Estadual Prof. Dr. Humberto Luiz D’Urso tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste A Escola Estadual Prof. Dr. Humberto Luiz D’Urso tem um projeto que visa a atender a necessidades pontuais. O objetivo é o desenvolvimento uma orientação para o que acontece no dia-a-dia: casos de agressão, uso de cigarro, uso de drogas, desperdício de alimentos, gravidez. São situações que surgem e são percebidas na conversa com os alunos. Recentemente, a escola em parceria com uma associação de luta, tem encaminhado alunos, principalmente aqueles envolvidos com brigas, para a prática de esporte. A escola tem parceria com Casa Isabel e Casa de Belém. Traz organizações para palestras. 1.25 O que a Escola Estadual Eunice Marques tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste A Escola Estadual Eunice Marques enfrenta os conflitos e o uso de drogas na escola. Chama famílias para conversas e tem dado resultado. O ponto principal é o diálogo. O controle do uso de drogas fora da escola é muito difícil. Professores são ameaçados. 1.26 O que a Escola Estadual Capitão Sérgio Muniz Pimenta tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste A Escola Capitão Sergio Muniz Pimenta tem projeto de palestras sobre gravidez, vulnerabilidade e drogas. Há alunas gestantes com 16 anos de idade, algumas sofrem violência dentro do lar. Tem feito palestras sobre gravidez e drogas. A escola está na comunidade Tijuco Preto, “difícil de trabalhar”. 1.27 O que o CEU Aricanduva tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste O CEU Aricanduva promove o projeto Universidade Aberta do Brasil, ministrando cursos para professores e pessoas da comunidade em geral. Por esse projeto, universidades de vários estados oferecem cursos a distância. O CEU Aricanduva tem escolas, telecentro e biblioteca. Busca um vínculo com a comunidade e tem promovido diálogo com adolescentes usuários de drogas. Tem um projeto de monitoria aquática na piscina com os jovens mais difíceis, no qual procuram envolvê-los em atividade tais como refazer a pista de skate. 1.28 O que a Escola Estadual Lívio Xavier tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste A Escola Estadual Lívio Xavier tem promovido palestras sobre drogas com ex-detento e outros que estão sob custódia em liberdade assistida. Esses palestrantes contam sobre o que viveram na prisão, alertam os pais sobre a necessidade de dar limites e se impor. Os alunos saem motivados e o projeto tem mostrado resultados. O 13

trabalho tem sido de “resgatar os alunos para a cidadania”. Em parceria com uma ONG chinesa, mobilizou a comunidade, para a qual levaram dentista, oftalmologista, dermatologista, psicólogo, ginecologista, advogados. Foram 600 atendimentos em um dia. “É isso o que a gente faz dentro da escola, busca ajuda”. 1.29 O que a Escola Estadual Prof. Wilson Simonini tem feito pelo desenvolvimento da Zona Leste

A Escola Estadual Prof. Wilson Simonini tem um projeto com grafite para fazer com que jovens sintam que pertencem à escola. A comunidade é desprovida de alternativas de lazer e cultura. “A concorrência com a droga é desleal”.

2. A experiência do projeto Integrar pela Educação (1999-2002) O projeto Integrar pela Educação fez parte da inciativa em educação básica Comunidade de Aprendizagem, da Fundação W. K. Kellogg. Esta fundação é mantida com recursos das indústrias de cereais Kellogg e tem o lema “Ajudar as pessoas a ajudarem a si mesmas”. Sua maior experiência se concentrava em oferecer bolsas para pesquisadores científicos e na área da sáude. Nessa área, após conceder apoio a inúmeros projetos isolados, optou por apoiar um conjunto articulado de projetos, que passou a se denominar UNI (Uma Nova Iniciativa). A iniciativa Comunidade de Aprendizagem contou com um marco de referência,1 que foi distribuído em muitos países da América Latina, para as mais variadas organizações públicas e privadas. A Fundação destinou 11 milhões de dólares, em cinco anos, a projetos elaborados com base no marco de referência. Apresentaram-se 132 projetos, que foram selecionados primeiramente por seus textos, sendo escolhidos 50 para serem visitados. Finalmente 14 projetos de nove países compuseram a iniciativa. Três destes projetos eram brasileiros: Projeto Caparaó (Serra do Caparaó, MG), Projeto Zumbi dos Palmares (Aracati, CE) e Projeto Integrar pela Educação (Zona Leste do município de São Paulo). Dois critérios para a seleção dos projetos foram especialmente importantes: ser apresentados por uma coalizão de pelo menos duas organizações; partir de processos em andamento. Aparentemente banais, esses critérios contrariavam a inexperiência de elaborar projetos em alianças e o costume de desconsiderar as práticas existentes. No projeto Integrar pela Educação, constituiu-se uma aliança com sete participantes, de tipos muito diferentes: •

Ação Comunitária Paroquial de Itaim Paulista (responsável: Corinto Rodrigues Santos)

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FUNDAÇÃO W. K. KELLOGG. Projeto Integrar pela Educação: iniciativa de educação básica Comunidade de Aprendizagem. Tradução de Elie Ghanem. São Paulo, 1977. 7 p. 14



Ação Educativa-Assessoria, Pesquisa e Informação (responsável: Elie Ghanem)



Associação Ética e Arte na Educação (responsável: Valter de Almeida Costa)



Escola Estadual Condessa Filomena Matarazzo (responsável: Célia Maria Benedicto Giglio)



Escola Municipal Antonio Carlos de Andrada e Silva (responsável: Maria Lúcia Nicácio de Sales)



Fórum de Educação da Zona Leste (responsável: Milton Alves Santos)



Núcleo Cultural Força Ativa (responsável: Djalma Lopes Góes).

Intencionalmente, a aliança mesclou escola e não-escola, público e privado, municipal e estadual, formal e não formal. Cada detalhe do projeto foi elaborado pelo conjunto, desde a definição do problema a enfrentar até os componentes do orçamento. O problema proposto pelo projeto foi a crescente perda de sentido da educação escolar, observada em relação a estudantes, mas também quanto a docentes, funcionários(as) não-docentes e familiares. Os proponentes do projeto acreditavam que essa perda de sentido se mostrava no fato de que a educação escolar não vinha respondendo a necessidades econômicas, políticas e culturais das comunidades. A escolarização fornecia requisitos para disputar no mercado de trabalho, mas, o aumento do número de pessoas diplomadas fazia cair o preço dos diplomas e estes deixavam de ser garantia de emprego. Quanto às necessidades políticas, a educação escolar não se voltava a capacitar para influir nos centros de poder, de forma que estudantes sequer participavam da tomada de decisões no interior de suas escolas e o magistério era mantido afastado das decisões sobre política educacional. Em termos de necessidades culturais, a escola persistia fechada em uma cultura escolar sem interação com a cultura de massas - rejeitada em vão porque entra na escola com a massa de estudante e de professores(as) – e ou com a cultura erudita, que não está nos livros didáticos, mas, nos centros de pesquisa científica, artística e tecnológica. Em resposta, o projeto colocou o objetivo de gerar novos sentidos para a educação escolar combinando práticas escolares e não escolares. Visava a contribuir para uma educação na perspectiva de que as comunidades compreendessem a si mesmas, refizessem padrões de relacionamento, influíssem nos centros de poder, integrassem as pessoas na economia e considerassem diferentes formas de organização e mobilização.

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Especificamente, essas intenções se traduziram em: aumentar a influência de alunos e familiares na orientação da educação escolar; fortalecer o Fórum de Educação da Zona Leste como interlocutor coletivo nas políticas educacionais governamentais; recompor relações interpessoais e intergrupais através de práticas educacionais artísticas e associativas; manter relação ativa com os meios de comunicação de massa. As ações abrangeram 10 dos 32 distritos da Zona Leste: São Miguel, Vila Jacuí, Itaim Paulista, Jardim Helena, Ermelino Matarazzo, Vila Curuçá, Cangaíba, Ponte Rasa, Itaquera e Cidade Tiradentes. Dentre as muitas atividades realizadas, pode-se destacar o curso ministrado pela Associação Ética e Arte para formar jovens como diretores e monitores de teatro, o planejamento e o conselho de classe participativos da Escola Filomena Matarazzo (análise bimestral do desempenho dos alunos) e reuniões do conselho de escola, planejamento da equipe técnica e reuniões de conselho da Escola Antonio Carlos de Andrada e Silva, as reuniões da Comissão Executiva do Fórum de Educação da Zona Leste e a instalação da Biblioteca Comunitária Solano Trindade pelo Núcleo Cultural Força Ativa, na Cidade Tiradentes. Para informação e debate de políticas educacionais, o Fórum de Educação da Zona Leste propiciou que pessoas comuns (não sendo governantes nem especialistas) tivessem informações qualificadas. Em 1997, havia sido iniciado um cadastro do Fórum com 436 registros e, em 2001, já contava com 3481. Essas pessoas tiveram oportunidade de participar de debates sobre temas relevantes da área tais como: Orçamentos públicos e vinculação de recursos para a educação (reunião, 25/9/99) Universidade pública na Zona Leste (encontro, 23/10/99) Educação e portadores de necessidades especiais (seminário, 20/11/99) Políticas de formação de professores (reunião, 27/11/99) Falta de vagas: quantos estão sem estudar? (reunião, 4/12/99) Ensino técnico profissionalizante na Zona Leste (reunião 27/5/00) Propostas educacionais dos candidatos à prefeitura (reunião, 26/8/00) As ONGs, as políticas e os serviços de educação (reunião, 23/9/00) Quem são os excluídos da escola? (reunião, 21/10/00) Educação, atividades físicas, recreativas e de lazer (seminário, 2000) A educação e a música (reunião, 9/12/00)

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Educação a distância e tele-salas (reunião, 17/3/01) Segurança nas escolas (reunião, 21/4/01) Participação no planejamento escolar (reunião, 19/5/01) Plano local de desenvolvimento educativo (seminário, 22-23/6/01, 29-30/8/02 e 26-27/11/02) Educação, igualdade e capacidades especiais (seminário, 1/9/01) Construindo uma educação para a paz (seminário, 10/9/01) Por uma educação não sexista (reunião, 15/9/01) A educação do povo negro (reunião, 25/11/01) Educação e religiosidade (reunião, 8/12/01) Projeto Integrar pela Educação (reunião, mar. 2002) Universidade na Zona Leste (reunião, abr. 2002) Poder legislativo, educação e eleições (reunião, set. 2002) Para recompor relações interpessoais e intergrupais, o projeto se orientou para realizar vivências colaborativas entre grupos e organizações e enfatizou o estabelecimento de alianças. O caráter colaborativo das vivências procurou ser contemplado com os seguintes aspectos: serem promovidas por alianças de organizações, favorecerem o respeito mútuo entre educador(a) e educandos(as), favorecerem a corresponsabilidade, favorecerem a oferta de serviços escolares/educativos para pessoas da comunidade sem vínculo direto com escola/centro educativo, gerarem multiplicadores (democratizando, evitando “feudo”, possibilitando a continuidade das ações), proporcionar a troca de papéis educador/educando e incorporar-se à rotina da escola/centro educativo. Duas vivências dessa natureza passaram a ser o projeto Cinema e Vídeo Brasileiro nas Escolas 2 e o Circuito Cultural Escolar. O primeiro se dedicou à formação de docentes em cursos de leitura da linguagem audiovisual e de produção de vídeo, incluindo, em seguida, estudantes. Também realizou oficinas com professores(as) sobre o seu trabalho e sobre pesquisa e gestão de acervos de videoteca (cerca de 500 títulos surgidos a partir de 1920, disponíveis para empréstimo), mostras temáticas de filmes em vídeo com debates com cineastas e pesquisadores, bem como visitas a salas especiais de cinema, videotecas públicas e festivais de cinema da cidade. Após ter sido experimentado na E E Condessa Filomena Matarazzo, na E E Madre Paulina e na Emef Antonio Carlos de Andrada e Silva,

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A descrição detalhada se encontra em GHANEM, Elie. Influir em políticas prestando serviços a órgãos públicos? In: Elie Ghanem (Org.). Influir em políticas públicas e provocar mudanças sociais: experiências a partir da sociedade civil brasileira. São Paulo: Ashoka: Avina: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2007. p. 99-107. 17

foi reformulado por pessoas dessas três escolas, da Fundação Abrinq, da Ação Educativa, da Natura Cosméticos, da Coordenadoria de Educação de São Miguel (atual DRE), da Diretoria de ensino Leste 1 e da Diretoria de Ensino Leste 2. Esse conjunto elaborou o projeto como uma política e não como uma prática para ser “transformada em política” posteriormente. O Circuito Cultural Escolar envolveu seis escolas e quatro ONGs trocando experiências, aprendendo e ensinando. Os trabalhos eram apresentados nas escolas e foram incorporados na programação dos(as) professores(as), de modo que envolvessem suas turmas desde o início e acompanhassem as atividades. Por isso, o circuito se realizou preferencialmente nos dias letivos, fazendo parte do próprio calendário escolar, como atividade curricular. Os temas relativos às apresentações podiam ser aproveitados e contribuir com a educação que já se desenvolvia na escola, indo de danças típicas ou cultura negra até ditadura militar ou direitos das crianças e adolescentes. Em cada escola, os(as) professores(as) não estavam no mero papel de colher inscrições para as apresentações. Combinavam como fazer o acompanhamento e a preparação dos(as) estudantes, iniciando com antecedência uma discussão sobre cada uma. Feito esse “combinado”, havia uma participação qualificada de professores(as) e alunos(as), na qual se aprendia sobre os temas tratados, tanto quem se apresentava quanto quem assistia. Procurava-se fazer com que cada grupo oferecesse previamente um folheto com informações a seu respeito, o trabalho que fazia, o tema que desenvolveria e uma bibliografia para que oriente a pesquisa do tema na escola. O circuito pretendeu ser um experimento de atividades agradáveis que trouxessem novos sentidos para a educação. Uma avaliação sistemática do projeto Integrar pela Educação foi realizada, com ampla participação de uma grande variedade de pessoas, com diferentes ocupações e funções. Essa avaliação contou com apoio especializado do IIPE (Instituto Internacional de Planejamento da Educação), da Unesco, em Buenos Aires.3 Suas principais conclusões foram as seguintes. i.

O projeto não incidiu na escolarização como integração à economia.

ii.

Os grupos participantes foram provocados e apoiados para compreenderem facetas educativas de suas ações.

iii.

Refizeram-se padrões de relacionamento: estudantes e docentes analisando e deliberando sobre a intervenção pedagógica; corresponsabilidade de docentes e técnicos no planejamento; consolidação de equipes técnicas.

iv.

Influência em centros de poder, sobretudo na escola

3

GIGLIO, C. M. B.; GHANEM, E.; MADEIRA, V. L. S. Integrar por la educación. São Paulo. Brasil. In: NEIROTTI, Nerio; POGGI, Margarita (Orgs.). Evaluación de proyectos de desarrollo educativo local: aprendiendo juntos en el proceso de autoevaluación. Buenos Aires: IIPE Unesco, 2004. p. 177-207 18

v.

Escolas assumiram funções entendidas como culturais e de lazer, mas, concebidas como práticas educacionais, nas quais os educandos exerceram influência.

vi.

Os grupos tiveram na educação escolar uma alternativa para desenvolver sua organização e mobilização social. Encontraram formas de responder a necessidades políticas.

vii.

Jovens tomaram decisões sobre suas próprias atividades e suas formas de desenvolvimento.

viii.

Alunos(as) em planejamento participativo opinaram e ofereceram informação para professores(as) planejarem.

ix.

Funcionárias da limpeza, junto com profissionais especializados, reviram o conceito que tinham de sua atividade e se colocaram como educadoras.

x.

Educadores(as) perceberam a importância de se educarem para educar jovens (ouvir, construir parâmetros para o trabalho, para a organização da escola e para as formas de avaliação do trabalho).

xi.

Decisões - de conselho de escola, por exemplo – passaram a ser discutidas entre os segmentos de alunos(as), familiares e docentes antes de votação.

xii.

Seguiu-se a orientação para compor uma opinião pública favorável ao exercício constante de influência de alunos e familiares na educação escolar

xiii.

O curso com conselheiros de escolas e o Fórum de Educação da Zona Leste (educadores profissionais, estudantes e líderes comunitários, provocados a elaborar propostas) contaram com tempo para conversar e abordar temas de política educacional.

xiv.

A abertura de serviços da escola para a comunidade nos finais de semana provocou planejamento conjunto das equipes e combinação entre educação formal e informal.

xv.

O projeto realizou pelo menos 50 ações articulando diferentes organizações e demonstrou alta capacidade de estabelecer alianças.

xvi.

Preservou-se (ou promoveu-se) a dimensão de aprendizagem das comunidades com: tomada de decisões com maior participação, alianças em torno de práticas educativas e uso mais intensivo de linguagens artísticas.

Numa abordagem mais geral, concluiu-se que cada organização responsável pelo projeto já constituía uma comunidade ou um conjunto de comunidades, que todas já tinham suas dimensões de aprendizagem e que o projeto tornou a constituição dessas comunidades um processo deliberado.

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3. Propostas apresentadas no Seminário 3.1 Utilizar os vários meios de comunicação existentes – inclusive blogs – para fazer circular informação sobre as iniciativas de educação como desenvolvimento local. 3.2 Publicar revista virtual. 3.3 Criar grupo no Facebook privado com os participantes do seminário para se encontrarem com facilidade, firmar parcerias e dividir material. 3.4 Realizar encontros temáticos regulares e pouco espaçados, a exemplo da experiência do Fórum de Educação da Zona Leste, para diálogo entre pessoas comuns e especialistas, que contribuam para gerar opiniões fundamentadas.

Na plenária final, apresentaram-se propostas de ação. Foto: Aparecida Kida Sanches.

3.5 Fazer o levantamento contínuo das potencialidades locais quanto à educação como desenvolvimento. 3.6 Mapear ações de educação como desenvolvimento no território da Zona Leste.

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3.7 Realizar mobilizações como a deste seminário para pensar, propor coletivamente, interferir e cobrar políticas públicas. 3.8 Conceder grande tempo para relatos de práticas em reuniões e seminários. 3.9 Dar continuidade ao Grupo de Trabalho Pesquisa sobre Realidade Local, constituído no processo de organização do 2º Seminário Educação como Desenvolvimento Local (30 de agosto de 2013). 3.10 Formular propostas para mudanças no sentido da democratização da gestão escolar. 3.11 Divulgar as metas do Plano Municipal de Educação de São Paulo e as 17 metas globais da ONU para acabar com a pobreza até 2030 e buscar sustentabilidade (http://nacoesunidas.org/pos2015/). 3.12 Emitir um documento da Comunidade Educadora da Zona Leste em protesto quanto ao atraso de repasse de verbas do programa Dinheiro Direto na Escola e do programa Mais Educação, do MEC, assim como contra as medidas do governo estadual de divisão de escolas em ciclos sem diálogo com famílias, estudantes e professores(as). São casos de desconsideração da autonomia das escolas e da participação de estudantes e familiares na construção de propostas educacionais que respondam a necessidades e respeitem especificidades de cada comunidade. 3.13 Construir um projeto de integração de jovens e da comunidade das três escolas – Emei Epitácio Pessoa, E E Reverendo José Borges dos Santos Júnior e E E Professor Paulo Roberto Faggioni - do bairro do Limoeiro, com parceria com a Subprefeitura (Setor de Juventude e Cultura) para a melhoria da praça Rainha das Avencas com atividades para produção ambientalmente sustentável. 3.14 Diretores de escolas municipais do mesmo território (Emei Epitácio Pessoa e Emef Antônio Duarte) integrarem o Grupo de Gestão Colaborativa que atua em São Miguel, compartilharem experiências e articularem o CEU São Carlos e o CEU Azul da Cor do Mar para divulgar ações e fortalecer a participação de profissionais, estudantes e familiares. 3.15 Articular pessoas participantes do seminário desburocratizando. 3.16 Realizar reuniões pedagógicas de escolas, integradas no território, ocupando os Centros Educacionais Unificados. 3.17 Realizar reuniões escolares com pais na forma de espaços para escuta e formação. 3.18 Realizar oficinas sobre sono e corpo humano em escolas públicas e nos Centros Educacionais Unificados.

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3.19 Abrir aulas da USP Leste à participação de pessoas das comunidades locais sem vínculo com a universidade. 3.20 Escolas realizarem encontros formativos de familiares de estudantes, com temas de interesse das comunidades, articulados com as igrejas e unidades de saúde do território.

4. Avaliação de algumas pessoas que participaram 4.1 Muito positivo o encontro de ideias e de experiências (...) é um espaço político pronto para crescer em vários sentidos. As práticas existem junto com os esforços e precisamos fortalecer essa rede, ampliá-la. 4.2 Os temas abordados foram interessantes. No meu grupo, por exemplo, a maioria dos professores eram mediadores e trouxeram um pouco das suas dificuldades e também se resolviam os problemas que aconteciam na escola. Tenho uma reclamação: foram muito poucos os professores comprometidos que participaram desse seminário. Alguns nem estavam prestando atenção, na verdade, estavam preocupados em ridicularizar e menosprezar os colegas que estavam expondo, até mesmo os que, para eles, tinham uma posição indesejada. Não quero acreditar que esses professores atuam na sala de aula, se isso ocorre, então, posso imaginar o porquê das violências estarem aumentando em nossas escolas e também a falta de respeito dos alunos uns pelos outros e com os professores. Não quero ser moralista, mas, acho que antes de repensar praticas para melhorar o ensino, é extremamente necessário que possamos orientar o professor quanto à sua postura e seus exemplos para com os discentes. 4.3 [Aprendi] que as pessoas na Zona Leste estão discutindo qualidade na educação para além dos espaços dos órgãos administrativos regionais. A iniciativa é excelente. A discussão no pequeno grupo, embora com perguntas, ficou um pouco solta, creio que faltou uma discussão e/ou reflexão formativa prévia, senão as pessoas apenas falam dos seus problemas locais, mas não numa perspectiva propositiva. Embora voltado para a educação básica, no momento de compartilhamento das discussões dos pequenos grupos, senti falta de menção à educação infantil. Não vi muita divulgação do evento, embora trabalhando na região da DRE Penha (ZL) e numa escola próxima à USP Leste, apenas soube por acaso. Uma dúvida que fiquei é se a DRE Penha não participou porque não houve interesse ou não houve um convite. 4.4 A proposta é muito pertinente. (...) muito positivo o encontro de ideias e de experiências fomentadas naquele seminário, é um espaço político pronto para crescer em vários sentidos. As 22

práticas existem junto com os esforços e precisamos fortalecer essa rede, ampliá-la. E sugiro que continuemos em busca desse elo, traçando metas, mas, desde já o início do ano; quando teríamos o primeiro seminário e outro no final do ano, nessa mesma época. Assim pudéssemos nos encontrar para avaliar as conquistas e "desconquistas". 4.5 Gostei muito aprendi bastante. Aprendi que devemos nos preocupar em nos unir e pensar na gente, como pessoa e profissional. Com mais qualidade e menos arrogância. E cuidar do nosso currículo e melhores amizades. 4.6 Foi uma ótima oportunidade de manter uma mobilização autônoma. Entretanto, uma grande quantidade de pessoas engajadas nas lutas por direitos da Zona Leste não está sensível aos propósitos do seminário, ou seja, a repensar práticas e unir esforços. Além disso, cerca de trinta anos de lutas não estão vivos na consciência das pessoas mais novas. Em muitos casos, é preciso caminhar novamente percursos já trilhados como se fosse inéditos.

O trabalho em grupos menores permitiu mais tempo de fala e conhecimento mútuo. Foto: Aparecida Kida Sanches.

4.7 Considero extremamente importante a participação de cidadãos e cidadãs dos diferentes setores da sociedade nesse tipo de encontro. Perceber os diferentes olhares das pessoas que estão em um espaço para discutir sobre seus projetos ou a ausência deles para o desenvolvimento do território é

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um passo importante para se potencializar os pontos fortes e contribuir na troca de experiências para que se minimizem os pontos fracos. O encontro reforça a minha crença de que não se pode esperar respostas prontas do poder público, mas que, na parceria com ele, pode-se encontrar caminhos para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem num território vulnerável. 4.8 Gostei muito. Foi bom para atualização sobre a quantas anda a rede pública de ensino. O tempo que estivemos por lá foi utilizado para relatos e trocas de experiência personalistas (algumas até heroicas...). Estou disposto a pensar num formato de canalização dos esforços para construção de uma proposta coletiva de organização do sistema de educação pública. 4.9 Gostei de ver professores com propostas de atuação na escola e na comunidade, apesar da situação atual da educação. [Aprendi] que existe um conjunto de professores e professoras comprometidos/as com a qualidade da educação, às vezes sentia que isso se perdia nos dias atuais. 4.10 Gostei sim do seminário. (...) Tomei conhecimento de grupos. Segmentos que trabalham diretamente com as pessoas que estão na prática: mediadores, Sesc, Juventude Viva, Casa de Isabel, Cabana da Leitura etc. Escutei que as prioridades são bullying, drogas, família, escola atraente, violência. Nossa! O desafio é imenso. Só a escola não dá conta. Penso sim que a escola possa fazer muito. Minha dúvida é: que a escola tomando para si estas questões que são mesmo de sobrevivência. Que tempo resta para o que chamamos de conteúdo, áreas de conhecimento, disciplinas, matérias... seja lá o nome que tiver. Se bem que estes conteúdos ficam irrelevantes diante da urgência das demais carências. Pode ser que pudesse caminhar juntos nestes aspectos. Alunos da rede pública poderem concorrer a uma vaga, um lugar nas diferentes seleções de emprego, escolas técnicas, faculdades etc. 4.11 Gostei muito e aprendi bastante. Aprendi que devemos nos preocupar em nos unir e pensar na gente, como pessoa e profissional, com mais qualidade e menos arrogância. E cuidar do nosso currículo e melhores amizades. Nenhuma crítica e sim elogios.

5. Participantes Ana Aparecida Amato (Movimento Nossa Itaquera, ativista), Ana Paula de Santana Correia, Ana Paula Notaroberto (Escola Aberta, professora), Anderson Sobral de Queiroz (professor), Andrelissa Ruiz (Fundação Tide Setúbal, jornalista), Anna Carolina Genésio (Fatec Tatuapé, coordenadora), Antonio dos Santos Neto (professor), Antonio José Lopes (Unidade de Saúde da Casa Pintada, conselheiro), Aparecida Kida Sanches (Instituto Rede Ecodespertar, coordenadora), Armando Alves de Matos (professor), Carla Cristina da Silva Santos (professora), Cíntia Aparecida Santos de Mello (professora), Claudionor Eduardo da Silva (professor), Cleide de Oliveira Paes (Teatro Grupo Saga, arteeducador), Cleise Backy Nunes (professora), Cleonice Alves dos Santos Menezes (professora), Cleusa de Jesus Borba 24

Oliveira (professora), Clovis Tadeu Dias (Fundação Projeto Travessia, coordenador), Denilza da Silva Frade (Ifesp, dirigente), Dionel da Costa Júnior (DRE Itaquera, técnico), Edemildes de Jesus da Mata (professor), Edi Costa Aguiar (professora), Edilaine Joseli Donabella Britto (CEU Formosa, gestora), Eduardo de Almeida Dantas (Emef Dom Paulo Rolim Loureiro/Coletivo VivaCidade, professor/coordenador), Elaine Ribeiro Gomes (professora), Elenilda da Silva Rosa (professora), Eliana Ferreira Sousa (professora), Eliane Aparecida da Silva, Elie Ghanem (Faculdade de Educação da USP, professor), Euclides Mendes, Eunice Silva de Souza (Faculdade de Educação da USP), Fernando de Castro Pereira (Faculdade de Educação da USP, estudante), Flavio Antonio Ligeiro (professor), Flavio Notaroberto (Projeto Inglês para SP, professor), Floripes Núbia Oliveira Lima (DRE Itaquera, técnica), Francisco Barbosa Ribeiro (professor), Gilberto Cerullo (Unicid, professor), Gilberto Nascimento (TV Câmara, jornalista), Gilvan Ferreira da Silva (professor), Giuliana Patrícia Alves de Sousa (professora), Hivy Damasio Araújo Mello (Cenpec, pesquisadora), Idalete Nunes de Brito Amorim (professora), Isabel Cristina Calado Soares (professora), Isis Maia Santos (Faculdade Claretiano), Ivandi Bispo Borges (EE Henrique S. Bayma, professora), Jacqueline Brandão de Souza, Jair Gomes dos Santos (professor), Jandayra Alves (CIC Leste), Janderson Luis Dutra da Silva, Jocelene Fávaro Alcala, José Adão de Oliveira (Projeto Brasil 2025), José Bernardo Filho (E E Deputado José Bustamante), José Carlos Gomes (educador autônomo), José Donizetti Augusto (professor), José dos Santos Silveira (professor), José Luís Pontes (mecânico), José Marco Batista Santos, Jucileide Ferreira (E E Lívio Xavier, professora), Karla Gimenes, Leonice Barbosa Baleato (professora), Leonor Dias Costa, Lindalva Medeiros de Sena (professora), Luana Cristina dos Santos (professora), Lucia Francisca Silva dos Santos (professora), Luciana Dias Lemes Nogueira (professora), Luiz Carlos Mascarenhas dos Santos (professor), Luiz Fernandes Ribeiro Bezerra (professor), Luiz Menna Barreto (USP Leste, professor), Luiza Robertina Jordão de Almeida, Manoel Romão Souza (DRE São Miguel, diretor regional), Maria Amparo Rosinha dos Santos (Fórum de Defesa dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, ativista), Maria Aparecida Santiago Maia (professora), Maria Cláudia Vieira Fernandes (Emei Epitácio Pessoa, diretora), Maria das Graças de Jesus Santos, Maria José Botelho, Maria Joseli dos Santos (professora), Maria Lúcia Correia da Silva, Maria Lucilene, Maria Socorro Torquato (Faculdade das Américas, professora), Mariana Freire de Santana, Marilene Chaves de Sousa Bruno, Marilene Pereira (Associação Mãos que se Unem), Marli Pereira da Rocha, Marli Rosângela (E E José Righetto Sobrinho, professora), Marta Possa, Merci Medeiros (Movimento Nossa Itaquera, ativista), Milena Lula da Silva (Fundação Projeto Travessia), Moisés Basílio Leal (Emef Vinícius de Moraes, diretor), Pâmela Félix Freitas (Cenpec, pesquisadora), Patrícia Pereira Gomes, Raquel da Silva Ribeiro, Renata Belini Iche (Instituto Amigos da Cidade, ativista), Renata dos Santos (E E Wilson Simonini, professora), Renato Márcio do Nascimento (Ação Educativa, formador), Rita de Cássia Guimarães Sampaio, Rosângela de Almeida Costa (DRE São Miguel, supervisora), Rosana da Silva (E E Maria Ambrózio), Rosane Durval, Rose Kobama (E E Madre Paulina, professora), Rosimeire da Silva Herrera, Rosilda Lopes dos Santos, Rosilei Conceição de Melo (Supervisão de Saúde da Cidade Tiradentes, conselheira), Sebastião Dias (E E Deputado José Bustamante, professor), Sílvia Aparecida dos Reis (UBS Jardim Keralux, agente comunitária), Solange das Graças Seno, Solange Ferreira (Emei Laura Quintaes, diretora), Sonia Aparecida Ciprione, Susete Rodrigues da Silva (CEU Aricanduva), Tânia Maria Lima Silva (Fundação Projeto Travessia, educadora), Teresa de Souza Andrade (DE Leste 2, supervisora), Thaís Bernardes (Ação Educativa, formadora), Thays do Nascimento (Emef Pedro Teixeira, professora), Valdir da Silva Oliveira (Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes), Valdirene Chaves da Silva, Valter de Almeida Costa (DRE Itaquera, diretor regional), Vanilde Ferreira de Andrade, Viviane dos Santos (Sesc Itaquera, programadora), Viviane Gomes D'almeida (Cedeca Itaim S. Miguel, assistente social), Washington Lopes Góes (Coletivo Força Ativa, ativista), William Aragão (CEU Azul da Cor do Mar), Wirmondes Correa Borges (E E Profa. Dulce Leite da Silva, professor), Zenir da Silva Missi, Zilda Borges da Silva (DRE Itaquera, técnica).

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