Há espaço para vanguardas na era pós-moderna?

July 1, 2017 | Autor: P. Alves da Veiga | Categoria: Artes, Cultura De Massas, Vanguardas
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Há espaço para vanguardas na era pós-moderna? Pedro Alves da Veiga [email protected] Universidade Aberta - Doutoramento em Média Arte Digital - Comunicação e Contemporaneidade

Uma vanguarda artística, cultural ou política é um movimento experimental ou inovador, que rompe com as fronteiras do que é aceite como norma ou status quo. As vanguardas ajudaram a definir novos caminhos de desenvolvimento estético e ideológico, opondo-se à continuidade dos valores, técnicas, tradições e pensamentos instituídos, procurando e adoptando vorazmente as inovações filosóficas e tecnológicas. Desta maneira acentuaram marcadamente alterações que, de outra forma, seriam incipientes na sociedade, e contribuíram para as desenvolver e ampliar. A necessidade de fundar um novo conjunto de valores, face à inadequação ou esvaziamento dos anteriores, acabou por ser um sinal dos tempos, visível em todas as grandes crises (financeiras, sociais, bélicas) do século XX. Assim, as vanguardas da primeira metade do século XX transformaram a arte, enquanto "forma de fruição do belo”, em algo que desafiava não só os sentidos, mas sobretudo o intelecto. A “nova” arte/cultura deixou de ser um espelho da realidade e simples objecto de apreciação formal ou estética, aproximando-se das metamorfoses por que também a poesia e a arquitectura passavam nessa época, para se tornar veículo de provocação e apreciação intelectual, pavimentando o caminho para a construção de universos alternativos onde se buscava uma fruição não encontrada no mundo material. As palavras de Kazimir Malevich (Malevitch, 1916), o pai do cubo-futurismo, são um bom exemplo deste paradigma: “eu transformei-me no zero da forma e retirei-me para longe de todo o entulho pantanoso da Arte Académica. Destruí o círculo do horizonte e escapei do círculo dos objectos, o horizonte-anel que tem aprisionado o artista e as formas da natureza. O quadrado não é uma forma subconsciente. É criação da razão intuitiva. A face da nova arte. O quadrado é o infante real e vivo. É o primeiro passo de criação pura na arte." Mas se é relativamente "fácil" e consensual identificar as vanguardas artísticas na primeira metade do século XX, os anos finais, bem como o início do século XXI apresentam um panorama pós-moderno, gradualmente mais denso e de difícil definição consensual. Aceleração e densificação Essa densidade gradual pode ser explicada com o seguinte exemplo: quando formei o meu primeiro grupo de música pop-electrónica neo-romântica em 1983 (Nova, 1983) e conseguimos um contrato para a gravação de dois singles com a Polygram, mesmo sendo um grupo obscuro no panorama da música pop portuguesa, permanecemos no Top 10 durante algumas semanas. Se fosse hoje, ficaria feliz por ter alguns "gostos" e partilhas nas redes sociais, e ao fim de uma semana já as nossas criações - se não mesmo a própria banda - teriam caído no esquecimento. O consumo da arte e cultura - e das ideias - é cada vez mais rápido e brutal, já não se mastiga: engole-se inteiro. Pessoalmente creio que, mais do que qualquer outra característica, o "tempo de vida" de um artefacto, ou mesmo de uma "ideia", foi o que mais se alterou nos últimos 40 anos. Quando comprava um disco nos anos 70 e 80, era um "acontecimento": os álbuns em vinil era caros e delicados, havia uma certa religiosidade em tocar um disco pela primeira vez, e dispunha-me a querer saber toda a informação da banda, lendo as notas do folheto interno e capa, falando com amigos, juntando-nos para audições em conjunto, comprando e lendo revistas especializadas, recortando fotografias de jornais, tudo isto ao longo de semanas, ou mesmo meses. Actualmente com a compra de um álbum digital na loja iTunes, descarregado directamente para o iPhone ou iPod, em que só eu o irei ouvir provavelmente não mais do que 2 vezes - e algumas faixas nunca (pasme-se!) - no máximo, o meu interesse em saber informação sobre o artista resume-se em pontualmente procurar a página de Facebook, Wikipedia ou Twitter, ou qual o seu catálogo na Amazon. Há artistas a mais com diferenças a menos entre si. Nos anos 70, apesar da minha idade (nasci em 63), eu sabia mais sobre a visão política de artistas como Pink Ployd ou Janis Joplin, Supertramp ou Zeca Afonso, quais os estúdios em que gravavam, os nomes dos seus produtores, do que sei hoje sobre Madonna ou Lady Gaga. Talvez porque essa visão política hoje não exista - pode perturbar a maximização das vendas - ou quando existe é apenas mais um dos lados de um marketing todo-poderoso. Ou talvez porque não me é importante sabê-lo nos 2 ou 3 minutos em que um dos seus temas toca no Spotify ou o vejo no YouTube. Mas sobretudo porque há

anos atrás a informação circulava em conversa, as tertúlias criticavam, gostos eram comparados, e tudo isso era feito com tempo, em encontros físicos, em casa de um ou outro ou em esplanadas de café, e em que os artefactos eram palpáveis. Desde que se fala em cultura de massas, como sendo o conjunto de ideias e valores que se desenvolvem a partir da exposição aos mesmos media, assiste-se a uma uniformização de visão, ideais e aspirações. As condições tecnológicas e económicas da nossa era fomentaram o crescimento de uma sociedade dominada pelos mass-media, em que as ideias são apenas simulacros, representações interreferenciais e cópias umas das outras, sem uma fonte real, original, estável ou objectiva de comunicação e significado. O hedonismo pós-modernista esvaziou o interesse da mensagem e a pressão consumista inviabiliza a sua manifestação. As redes sociais tornam-nos superficialmente interactivos - basta-me fazer 3 "gostos" ou "+1" por dia nas publicações dos meus amigos para considerar o meu dever social cumprido. Simplesmente não há tempo para perder com o que não se traduza em lucro. Carpe-diem que amanhã compra-se mais. A globalização, resultado das inovações nas comunicações, processos de fabrico e transporte, é frequentemente citada como a força que conduz o modo de vida descentralizado actual, criando uma sociedade global, interligada, culturalmente plural, em que a diferença entre leitor e mensagem, observador e observado, consumidor e produtor, criador/artista e apreciador, se esbate. A domesticação da vanguarda pela análise de tendências E não teremos nós, enquanto sociedade, produzido uma "máquina" tão avançada, que no preciso momento em que detecta que está a ser subvertida, se ajusta de imediato para garantir que essa acção deixa de ser única e contestatária, assimilando-a como parte das suas novas especificações? Um caso emblemático passou-se em 2004, quando uma artista, então aluna do Royal College of Art, em Londres, envolveu em fita adesiva vermelha a estátua equestre de Lord Napier of Magdala, em Londres. Eleanora Aguiari (Higgins, 2004) desafiou as instituições, não de forma provocatória, mas oficial: ela pediu autorização ao reitor do Royal College of Art, ao seu professor, ao departamento de conservação do Museu Victoria & Albert, tal como ao Royal College of Art, que efectuaram testes ao bronze da estátua, pediu ainda uma licença para erguer andaimes, contratou apólices de seguros e pediu a autorização da English Heritage (os proprietários da estátua), da City de Westminster e dos burgos de Chelsea e Kensington, bem como do actual Lord Napier. Depois de aplicar 80 rolos de fita adesiva sobre uma camada protectora de plástico aderente, que ocupou 4 pessoas durante 4 dias, Eleanora recebeu esta mensagem: "Saatchi quer falar contigo". Não se tratava de Charles Saatchi, mas sim da empresa de publicidade Saatchi & Saatchi, que achou que a sua ideia era interessante para uma campanha do partido conservador britânico1, o que ela acabou por declinar. As vanguardas do século passado nasciam como comunidades locais ou regionais. Actualmente o conceito de região já não é geográfico, mas sim relativo a um subconjunto da internet ou meio de comunicação. Há bloggers que são "trend-setters"2, há desconhecidos que no YouTube ascendem ao estrelato local de um momento para o outro, mas de quem ninguém ouviu falar no Snapchat. Mas o trend-setting ultrapassou o original fenómeno orgânico, e hoje já quase nada de espontâneo tem. Nos anos 80 a banda The Buggles cantava "Video killed the radio star" (Buggles, 1979). Nos nossos dias deveriam cantar "A análise de tendências aniquilou o vanguardismo". A busca da next big thing3 instituiu-se como actividade empresarial, que deseja detectá-la antecipadamente e rapidamente torná-la

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Red tape em inglês significa burocracia. Criam tendências, ou contribuem para as divulgar. 3 A próxima grande novidade ("grande" no sentido económico/lucrativo) 2

produto e lucro. A palavra de ordem é "viral" e tudo o que é percebido pelos bots4 como potencial nova tendência, é imediatamente apropriado e digerido pela engrenagem. Enquanto que as vanguardas eram interactivas e cúmplices, recusavam a aceitação passiva da autoridade criativa/estética/política das "fontes distribuidoras", mas frequentemente utilizavam o material distribuído de forma adulterada e criativa (ready-made, colagem, assemblage, mail-art), para gerarem o seu próprio conjunto de ideais e valores, muitas vezes - assumidamente - em conflito com a cultura de massas, os trend-setters estão na quase totalidade das vezes ao serviço do mercado de consumo, e são disputados por empresas e mass-media, e por eles também transformados em estrelas mediáticas. A corporatização do trend-setting designa-se por coolhunting. Em suma, o cool hunter procura activamente as próximas tendências, ao serviço da empresa. Utilizam os mesmos métodos que os trend-setters, mas o seu objectivo deixou de ser o estrelato, o ser considerado como um guru da moda, arte, música ou outras formas, e sim o lucro corporativo. Estamos na geração "eu quero tudo e quero-o agora". É crucial que os cool hunters actuem rapidamente, antes da concorrência, para ganhar o mercado durante uma época, um mês, uma semana. Num programa emitido pela MTV chamado "Merchants of Cool" (Dretzin, 2001), Brian Graden, presidente da programação do canal, afirmava: "Preocupa-me estarmos a atirar com tanta coisa, tão depressa, a jovens adultos. E não há quantidade de treino, educação ou até mesmo amor, que se possa dar às crianças para que venham a estar preparadas para isto." Esta velocidade/densidade do fluxo de informação tem como efeito imediato que a fruição de qualquer artefacto nas redes sociais, seja ele uma fotografia, vídeo, música ou pensamento, seja, paradoxalmente, um acto individual: a fruição não é conjunta. A partilha é sempre posterior, na maior parte das vezes de forma acrítica, ou acompanhado de um estado de espírito, banalizando igualmente o "sentir". "A sentir-se deprimido" ou "a sentir-se feliz" passaram a ser notas de rodapé entre amigos de Facebook, com a mesma profundidade que um clique no rato. Existem certamente vários movimentos (Stuckismo, Remodernismo, Superflat, Superstroke, Arte relacional, etc.), que pretendem abandonar o pós-modernismo e a pós-modernidade, mas dificilmente se podem considerar vanguardas, dado que, mais do que constituir uma nova frente de desenvolvimento ideológico, eles pretendem recuperar valores do passado, reencontrar os caminhos (temporariamente) abandonados de vanguardas de outrora, ou centrar-se em aspectos meramente técnicos. Em 2014 uma das palavras candidatas a neologismo do ano pela Oxford University Press foi normcore, formada a partir de "normal" e "hardcore", e que designa a atitude de "encontrar a liberdade em não ser nada de especial". Foi ainda a hashtag mais utilizada em 2014. Segundo os criadores do conceito - a agência de análise de tendências K-HOLE5 - nós vivemos na era "mass-indie" - mistura de "massa" com "indie", a abreviatura de "independente", nascida no mundo da música, referindo-se aos grupos que lançavam os seus discos através de editoras secundárias no panorama musical. Este pastiche de buzzwords acaba por ser a materialização da mensagem/dogma do consumismo do século XXI : "tu és especial" + "tu estás em rede" + "o céu é o teu limite", dirigindo-se aos muitos milhões de "tu/consumidores", todos eles únicos e especiais, e alvo da mesma mensagem. Ainda segundo a K-HOLE, o mass-indie deitou fora a preocupação da vanguarda em evadir-se da massa, e focou-se na celebração da diferença, que passou a ser uma actividade de grupo - todos somos diferentes. E se há uma década a mensagem era dirigida aos filhos, os pais de hoje também a ouvem, que as idades, tal como as identidades, já não são mutuamente exclusivas, e estão sempre preparadas para novas combinações: ténis e fato Armani, esquerda-caviar, Rubens e Andy Warhol, MILF e DILF. A cultura mass-indie mistura o estranho e o normal, até os dois estarem nivelados. Neste cenário, dominar a diferença é uma forma de neutralizar ameaças e ampliar o status no grupo dos seus pares.

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Programas automatizados que "varrem" a internet em busca de determinados padrões http://khole.net/

Existem contudo três problemas, que o normcore "ajuda" a ultrapassar/reenquadrar: 1. A clonização - os artefactos produzidos têm tão poucas diferenças entre si, que até os nomes dos seus autores se confundem. Para o normcore isto é perfeitamente aceitável. Há que estar integrado, fazer algo parecido com o que todos os outros fazem, para poder ter o sentido de pertença a uma comunidade. 2. O isolamento - as obras são tão diferentes e especiais que ninguém as compreende e/ou deseja. Para o normcore não há isolamento, há integração. Se algo é diferente e especial, é-o apenas porque ainda não encontrou a comunidade certa para se integrar. 3. A excesso de informação - o fluxo constante de informação e novidade é tão intenso que já não se distingue do spam, e há inevitável perda de informação. Mas este problema acontece a todos, o que - por definição - o torna aceitável, e a solução é reter apenas os sound bites para fazer boa figura. Normcore, cool hunting, trend-setting constituem-se assim como mecanismos perfeitos de aniquilação das vanguardas, e certamente outros virão com a mesma missão. A pós-modernidade é palco de reapresentações de designações e imagens com alta carga de apelo emocional, de modas sucessivas, todas mostradas como "o futuro" mas de onde a inovação ideológica está totalmente ausente. "A forma precede a função" parece ter-se tornado também o epíteto do homem pós-moderno, mais preocupado com o que parece do que com o que é. Partilhar uma foto de uma pintura (provavelmente como fundo de uma selfie) é mais importante do que a própria pintura. Conclusão E neste cenário actual é possível uma vanguarda desenvolver-se sem ser de imediato devorada pela análise de tendências e transformada em produto? Só escapando da cultura do "clique & partilha", da ditadura das redes sociais, do normcore, da análise de tendências, do consumo tipo "pastilha elástica" compra, mastiga, deita fora - poderá existir espaço para novas vanguardas. Para Arlindo Machado, no seu artigo "Repensando Flusser e as imagens técnicas" (Machado, 1997), o que faz um verdadeiro criador, em vez de submeter-se simplesmente a um certo número de possibilidades impostas pelo aparato técnico, é subverter continuamente a função da máquina de que ele se utiliza, é manejá-la no sentido contrário de sua produtividade programada. O hacking é na sua génese o acto de participar em actividades (de programação ou manipulação de media) num espírito de exploração dos limites possíveis, visando a introdução de alterações em artefactos ou media já existentes, de forma sub-reptícia, ilegal ou não-autorizada pelos seus detentores. Pela sua natureza (habitualmente) ilegal ou ilícita, os hackers distanciam-se da exposição pública das redes sociais, constituindo-se em comunidades interactivas, locais e fechadas (não necessariamente geográficas, mas centradas em determinada tecnologia ou tipo de hack), e organizam eventos em que procuram visar as instituições (governamentais, multinacionais ou corporativas) emblemáticas do estado, sociedade e status instituídos, muitas vezes com sentido de humor e visando a ridicularização das mesmas. Esta descrição quase parece um decalque do que se poderia dizer sobre um dos movimento de vanguarda artística/cultural do século XX. E provavelmente não é por acidente - os programadores são uma nova espécie de produtores de ideias, e alguns hackers são responsáveis por marcos tecnológicos significativos da nossa era, como a linguagem de programação C++ ou o motor de pesquisa Google. Steven Levy sumarizou a ética do hacking (Levy, 1984) nos seguintes princípios: 1. O acesso a computadores - e a tudo o que te possa ensinar qualquer coisa sobre o funcionamento do mundo - deve ser ilimitado e total. 2. Toda a informação deve ser livre. 3. Desconfia da autoridade - promove a descentralização. 4. Os hackers devem ser julgados pelo seu hacking, e não por falsos critérios como o grau académico, idade, raça ou posição social. 5. Podes criar arte e beleza num computador. 6. Os computadores podem melhorar a tua vida.

Numa época tão centrada na tecnologia como é a nossa, a esperança de encontrar futuro e inovação viria provavelmente da própria tecnologia. A expressão Culture Hacking (McCarthy, 2014) já entrou no vocabulário há alguns anos, e designa a utilização dos princípios e metodologias de desenho de software como Scrum6, Kanban7, Agile8 e Lean9, aplicadas a áreas organizacionais e de gestão, para introduzir mudanças na organização da sociedade - algo semelhante ao que o Open Source10 criou no desenvolvimento de software. Em suma, trata-se de infiltrar os sistemas culturais e alterar a sua "codificação". É uma tarefa crítica, frequentemente subversiva, quase como um jogo, e lida com códigos, mensagens e valores culturais. Para nos tornarmos Culture Hackers, segundo Sébastien Paquet (Paquet, 2010), devemos reger-nos pelo seguinte algoritmo: 1. Observar 2. Encontrar a falha / ponto de entrada 3. Criar arte / fazer algo novo 4. Encontrar os outros (que também encontraram o ponto de entrada) / encontrar os melhores 5. Catalisar / trabalhar como grupo 6. Explorar a codificação / linguagem 7. Institucionalizar / criar formas de interagir 8. Largar / quando chega o conforto, chega o momento de partir para outra direcção 9. Regressar a 1 Eric Steven Raymond (Raymond, 2014), um dos mais célebres responsáveis pelo movimento Open Source, por outro lado, define a atitude hacker: 1. O mundo está cheio de problemas fascinantes por resolver. 2. Nenhum problema deve ser resolvido duas vezes. 3. O aborrecimento e o trabalho repetitivo são o inimigo. 4. A liberdade é boa. 5. A atitude não substitui a competência. O hacking, que saiu da universidade pela porta dos dormitórios dos estudantes, regressou pela porta grande: actualmente o MIT patrocina um programa chamado Hacking Arts11 e o departamento de arte da Universidade de Chicago tem um Hack Arts Lab12.

Será o hacking a metodologia das novas vanguardas?

Bibliografia Higgins, C. (12 de Junho de 2004). Artist caught up in red tape and Tory ad campaign . The Guardian . Levy, S. (1984). Hackers: Heroes of the Computer Revolution. Nova Iorque: Nerraw Manijaime/Doubleday. Machado, A. (1997). Repensando Flusser e as imagens técnicas. Arte en la Era Electrónica - Perspectivas de una nueva estética (p. 6). Barcelona: Goethe-Institut Barcelona. Malevitch, K. (1916). From Cubism and Futurism to Suprematism. Moscovo, Rússia. Paquet, S. (2010). How to Become a Culture Hacker. Ignite Montreal 2010.

Áudio Buggles, The (Compositor). (1979). Video Killed the Radio Star. [The Buggles, Artista] Londres, Reino Unido. McCarthy, J. (125/2014). Software creates culture. The McCarthy Show (M. McCarthy, Entrevistador) [Podcast] Nova, Ópera (Compositor). (1983). Sonhos. [Ópera Nova, Artista] Lisboa, Portugal.

TV Dretzin, R. (Escritor), & Goodman, B. (Realizador). (2001). Frontline: The Merchants of Cool [Programa de televisão]. Estados Unidos da América.

Sítios web Raymond, E. S. (21 de Novembro de 2014). How To Become A Hacker. Obtido em 6 de Março de 2015, de Eric Steven Rayond's website: http://www.catb.org/esr/faqs/hacker-howto.html#attitude

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Scrum http://pt.wikipedia.org/wiki/Kanban 8 http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_%C3%A1gil_de_software 9 http://searchsoftwarequality.techtarget.com/definition/lean-programming 10 http://opensource.org/about 11 https://storify.com/ArtsatMIT/hacking-arts-2014-2015 12 https://arts.uchicago.edu/hack-arts-lab-hal 7

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