Grupos Insurgentes Sírios Apelam à União Contra a Rússia

June 24, 2017 | Autor: Marli Barros Dias | Categoria: Rússia, Síria, Frente Al-Nusra, Ahrar al-Sham, Ajnad al-Sham, Jund al-Malahim
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Grupos Insurgentes Sírios apelam à união contra a Rússia Author : Marli Barros Dias - Colaboradora Voluntária Sênior Categories : NOTAS ANALÍTICAS, ORIENTE MÉDIO, POLÍTICA INTERNACIONAL Date : 29 de outubro de 2015

Os insurgentes sírios, oposicionistas ao presidente Bashar al-Assad, pedem unidade entre as facções no combate à Rússia, que é considerada por eles como um ocupante ilegítimo da Síria. Os 41 grupos (excluindo o Estado Islâmico), a ala da al-Qaeda na Síria e a Frente al-Nusra, que uniu forças com a organização Ahrar al-Sham[1], conclamam a união na luta contra o que chamam de coligação russa-iraniana. A Frente al-Nusra, a Ahrar al-Sham e a Ajnad al-Sham formaram a aliança denominada Jund al-Malahim (Soldados dos Épicos), tendo construído, conjuntamente, uma sala de operações na área rural de Damasco, para levarem a cabo as ações contra o Regime Sírio e a Rússia[2]. Apoiados pelo Exército Livre da Síria e sob a liderança do grupo salafista Ahrar al-Sham, que faz oposição ao regime de Bashar al-Assad e ao Estado Islâmico, a aliança de insurgentes designou a Rússia como país inimigo. Com uma quantidade significativa de combatentes, eles pretendem unir forças em torno de um objetivo comum, que é a batalha contra os apoiantes do atual Governo. Os destaques desta coligação são 1/4

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Ahrar http://www.jornal.ceiri.com.br al-Sham e o preeminente Jaysh al-Fateh (Exército da Conquista), grupo que, desde março deste ano (2015), passou a dominar quase que totalmente a Província de Idlib[3]. No momento, Ahrar al-Sham possui um número de guerrilheiros que oscila entre os 10.000 e os 20.000 ativos, contando com o apoio da Turquia e do Qatar. Juntas, estas facções formam a oposição armada na Síria que, apesar de terem alterado os seus laços durante os 4 anos de guerra, não reduziram o efetivo de combatentes que, hoje, ronda os 100.000 efetivos[4]. Os insurgentes alegam que a intervenção russa na Guerra Civil evitou o colapso de alAssad, que estava próximo de “uma derrota massacrante”[5]. Os insurretos fizeram um comunicado conjunto na tentativa de conseguir a assistência de países como a Turquia, aArábia Saudita e o Qatar, que já apoiam as suas ações. Sob a justificativa de que a Rússia está atacando civis e não o Estado Islâmico, Ahrar al-Sham afirmou que “esta nova realidade requer que os países da região e os aliados, em concreto, acelerem a formação de uma aliança regional para enfrentar a aliança russo-iraniana que ocupa a Síria”[6]. A decisão de unir forças entre os opositores de al-Assad surgiu na sequência de um pronunciamento do Almirante Vladimir Komoyedov, no qual ele destacou que voluntários russos, em breve, poderão estar nos campos de batalha sírios. A assertiva doAlmirante ainda deu a entender que haverá a participação de mercenários, ao afirmar que “uma unidade de voluntários russos, veteranos de guerra, provavelmente aparecerá nas fileiras do Exército sírio. O que traz os voluntários para lá, além da causa? Claro, é provavelmente o dinheiro”[7]. Segundo Alexander Golts, um militar independente e analista de Defesa, “o regime russo evitou cuidadosamente a questão [da utilização de mercenários], porque nunca falou sobre o dinheiro recebido por aqueles que lutam no leste da Ucrânia”[8]. Recentemente, Moscou propôs a coordenação conjunta com os EUA e com os rebeldes. No entanto, os EUA e o Exército Livre da Síria rejeitaram a proposta sendo que o último alegou que, frequentemente, as suas posições são os alvos russos[9]. Para Sergey Lavrov, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, a recusa por parte dos EUA é um erro pois, conforme afirmou, “estamos prontos para dar apoio aéreo à oposição patriótica, incluindo o chamado Exército Livre, mas temos de entrar em contato com as pessoas que têm autoridade para representar determinados grupos armados”[10]. Uma outra tentativa russa para pôr fim à Guerra Civil Síria foi a sugestão de realização antecipada de eleições presidenciais e parlamentares no país, à qualal-Assad se mostrou receptivo, dizendo concordar, se ela for aceite pelo seu povo. Porém, as alternativas oferecidas pela Rússia não satisfazem os rebeldes, que desconfiam das intenções do Governo Sírio e acreditam que os russos estão se utilizando de manobras políticas para manter al-Assad no poder e defender os seus interesses no Oriente Médio[11]. Enquanto permanecem as hostilidades, os rebeldes se mantêm inflexíveis e, de certo 2/4

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modo, http://www.jornal.ceiri.com.br continuam conquistando apoio de seus pares. A Irmandade Muçulmana na Síria conclamou a Jihad contra a Rússia que, hoje, é considerada um país inimigo. Os insurgentes parecem ter ampliado a sua área de ação contra o triângulo formado pelo Regime Sírio, o Irã e a Federação Russa. Com a formação da coalizão entre os revoltosos islâmicos é provável o aumento da intensidade dos combates e Moscou terá de enfrentar, mais uma vez, a exemplo do que aconteceu no Afeganistão, as Forças Armadas não-estatais, que poderão querer levar os combates para o solo, onde são maiores as possibilidades de vitória contra o adversário. ---------------------------------------------------------------------------------------------Imagem “Um insurgente do movimento Ahrar al-Sham reage ao lançamento de rockets Grad disparados na província de Idlib (Síria) contra forças leais ao presidente Bashar al-Assad (25 de abril de 2015)” (Fonte): http://static2.businessinsider.com/image/55dca7bd9dd7cc15008b5caa-3300-2200/rtx1a82e.jpg ---------------------------------------------------------------------------------------------Fontes Consultadas: [1] Ver: http://www.aljazeera.com/news/2015/10/syria-rebels-russia-151006003223222.html [2] Ver: http://www.longwarjournal.org/archives/2015/10/al-nusrah-front-ahrar-al-sham-form-anti-russian-alliance-in -damascus-countryside.php?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+Lo ngWarJournalSiteWide+%28The+Long+War+Journal+%28Site-Wide%29%29 [3] Ver: http://www.longwarjournal.org/archives/2015/10/al-nusrah-front-ahrar-al-sham-form-anti-russian-alliance-in -damascus-countryside.php?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+Lo ngWarJournalSiteWide+%28The+Long+War+Journal+%28Site-Wide%29%29 [4] Ver: http://www.theguardian.com/world/2015/oct/01/whos-who-syrian-conflict-russian-airstrikes [5] Ver: http://oglobo.globo.com/mundo/rebeldes-sirios-pedem-alianca-contra-russia-ira-17689861 [6] Ver: http://www.timesofisrael.com/syrian-rebel-groups-unite-to-fight-russian-occupiers/ [7] Ver:

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http://www.theguardian.com/world/2015/oct/05/syrian-insurgent-groups-vow-to-attack-russian-forces http://www.jornal.ceiri.com.br [8] Ver: http://www.theguardian.com/world/2015/oct/05/syrian-insurgent-groups-vow-to-attack-russian-forces [9] Ver: http://www.aljazeera.com/news/2015/10/russia-offers-coordinate-rebels-syria-free-syrian-army-usa-kerrylavrov-151024220647655.html [10] Ver: http://www.aljazeera.com/news/2015/10/russia-offers-coordinate-rebels-syria-free-syrian-army-usa-kerrylavrov-151024220647655.html [11] Ver: http://www.reuters.com/article/2015/10/25/us-mideast-crisis-syria-election-idUSKCN0SJ05R20151025

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