Greve Trabalhista de 1958 no Paraguai.

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UNILA ­ Curso de História Projeto de Extensão Blog do primeiro Bacharelado em História com ênfase em América Latina sexta­feira, 14 de setembro de 2012

Greve Trabalhista de 1958 no Paraguai.

Informações dos Professores.

Prof. Alexandre C. Varella Prof. Hernán Venegas Marcelo Prof. Paulo Renato da Silva Profa. Rosangela de Jesus Silva Prof. Pedro Afonso Cristovão dos Santos

Laboratório.

Laboratório ­ Em construção.

Entrevistas

Entrevista Esteban Campos

Jornal A Pátria, de 28 de agosto de 1958, onde são evidenciados os feitos repressivos do regime de Stroessner após a greve trabalhista. (Fonte: Tomo VII ­ Parte 1 da Comisión de Verdad y Justicia. Disponível em: http://www.verdadyjusticia­ dp.gov.py/Informe%20PDF%20Web/Tomo%20VII%20­%20Parte%201.pdf)

O governo de Alfredo Stroessner (1954­1989) contou, inicialmente, com o apoio dos setores políticos  e  militares  do  país,  com  a  promessa  de  reconstrução  e  estabilidade  política.  A maioria dos estudos destaca a participação destes, juntamente com o setor intelectualizado da sociedade (jornalistas, estudantes, intelectuais), como colaboradores ou como principais atores no processo de consolidação do regime. A participação dos setores populares não é muito lembrada. O primeiro movimento popular na história do regime ocorreu em 1958, quando trabalhadores iniciaram  uma  greve  geral,  descontentes  com  os  planos  econômicos  criados  pelo  governo. Em agosto de 1958 a Confederación Paraguaya de Trabajadores (CPT) solicitou o aumento do  salário  mínimo  em  29,5%.  O  movimento  foi  organizado,  principalmente,  pelos trabalhadores  da  indústria  têxtil  e  de  transporte  que  geravam  grande  mão­de­obra. Inicialmente o governo não negociou com os dirigentes sindicais, entretanto, o Conselho de Coordenação Econômica concedeu um aumento de apenas 5% no salário mínimo. Enquanto o  governo  negociava  com  os  dirigentes,  órgãos  do  regime  organizavam  um  plano  entre  a polícia e as forças armadas para deter os representantes sindicais.  Na noite de 26 de agosto, o governo começa a detenção dos dirigentes sindicais e designa um representante próprio para comandar a CPT. Já no dia seguinte, toda a direção sindical pró­greve da CPT foi presa (cerca de 300 dirigentes em todo o país). O governo intervém e nomeia Enrique Volta Gaona, líder da Organización Republicana Obrera (ORO), criada com a  intenção  de  combater  a  influência  comunista  no  movimento  sindical,  como  responsável pela CPT. Com  o  movimento  controlado  pelo  governo,  cerca  de  mil  trabalhadores  se  escondem  no Colegio Monseñor Lasagna. Apesar do apoio inicial do Monsenhor Mena Porta, este permitiu que  a  polícia  invadisse  o  colégio  e  tomassem  as  devidas  providências.  A  Igreja  Católica, nesse  momento  do  regime,  manteve  uma  posição  neutra.  Vale  lembrar  que  na  década  de 1970,  a  Igreja  Católica  tomou  uma  posição  contrária  ao  regime,  adotando  o  discurso  de defesa  dos  direitos  humanos,  desempenhando  um  papel  fundamental  no  processo  de redemocratização do Paraguai.

Entrevista completa com Pedro Telles da Silveira: A história na era digital (em português) Entrevista completa com Pedro Telles da Silveira: La historia en la era digital (texto en español)

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Diante  das  prisões  dos  principais  sindicalistas  e  líderes  do  movimento,  a  greve  acabou. Com  o  fim  do  movimento,  o  regime  instituiu  uma  legislação  trabalhista  autoritária  com severas restrições aos direitos dos trabalhadores e a CPT foi desarticulada e passou a ser dirigida pelo Partido Colorado. Apesar  desse  desfecho,  a  greve  ajudou  a  mostrar  o  lado  autoritário  do  regime.  O  direito  de greve, antes de 1958, era permitido por lei. O governo de Stroessner mantinha uma fachada democrática diante dos outros países e, principalmente, diante da população paraguaia, com a  intenção  de  consolidar  o  regime.  A  população  paraguaia  só  teria  conhecimento  do autoritarismo  do  regime  em  meados  da  década  de  1970,  quando  surgem  os  primeiros movimentos sociais contrários ao governo. Paulo Alves Pereira Júnior ­ Acadêmico de História pela UNILA. Postado por UNILA ­ Bacharelado em História. às 07:29 

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