Globalização, turismo e as disparidades nas economias e nas sociedades contemporâneas: o caso de Moçambique.

June 8, 2017 | Autor: Roberto Vico | Categoria: Globalization, Turismo, Globalização, Moçambique
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Formação Avançada em Turismo: Especialização em Gestão Estratégica de Destinos Turísticos Conducente ao Mestrado em Turismo da ESHTE

Trabalho no âmbito da disciplina de Turismo e Globalização leccionada pelo Dr. Jorge Ferraz Titulo: Globalização, turismo e as disparidades nas economias e nas sociedades contemporâneas: o caso de Moçambique. Ano Académico de 2013

Autor: Roberto Paolo Vico

Palavras chave: Globalização, turismo, desenvolvimento, diversidades, Moçambique, pobreza

Introdução O trabalho que agora se apresenta tem como objeto de estudo o fenómeno da globalização, a sua continua evolução graças as novas tecnologias (em particular modo Internet) e os reflexos que tal fenómeno tem nas sociedades contemporâneas e nas economias dos países. Concretamente, o objetivo do trabalho consiste em analisar a seguinte questão: se a globalização, sendo um fenómeno transnacional que supera os limites e as barreiras dos estados nacionais tendendo a homologar e unificar muitos aspetos da vida das pessoas, das comunidades, dos países e do mundo, também ajuda a eliminar ou diminuir as diversidades e as disparidades que existem, principalmente entre as economias e as sociedades dos países mais pobres em via de desenvolvimento e os países mais ricos, industrializados e desenvolvidos. Conjuntamente a isso avalia-se qual é o papel que tem o turismo neste contexto de um mundo sempre mais globalizado, dinâmico e em evolução e qual é a sua contribuição nas transformações socioeconómicas dos países e das sociedades contemporâneas. Na segunda parte do trabalho analisa-se mais concretamente o caso de Moçambique (e da Província de Inhambane em particular), as mudanças socioeconómicas acontecidas no país com o fim da guerra civil e a instauração de um sistema democrático mais estável; e de que maneira os atuais fenómenos da globalização e do turismo contribuem no melhoramento da vida das pessoas e das comunidades locais. Enfim apresenta-se uma reflexão sobre as possíveis vias de desenvolvimento em Moçambique na economia e na sociedade atual sugerindo algumas propostas de soluções para o futuro mais próximo. A globalização e as novas tecnologias: um sistema transnacional O termo globalização começou a ser usado nos anos ’80 e difundiu-se enormemente na década dos ’90. A globalização já foi definida em vários modos por cientistas, estudiosos e críticos internacionais. É preferível tomar em consideração não tanto a crescente interdependência entre as diferentes partes do mundo, sobre a qual baseia-se a definição mais difusa, mas a efetiva formação de sistemas especializados e transnacionais. Não é muito importante o facto que os países relacionam-se com outros países ou que as pessoas comuniquem mais através da Internet. É a própria realidade de Internet, ou seja aquela de um sistema especializado, que naturalmente consente aos vários países de estar em estreito contacto um ao outro. E fazem isto duma maneira nova, explorando sistemas especializados, que em sustância são espaços onde empresas, governos e outros sujeitos podem ter acesso. Pode-se dizer que a “Organização mundial para o comercio e as telecomunicações” (WTO) seja um destes sistemas, mas também tem alguns privados. A ideia de base é portanto que a globalidade constitui-se também em termos duma particular espacialidade, distinta do simples lugar de encontro dos diversos países. Neste espaço ideal, representantes e lugares territoriais nacionais entram em contacto entre eles. A globalização então é como um espaço diferente, situado de um certo sentido, fora das relações entre os países. E Internet é um dos exemplos mais evidentes. Por um lado participamos a uma historia recente, aquela do '800 e do '900, onde o estado nacional torna-se sempre mais a realidade dominante. A “mundialização” hodierna emerge de facto em um contexto histórico que vê afirmar-se robustos estados nacionais. Contrariamente temos um processo de globalização que é em parte o tentativo, o projeto de desnacionalizar o que foi

construído como nacional. Não se pode dizer o mesmo das formas anteriores de “mundialização”. Uma grande diferença emerge, de todas formas, do desenvolvimento das novas tecnologias. O nível de complexidade em termos de dinâmicas transnacionais “de-territorializadas” que as tecnologias digitais rendem possíveis, diferencia a nossa época de todas as épocas anteriores. As tecnologias digitais, sendo inteligentes, decentralizadas, e criando simultaneidade no acesso, representam realmente algo diferente. A diferença não é simplesmente quantitativa, mas sobretudo qualitativa. Não se pode dizer que o globalismo foi originado por estas tecnologias mas, pode-se afirmar que o sistema económico global atualmente existente depende delas completamente. As tecnologias não são radicadas somente nas configurações sociais e culturais, mas são os indivíduos que orientam e permitem de relacionar os instrumentos oferecidos pela tecnologia com determinadas condições económicas, e em alguns casos alteram também a situação socioeconómica anterior. Por exemplo no começo do desenvolvimento de Internet, foram os cientistas a usar a Rede para determinados objetivos, e a guiar a sua evolução. Depois chegou a época dos hackers, nos anos '70 e '80. Eles também tinham um projeto, e foram as suas tecnologias a desenvolve-lo. Desde o final dos anos ’80 para frente, através da realização do www, entreprendemos o caminho de um projeto completamente diferente. Porém a maior parte da hodierna produção de software é tarada nas necessidades das empresas guiadas por sujeitos. Mais uma vez a tecnologia é guiada por particulares sujeitos. (Saskia Sassen 1998) A globalização não elimina as diferenças, as diversidades A palavra globalização vem do adjetivo “global” e pode referir-se a muitos aspetos diversos da nossa vida. Fala-se, por exemplo, de “globalização da informação” para fazer referencia ao facto que, graças aos novos meios de comunicação, as noticias podem viajar mais rapidamente que no passado e alcançar qualquer parte do planeta. Fala-se de “globalização cultural” quando se quer evidenciar que alguns estilos de vida e alguns hábitos difundem-se rapidamente de um lugar a outro da Terra, muitas vezes as custas das tradições locais, que vão desaparecendo. Frequentemente esta palavra é usada também na politica e na economia. De facto o desenvolvimento das telecomunicações e o intensificar-se dos intercâmbios comerciais tem, nas ultimas décadas, revolucionado a economia mundial, tornando-a mesmo global. A regular o comercio em todo o mundo é um organismo chamado Wto (World Trade Organization, Organização Mundial para o Comercio). O Wto deveria permitir que o intercambio de mercadorias entre os países do mundo aconteça livremente, mas na realidade acaba com defender os interesses das nações mais ricas. Em pratica, portanto, o facto que os equilíbrios económicos sejam estabelecidos a nível global, e já não a nível local, não diminuiu até agora os desequilíbrios e as diferenças do nosso planeta. Aliás, para os países mais desenvolvidos que se encontram no Norte do mundo (América do Norte, Europa, Japão), a globalização tem significado um maior enriquecimento. Os países em via de desenvolvimento do Sul do mundo (América Latina, África, Asia), ao contrario, estão tornando-se sempre mais pobres. A globalização da economia, por um lado, está facilitando os intercâmbios internacionais, produzindo maior bem-estar. Por outro está metendo em luz os grandes desequilíbrios do planeta: pelo 20% da população mundial, que dispõe do 80% das riquezas do planeta, tudo parece próximo, acessível, adquirível; para todos os outros as necessidades, mesmo basilares, são negadas pela pobreza e pelo atraso. A grande crítica sobre o processo de globalização é que ele trouxe oportunidades nunca antes sonhadas que foram concentradas apenas para algumas pessoas, grupos ou países. Apesar dos benefícios, assiste-se à concentração da riqueza mundial e à consequente debilidade da distribuição de rendimento e do aumento da exclusão dos países pobres. A globalização foi ruim especialmente para os países pobres (como os da África), para o emprego, para os que não possuem bens e para os que têm pouca flexibilidade profissional. O aumento da competitividade internacional por mercados e por empregos forçou os governos a reduzir a tributação e, com isso, reduziu também os serviços sociais que ofereciam proteção aos pobres,

assim como cortar os serviços públicos e regulamentações que protegiam o meio ambiente, forçando, também, tanto governos quanto empresas a “enxugar”, “reestruturar” e “reengenheirar”, tornando necessárias medidas de todos os tipos para assegurar o baixo custo da mão-de-obra. Resumidamente, conclui-se que os países mais ricos, o capital financeiro (dinheiro), as maiores empresas, as pessoas mais qualificadas, entre outros, são beneficiados no processo, enquanto os países mais pobres, o trabalho, as menores empresas, as pessoas com pouca formação ou qualificação e outros são prejudicados com a globalização ou simplesmente são excluídos do processo (Streeten Paul, 2001). Uma vez que chegamos neste ponto, gostaríamos de gritar: “parem este mundo, quero descer!”. Em quanto não! Deste mundo não temos que “descer”, por que o seu motor não pode parar. É como receber como presente um Ferrari novo e recusa-lo por que é demasiado veloz e pode atropelar os peões. Ou seria melhor aprender a conduzi-lo? É o que devemos tentar de fazer: conhecer os fenómenos ligados à globalização é importante para compreender como gerir a nova realidade que nos rodeia e meter-nos à condução deste carro tão poderoso, para não ficar atropelados. De facto não podemos dizer que o processo de globalização seja terminado. É, sem nenhuma duvida, um processo que ainda está a decorrer. Na verdade só estamos vivendo os inícios, e não sabemos de que maneira tal processo poderá desenvolver-se. Nos, seres humanos, temos grandes dificuldades em compreender as novidades, mesmo estando dentro delas. De todas formas nos espera uma transformação absolutamente radical, mas que não tem a ver com o mundo inteiro. Será um processo altamente exclusivo, e o seu espaço não envolverá todos os países, mas uma porção significativa da população. As mudanças serão extraordinárias. E não só no âmbito das técnicas, mas em campos que envolvem a própria ideia de identidade e das praticas que os indivíduos como membros das comunidades locais adotarão. Se criará uma mistura profunda entre a realidade global e a vida de comunidade a caracter local diferente da ideia de cosmopolitismo. O cosmopolitismo é de facto um termo que sugere a transcendência de tudo aquilo que é local em termos de tempo e de condições. Os limítrofes dos atrasos na globalização Sobrepor o conceito de global e de pós-moderno cria algumas ilusões opticas, realizando efeitos perversos sobre a natureza e sobre as possibilidades de implementar processos de desenvolvimento reais. A tradicional relação entre desenvolvimento/subdesenvolvimento pode ser repensada na base das novas tecnologias e da velocidade das relações dentro do processo de globalização. Mas isto não pode nos fazer esquecer que alguns vínculos existem e continuam a pesar muito. Claro, Castells tem razão, quando diz que também a África para modernizar-se tem à sua disposição hoje em dia a informática e internet, portanto não é obrigada (a condição que os seus lideres não o queram), em percorrer todas as etapas do desenvolvimento moderno que outras sociedades no passado tiveram que atravessar por causa dos limites impostos pelas tecnologias existentes em outras épocas. É o exemplo que vem de algumas nações do continente africano como Moçambique. Na realidade quando Moçambique mudou o próprio modelo, integrando-se na economia mundial (através do turismo e da exportação de camarão), melhorou a sua situação de maneira considerável. Mas em seguida chegou a um limite, um limite tecnológico e educativo. Como pode de facto uma economia integrar-se em um sistema global que funcione com base na informação e na tecnologia, se não dispõe de recursos humanos e de infraestruturas para as comunicações? É como entreprender o processo de industrialização sem nem sequer ter a eletricidade. Isto significa que também Moçambique (e a África no geral) necessita de Internet, não como objeto de consumo, mas de produção e desenvolvimento. Precisa de um turismo de alto valor adjunto baseado na difusão de

informações através da Internet. Duma agricultura biológica, que produza para a exportação e a sustentabilidade local, e que conheça os investimentos e os mercados. África tem que desenvolver uma nova industria, integrada com as redes de produção mundiais geridas através da internet. O sistema sanitário deveria combinar assistência de base e informações avançadas a distancia, fornecidas em tempo real. E sobretudo é necessário um sistema de educação e formação profissional capaz de ensinar, e não somente de juntar crianças nas escolas. Isto através do adestramento e formação continua dos educadores, graças a um sistema de tutoria baseado na internet (Castells, 2001). É efetivamente uma ilusão achar que estas possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias podam ser espontaneamente utilizadas, por que a sua utilização comporta uma decisão ou uma escolha, por que um certo comportamento cultural, uma cultura da confiança na descontinuidade não é dada sempre em todo lado. As novas tecnologias e a globalização restam então somente umas oportunidades abstratas. Esta reflexão nos permite de tomar em consideração a relação entre o processo de globalização e a retorica sobre os recursos humanos mas que esconde concretamente uma questão real muito importante. Globalização e turismo: turismo da riqueza e riqueza do turismo As observações propostas anteriormente, bem se conjugam com os cenários que o atual fenómeno da globalização vai desenhando. O turismo moderno, de facto, desenvolveu-se sempre mais e afirma-se a partir da liberalização das fronteiras, da facilitação das permissões em passar os limites dos estados, da velocidade dos transportes e do uso de tecnologias comunicacionais agora já planetárias. Por uma convergente consideração, as atuais modificações e mudanças dos estilos de vida, das quais somos protagonistas e gregários, parecem acontecer como causas face aos efeitos. É verdade o contrario: é o turismo a evidenciar as mudanças, em quanto a inquietude do homem cavalga o meio do turismo para expressar a sua incapacidade em “estar” num território por um tempo indefinido. Assim a radicalidade das mudanças antropológicas conjuga-se com um vorticoso movimento turístico; nunca a “metáfora da viagem”, com referencia a situação humana, expõe-se a ser tão verdadeira como na contemporaneidade, como se o homem estivesse numa perpetua mobilidade, cancelando as clássicas coordenadas transcendentais de tempo e espaço, tornando-se sempre mais vaporosas, mutantes e virtuais. É verdade que advertimos esta condição com um pouco de dificuldade, e o esforço em compreender o sentido de quanto está efetivamente acontecendo nos supera. Isto desequilibra bastante as nossas habituais e tradicionais categorias interpretativas e as nossas representações. E assim também a nossa inteligência da fase atual do turismo parece inadequada e débil, tanto pra ficar surpreendidos se paramos para considerar o sentido, a motivação e o fim da multidão de gente nas autoestradas, nas estações ferroviárias e nos aeroportos quando começa o tempo das ferias e das viagens. Tempos que agora já estão repartidos por todo o ano. Os processos de transformação avançam diante os nossos olhos, graças ao empurre das forças económicas, das potencialidades tecnológicas, das comunicações mediáticas, e enxertam uma multiplicidade de necessidades, cônscias e incônscias, em um contexto de aparente liberalização ideológica. Atua-se de tal maneira o cenário da chamada globalização, que de facto manifesta-se como cancelação das fronteiras, como expansão planetária do mercado além de qualquer possibilidade de interferências externas e de controlo democrático. Com certeza, o fenómeno da globalização traz aspetos muito positivos relativos aos recursos e ao desenvolvimento, mas veicula também aspetos fora de controle, sem regulamentação e portanto dispostos em produzir injustiças e alimentar um ”capitalismo total” cuja riqueza acaba sempre nas mãos de poucos. Neste contexto, o turismo joga um papel fundamental. Se por um lado expressa capacidade de abrir novas metas e portanto um desenvolvimento mais amplo para populações antes excluídas, do outro lado reflete a logica perversa de um mercado sem controle que tende em

privilegiar somente o lucro, as custas do respeito das comunidades residentes, dos territórios e das culturas, construindo por exemplo resorts fora de qualquer plano de desenvolvimento dos países. Por isso vale a pena observar que emerge a necessidade e a urgência de ações de economia politica e de racionalidade de programação solidais, capazes de promover e sustentar empresas turísticas em grado de salvaguardar as identidades, as pertencias, as memorias e as tradições locais. Nesta prospetiva comparada e orgânica, o desenvolvimento turístico está nas condições de gerar verdadeira riqueza, participação consciente, tutela do meio ambiente, face as diversidades. Por outro lado, se acontece a globalização dos mercados não pode não acontecer a globalização da riqueza. E isso acontece naturalmente através do movimento turístico que por sua natureza comunica, transmite, distribui e redesenha lucros. Mas a verdadeira ”riqueza” globalizada pelo turismo não consiste somente em “desaparecer” ou em “partilhar” abundancia de bens materiais. A sua verdadeira riqueza está no “encontro das culturas”, “a vida é a arte do encontro” (Vinicius de Morães 1967). E isto acontece com o meter em ato os dinamismos que elaboram uma profunda e estruturada “cultivação” do ser humano que abita o mundo. Rendendo-se tudo isso visível na qualidade da convivência civil, no respeito da dignidade da pessoa, nos princípios da reta consciência, e nas obras que desafiam o tempo e as condições sociais e económicas, ou seja da inteligência criadora, artística e literária. A “cultura” de um povo não permanece fechada em si mesma mas, contendo os carateres da universalidade em quanto expressa identidade, genialidade, força e potencia de interpretação das situações humanas nas suas dimensões filosóficas, éticas, artísticas e religiosas, abre-se à outras “culturas” mediante uma aproximação de “interculturalidade”. Através do movimento do turismo, este imenso património, posto a disposição com gesto de liberalidade e de dom, adquire atrativa, curiosidade, saber e constitui a mais procurada riqueza do país, em quanto disponível para desenvolver relações e promover conhecimento da civilização, compreensão reciproca e dialogo, em um intercambio daquilo que contribuiu em marcar a especificidade do povo e das religiões e em guiar gradualmente a passagem do estado selvagem ao estado de civilização. Neste sentido o turismo torna-se ocasião de comunicação mediata e reflexa da “riqueza cultural”, de imersão pacifica nas culturas dos povos, de visitação da beleza criada e da beleza edificada pelo homem. É também a riqueza marcada pela inteligência de um inteiro povo, capaz de gerar sentimentos nobres, virtudes civis, até espirituais. O turismo é diversidade O turismo, entendido agora como processo de interação e não de extração ou de rapina, é a atividade mais típica da civilização da informação, da civilização da diversidade. Sem abertura e sem diversidade, o turismo não teria intrinsecamente nenhuma razão de ser. Mesmo tendo a possibilidade, quem se incomodaria para buscar o idêntico? E a diversidade no turismo exige quatro pressupostos: a proteção, a sua ulterior evolução, promoção e valorização, a disponibilidade e neste momento sobretudo, a escolha, entre todas as diversidades que são agora oferecidas pela informação. A diversidade e o direito à evolução se impõem também pelo que tem a ver o ambiente e as populações locais; estas, como o ambiente, não podem ser congeladas sem o direito de continuar a evolver. Por que evolver é a única maneira de subsistir, para uma espécie, para uma sociedade, para uma cultura. O turismo é diversidade, o turismo é informação, ou pelo menos um grande instrumento para transmitir a informação biológica e cultural. Quase tudo no turismo corresponde à civilização da informação e da diversidade: o facto de basear-se na mobilidade, na comunicação, no imaginário; o recurso como representação e perceção que se tem dele; o património entendido através da sua valorização; a inserção do global no local; da inovação na tradição; o acento posto nos recursos humanos, sobre as suas qualidades e profissionalismo, na fineza do acolhimento, na convivialidade,

no civismo; a valorização do tempo livre; a aspiração à globalidade; a diversificação não só funcional (das atividades) e espacial, mas também sazonal (no tempo); a revitalização económica e social dos espaços rurais e naturais; a importância verdadeira, vital, que adquire o ambiente, não entendido como slogan ou dogma, mas como serviço existencial; o desenvolvimento económico a base cultural, aliás o seu carater propriamente multicultural e diversificado. O turismo será sempre mais o indicador, a vitrina, o bilhete de visita, das características do desenvolvimento de um dado país, do seu civismo e a atividade turística quando ocorre em determinadas culturas pode trazer benefícios para todas as populações. (Barretto 2010) Os excluídos e os perdedores da globalização Tudo bem então, tempo sereno e estável entre turismo e globalização? Certeza que não, por que a globalização produz também os excluídos, um grupo de excluídos entre países, sociedades, comunidades, indivíduos e também espécies e ecossistemas. São todos aqueles que ficam para atrás, todos os que não puderam ou não quiseram adaptar-se. Esta exclusão não é intrínseca à abertura e as mudanças, mas somente à impossibilidade, quase sempre à não vontade de adaptar-se. Seria aliás no interesse de todos não perder partes de mercado com a exclusão e de não criar umas condições de inseguridade geopolítica e de instabilidade social. Todas estas são condições de detrimento, fatal para o desenvolvimento atual que baseia-se essencialmente na parceria e na confiança. Mas, do momento que a disponibilidade ao adaptamento é muito variável, e que ninguém, país ou individuo, pode ou tem o direito de impedir a um outro de adaptar-se se este tem tal desejo, a iniciativa e o espirito de entreprender, a síndrome principal da abertura global é agora aquela dos vencedores-perdedores. Duas ambições para o turismo Tem portanto uma outra grande ambição para o turismo adulto, além daquela de colonizar e de valorizar os enormes espaços e as paisagens rurais e naturais que se abrem para um turismo entendido como dialogo de culturas, é vocação, é a ambição de fazer conhecer concretamente no terreno, de fazer entender e respeitar, as realidades, as diversidades, os factos dos outros, ao maior numero de pessoas diversas; de ser então um fator de transformação e de integração mundial, de adaptamento voluntario, um ator e não um espetador da globalização. Desenvolvimento ou progresso? Cada intervenção da comunidade internacional, que realmente intende favorecer a cooperação entre os povos e a promoção do desenvolvimento da sociedade humana, deve ser caracterizada por uma estratégia politica, económica e social que seja expressão de uma verdadeira “cultura da solidariedade”. Somente através do respeito da pessoa humana e da tutela dos seus direitos invioláveis, primeiro entre todos aquele da vida, se poderá construir um futuro de verdadeira paz onde cada cidadão estará em condição de participar ativamente e livremente no desenvolvimento do próprio país. Desde a sua definição até a evolução obtida nestes anos, o turismo vê-se ator protagonista de um amplo discurso artífice do contexto internacional. As diversas tipologias de desenvolvimento (económico, sustentável e humano), levam à consciência mais extrema daquilo que hoje caracteriza o nosso tempo e que necessita duma forte consciência social onde os objetivos estabelecidos pelas Nações Unidas e o empenho da cooperação são o exemplo de um projeto realizável em um futuro

melhor. Operando na cooperação internacional é sem duvida importante ter bem em mente o que é o “desenvolvimento”, um termo que teve numerosas variações no arco dos anos e que, mesmo sendo considerado o elemento substancial no âmbito próprio da cooperação, traz consigo muitas contradições. Há trinta anos, ninguém colocava em discussão o desenvolvimento para todos. Era só uma questão de tempo. Os países ricos teriam conduzido os países pobres até o bem-estar, ou seja até a sociedade dos consumos de massa, mas na realidade tudo isso não aconteceu por que hoje a distancia entre ricos e pobres é mais dramática que ontem, em quanto o degrado ambiental e a crise social espalham-se também nos países industrializados. É útil perguntar-se então o que na realidade não funcionou. O discurso sobre o desenvolvimento tem escondido desde sempre ambiguidades e ilusões. Hoje em dia o próprio termo de desenvolvimento está quase sempre ligado ao crescimento económico, à industrialização e à criação de riqueza mas, mesmo o seculo passado, que foi protagonista de muitos conflitos e também ator da instituição das Nações Unidas e do reconhecimento dos direitos humanos de cada individuo, se faz, ao mesmo tempo, porta-voz também de uma nova definição do conceito. Com o declino das suas principais chaves interpretativas entrou em crise também a própria ideia de desenvolvimento. Nos países industrializados, desocupação e desequilíbrios sociais aumentam, assim como os problemas relativos aos efeitos da poluição ambiental. Surgem as primeiras duvidas serias sobre a sustentabilidade do modelo de desenvolvimento ocidental e sobre a possibilidade de medi-lo somente em termos económicos. O próprio conceito de desenvolvimento não é para considerar-se, de facto, unívoco, e isto sobretudo quando é associado aos “Países em via de desenvolvimento”, tornando-se as vezes uma expressão de uso comum e as vezes sem sentido nenhum. O desenvolvimento indica um movimento intrínseco e uma transformação que do ponto de vista socioeconómico compreende uma transformação da economia mas sem excluir também elementos que concernem a qualidade da vida de natureza social, cultural e politica. O desenvolvimento pode implicar ou não um crescimento, ou seja um aumento quantitativo dependendo da fase históricosocial que se analisa. Contrariamente, se tomamos em consideração a ideia do progresso, percebe-se logo que a sua é uma vertente ética que indica melhoramento no sentido estreito da palavra embora isto também depende da fase histórica e do crescimento. A cooperação internacional, consequentemente, nunca ficou extrânea a todas estas mudanças sobre o desenvolvimento e as próprias ONGs encontram dificuldades em posicionar-se dentro deste contexto mundial. O TURISMO CONTEMPORANEO O crescimento do turismo internacional O turismo internacional está atravessando uma tendência de crescimento acentuado, constante e de longo período. Esta situação está em acto já desde 1980 e espera-se que o crescimento será notável para os próximos vinte anos também. Considerando os fluxos que realizaram-se, desde os ~280 milhões de passageiros do 1980, passou-se aos ~900 do 2010, e para 2030 espera-se que os passageiros dupliquem até chegar aos 1,8 bilhões cada ano (OMT 2011). Isto implica um taxo de crescimento esperado médio nos 50 anos (1980-2030) de ~4% anual. Além disso, é bom observar que o crescimento interessou todas as diferentes áreas do globo, como turismo inbound e outbound também. Focalizando a atenção no turismo outbound, é possível constatar os níveis diferenciados de crescimento entre as diversas áreas. Em concreto, relativamente as duas áreas mais relevantes por dimensões, ou seja Europa e a área Ásia-Pacífico, nota-se que a taxa de crescimento médio esperado dos viajantes outbound na região asiática com referencia ao período 1980-2030 seja mais ou menos o duplo de quanto observado na área europeia (6% anual vs 3%).

Segundo os recentes dados da UNWTO, durante o 2011 as chegadas turísticas cresceram cerca do 4% alcançando os 980 milhões e no 2012 continuaram a aumentar, embora a um ritmo mais lento, chegando mais ou menos a 1 bilhão (a nível global). Concretamente o aumento durante o 2011 foi do +4,4% (980 milhões no 2011 comparado aos 939 milhões do 2010). O dado é muito positivo sobretudo se considera-se o contexto onde aconteceu tal aumento. De facto o 2011 foi caracterizado por uma fase estática na dinâmica da economia global, por uma serie de eventos que comportaram instabilidades políticas como nos países do OrienteMédio e do Norte da África além também dos desastres naturais bastante relevantes como o terramoto no Japão. Entre os “Best Performer” em termos de chegadas posiciona-se a Europa com um +6%, mas os melhores resultados foram registados pela África do Sul com um +10%. Outro dado interessante é que, contrariamente a quanto aconteceu nos anos anteriores, o crescimento foi maior nos países economicamente avançados (+5% no total) do que nos países emergentes (+3,8%), dado provavelmente devido as problemáticas acontecidas no Oriente-Médio e no Norte da África que travou as chegadas internacionais. Situação específica por continentes: fluxos e tendências Na Europa as chegadas alcançaram 503 milhões durante o ano 2011, não obstante a crise económica, ou seja 28 milhões dos 41 milhões no total das chegadas internacionais registadas a nível mundial. A Europa Oriental, Central e a parte do Mediterrâneo registaram um 8% a mais e, embora uma parte das chegadas no Mediterrâneo tem como motivo uma mudança dos destinos do Oriente Médio ou Norte da África (por causa dos problemas explicados anteriormente) e portanto a uma deslocação dos fluxos em favor do Mediterrâneo, registaram-se também aumentos, nesta área, de fluxos de saída provenientes da Alemanha, da Escandinávia e da Rússia. Na Ásia e no Pacifico o resultado foi de +6% das chegadas, ou seja um incremento de 11 milhões respeito ao 2010 que equivale a um total de 216 milhões de turistas internacionais. Em particular o Sudeste asiático beneficiou de uma forte procura inter-regional com um +9%, em quanto o norte da Ásia e a Oceânia registaram aumentos mais modestos (repetitivamente 4% e 3%) em parte devido também a uma diminuição dos fluxos turísticos provenientes do Japão. Sempre segundo os dados da UNWTO pelas Américas as chegadas turísticas durante o 2011 foram de 156 milhões, ou seja um aumento de 6 milhões. Os melhores resultados foram da América do Sul com um aumento (pelo segundo ano seguido) do 10%. Mais parados os aumentos na zona central e no Caribe (+4%). No Norte América as chegadas aumentaram do 3%. Em África registaram-se 50 milhões de chegadas caracterizadas por um aumento do 7% na área Subsaariana (2 milhões a mais) e por uma diminuição na área Norte-Africana (-12%). No Oriente Médio também registou-se uma diminuição (-8%), ou seja uma perdida de 5 milhões das chegadas turísticas internacionais. Não obstante isto, alguns destinos como a Arábia Saudita, o Omã e os Emirados Árabes, registaram valores em aumento. Dos dados disponíveis, resultam evidentes os aumentos das chegadas também pelos relevamentos acerca das entradas turísticas e da despesa durante o ano 2011: Entre os primeiros 10 destinos por aumentos importantes de recibos emitidos no sector turístico encontramos os Estados Unidos (+12%), a Espanha (+9%), Hong Kong (+25%) e Reino Unido (+7%). Entre os “Top Spenders” situam-se os viajantes provenientes de mercados emergentes (os

famosos BRICS) como a China (+38%), a Rússia (+21%), o Brasil (+32%) e a Índia (+32%), seguidos dos mercados tradicionais, com um crescimento dos gastos dos viajantes da Alemanha (+4%) e Estados Unidos (+5%) superiores aos níveis dos anos anteriores. Segundo as estimativas da UNWTO, o crescimento continuará, mas de maneira mais modesta, no 2013. A previsão está entre o 3% e o 4%, e portanto se alcançará um bilhão de chegadas turísticas. Os países emergentes voltarão a guiar o sector; os aumentos maiores estão previstos em Ásia, Pacifico e África (com valores do 4% ao 6%) seguidos pelas Américas e a Europa (do 2% ao 4%). Prevê-se também que neste ano o Oriente Médio começará em recuperar uma parte das perdidas registadas no 2011. No período 2000-2009, segundo os dados da Organização Mundial do Turismo, o maior crescimento em termos de percentagem do número de viajantes internacionais foi registada pelos países emergentes (+58,3%), em quanto pelas economias avançadas foi mais modesto (+11,1%). Esta diferença influenciou, consequentemente, também as entradas. África, Ásia e Pacifico e Oriente Médio, principalmente, cresceram mais comparados com a Europa e as Américas. A UNWTO exortou os vários governos em facilitar as viagens por que ainda muita coisa pode-se e deve-se fazer. Em particular a UNWTO aconselha aos vários países de aproveitar mais das tecnologias informáticas e comunicativas (TICs) existentes ao fim de facilitar e melhorar a procura de vistos por exemplo, portanto uma menor formalidade na elaboração e com tempos mais rápidos O CASO MOÇAMBICANO Análise do quadro socioeconómico A partir do fim da guerra civil em 1992, Moçambique tem experimentado um período praticamente ininterrupto de crescimento económico e uma progressiva consolidação das instituições democráticas. Tal crescimento foi favorecido graças à estabilidade macroeconómica, ao processo de desregulamentação e de privatização e à atuação de reformas de mercado que consentiram ao país de criar um ambiente favorável aos investimentos diretos estrangeiros. Entre o 1996 e o 2008, o país fez registar níveis de crescimento entre os mais elevados do continente africano, por uma média anual cerca do 8%. O robusto ritmo da atividade económica foi sustenido, em particular, pela agricultura, pelos transportes, pelas manufaturas, pelo sector bancário, e também pelo turismo. Um papel determinante foi jogado pelos consistentes fluxos de ajudas do exterior e por uma serie de investimentos industriais de larga escala em sectores de elevada intensidade de capital. Mesmo assim, o país fica entre os mais pobres do mundo, embora os próprios indicadores de desenvolvimento estejam progressivamente melhorando para alcançar os “Millennium Development Goals”. A estrutura económica de Moçambique é relativamente diversificada comparada aos padrões regionais. Os sectores que contribuem maioritariamente para à economia são: a agricultura (que representa cerca do 25% do PIB), a pesca, o turismo, os transportes, a energia e as manufaturas. Os serviços, que representam cerca do 45% do PIB, estão segurando a expansão da economia, graças ao incremento da procura interna e ao crescimento das empresas locais, concretamente nos sectores dos transportes e das telecomunicações, favorecidos dos investimentos em infraestruturas. Nos últimos anos tem tido uma mudança na estrutura económica de Moçambique, graças a implementação de uma serie de reformas estruturais que criaram um clima económico favorável para os investimentos diretos estrangeiros. Entre outros, a entrada em funcionamento, no ano 2000, da Mozal (com capitais australianos, japoneses e sul-africanos), até agora o maior investimento direto estrangeiro no país, o gasoduto da Província de Inhambane até África do Sul, e a exploração de minas de carvão de Moatize na província de Tete (no centro do país) por parte da brasileira “Vale do Rio Doce” e da britânica “Rio Tinto”. Além disso, deveria entrar em breve tempo na fase

operativa o projeto de extracção de titânio de Moma (na costa norte do país) operado da companhia irlandesa Kenmare Resources, juntamente à construção de um gasoduto adicional para África do Sul. Actualmente está operativa a exploração dos jazigos de gás situados no vale do Rovuma (norte do país) descobertos recentemente pela ENI e Anadarko. Mesmo com a difícil situação da crise internacional, a economia moçambicana tem registado uma ótima performance. Segundo os dados difusos pelo Instituto Nacional de Estatísticas, no primeiro semestre de 2011 a produção nacional cresceu do 7,1% graças ao ótimo andamento do sector financeiro (+20,5% comparado com o mesmo período do 2010), dos transportes (+15,6%), da indústria extrativa (+11,6%) e da pesca (+10,6%). Relativamente fraco o crescimento da agricultura que fez registar um +5,9% (contra as previsões governativas do 8%). No mesmo período, diminuiu a inflação (do 12,7% do 2010 ao 10,8% do 2011), em quanto a moeda nacional fez registar uma apreciação no Dólar cerca do 22% (Banco Central de Moçambique) na primeira metade de 2011 comparado com 2010. Uma tendência, esta, fruto da ação do Banco Central no mercado dos câmbios e na massa monetária, travando o crescimento constante do preço de muitos bens importados (in primis os alimentares), que foi à base da “revolta do pão” de Setembro 2010. Moçambique, situação atual entre pobreza e globalização Em Moçambique a metade da população vive com menos de um dólar por dia, e ainda não recuaram os aumentos do preço do pão, da eletricidade, da agua e do carburante depois dos violentos acidentes acontecidos em Setembro de 2010 em Maputo (com um saldo de 10 mortos e 300 feridos). Hoje em dia tem numerosos sinais de um verdadeiro boom económico que está investindo principalmente a capital do país: o perfil da cidade está mudando rapidamente, muitas novas construções estão surgindo caoticamente. Os principais investidores são os chineses, os quais imitem grandes capitais no circuito económico moçambicano, mas os efeitos visíveis deste processo são que algumas pessoas estão tornando-se mais ricas, e o resto do país não. Pela primeira vez a população recusou o tentativo do governo de descarregar a típica inflação, gerada pelos fluxos de líquidos, sobre os preços dos bens essenciais. Brasil, China e Moçambique. A segunda ondada da globalização traz uma novidade que rende mais otimistas comparado com as previsões de alguns anos atrás: pela primeira vez começa-se a entrever uma globalização dos direitos e não somente dos capitais. Direitos de cidadania obtidos através do voto no Brasil, direitos dos trabalhadores e greves na China, direito à sobrevivência pelo qual lutase, arrisca-se e pode-se morrer em Moçambique. Os países chamados de “emergentes” e o grande império chines não são mais paisagens estáticos do ponto de vista social e politico: são sociedades em movimento, em crescimento económico e com sede de colmar a distancia entre riqueza e pobreza. Ouvimos falar continuamente de globalização da economia, porém parece de assistir a uma globalização da pobreza. Embora Moçambique seja considerado um adepto modelo do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, embora a inflação foi abatida a menos do 2%, embora nos últimos dez anos a economia cresceu, cresceram as exportações, cresceram até os investimentos estrangeiros, a gente em Moçambique não está contente, por que a pobreza ficou igual a antes. E isto em primeiro lugar por causa das calamidades naturais (cheias e secas) e pela pressão da divida: os esforços pelo desenvolvimento estão ainda ao serviço do pagamento das dividas contraídas internacionalmente. Assim, aumenta o “gap” entre ricos e pobres, e crescem as barreiras e os obstáculos junto também com a desocupação. Pacificou-se o país, realizou-se a democracia, mas atenção: o pior inimigo da paz e da democracia hoje é a pobreza. Todas contradições, esperanças e desilusões da África contemporânea. (Joaquim Chissano, 2003)

O turismo em Moçambique Análise do mercado turístico e do turismo emissor Moçambique não pertence aos destinos turísticos tradicionais africanos por que, mesmo tendo enormes potencialidades de desenvolvimento no setor, tais potencialidades são obstaculizadas pela carência de adequadas infraestruturas. Hoje está suscitando um crescente interesse sobretudo pelos operadores ligados ao ecoturismo, por causa da natureza incontaminada de muitas áreas do interior e de grupos de ilhas no Oceano Indico, como os arquipélagos de Bazaruto e das Quirimbas. As estruturas turísticas geralmente são bastante fracas e carentes e, nas áreas mais selvagens, bastante exclusivas. A indústria do turismo é um ramo da economia moçambicana em expansão mas tem que enfrentar uma concorrência regional e internacional muito forte, sobretudo por parte da vizinha África do Sul. Nos últimos anos, Moçambique foi tributário de um consistente fluxo de investimentos diretos destinado para uma vasta serie de sectores entre os quais o turismo, levando para um aumento da percentagem dos visitantes no país. O principal cliente de Moçambique no sector turístico é a vizinha África do Sul (primeiro país investidor no sector) com cerca de 26% de turistas presentes em Maputo. No segundo lugar, com o 13%, está Portugal, embora neste caso trata-se provavelmente de pessoas qualificadas a procura de novas oportunidades económicas por causa da crise que atingiu a Europa. No terceiro lugar, com o 10%, o grupo de “outros países africanos”, que compreende Botswana e Zimbabwe, em quanto Angola e Brasil estão presentes com o 7%. Os grupos “países europeus” e “países asiáticos” estão no último lugar com o 5%. Em termos estruturais, a proporção das presenças estrangeiras pode-se resumir como segue: lazer no primeiro lugar com o 47%, comercial com o 41%, por ferias com o 32%, visitas à parentes e amigos com o 25%. Pelo que concerne os fluxos do turismo emissor ou “outgoing”, sempre considerando que Moçambique é um dos países mais pobres do mundo e que portanto tais fluxos são extremamente limitados, podem-se indicar os dados relativos ao turismo para Itália, provenientes do sector consular. A percentagem da população local que pode permitir-se de viajar no geral, e sobre longas distâncias em particular, é muito baixa e restringida somente à faixa social médio/alta, representada essencialmente por empresários e políticos. Comparando com outros países europeus, além de Portugal, a Itália é com certeza entre os mais visitados, resultado devido também as tradicionais relações de amizade entre Moçambique e Itália. Perfil do turista moçambicano que viaja para o estrangeiro -

Segmento socioeconómico: Alto Nível cultural : Licenciatura Faixa de idade: 25/45 anos Propensão à viagem: Sim Principais motivações de viagem param o estrangeiro: negócios ou estudo Meios de transportes preferidos para Europa: somente aéreo Produtos turísticos preferidos e emergentes: Cidade de arte Fatores determinantes na escolha do destino: Preços – Cidades que oferecem Bolsas de estudo Tipos de alojamento preferido: Económico Meses preferidos para as viagens: Não relevante Fontes de informação preferidas: Não relevante Canais de compra utilizados: Agências de viagem

Fonte: Observatório do Turismo da Cidade de Maputo (Novembro 2011) Análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) Pontos de força: - Progressiva melhoria das condições socioeconómicas no país, que em futuro poderiam permitir à uma faixa mais ampla de cidadãos moçambicanos de ir de férias para o estrangeiro. Pontos fracos: - Passagem aéreas muito caras. Isto é devido sobretudo à não desregulamentação e liberalização do espaço aéreo pelas politicas do governo nacional. - A abertura aos investimentos promovida pelo governo deve fazer as contas com uma burocracia lenta e ineficiente, uma difusa corrupção, um sistema legal obsoleto, procedimentos alfandegários onerosos, leis sobre a ocupação não atuais, infraestruturas pouco desenvolvidas em algumas zonas do país. Oportunidades: Moçambique, graças à sua posição geográfica estratégica, enquadra-se no contexto regional: proximidade à África do Sul, comunicações com os países enclave do interior que estão privados de acesso ao mar, ligações com circuitos já existentes (por exemplo no sector turístico – Tanzânia, Madagáscar, Maurícias), porta de acesso para o inteiro mercado da SADC. Riscos / Dificuldades potenciais: Potenciais tensões sociais. Em Setembro 2010 o aumento do custo da vida levou à manifestações de protesta na periferia de Maputo (“revolta do pão”), que provocou 13 mortos e mais de 300 feridos. O governo respondeu as preocupações da população adotando uma serie de medidas para reduzir, através de subsídios públicos, o custo de alguns bens de primeira necessidade como pão, arroz, água e eletricidade. Além disso, a constante apreciação da moeda local (Metical) no 2011 contribuiu em segurar o custo dos principais bens de consumo importados. Tais medidas contribuíram em garantir estabilidade, mas as tensões sociais não desapareceram completamente. Análise da procura organizada Nos últimos anos, graças também à maior visibilidade de Moçambique a nível internacional ligada ao desenvolvimento das relações económico-comerciais, alguns operadores turísticos internacionais, intencionados em investir no sector turístico em Moçambique, entraram em contacto com algumas agências de viagem locais. Entre estas, à considerar a “Muhimbi África – turismo e aventura”. Embora os altos custos de um pacote turístico para Moçambique, a procura está em aumento. Como já dito anteriormente, o fluxo de turismo para Itália, é muito baixo e principalmente ligado à classe social médio/alta. Novas tecnologias e turismo Em Moçambique está muito desenvolvido o uso da telefonia celular, em quanto está despegando o uso de Internet, atualmente restringido à capital e as grandes cidades. A maior parte da população não possui um computador em casa e utiliza os instrumentos informáticos nos centros internet ou no

lugar de trabalho. Internet é utilizado principalmente para fazer pesquisas ou por motivos de estudo, muito pouco para efetuar compras que pressupõem o possesso de um cartão de credito. Possíveis soluções no âmbito do turismo em Moçambique O objetivo principal para Moçambique é a luta contra a pobreza absoluta e é nesta visão que se coloca a “Estratégia e política nacional do Turismo”, que representa um instrumento importante para conseguir, através dos recursos turísticos, o desenvolvimento socioeconómico. Resultado de um estudo concreto e de uma análise do produto turístico, a política nacional do turismo define o Ministério do Turismo como entidade responsável, facilitadora e catalisadora pelo desenvolvimento do turismo em Moçambique. O turismo é considerado motor de crescimento graças aos muitos benefícios diretos que podem derivar do seu desenvolvimento, como: geração de rendimento para a economia nacional, ocupação dos cidadãos, conservação ecológica e ambiental, investimentos públicos e privados, expansão das infraestruturas, melhoria do ambiente para os negócios. Quando Moçambique terá alcançado um nível socioeconómico “mais equilibrado”, seria oportuno promover melhor o país e também os destinos estrangeiros, publicitando a nível local os pacotes turísticos diversificados economicamente, dando a possibilidade à um maior número de pessoas de viajar e não só à um número reduzido como acontece hoje em dia. Com a situação socioeconómica atual, um fator que limita substancialmente o fluxo de turismo para o estrangeiro e também o turismo recetor e interno é o custo do transporte aéreo. Além disso, deveriam ser tomados em consideração: 1) ligações aéreas diretas; 2) presença de mais companhias aéreas com conseguinte diminuição dos custos; 3) simplificação do procedimento de pedido de vistos e diminuição dos custos. A formação como solução para Moçambique A ajuda no setor da instrução e formação profissional pode-se considerar de fundamental importância e estratégica. A falta dos conhecimentos e das competências é hoje em dia uma nova forma de neocolonialismo. A propósito disto, tem um proverbio muito significativo: “Se queres dar de comer a um pobre, não deves oferecer-lhe um peixe, mas tens que lhe ensinar a pescar”. Hoje em Moçambique para construir uma estrada ou uma ponte deve-se confiar nas competências externas para a realização do projeto, para a escolha dos materiais e as varias fazes da construção. Depois talvez os tais interlocutores estrangeiros mudam, e os novos que chegam dizem que o projeto está errado, e que é necessário refazer tudo de novo. Desta maneira Moçambique nunca será livre. Por isso, quando ouve-se a palavra globalização em Moçambique, é preciso antes de todo globalizar os conhecimentos. Apostar no turismo e na formação. Moçambique e a Província de Inhambane Um dos setores mais importantes de intervenção é a valorização da população local no desenvolvimento do turismo, e a Província de Inhambane é uma das áreas mais adequada para tal projeto. Muitos são os problemas e os obstáculos para a sua realização: 1) A grave falta de pessoal local qualificado para qualquer função de operador no turismo; 2) A enorme prevalência da iniciativa estrangeira na realização de estruturas e atividades, com uma participação da população local mínima nos benefícios da valorização dos recursos do país; 3) A necessidade de conciliar as exigências das comunidades residentes e aquelas da valorização e reabilitação das reservas, dos parques nacionais, das praias e de outras belezas e recursos naturais que Moçambique possui.

Pelo que concerne o primeiro ponto, a Província de Inhambane pode contar com a Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane, com o Instituto Técnico Profissional Eduardo Mondlane, com a Escola de Hotelaria de Massinga e com a Escola Profissional “Estrela do Mar”, situada em Inhassoro, no norte da Província, numa zona de grande crescimento turístico. Pelo segundo e terceiro tipo de intervenção, é bom pensar na valorização do turismo responsável, baseado em estruturas e serviços realizados com a participação ativa das comunidades locais, as quais deve ser dada a gestão. De facto, o turismo sustentável é um grande recurso para o desenvolvimento socioeconómico da Província de Inhambane e de todo Moçambique no geral, mas à condição que a população local seja ativamente envolvida e participe. Em Moçambique, o turismo representa um dos mais importantes recursos potenciais de desenvolvimento, mas, embora a fase de crescimento que está a viver, o setor é completamente nas mãos de empreendedores estrangeiros. Isto limita drasticamente o beneficio pela população local, que participa somente como mão de obra de baixo profissionalismo e conseguinte rendimento mínimo. No esforço de contribuir para o progresso social e económico da população, deveria resolver-se esta incongruência (sobretudo na Província de Inhambane que é particularmente votada à valorização turística), valorizando o desenvolvimento turístico como motor para o melhoramento socioeconómico através: a qualificação dos jovens em trabalhos profissionalmente reconhecidos, a promoção do desenvolvimento dos serviços no setor geridos pelas comunidades locais e a criação de uma ponte entre eles e a Europa que favoreça o turismo responsável e sustentável. Alguns melhoramentos possíveis consistem na realização de outras escolas profissionais de primeiro nível para operadores do setor, e a colaboração com o Ministério da Educação na formação de professores especializados. Com o objetivo também de promover o empreendedorismo local e uma completa autonomia da comunidade na gestão do recurso turístico, envolvendo a população interessada, sustentando também a criação de estruturas recetoras para o turismo responsável com gestão comunitária. Os beneficiários primários das atividades serão os jovens envolvidos nos cursos de formação, os professores e o pessoal ocupado na estrutura escolástica, e as comunidades empenhadas nas estruturas de hospitalidade, restauração e comercio; mas toda a população local gozará dos benefícios a longo prazo determinados pelo aumento do turismo e da atividade económica. Portanto o objetivo geral é: em acordo com o Plano de Ação do Governo pela Redução da Pobreza Absoluta (PARPA), com o Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo em Moçambique, com o Plano Estratégico para a Educação Técnica e Profissional, com as leis que regulamentam a gestão dos Parques Nacionais e com o Plano Estratégico da Província de Inhambane, contribuir ao progresso socioeconómico de Moçambique e da Província de Inhambane com uma participação ativa e um envolvimento direto da população local no desenvolvimento do turismo. O objetivo especifico é contribuir à gestão local do desenvolvimento turístico em Moçambique e em particular na Província de Inhambane, como motor para um melhoramento socioeconómico da população residente na zona, em termos de: - formação de recursos humanos qualificados na área do turismo, que ofereçam aos jovens oportunidades de emprego no setor; - aviar a criação de novos espaços para o turismo sustentável e responsável, geridos pela comunidade, em áreas de particular valor turístico não somente nas zonas costeiras mas também no interior do país e da província.

Conclusões Uma grande parte da população mundial neste momento está completamente fora do mercado global. Não produz nem consome praticamente nada. Tem necessidades enormes e um desejo de bens e serviços forte, igual a qualquer outro. Mas não está em condição de pagar nada, por que não ganha nada. São mulheres e homens paralisados pela fome, pelas doenças, pela ignorância, pelo isolamento. Em suma, pela pobreza. Em muitos lugares a própria existência destas pessoas está em perigo, pelas violências ou pelo degrado ambiental. Eles poderiam viver em um mundo completamente diferente. O nosso planeta está abençoado por recursos que poderiam nutrir tranquilamente os seis bilhões de pessoas da população mundial, e até mais do que isso. Porém cerca de um bilhão de bocas não tem comida, em quanto produtos e iguarias em excesso apodrecem nos armazéns dos países ricos. (Kofi Annan, 2005) A riqueza de poucos aumenta proporcionalmente à pobreza de muitos, desigualdades, diversidades e disparidades são elementos que porém caracterizam a sociedade moderna. É preciso um esforço comum e não ficar indiferentes face a esta situação atual por que isto…tem que mudar! Futuro promitente para Moçambique – Globalização e direitos devem crescer juntos e Moçambique nos últimos dez anos efetuou uma extraordinária evolução. África ainda é um continente dilaniado pelas guerras e é a parte mais pobre do mundo, mas também aquela numa fase de grande desenvolvimento. É um continente caracterizado por um passado difícil, mas com um futuro muito promitente. Democracia e desenvolvimento são fatores determinantes para a construção de uma sociedade nova e para a realização de uma completa emancipação de um povo, que seja capaz de assumir responsavelmente o próprio destino, realizando deste modo o próprio sonho. A democracia é a base, o ponto de referencia, a condição estrutural mais segura para o desenvolvimento e Moçambique entreprendeu este percurso já desde a Constituição do 1990, depois da queda do muro de Berlim e o fim da Guerra Fria, com o reconhecimento do multipartidarismo, com a separação dos poderes, com a liberdade de expressão e de todos os direitos fundamentais. Elementos que foram confirmados e desenvolvidos na Carta do 2004, que insistiu também um outro elemento basilar da democracia moçambicana: o desenvolvimento da participação das e nas comunidades locais, com a disponibilidade também dos oportunos financiamentos. Com certeza tem muito trabalho para fazer e as contradições tem que ser superadas, mas o caminho que Moçambique entreprendeu é o caminho certo. A estrada, que teve como ponto de partida a escolha decidida da paz e da pacificação nacional, é aquela da democracia, sem nenhuma duvida ligada ao desenvolvimento sustentável e à equidade social. O turismo também vai jogar um papel fundamental para o desenvolvimento do país por que Moçambique possui recursos naturais de extraordinária beleza e interesse, mas para que os turistas realmente venham para Moçambique, é preciso eliminar alguns obstáculos e barreiras como, em primeiro lugar, o custo muito caro do transporte aéreo devido principalmente à não desregulamentação e liberalização do espaço aéreo por parte das instituições e do governo. Em segundo lugar, o custo elevado também dos vistos turísticos de entrada no país associado à elevada corrupção dos organismos e das instituições que se ocupam dos fluxos migratórios dos turistas. Além disso também é preciso melhorar a qualidade da própria oferta turística em termos de infraestruturas turísticas, alojamento, atividades de animação e de lazer e também na área da gastronomia e da restauração. E enfim conseguir colocar o destino Moçambique nas principais rotas dos destinos turísticos dos fluxos internacionais. É necessário um tipo de politica turística baseada na procura, tentando compreender os reais interesses e necessidades dos turistas, e tentando eliminar todas as dificuldades.

Moçambique tem um amplo margem de melhoramento e todos os atores envolvidos neste processo de desenvolvimento e progresso tem que trabalhar duramente e conjuntamente, num esforço comum, para que os sonhos tornem-se realidades e não fiquem uma mera e pura utopia.

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