Grito Enviado 2012 - 2014 Artur Souza

July 9, 2017 | Autor: Artur Maciel | Categoria: Artes, FILOSOFIA DA LINGUAGEM, Linguagem, Gravura Em Metal
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Grito Enviado Artur Souza

Série Grito Enviado, 2014 conjunto de nove gravuras de 20x20cm (cada) ponta seca (Al) e serigrafia sobre papel P.A. R$ 500,00 (cada) + Série Grito Enviado 2, 2014 conjunto com três gravuras de 35x35cm (cada) ponta seca (Al) e serigrafia sobre papel (em execução) + Grito Enviado 3, 2014 gravura de 40x40cm ponta seca (Al) e serigrafia sobre papel (em execução)

Natal, 15 de fevereiro de 2014.

GRITO ENVIADO 2010-2014 escritos/endocrítica sobre o trabalho

a ser apresentado ao SP Estampa 2014 Artur Souza “(...) o homem enquanto animal, quando submetido a qualquer sofrimento do corpo ou às fortes paixões da alma, expressa imediatamente, sons inarticulados mesmo que se encontre em situação de puro isolamento. Esses sons inarticulados em forma de gritos devem funcionar como alívio, como uma forma de, ao expulsar do seu corpo e de sua alma uma parte desse sofrimento, readquire novas forças para vencê-lo (...) são manifestações do homem quando sua estrutura sensível é submetida a uma ação qualquer. Essas manifestações exprimem sentimentos (...) de dor, alegria, pavor, fúria...” José Maria de Souza,2000 O trecho acima é parte da monografia de José Maria de Souza, intitulada A Origem da Linguagem: conforme o pensamento de Johan Gottfried Herder, apresentada em 2000, no Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. José Maria de Souza (mais conhecido como Souza) é meu avô e sempre foi um dos grandes incentivadores da minha produção e reflexão sobre o processo artístico. O nome artístico com “Souza” é uma referência a ele, que é um símbolo de resistência e força na família. Depois da formação em Economia pela UFRN, de sustentar uma família de sete filhos e de trabalhar até a aposentadoria na Companhia Energética do Rio Grande do Norte, decidiu aos sessenta anos voltar a Universidade, estudar Filosofia e posteriormente se especializar em Metafísica.

A série de trabalhos apresentados estabelece uma relação entre a leitura do trabalho de Souza com uma série de imagens que apresentam dor/ruído em filmes efêmeros. O processo de leitura da monografia foi aceptor de uma série de imagens, das minhas referências com grito/dor, partindo de filmes efêmeros. Partindo destes filmes, foram retirados frames no momento onde uma das personagens sentia dor e produzia ruído (grito). Essas imagens foram retrabalhadas a fim de se criar uma série de hachuras sobre a matriz da gravura. Partindo da decomposição da imagem em canais, em CMYK, onde cada canal foi traduzido a uma mancha gráfica, que foi transferida ao suporte e que foi reordenada em linhas paralelas no processo de gravação, obedecendo a uma predeterminação formal no sentido, sendo: amarelo, horizontal; vermelho, vertical; e azul, diagonal (45 o.). O preto foi retirado do processo por estabelecer uma relação com a imagem final, na impressão, tinta preta. Estas imagens foram transferidas (canal a canal) e gravadas diretamente com ponta seca sobre a chapa de alumínio. É com o cruzamento destas linhas em hachura que surgem áreas mais densas ou menos densas na imagem final. Essas imagens foram trabalhadas, gravadas e impressas seguindo algo que se aproxima da tradição da gravura. Acima desta imagem inicial, uma série de círculos concêntricos foram impressos a fim de se estabelecer a propagação do ruído no espaço do papel, que transpassa a forma-quadro tencionando uma possível experiência de audição no espectador. As imagens recorrem à fragmentação de narrativas fílmicas a partir da apropriação de frames, fotografias, como espectador de algo já filmado, mas que toma a imagem a partir de um ponto complexo e relacional, articulando a realidade palpável e objetiva em sua experiência, as modificando a partir de seu exercício constante de aglutinação e edição (pós-produção). Os ritmos presentes no processo poético, representados pela repetição e pelo paralelismo das linhas relacionam-se aos sistemas de medição/graduação (pentagrama, metro, por exemplo). É a partir de ritmos constantes que o indivíduo pode tencionar a medida das coisas (a um sistema fabril, construtivo, reprodutivo) e de suas ações. Estabelecendo, assim, uma relação entre o que é objetivo e subjetivo como proposição de registro, codificação, reapresentação, construção partindo da experiência. Ao propor a construção de imagens a partir dessa relação, configura-se um processo de transformar ruído em música, pensado como aquilo que eu posso codificar para uma próxima execução – notação contemporânea – assim como uma possível medida do corpo implicado na cena do filme. Essas imagens iniciais são superpostas por linhas de reverberação no plano como uma possível realidade da imagem no espaço tridimensional da cena, utilizando a redução do fenômeno sonoro à

representação simplificada das ondas no espaço. O trabalho tenta articular as experiências partindo da imagem como sugestão de um ato banal e efêmero, de gritar ou produzir sons inarticulados, com o espectador. O trabalho parte da imagem virtual ao embate direto com a matéria, no ato opressivo de deixar marcas sobre a superfície de uma chapa de metal ou de permear um suporte tenso partindo de uma vontade ou desejo. Demarcados pela profundidade dos sulcos e no exercício com a matéria, o ruído produzido também se materializa como rebarba, que gera um ruído como a imprecisão da linha. Que é novamente preenchido por matéria, tinta, que deixa além da imagem uma linha imprecisa, após compressão. O exercício de superpor imagens de imprecisão com uma possível precisão serigráfica e planar tendem a novamente relacionar expressão com um campo de codificação/medida nesta relação entre ruído e música, espaço objetivo e subjetivo. A imagem, partindo deste prisma, se caracteriza como imagem de opressão e de condicionamento. As estampas apresentam-se com composição que tendem ao aleatório, complementados com imagens que fogem da forma-quadro ou que surgem de forma inesperada no meio da composição/chapa/imagem. A escala do trabalho tende a uma aproximação do espectador, gerando uma contradição entre o grito e o falar aos ouvidos (sussurrar). Grito Enviado, série que vem sendo pesquisada desde 2010, e parcialmente realizada em fevereiro de 2014, é um conjunto de treze gravuras em metal (alumínio) e serigrafia sobre papel. A primeira série, de nove gravuras, já feitas, tem dimensões de 20x20cm, impressas sobre papel branco 250g/m² de algodão. A segunda série de três gravuras em metal e serigrafia terá dimensões de 35 x 35 cm, impressas sobre papel creme 230g/m² de algodão. E uma gravura com dimensões de 40 x 40cm, impressas sobre papel rosa 285g/m² de algodão. A série de 35x35cm e a gravura de 40x40cm, ainda estão em fase de conclusão, e serão criadas com a superposição de gravações a fim de criar um grande ruído na imagem impressa.

currículo artístico

ARTUR SOUZA (1984 - ) Artur Luiz de Souza Maciel

Artista; Professor Temporário do Magistério Superior no Curso de Licenciatura em Artes Visuais, do Departamento de Artes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2013-), Professor de Arte na Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do Norte (2012-). Graduado em Tecnologia em Produção da Construção Civil pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte - CEFET-RN (2003-2006); Graduando em Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN (2007-2011); integrante do "MATIZES-Grupo de Pesquisa em Cultura Visual (DEART-UFRN)" na Linha "Poéticas Contemporâneas" no Grupo de Pesquisa em "Gravura e Gráfica da UFRN" (2011-) sob orientação da Profa. Dra. Laurita Ricardo de Salles; participou do Grupo de Pesquisa "Metodologias Interdisciplinares de Pesquisa em e sobre Artes", sob orientação da Profa. Dra. Maria do Mar Vazquez y Manzano (2010 - 2011); integrante do "Projeto de Intervenções Gráficas e Midiáticas em Ações Associadas (Ensino, Pesquisa e extensão) (2011-2011)", sob orientação da Profa. Dra. Laurita Salles; participante do "Projeto de Iniciação a Docência de Incremento das Atividades de Ensino e Aprendizagem da Gravura na UFRN (2009-2011)", sob coordenação do Prof. Dr. Everardo Ramos; participou do Programa de Bolsas LusoBrasileiras do Banco Santander entre a Universidade do Porto e a UFRN (2008-2009). Pesquisa sobre a relação imagem; corpo; gravura e gráfica no campo expandido.

mostras individuais 2007 – DITA EM AMBULA, Galeria Conviv´Art – NAC – UFRN. Natal-RN. 2011 – PONTOS GRÁFICOS NODAIS EM FLUXOS DA CIDADE DE NATAL, Galeria do Departamento de Artes, UFRN, Natal-RN. 2013 – FARNEL, Galeria Conviv´Art – NAC – UFRN. Natal-RN.

mostras coletivas 2007 – II Salão de Artes Visuais Abraham Palatnik, Pinacoteca, Natal–RN. 2008 – III Salão de Artes Visuais Abraham Palatnik , Pinacoteca, Natal–RN. 2009 – Mostra de Artes do XIII Encontro Nacional de Estudantes de Arte, Salvador–BA. 2009 – MOBILIDADE, Museu da Faculdade de Belas Artes do Porto, Porto–Portugal. 2009 – 8 de MAIO, Fundação Capitania das Artes, Natal–RN. 2010 – Mostra de Arte do Fórum de Artes & Design, Departamento de Artes, UFRN, Natal–RN 2010 – BRASIL-ALEMANHA, Galeria Conviv´Art, Natal–RN. 2010 – 62º SBPC, Natal–RN. 2011 – EU-OUTRO, Galeria Conviv´Art, UFRN, Natal–RN. 2012 – Combinatórias Gráficas, UFRN, Natal–RN. 2012 – SP Estampa 2012, Galeria Gravura Brasileira, São Paulo–SP. 2012 – Mapas de Influências, Oficina Cultural Oswald de Andrade, São Paulo–SP. 2012 – Gravura em Campo Expandido, Pinacoteca do RN, Natal–RN. 2012 – ExpoContemporânea, Solar Bela Vista, Natal–RN. 2012 – Primer Concurso Internacional de Grabado GarzaPapel, Espanha. 2012 – Embaixada Brasileira de Arte Postal, Ecatú Atelier, Buenos Aires, Argentina. 2013 – Embaixada Brasileira de Arte Postal, EBPA-N, Manaus–AM. 2013 – Embaixada Brasileira de Arte Postal, EBPA-NE, Olinda–PE. 2013 – Embaixada Brasileira de Arte Postal, EBPA-CO, BRASÍLIA–DF.

2013 – Embaixada Brasileira de Arte Postal, EBPA- SE, Guarulhos–SP. 2013 – Embaixada Brasileira de Arte Postal, EBPA-S, Porto Alegre – RS. 2013 – XV Salão de Artes Visuais da Cidade do Natal, FUNCARTE, Natal–RN .

acervos Núcleo de Arte e Cultura da UFRN Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte - FAPERN Assessoria Internacional da Faculdade de Belas Artes do Porto (Portugal) Gabinete de Gravura da Faculdade de Belas Artes do Porto (Portugal)

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